Katekyo Hitman Reborn pertence a Akira Amano
Título: Tons de azul
Gênero: Amizade/Romance
Anime/Mangá: Katekyo Hitman Reborn
Personagens: Gokudera Hayato, Yamamoto Takeshi e Basil
Classificação: T (13+)
Nota: Essa é uma obra de ficção, elementos da obra original podem ser alterados para melhor compatibilidade com a história.
Nota 2: Spoilers do Arco da Cerimônia da Herança (saga da família Shimon).
Nota 3: Essa obra contém shounen-ai/yaoi caso sinta-se ofendido, aperte o (x) no alto da página para sair.
Boa leitura!
CAPÍTULO 1: AZUL ESCURO QUASE PRETO
Yamamoto ensanguentado. O sangue encharcava suas roupas e formava uma poça em volta dos seus pés. Os olhos castanhos encararam o vazio por um segundo, surpresos. Então, ele sorriu, aquele sorriso bobo e despreocupado de sempre. E sorria, cada vez mais, enquanto o sangue jorrava e ele se tornava mais fantasmagórico.
Gokudera sentou de chofre no sofá da sala. Assustado, suando. Encarou o relógio de pulso digital jogado sobre a mesinha de centro. Os números quadrados refletiam debilmente sob a pouca luz que entrava pela janela. Duas e vinte da manhã. Não tinha dormido nem quinze minutos completos. O pesadelo vinha e voltava. Impedindo que o guardião da tempestade tivesse uma noite de sono. Seria uma noite longa. Muito longa.
Encarou as mãos na penumbra. Tremiam. Ainda tremiam. Tremiam tanto que mal sabia como tinha conseguido segurar o telefone e ligar para o Décimo.
Maldito maníaco do baseball, como pudera ser tão descuidado? Como pôde baixar sua guarda? Deixar-se abater de forma tão abominável?
Demorara em criar coragem e abandonar o hospital. Mesmo depois que o Décimo, o Sasagawa e a Chrome tinham partido, ele ainda permaneceu na sala de espera. Permaneceu até o senhor Yamamoto chegar e sentar-se ao seu lado. Permaneceu por um longo tempo, esperando Yamamoto sair da cirurgia. Permaneceu até que Tsuyoshi o mandou embora, dizendo-lhe que estava tarde e que não deveria se responsabilizar pelo acontecido.
Como não se sentir responsável? Não era ele o braço direito da família Vongola. O segundo no comando, responsável por manter a família unida e segura?
=8=
O sono não vinha, e quando vinha, Gokudera temia pelos pesadelos. Seus cigarros tinham acabado. A programação da tv, na alta madrugada, era horrível.
Yamamoto estava em estado crítico. Passara por uma cirurgia difícil, talvez não sobrevivesse. E se sobrevivesse, com certeza seria com sequelas. Ele nunca mais iria andar. Nunca mais poderia defender a família, nunca mais manejaria uma espada. Nunca mais poderia ir com eles até a escola, nunca mais jogaria seu maldito baseball.
Se ele nunca mais pudesse jogar seu baseball, talvez nunca mais sorrisse de novo. Não daquele jeito bonito e contagiante, que Gokudera odiava e conhecia tão bem.
Levantou-se desanimado. Desligou a tv, pegou um casaco pendurado próximo a porta e saiu. A noite estava fria e sem graça. Mas não o suficiente para um adolescente caminhando sozinho pela rua às três da manhã ser algo tão chamativo.
Nunca perdoaria quem decidiu enfrentar a Vongola. Nunca perdoaria quem feriu Yamamoto. Nunca perdoaria o guardião da chuva se ele não se recuperasse totalmente. Nunca o perdoaria se ele morresse. Nunca se perdoaria se não dissesse... Era isso, tinha decidido. Quando Yamamoto se recuperasse, colocaria um sorriso no rosto e o receberia calorosamente. Nada de xingamentos e palavras vulgares. Deixaria claro que nunca o odiara, muito pelo contrário. E prometeria cuidar dele pra sempre.
Sentiu algo molhado no rosto, passou os dedos e viu que era uma gota. Encarou o céu noturno. Azul, azul escuro, escuro quase preto, limpo, e sem nenhuma nuvem no céu. Não estava chovendo. Sentiu algo molhado escorrendo pelo rosto, quente, doloroso.
Limpou as lágrimas na manga da camisa e entrou na loja de conveniência. Precisava se acalmar, precisava dos malditos cigarros.
Continua...
