Essa fanfiction é uma songfic com a música Essa Pequena do Chico Buarque e foi escrita em parceria com June Prince Charlotte e Lunna Primscott Lerman. Foi escrita p prova II da Copa de Personagens da FCHP.
Essa Pequena
Meu tempo é curto
O tempo dela sobra
Meu cabelo é cinza
O dela é cor de abóbora
Temo que não dure muito
A nossa novela, mas
Eu sou tão feliz com ela
Ela tinha doze anos quando Remus a viu pela primeira vez. Ele era seu professor e ela sua aluna. Remus gostava de observá-la pelo canto do olho durante suas aulas… A forma como mexia nas madeixas ruivas, a forma como seus olhos chocolate brilhavam como estrelas quando falava com suas amigas e a forma como a sua pele parecia mármore.
Foi durante esse ano que Remus tingiu todos os seus lençóis de laranja cor de abóbora, a cor dos cabelos de Ginny. Quando dormia, ele sempre se sentia quente e feliz, pois sentia como se estivesse com os dedos entre os cabelos aveludados da pequena Weasley.
Meu dia voa eela não acorda
Vou até a esquina
Ela quer ir pra Flórida
Acho que nem sei direito
O que que ela fala, mas
Não canso de contemplá-la
Sentia a inocência de seus atos espontâneos. Ah… Quando ela piscava e o poupava um segundo em que não olhou para os olhos da menina. E quando ria! Doce paraíso!
Mas tanta admiração, que não sabia no que desejava encontrar-se dentro. Podia pintar o lençol de castanho para recompensar os momentos em que ela fez a maldade de fechar os olhos e adormecer. Ou pintaria de amarelo, a cor da risada dela. Trazia-lhe felicidade pensar que estaria envolto na alegria de Ginny. Na risada, na sua manifestação de prazer.
E em meio às dúvidas, encontrar a solução. Ela seria mais trabalhosa, mas não teria problema… Faria de — quase e sorrateiramente — tudo para ter Ginny, nem que fossem apenas as sensações. Embriagar-se-ia com sua risada. Boa ideia ele teve ao pintar metade do lençol de amarelo e a outra metade de castanho. Assim poderia ter tudo o que queria, tudo o que lhe faltava.
Feito avarento conto meus minutos
Cada segundo que se esvai
Cuidando dela que anda noutro mundo
Ela que esbanja suas horas
Ao vento, ai
Ela está tão longe… Ah, maldita distancia! E acorda por um segundo de sua utopia silenciosa: "Controle-se, homem! Ela é tão nova!", mas não conseguia evitar. Em momentos, já tingia o lençol de um rosa pálido; que combinava com a cor de sua pele macia.
Ás vezes esperava que cada segundo estivesse mais perto do equinócio. Para que seus olhos pudessem ver o mesmo sol quente e aconchegante que ela, em algum lugar longe dele. Que pudesse trajar-se propriamente desarrumado e admirar a mesma lua que ela admirava, frente à lareira, dessa vez longe das estrelas.
E sentir-se mais perto dela, pelo tempo e espaço. Talvez ouvir sua voz forte e feminina na mente. Apenas dormir. E entregar-se ao lençol tingido que ele se enrolava.
Às vezes ela pinta a boca e sai
Fique à vontade, eu digo, take your time
Sinto que ainda vou penar com essa pequena, mas
O blues já valeu a pena
Por fim pintou o lençol de vermelho, para poder sonhar todas as noites com os lábios carnudos e rubros da ruiva. Proibidos, assim como a maçã no início do mundo, mas que o tentava mais que tudo.
Ouvir a melodia de sua voz o delirava. Seu riso era como sinos de vento no verão, encantadores. Gostaria de gravar suas palavras, para poder escutá-las todas as noites antes de adormecer e sonhar com os traços de seu rosto.
Só o que lhe restava era sonhar. A realidade não o permitira alcançá-la do modo que queria, pois era errado, censurado. Contentar-se-ia com a solidão, ardendo em seu coração. E enrolar-se-ia todas as noites em um lençol sem cor, sem sonhos, sem Ginny.
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