Título: Entre o Amor e o Ódio – Capítulo 1

Fandon: Supernatural

Autora: Mary Spn

Personagens principais: Dean / Sam

Sinopse: Dois irmãos criados de formas diferentes, vivendo uma relação de amor e ódio. Qual dos dois irá vencer esta batalha?

Nota: Esta fic trata-se de Universo Alternativo, Sam e Dean não são caçadores, são apenas personagens desta fic.

Dedicatória: Eu quero dedicar esta fic para A Rainha, em retribuição a "Supernatural Reloaded: Eu os declaro marido e mulher", minha Wincest preferida!


Entre o Amor e o Ódio - cap. 1

Dean tinha acabado de desligar o telefone, onde estava em uma conversa estressante com um fornecedor, quando seu pai entrou na loja, e pelo seu jeito um tanto desconfortável, Dean sabia que ele estava querendo lhe dizer alguma coisa.

- O que foi desta vez? – Dean perguntou sem levantar os olhos do computador.

- Seu irmão vem nos visitar neste final de semana.

- O que? Eu não acredito! – Dean bufou e encarou John.

- Não seja tão radical, Dean! Eu sinto falta do moleque! - John sorriu - E ele vai ficar só alguns dias, então tente ao menos ser cordial desta vez.

- Cordial? Como é possível ser cordial com aquele moleque irritante? E depois, o senhor enfiou todos os móveis do antigo escritório no quarto dele, aonde é que ele vai dormir?

- O seu quarto tem duas camas, não tem? – John falou com a maior naturalidade.

- Pai, eu não vou dividir o quarto com aquele nerdezinho insuportável, não mesmo!

- Eu já falei que serão só alguns dias, Dean! Agora pare de reclamar! – John falou impaciente, saindo da loja.

Dean largou o que estava fazendo e sentou na cadeira, bufando. Sam era o seu irmão caçula, ou meio irmão caçula, já que não eram filhos da mesma mãe.

Enquanto Dean era filho de Mary, a esposa de John, falecida há cinco anos, Sam era fruto de uma aventura extra conjugal de John com uma biscate qualquer, como Dean costumava se referir a mãe de Sam.

Seu meio irmão tinha vinte anos agora, enquanto Dean estava com vinte e quatro. Eram apenas quatro anos de diferença, mas mesmo assim havia uma distância muito grande entre eles.

Enquanto Dean trabalhava duro na loja de auto peças com John, Sam era o garoto riquinho e mimado, que estudava na Suíça. Sua mãe era produtora de moda, e casara-se com um homem muito rico. Dean gostava de dizer que ela deu o golpe do baú, e ela dava a Sam tudo de melhor, desde roupas, carros, até a melhor faculdade, fora do país.

Dean não fora para a faculdade, ao invés disso, preferiu seguir os negócios do pai. Era um excelente negociador, e desde criança adorava lidar com tudo que dizia respeito a carros. Era mesmo muito bom nisso, e trabalhava com muita dedicação e vontade.

Desde crianças, ele e Sam não se suportavam. Sam sempre vivera com a mãe, e cada vez que vinha passar as férias com o pai, ou simplesmente visitá-los, era uma tortura para Dean.

E agora mais uma vez teria que aturá-lo por sabe-se lá quantos dias, e ainda teriam que dividir o mesmo quarto. Dean estava muito, muito puto com a idéia.

Na sexta pela manhã, John teria que ir até a cidade vizinha com Bobby, seu vizinho e amigo que era dono de um ferro velho, afinal tinham negócios a tratar por lá. Apenas quando já estava entrando em sua camionete, John lembrou que precisava buscar Sam no aeroporto dentro de duas horas, e se amaldiçoou por isso, teria que pedir este favor a Dean, que com certeza iria reclamar.

Entrou novamente na loja, no exato momento em que Dean terminara de atender um cliente.

- Muito ocupado, Dean?

- Não, eu estou livre agora. Por que? – Dean perguntou desconfiado.

- Eu preciso de um favor seu. Estou indo ajudar o Bobby com alguns negócios, ele está negociando um Corvette 67, lembra? O Steve acabou de reformar, e se ele não o buscar logo, o desgraçado acaba vendendo pra quem pagar mais, você sabe como é o filho da mãe.

- Sim, eu sei.

- Então... eu preciso que você vá buscar o Sam no aeroporto.

- Ah não, pai! Isso não! – Dean reclamou feito criança, fazendo bico.

- Dean, ele é seu irmão, não vamos começar com isso de novo, ok?

- Eu preciso cuidar da loja, pai. O Sam pode pegar um táxi, não pode?

- Fui eu quem insisti em ir buscá-lo, não posso agora ligar pra ele e pedir para que pegue um táxi. E o David pode cuidar da loja sozinho, você não vai demorar mais do que duas horas.

- Era só o que me faltava! – Dean socou o balcão, bufando.

- Obrigado, filho! E diga ao Sam que até a noite eu estou de volta. E comportem-se! – John ainda gritou da camionete.

Dean tomou um banho, colocou roupas limpas, se olhando mais uma vez no espelho antes de sair, afinal não queria parecer um desleixado diante do seu irmão.

Fazia quase dois anos desde que o vira pela última vez, e Dean ficou pensando no que diria quando o encontrasse. Geralmente não tinham muito o que conversar, pois suas vidas eram muito diferentes, e não tinham quase nada em comum.

Sam era muito certinho, meio nerd, além de esnobe, e Dean detestava as suas manias. Nunca sabia o que esperar do mais novo, não tinham nenhuma intimidade, pareciam dois estranhos quando estavam juntos.

- x -

Sam desembarcou do avião e pegou suas malas, estava exausto pela viagem. Tudo o que precisava agora era de um banho quente e uma cama macia, onde pudesse dormir pelo resto do dia.

Estava ansioso para rever seu pai. Fazia quase dois anos que não o via, e mesmo a relação deles não sendo lá muito calorosa, sentia agora uma saudade imensa. Sua mãe estava sempre viajando, então quase não a encontrava.

Sam sentia falta de uma família. Tinha amigos, mas mesmo assim, na maioria das vezes se sentia muito só. Também tinha o seu irmão, ou meio irmão, como Dean fazia questão de frisar, o que não contava muito, porque Sam sabia que Dean não o suportava.

As poucas vezes que Sam passara com ele e com o pai, Dean sempre arranjava desculpas para não se aproximar, ou então algum motivo para brigarem. Sam já tinha se acostumado com a rejeição do irmão, e já não se importava muito. Ficou pensando se Dean teria mudado neste tempo em que não se viam. Provavelmente não, Dean era mesmo osso duro de roer, como diria sua mãe.

Sam sentou em um banco perto da saída do aeroporto, e ficou aguardando por John. Já estava um pouco atrasado, e Sam pensou se seu pai havia esquecido do que combinaram.

Quando levantou os olhos, viu seu irmão perto da entrada. Dean não parecia ter mudado muito fisicamente, mas estava muito bonito, vestindo jeans e uma camisa preta, que lhe caía muito bem. Sam não sabia por que estava reparando nas roupas do irmão, mas das outras vezes que o vira, ele sempre usava jeans surrado e camiseta, esta era a primeira vez que via Dean arrumado deste jeito.

Dean olhava ao redor, procurando por Sam, quando finalmente o avistou. Estava parado em frente a um banco, olhando para ele, e Dean pensou por que o idiota não o havia chamado, ao invés de deixá-lo procurando.

Sam tinha crescido... estava mais alto, mais alto que ele até, o que deixava Dean ainda mais puto da vida. E como sempre, estava muito bem vestido. Calça jeans de griffe, que lhe assentavam muito bem, e uma camisa clara, com listras discretas. Dean foi se aproximando e viu Sam sorrir, aquele sorriso infantil, onde apareciam as covinhas em seu rosto, e Dean não pode deixar de sorrir também, era seu irmão afinal.

- Hey! – Foi tudo o que Dean conseguiu falar.

- Hey Dean! – Sam sentiu vontade de abraçá-lo, agora percebera quanta saudade sentira dele também, mas como Dean ficou parado feito um poste na sua frente, com as mãos no bolso, Sam acabou desistindo da idéia.

- É... Precisa de ajuda com as malas? – Dean finalmente falou, quebrando o silêncio constrangedor entre os dois.

- Não, eu posso levar sozinho, obrigado. – Sam só trazia uma mala grande com rodas, e mais uma maleta na mão.

- E como foi a viagem? – Dean perguntou enquanto se dirigiam até o carro.

- Foi... tranquila, mas cansativa.

- Pois é, eu tenho más notícias pra você. - Dean falava enquanto fechava o porta malas do Impala - O pai não sabia que você voltaria tão cedo, e...

- Cedo? – Sam sorriu com ironia.

- Bom... é... então ele acabou utilizando o seu quarto como depósito, sabe... tem uns móveis lá dentro, e acho que ele não pretende tirar aquilo de lá tão cedo. Então ele sugeriu que você dormisse no meu quarto, mas eu pensei que talvez você fosse ficar mais confortável em um hotel, o que você me diz? – Dean perguntou esperançoso.

- Bom, eu... eu não me importo de ficar no seu quarto, a não ser que você não me queira por lá.

- Não! Não... por mim tudo bem. Você pode ficar, desde que não mexa nas minhas coisas e não ronque durante a noite. – Dean falou um tanto sério.

- Ok, eu acho que eu não ronco. – Sam teve que rir - Eu estava esperando pelo papai. Ele não pode vir?

- Não, ele... Bom, surgiu um negócio de última hora, então ele pediu que eu viesse no seu lugar.

- Ah.

- Então, mais alguns anos e você se torna um advogado? – Dean perguntou enquanto dirigia, apenas para puxar assunto, não que realmente estivesse interessado.

- Eu já não sei mais.

- Não sabe o que?

- Se eu vou cursar direito, eu já não sei se é isso o que eu realmente quero.

- Mas você queria isso desde pirralho, o que aconteceu? – Agora Dean estava mesmo curioso.

- Não sei, algumas coisas mudaram. – De repente a paisagem lá fora se tornou a coisa mais interessante do mundo para Sam, e ambos ficaram em silêncio até chegarem em casa.

Sam desceu do carro e ficou observando a casa, vendo que muita coisa havia mudado por ali. A loja, que tinha seu prédio no terreno ao lado, tinha sido reformada e aumentada. A casa tinha sido pintada recentemente, o jardim estava bem cuidado, tudo muito melhor do que quando vira da última vez.

- Aumentaram a loja? – Sam perguntou, puxando assunto.

- Sim, a sala ficou pequena, então o pai derrubou a antiga e construiu outra, faz uns seis meses agora.

- Hmm, ficou muito bonita.

Sam pegou sua mala e entrou na casa, só então se lembrando de que teria que dividir o quarto com Dean. Isso com certeza não seria uma boa idéia, mas desta vez tinha vontade de estar perto de sua família, então ainda era melhor do que ficar sozinho em um hotel.

Subiu as escadas atrás de Dean, e deixou sua mala no chão do quarto, que estava uma bagunça. Dean rapidamente ajuntou algumas roupas do chão, constrangido, mas Sam fingiu não perceber.

- Está meio bagunçado, né? Eu ia dar um jeito nisso antes de você chegar, mas como tive que ir te buscar, então...

- Ta tudo bem, Dean. Eu não me importo, o quarto é seu.

- Bom, eu preciso voltar pra loja, se você quiser tomar um banho, fique a vontade. E se quiser comer, pode assaltar a geladeira.

- Ok, obrigado, Dean. Eu vou tomar um banho e dormir um pouco. A viagem foi cansativa.

Dean saiu do quarto bufando. Estava tentando ser cordial, como John havia pedido, mas só de pensar em ter que dividir o quarto com Sam, o fazia entrar em desespero.

Sam tomou um banho demorado, vestiu uma roupa mais confortável, e sentou na cama que passaria a ocupar. Olhou a bagunça em volta, sentindo certo desespero. Como iria conseguir conviver com isso? Viera decidido a conhecer melhor seu pai e seu irmão, e sabia que isso não seria nada fácil. Bufou e decidiu por arrumar toda aquela bagunça, afinal não conseguiria dormir deste jeito.

Depois de colocar tudo em ordem, Sam deitou na cama, e logo acabou adormecendo, vencido pelo cansaço.

Dean andava de um lado para o outro dentro da loja, nervoso. Haviam poucos clientes naquele dia, e não conseguia parar de pensar no que Sam estaria fazendo em seu quarto. Resolveu por ir até lá conferir, e quando entrou no quarto ficou surpreso ao ver tudo organizado. Sam dormia silenciosamente na cama sobressalente, Dean mal podia ouvir sua respiração.

Se aproximou em silêncio e teve que rir, da forma como Sam, com toda aquela altura, estava encolhido na cama, parecendo uma criança. Provavelmente deveria estar com frio, Dean pensou, e então pegou mais um cobertor no armário e colocou sobre ele.

Quando Sam acordou já era final de tarde, e ouviu vozes vindas da parte de baixo da casa. Lavou o rosto para espantar o sono, trocou de roupas e desceu, ansioso por encontrar com John.

Seu pai e Dean estavam conversando na sala, e o sorriso de John se abriu ao se deparar com o filho caçula. Se abraçaram, e Dean ficou apenas os observando, de longe.

- Bom te ver de novo, garoto! – John bagunçou seus cabelos.

- Eu senti sua falta, pai! – Sam falou com os olhos marejados, e Dean revirou os olhos diante da cena.

John levou Sam para conhecer a loja, animadíssimo, e ficaram um longo tempo por lá conversando, enquanto Dean preparava o jantar, já que era dia de folga da empregada.

Quando voltaram para a casa e foram jantar, Sam não comeu quase nada, o que não passou despercebido aos olhos de Dean.

- Não gostou da comida, Sammy? Muito simples pra você? – Dean não perderia a chance de provocá-lo.

- Eu... gostei sim, só estou sem fome. – Sam justificou, um tanto constrangido com o que Dean falou.

- Tem um restaurante aqui perto, se você quiser algo melhor. – Dean ainda alfinetou.

- Obrigado pela dica, Dean. Mas não vai ser necessário. – Sam manteve a educação.

Dean levantou da mesa, retirando o seu prato, depois que John também já tinha retirado o seu.

- Agora você pode lavar a louça, irmãozinho, já que eu preparei o jantar.

- Não há necessidade, eu faço isso. – John se intrometeu, olhando de cara feia para Dean.

- Pode deixar, pai. Eu não vejo problemas em lavar a louça. Pode ir assistir o noticiário se quiser.

- Ok, eu já vou descansar então, o dia foi muito cansativo. Boa noite, filhos!

John se recolheu, e Sam lavou a louça e deixou a cozinha em ordem, imaginando que Dean deveria ter sujado muito mais louças que o necessário, justamente para lhe provocar.

Se o seu irmão já estava querendo encrencas no primeiro dia, ficaria decepcionado, pois Sam não iria lhe dar este gostinho.

Quando Sam foi se deitar, Dean já estava na cama, ainda acordado. Acendeu a luz, e vestiu seu pijama, sob o olhar atento de seu irmão.

- Vai demorar muito, donzela? – Dean reclamou, sem paciência.

- Dean, se você está procurando encrenca, pode esquecer, eu não vou entrar na sua desta vez.

- Eu? Procurando encrenca? – Dean gargalhou.

- Eu sei que você não me suporta, e eu idem, mas se nós vamos ter que dormir no mesmo quarto, é melhor você respeitar um pouco o meu espaço.

- Respeitar o seu espaço?

- É o mínimo que você pode fazer.

- Neste quarto não tem espaço pra você, irmãozinho. Eu sugiro que você vá para um hotel.

- Esquece, Dean. Você pode infernizar a minha vida o quanto quiser, eu não vou sair daqui. Aliás, não tenho pressa nenhuma em ir embora desta vez.

- Então, pra começar, nunca mais mexa nas minhas coisas!

- Mexer nas suas coisas? Eu só arrumei a sua bagunça, idiota! - Sam retrucou, incrédulo.

- Isso não é da sua conta. Deixe as coisas como estão, eu não quero você tocando em nada que é meu.

- Eu também não faço questão nenhuma em tocar algo que é seu. Agora cala essa boca e dorme!

- Ok, então apague logo essa luz e me deixe dormir! – Dean virou de costas e colocou um travesseiro em cima da cabeça.

Sam não conseguiu dormir de imediato, e se virava de um lado para o outro na cama, fazendo Dean se irritar ainda mais.

- Dá pra você parar?

- Cara, eu achava que você era um chato, mas não, eu me enganei. Você é insuportável, Dean!

Sam ficou encarando o teto, no escuro, pensando que pelo visto a sua vida seria um inferno nos próximos dias. Não era alguém que desistia fácil, mas não tinha muita certeza de que isto valeria a pena.

No final de semana, Sam ficou o menor tempo possível em casa. Pegou a camionete de John emprestada, já que nem sonhando Dean lhe emprestaria o Impala, e foi passear pela cidade. Encontrou alguns conhecidos, e a noite saiu com eles, tudo para evitar bater de frente com Dean logo nos primeiros dias. Sabia que seu irmão não iria facilitar nem um pouco a sua estadia ali.


Continua...

Mais uma Wincest a caminho... A quem leu Incertezas, por favor esqueçam aqueles personagens. O meu Sam e Dean desta fic são totalmente diferentes. Pretendo fazer vocês amá-los e odiá-los em diversas situações. Espero que curtam! E como vocês já sabem, eu adoro saber a sua opinião!

Beijokas a todos que leram até aqui!

Mary.