Por Amor

Eu encarei Ginny. Ela estava sentada pensativa na sala da casa que dividíamos fingindo observar James, de quatro anos de idade, e Albus, de dois, brincando. Sentei-me ao lado dela.

- Uma moeda por seus pensamentos… - eu disse baixinho, tentando não assustá-la.

Ela não se assustou, mas me encarou espantada, como se não tivesse reparado que estivera devaneando.

- Estive pensando no nome da nossa filha. Você disse que não se importava em colocar Lily Molly Potter, mas acho que tinha outros planos, não é?

Era verdade. Há muito tempo, Ginny percebera que eu gostava de alguém, além dela.

Era diferente do que eu sentia pela minha esposa e acho que ela sabia disso também, por isso nunca sentira ciúmes e nunca puxara o assunto. Ela sabia que, ainda que eu gostasse de outra mulher, eu a amava.

Ainda que eu tivesse percebido aquilo, não conseguia expressar minha vontade de homenageá-la. Seria como confessar o nome da mulher que eu amava, dizer à Ginny o nome de sua rival.

- Eu gosto de Lily Molly. Afinal, sua mãe foi como uma mãe para mim, também.

Ela me lançou um olhar frio, como se me pressionasse a dizer a verdade.

- Entretanto, - continuei, gaguejando um pouco, - não posso deixar de pensar que Lily Luna soa muito melhor. Quero dizer, a sonoridade do nome é bem interessante.

Posso ter me enganado, mas por um segundo pensei ter visto um sorriso triunfante nos lábios de Ginny.

- Você está certo, Harry. Luna vai se sentir honrada, - disse minha esposa com um suave sorriso nos lábios, segurando a barriga com carinho.

Sorrindo, eu assenti. Ela parecia feliz por, enfim, eu ter desabafado aquele nome para ela, e confesso que me senti feliz também, como se agora nos conhecêssemos melhor ainda.