Aviso: as personagens não são meus mas a historias é!
A
Verdade está lá fora...
primeiro
capítulo: primeira impressão
Desceu
apressada do táxi, pagou o motorista e passou a andar com o
passo apertado. Estava atrasada, isso não era novidade da sua
pessoa. A entrevista estava marcada às três horas e
passara dez minutos do horário marcado. E para piorar a
situação, a chuva estava muito forte.
Atrapalhada,
levou a mão ao bolso da jaqueta e puxou um papel. Lá
havia um pequeno mapa do local onde está marcado a sua
entrevista. Deu uma olhada rápida no papel sem prestar atenção
por onde andava e tombou com uma pessoa.
- Ai!- disse ela
caindo no chão e derrubando sua pasta e papéis.
- Ei
garota, olhe por onde anda! - Disse o homem estendendo a mão
para ajudar aquela mulher.
- Hunf, não preciso de sua
ajuda! - Ela arrumou todas as suas coisas, pegou seu guarda-chuva e
deixou aquele homem para trás. Este último ficou parado
no lugar e sem fala.
-...mas que génio... - Percebeu
que aquela mulher esqueceu um documento no chão e pegou-o.
Olhou para a foto e leu o nome daquela moça – Sakura
Kinomoto...
Finalmente Sakura encontrou o escritório no qual marcou sua entrevista. Subiu as poucas escadas que lá havia e tocou a campainha. Enquanto esperava uma resposta, apertou mais a sua jaqueta para se aquecer e terminou de ajeitar os seus papéis. A porta abriu e um homem procurou a identificação de Sakura.
- Sakura Kinomoto, marquei uma entrevista com o
senhor Fujitaka às três horas.
- Certo, entre por
favor...
Ela entrou e seguiu aquele homem até uma sala pequena. Abriu a porta e pediu para esta entrar e sentar em uma das poltronas. Sakura assim o fez e aguardou a vinda de Fujitaka para iniciarem a entrevista. Em pouco tempo, viu que a porta abriu e de lá entrou outro homem.
- Boa tarde, estava a sua espera, Sakura
Kinomoto.
- Senhor Fujitaka?
- Isso mesmo, muito prazer.
- O
prazer é todo meu. - Apertaram as mãos - Desculpe-me
pela demora, tive uns problemas no aeroporto e...
- Não
precisa se preocupar com isso. O que acha de iniciarmos a
entrevista.
- Sim, claro!
- Muito bem, trouxe os documentos no
qual pedi?
- Trouxe sim, estão todos aqui - Ela entregou
uma papelada para Fujitaka e sentaram um de frente para o outro sendo
separados apenas pela grande mesa daquela sala.
- Muito bem, falta
a sua identidade.
- Minha identidade? Ela não está
aí?
- Não. Todos os documentos estão aqui
excepto sua identidade.
- Não é possível! -
Abriu sua bolsa e vasculhou por todos os cantos em busca daquele
documento que era o mais importante, mas nada foi encontrado.
A porta abriu e outro homem entrou na sala.
- Shaoran! Quem deu
permissão para você invadir a minha entrevista deste
jeito? - Disse Fujitaka um pouco irritado com a falta de educação
daquele rapaz.
- Me desculpe. Só vim devolver isto para
essa senhorita.
Sakura virou-se e encarou aquele homem. Ficou um
pouco surpresa ao reconhecer o roto dele. - Você é
aquele cara que me derrubou na rua! Como conseguiu pegar a minha
identidade?
- Você derrubou quando caiu no chão e nem
esperou para eu devolver.
- Hunf. - Arrancou o documento das mãos
dele e entregou imediatamente para Fujitaka. Este último
parecia um pouco surpreso pelo diálogo dos dois.
- Não
sabia que vocês se conheciam.
- Nos conhecemos à uns
cinco minutos atrás. A moça passeava alegre e
saltitante pela rua e fez questão de esbarrar em mim.
-
Olha, para começar eu não estava nem um pouco alegre e
muito menos saltitante.
- Acalmem-se! Acalmem-se! Por favor
Shaoran, sente-se enquanto eu faço a entrevista da senhorita
Kinomoto.
- Belezas, aliás, aqui estão suas
rosquinhas. - Colocou o pacote sob a mesa e sentou-se em uma poltrona
um pouco distante de Fujitaka e Sakura.
- Obrigado. - Agradeceu
Fujitaka enquanto abria o pacote. - Vamos iniciar esta entrevista. -
Ofereceu um biscoito para Sakura mas esta recusou educadamente.
-
Não, muito obrigada.
- Senhorita Kinomoto, então
você é formada em medicina especialmente para autópsia
de defuntos humanos.
- Isso mesmo.
- E como soube do nosso
serviço?
- Minha mãe me contou sobre vocês e
disse que precisavam de um agente formado em medicina.
- Você
mora sozinha?
- Não. Moro com minha mãe e meu irmão.
Minha família incentivou-me à vir para cá atrás
desse serviço. Agradeço ao senhor por me escolher entre
muitos candidatos para fazer esta entrevista, pois minha família
ficaria desapontada caso não entrasse.
- Não
agradeça, eu que devo isso. Bem, você já viu o
nosso serviço alguma vez?
–...Não.
– Não
precisa se preocupar com isso. Este é o agente Shaoran Li,
trabalha conosco desde o ano passado e se dá muito bem aqui.
Nós trabalhamos em equipa, sempre em duplas, e o seu parceiro
de serviço a partir de hoje será ele.
Sakura
levantou assustada da cadeira e falou:
- O quê? - Olhou para
trás e observou o seu futuro companheiro. Ele mastigava
chiclete, segurava uma lata de refrigerante e jogava Game box. Voltou
a encarar o se actual chefe com desanimo em seus olhos. - Ele será
o meu parceiro de serviço!
- Exacto. Shaoran pode ter
hábitos detestáveis, mas é um excelente
agente.
Sakura suspirou e pensou um pouco. Teria que aceitar,
caso contrário ficaria desempregada. Estendeu a mão
para Fujitaka e decidiu-se:
- Tudo bem, eu aceito.
- Óptimo!
- Fujitaka sorriu e apertou a mão de Sakura. - Em duas horas
seu crachá e outros documentos da firma estarão
prontos. Já arranjou algum lugar para morar aqui?
- Ainda
não, farei isso agora.
- Certo! Shaoran irá
acompanhar-te. Como companheiro de serviço, ele também
tem o dever de ajudar sua companheira em outras coisas.
Sakura
suspirou novamente e levantou-se. Shaoran também estava em pé
e a espera de sua parceira. Também parecia um pouco
desapontado, mas teriam que conhecer um ao outro e se acostumar com
um ao outro. Sakura despediu-se de Fujitaka e Shaoran fez o mesmo.
Saíram do escritório sem dirigirem palavra alguma e
abriram seus guarda-chuvas. Shaoran sabia que aquele silêncio
não poderia durar para sempre e resolveu quebrar-lo com
algumas palavras.
- Para onde quer ir?
- Vamos à uma
lanchonete. Quero comer alguma coisa antes de procurar
apartamentos.
- Ok. Têm uma aqui na esquina.
Andaram
um pouco apressados e fecharam seus guarda-chuvas ao entrarem na
lanchonete. Sentaram em uma mesa pequena, de dois lugares, e fizeram
seus pedidos para uma garçonete.
- Eu quero um suco de
laranja sem açúcar e um X-Salada sem maionese, por
favor. - Disse Sakura educadamente.
- E eu quero uma lata de
Cola-Cola e um X-Tudo com lingüiça de porco.
A
garçonete anotou os pedidos e retirou-se.
Sakura observava
Shaoran sem que este percebesse, mas ele levantou o rosto e seus
olhos encontraram-se. Sakura disfarçou um pouco fingindo que
olhava para o chão e resolveu quebrar o silêncio:
-
Você sabia que muito refrigerante estufa o estômago?
-
Pode estufar mas não explode.
Ela ficou um pouco
desapontada com o "fora" que recebeu de Shaoran e
inquietou. Não estava afim de ficar quieta e mais uma vez
tentou puxar assunto:
- Escute Shao...Shao...
- Shaoran
Li.
- Isso! Não esquecerei mais o seu nome!
- E o seu é
Sakura Kinomoto não é? Mas diga-me o que queria
dizer.
- Ah sim! Ahn... Eu sei que é chato eu perguntar
isso mas...por que entrou na FBI?
Shaoran olhou para os belos
olhos verde-esmeralda daquela mulher que estava em sua frente e
percebeu que eles apresentavam um olhar curioso. Sorriu e ajeitou-se
na cadeira pronto para expor sua história pelo interesse de
seu atual serviço.
- Bom, desde menino eu era interessado
pelas coisas paranormais. Com o passar do tempo, o meu interesse foi
aumentado ao invés de diminuir, até que descobri a sede
do FBI que cuidava de casos especiais. Não demorei para entrar
e hoje sou um cara feliz. Vejo coisas que jamais pensei que veria em
minha vida.
- Interessante. - Respondeu Sakura um pouco
desapontada com o interesse bobo de Shaoran.
- Pode ser estranho o
que irei perguntar agora mas minha curiosidade está pegando
fogo.
- Fique à vontade.
- Você acredita em seres
extra-terrestres?
- No momento de acordo com os fatos que eu vi, a
resposta seria não.
A garçonete chegou com os
lanches e com as bebidas e serviu o casal. Shaoran deu uma mordida em
seu lanche e uma ligeira bebida em seu refrigerante.
- Mas por que
não?
- Acho absurdo aparecer um homem de um metro de
altura, com olhos e cabeça grande e com seis dedos nas mãos
e nos pés. Já foi comprovado que não existe vida
em outros planetas.
- Já que estes homenzinhos de um metro
não são ETs, o que são?
- Poderia ser uma
pessoa com problemas de altura, ou um animal bípede como um
filhote de avestruz ou uma galinha.
- Quer dizer que aquelas
pessoas viram uma galinha?
- Pode ser. Deviam estar sonâmbulas
ou bêbadas ou com a visão ruim, e ao verem o animal,
pensaram que era um ET.
- E o que me diz das visões de
OVNIS?
- Um satélite, um avião, um balão...
-
E dos casos de abdução?
- Com certeza um louco que
quer aparecer na TV e sumiu de tudo e todos só para dizer que
foi abduzido.
- E as feridas no corpo?
- Devia ser masoquista e
se machucou de jeitos diferentes só para se mostrar.
-
Hum... - Shaoran terminou de comer seu lanche e sorriu para Sakura -
Você é do tipo que arranja resposta para tudo e que só
acredita vendo.
- Não arranjo resposta para tudo, e não
acredito vendo, apenas digo a verdade.
- Então se não
acredita vendo, como que disse todas essas "verdades"sem
comprovar a existência de extra-terrestres?
Sakura ficou
olhando para Shaoran sem fala. Desta vez ele pegou-a em cheio.
Terminou de comer seu lanche e levantou-se:
- Tudo bem, eu
respeito os seus direitos. Você acredita e eu não,
combinado?
- Combinado. Vamos embora?
- Vamos
Pagaram
suas contas e saíram da lanchonete. Para a alegria dos dois
não estava chovendo, porém o frio continuava a
vigorar.
- Onde posso arranjar apartamentos por preço
baixo?
- No prédio onde moro, os apartamentos são
baratíssimos. Não são muito grandes mas são
bons o bastante para morar sozinho. Acho impossível achar
outro com um preço menor.
- Óptimo, vamos lá.
Mas preciso pegar minhas coisas que ficaram no escritório do
Fujitaka.
Voltaram para o escritório e Sakura pegou todas
as suas malas. Shaoran ajudou-a e colocou as bagagens dentro do
porta-malas de um carro.
- De quem é o carro? - Perguntou
Sakura ao ver Shaoran entrar no carro.
- Se eu tenho as chaves é
óbvio que é meu.
Sakura suspirou. Estava se
acostumando com a ignorância de Shaoran. Desceu as escadas do
escritório e entrou no carro. Ajeitou suas papeladas e puxou o
cinto de segurança.
- É indelicado perguntar isso
para uma mulher mas já que sou seu parceiro tenho o direito de
saber. Quantos anos você tem?
- Tenho 25...
- Sério?
Eu também! Que coincidência!"
- Olha o
semáforo! - Gritou ao mesmo tempo que tapou os olhos com as
mãos. Ouviu o pneu do carro cantar e não escutou nenhum
barulho anormal. Lentamente tirou as mãos dos olhos e olhou
para Shaoran.
- Acha que bato o carro facilmente é? -
Perguntou ele rindo da cara de assustada de sua companheira.
-
Não, mas acho que você é um perfeito barbeiro.
-
He, he, obrigado. Chegamos!
O carro parou e Sakura pode
descer. Observou o prédio que seria sua casa agora. Não
era nada esplendido, mas quebrava o galho. Assim como os demais
prédios daquela região, apresentava uma arquitetura
antiga com as portas e janelas enormes. O prédio era pequeno,
tinha apenas três andares. Subiu uns alguns degraus e Shaoran
abriu a porta principal do prédio. Lá dentro havia um
pequeno balcão e uma mulher que deveria ser a balconista.
-
Oh, olá Li, trouxe visita?
- Olá Naoko. Não,
ela é uma amiga do serviço e quer morar em algum
apartamento deste prédio. Ainda tem algum sobrando?
- Claro
que tem! Temos três sobrando, mas só um está bem
cuidado. Vamos ao último andar que é lá onde ele
está.
Os três subiram as escadas até o
terceiro andar e lá a moça abriu uma porta.
- Este é
o melhor que temos à venda. Os outros estão sujos e ate
com as janelas quebradas.
- OK. Ficarei com este.
Desceram
novamente e lá Sakura fez o seu pagamento. Teve um bom
desconto por ser indicação de amigo, e os móveis
são inclusos.
- Os móveis só chegarão
amanhã senhorita.
- Não se preocupe com isso. Muito
obrigada.
- Mas aonde passará a noite? - Perguntou Shaoran
saindo do prédio.
- Posso pagar um hotel, não tem
problema. - Ela passou a segui-lo.
- Imagina! Economize dinheiro.
Por que não dorme em casa esta noite?
Sakura olhou meio
feio para Shaoran e antes que pudesse falar algo, Shaoran
continuou.
- Não precisa se preocupar, não sou
nenhum maníaco sexual. Só falei isso pois pensei que
seria melhor você guardar um dinheirinho.
- Tudo bem então.
- Concordou com a proposta e sorriu.
Os dois pegaram todas as
malas que estavam no carro e subiram até o segundo andar onde
Shaoran mora. Ao entrar, Sakura ficou encantada com a casa do rapaz.
Em todos os cantos haviam pôsteres de ETs e OVNIs. As paredes
estavam cobertas de textos e jornais sobre ufologia e fotos
horripilantes. Tinha também um aquário onde um dos
enfeites deste era um disco voador que subia e descia soltando bolhas
de ar. Sakura riu e virou-se para Shaoran.
- Você gosta
mesmo destas coisas hein?
- Eu adoro! Olha só, tenho até
filmes: ET o extra-terrestre; Independence Day; Contatos Imediatos de
3º Grau; MIB; Marte Ataca e muitos outros...
Aproximou-se de
um som e ligou-o ao volume máximo. Sakura até pulou de
susto mas logo seus ouvidos acostumaram-se com a altura daquele
rock.
- Gosta de música?
- Sim...mas não de
rock...e muito menos com o som tão alto assim...
- Iron
Maiden...só sentimos o gosto da música com o volume ao
máximo! Aí sim fica bom de se escutar!
- He, he,
você é louco.
- Fique a vontade, sinta-se em casa.
-
Obrigada, acho que vou tomar um banho.
Shaoran arrumou o
banheiro para Sakura e retirou-se para esta ficar a vontade. Enquanto
tomava banho, pensava consigo mesma.
"O Li é uma
pessoa boa. Não é tão pateta como eu havia
pensado."
Fora do banheiro, Shaoran arrumava seu quarto para
colocar um colchão no chão. Teria que ser educado,
estava disposto a oferecer sua cama para a agente principiante e iria
dormir na sala em um colchão. Seu celular tocou e não
demorou para atende-lo.
- Shaoran falando. Oh, e aí
Fujitaka! O...O que? - O sorriso de Shaoran aos poucos desapareceu
até ficar sério. Logo desligou o telefone e correu para
bater na porta do banheiro. - Sakura! Saia logo, temos uma
emergência!
- Emergência? Mas já? - Sakura
vestiu-se e saiu imediatamente do banheiro. Shaoran já estava
com tudo pronto para saírem, só faltava Sakura.
Desceram as escadas e Shaoran correu até o carro.
- É
bom levares algumas roupas agente Kinomoto.
- Mas o que está
acontecendo?
- Vai logo!
Ela subiu o mais rápido
possível, separou algumas roupas e voltou a descer. Entrou no
carro e Shaoran dirigiu apressadamente.
- Li, o que está
acontecendo?
- Fujitaka me ligou e disse que aconteceram coisas
estranhas num hospital do interior. Ele pediu para irmos lá.
-
Vamos para o interior? Mas meu crachá nem está
comigo!
- Está com Fujitaka. Ele dará para você
assim que chegarmos.
- Ta!
Algumas horas depois, o carro
parou de andar. Sakura dormia e Shaoran sacudiu-a para que esta
acordasse.
- Acorde Kinomoto! Nós já
chegamos!
Sakura acordou assustada e saiu imediatamente. Viu-se em
frente de um hospital pequeno e muitas pessoas estavam fora. Shaoran
pegou o seu braço e levou-a para aquele amontoado de gente.
Empurrou todos que estavam a sua frente até encontrar o motivo
daquela afobação. Sakura sentiu um arrepio ao ver o
cadáver no chão e saiu daquele lugar. Ao sair,
encontrou-se com Fujitaka e este parecia muito sério e
segurava um objeto em sua mão.
- Agente Sakura, aqui está
o seu crachá. Seja bem-vinda ao FBI.
Esta pegou seu crachá
e colocou-o em sua jaqueta. Olhou para Fujitaka e agradeceu. Shaoran
aproximou-se dos dois e entrou logo com o assunto:
- O que
aconteceu aqui Fujitaka?
- Este corpo foi encontrado no meio da
floresta na noite passada e foi trago até aqui. Não
temos nenhuma pista do assassino.
- Certo, está na hora de
reagirmos. - Disse Shaoran pedindo para todas aquelas pessoas saírem
e abrirem espaço para os outros funcionários do FBI
pesquisarem o local.
Sakura aproximou-se de Shaoran um pouco
perdida e perguntou:
- E eu? O que faço?
- Estude o
defunto e tente descobrir o motivo de sua morte. - E saiu deixando
Sakura sozinha. Esta última olhou para o defunto e tentou
acalmar-se.
- Podia ter um laboratório aqui...
Agachou
e olhou bem para o morto. Era uma mulher, tinha cabelos enrolados e
loiros. Estava sem nenhuma ferida no corpo, porém estava
branca como um lençol. A cor de sua pele foi o maior motivo
por deixar Sakura espantada. Colocou suas luvas de borracha e virou o
cadáver de barriga para cima. Algo chamou-te a atenção:
uma verruga muito estranha estava no braço direito da mulher.
Pegou uma pinça e cutucou a verruga com todo cuidado. Percebeu
que aquilo não era uma verruga comum, era bem diferente,
principalmente pela cor vermelha e por ser dura.
A agente
iniciante suspirou. Por mais que tentava não conseguia
descobrir o motivo da morte daquela pessoa. Levantou-se, tirou suas
luvas e chamou um funcionário pedindo para esse levar o corpo
para o hospital pois veria os dados da falecida e terminaria a
autópsia.
Entrou no hospital porém foi barrada por
uma enfermeira que queria uma identificação.
-
Desculpe mocinha, mas só pode entrar pessoas autorizadas
aqui.
- Sou a agente Sakura da FBI. Tenho autorização
para entrar - Ela mostrou seu crachá e continuou - Viu algum
agente de nome Shaoran?
- Vi sim! Ele está no segundo andar
na sala 48.
- Obrigada!
Sakura subiu as escadas um pouco
apressada e chegou na sala indicada pela enfermeira. Viu Shaoran
junto de outras pessoas e faziam perguntas para os pacientes que ali
estavam. Aproximou-se de Shaoran e puxou-o para uma conversa.
- O
que você está fazendo? - Perguntou.
- Tentando
descobrir se alguns destes pacientes viram a garota sair ou se viram
alguém pegá-la.
- E descobriu?
- Não,
ninguém viu nada. Este é o quarto onde ela estava mas
mesmo assim não descobrimos nada. E você? Sabe por qual
motivo ela morreu?
- Infelizmente não. Ela está
completamente branca e não apresenta nenhuma lesão no
corpo. Pensei que foi enforcada, mas seu pescoço não
apresenta marcas.
- Que estranho...
Sakura caminhou e observava
todos os pacientes. Todos estavam desesperados e alguns até
choravam. Viu uma cama vazia, logo percebeu que era a cama daquela
mulher falecida. Imaginou o medo que corria no sangue daquelas
pessoas. Virou-se para uma enfermeira que estava presente no quarto e
perguntou:
- As pessoas desta sala apresentam as mesmas doenças?
-
Não, cada um tem um problema diferente do outro, mas não
é nenhuma doença. A falecida estava com o braço
quebrado e tinha 16 anos.
- Muito jovem... - exclamou Shaoran.
A
agente principiante observa a enfermeira até que notou algo
diferente nela. Em seu pescoço havia uma mancha idêntica
à do cadáver.
- O que é isso em seu pescoço?
- Disse Sakura um pouco preocupada.
Shaoran não entendeu
porque Sakura fez aquela pergunto, mas percebeu que ela sabia de
alguma coisa importante.
- Essa verruga? Deve ter aparecido
enquanto fritava batatas. O óleo espirrou e acho que
queimou...
Sakura permanecia séria. Pediu para Shaoran sair
um pouco para conversarem. Foram a uma sala vazia que ficava no
térreo, e lá estava o corpo da garota falecida.
- O
que aconteceu?
- Li, olhe isso! - Ela tirou o lençol que
cobria o cadáver e mostrou a verruga no braço daquela
pessoa. - Viu? É a mesma que está no pescoço
daquela enfermeira.
Shaoran observou e tentava lembrar da mancha
que estava no pescoço daquela enfermeira.
- Olha, eu não
sou de ficar olhando para o pescoço dos outros, mas você
acha que esta verruga tem algo semelhante com o assassinato?
- Não
tenho certeza, mas pode ser que sim...
- Hum... Acho que você
precisa descansar. Este é o seu primeiro caso a resolver e
mexeu com seus neurónios. Aproveite, agora são seis
horas e você pode descansar bastante.
- O quê? De
jeito nenhum...eu não estou cansada... - Sakura sentiu seus
olhos pesarem e caiu no sono sem perceber. Shaoran ajudou-a a sentar
de modo que pudesse dormir sossegada. Observava sua parceira
descansar, ela era outra pessoa enquanto dormia, parecia mais calma e
mais doce. Voltou para si e saiu do quarto, tinha mais coisas para
fazer.
Cerca de duas horas depois, Sakura abriu lentamente os
seus olhos e levantou-se. Coçou os olhos um pouco e ajeitou
sua roupa. Olhou para o relógio e viu que passara das oito
horas da noite.
- Chega, já dormi demais.
Saiu do quarto
e viu um amontoado de gente no corredor. Estranhou um pouco e
dirigiu-se ao local onde aquelas pessoas estavam. Viu que Shaoran
também estava lá e este veio conversar com sua
parceira.
- Bom dia! Agora você não dorme mais.
-
Engraçadinho. O que aconteceu?
- Também não
sei. Cheguei agora e vi esse povo reunido no meio do corredor, vamos
verificar.
Os agentes entraram no meio da multidão afim de
obterem uma resposta para suas dúvidas.
- O que aconteceu
aqui? - perguntou Shaoran.
- A enfermeira Hikaru desapareceu! -
respondeu um dos médicos que ali estavam.
Sakura gelou.
Hikaru era aquela mulher que tinha uma verruga no pescoço.
-
Isso foi agora? - perguntou Sakura ainda pasma pela notícia.
-
Foi. Todos os funcionários do hospital estavam numa reunião
e Hikaru disse que iria preparar café. Passou vinte minutos e
ela não apareceu!
Shaoran e Sakura entreolharam-se. Essa
enfermeira poderia ser a assassina ou até mesmo uma vítima.
-
Vamos procura-la! Não deve estar muito longe daqui, aí
fora só tem mato e mais nada! - Disse Shaoran que mais uma vez
puxou Sakura e foram seguidos por três médicos. Sakura
estava com medo, não conseguia disfarçar a sua
respiração afobada. Shaoran e os médicos andavam
mais a frente e Sakura estava mais para trás, não
conseguia seguir o ritmo deles. Olhava em todas as portas e via que
os pacientes estavam desesperados de medo. Mas algo chamou-te a
atenção: viu um paciente entrar num quarto individual e
deitou-se na cama. Parou de andar e ficou olhando aquela pessoa com
olhos arregalados. O paciente era um homem, devia ter 18 anos de
idade e também olhava para Sakura com os olhos mais sérios
do mundo.
- Kinomoto! Venha logo! - gritou Shaoran.
Sakura
obedeceu Shaoran e correu até o encontro dele. Olhou pela
última vez para aquele quarto e viu que o rapaz continuava a
olhar para ela.
Foram até uma porta que ficava no fundo do
hospital e, antes de abrirem-na, uma outra enfermeira entrou por
aquela porta e chorava muito.
- O que aconteceu? - perguntou um
dos médicos preocupadíssimos com a resposta que viria a
seguir.
- Encontrei a enfermeira Hikaru! Ela está na
floresta e está...está...está morta!
Sakura
arrepiou-se, mas sabia que não podia ficar parada
-
Leve-nos até o corpo de Hikaru. - ordenou ela.
A enfermeira
concordou e, ao enxugar seus olhos, levou aquelas pessoas ao local
onde fora encontrado o corpo de Hikaru
- Droga! Quantos mosquitos!
- reclamou Sakura ao mesmo tempo que tentava afastar os insetos de
si.
- É óbvio! Estamos numa floresta, queria
encontrar um jacaré aqui? - respondeu Shaoran tirando sarro
dela mas esta ignorou-o. - he, he, he, obrigado por me deixar no
vácuo...
- Aqui! Aqui está ela! - a enfermeira
apontou para o corpo caído no chão.
Shaoran ligou
uma lanterna e apontou para o cadáver. Estava idêntica
àquela menina que faleceu na noite passada.
- Olha Shaoran!
- Sakura mostrou a verruga que estava no pescoço da mulher. -
É igual àquela menina!
Observava o cadáver, o
que Sakura disse era verdade e Hikaru estava pálida do mesmo
jeito que aquela garota. A mesma pessoa matou duas mulheres da mesma
forma, e o pior, não havia nenhuma marca no corpo além
da verruga.
- Preciso que vocês dois levem o cadáver
para o hospital e que deixe-o na mesma sala da outra falecida. E você
tranca todas as portas do hospital e não deixe ninguém
sair. Vamos ver este caso amanha e com mais calma.
- Certo! - Os
médicos e a enfermeira fizeram o que Sakura mandou e
retiraram-se deixando os agentes a sós.
- Por que disse que
resolveríamos o caso amanhã?
- Já está
tarde, eu estou cansada e garanto que você também. É
melhor resolvermos isso amanhã durante o dia.
Shaoran
suspirou e sorriu. - Tudo bem... Fujitaka ficará louco da vida
conosco.
- Ele deve saber que humanos sentem a necessidade de
descansar. E por falar nisso, aonde iremos dormir?
- O nosso
serviço permite passarmos a noite em hotéis das cidade
aonde ocorreram alguns casos. Esse hospital fica um pouco distante da
cidade, cerca de 4 quilômetros. Iremos para a cidade, dormimos
e depois voltamos para cá, ok?
- Ok. Então
vamos.
Eles abandonaram o local do crime e voltaram para o
hospital. Conferiram se tudo estava do jeito que Sakura mandou e
foram embora. No carro, os dois ficaram um pouco quietos, mas foi
silêncio de curta duração pois logo Sakura
perguntou:
- Será que aquelas verrugas indicam que a pessoa
irá morrer?
- Acho que sim, ou melhor, tenho certeza. Temos
que descobrir muitas coisas como: quem é o assassino; qual seu
objetivo; como matou aquelas pessoas...
- O mais estranho é
que todos os médicos e funcionários estavam numa
reunião. Será que é alguém fora do
hospital?
- Não Sakura... Tenho certeza que é
alguém lá de dentro.
- Quer dizer... um paciente? -
Sakura lembrou-se do garoto que viu entrar na sala e não
pensou duas vezes em desabafar tudo para Shaoran. - Li! Lembrei-me
de algo! Vi um paciente entrar numa sala e deitar-se. Talvez ele seja
o assassino!
- Impossível! Os pacientes que ficam em salas
individuais são os que apresentam paralisia. É
impossível ele se mexer. Acho que você viu um
fantasma.
- Não é mentira! Eu vi! Amanhã irei
mostrá-lo para você!
Os dois inquietaram novamente.
Esse caso estava extremamente complicado. Sakura estava confusa, logo
no seu primeiro dia de trabalho teve que ver duas mulheres mortas e
sem saber o motivo de suas mortes.
Começou a chover, o que
deixava o ar mais frio. Shaoran olhou disfarçadamente para sua
companheira e viu que esta tremia devido ao frio. Ligou o ar quente e
o som.
- Agüente mais um pouco. Já estamos chegando.
Aqui no interior o frio é maior.
- P-Percebi...
Shaoran
e Sakura sorriram um pouco e voltaram a olhar para a estrada. Esta
última era iluminada apenas pelos faróis do carro, o
que deixava um clima de medo passear pela cabeça de Sakura. A
chuva estava apertando cada vez mais, e os relâmpagos
também.
Aos poucos, o carro diminuiu sua velocidade até
parar de andar. As luzes do farol, o para brisa, o aquecedor e o som
foram desligados sozinhos. Shaoran ficou um pouco surpreso e Sakura
estava tremendo de medo.
- Por que deixou o carro morrer? -
perguntou ela sentindo todo o seu corpo tremer.
- Para sua
informação, eu nunca deixei um carro morrer. -
respondeu Shaoran um pouco assustado também.
Colocou a
chave e tentava ligar o carro, porém este nem se
movia.
Sentiram a terra tremer um pouco, mas logo passou a
estremecer. Uma árvore caiu na frente do carro deixando os
dois agentes desesperados. Os relâmpagos ficavam cada vez
piores até que num estrondo, Sakura pulou para os braços
de Shaoran e abraçou-o com força. Ela fechou seus olhos
e pensava apenas em livrar-se daquela situação. De
repente, uma claridade passou pelo céu cegando a visão
de Shaoran por alguns instantes. Ele pode ver algo surpreendente,
algo que sempre sonhou em ver um dia. Poucos segundos depois, aquela
claridade sumiu, o tremor parou e o carro ligou. A chuva continuava a
cair e os raios e relâmpagos também. Sakura permanecia
abraçada à Shaoran e logo notou que toda aquela bagunça
havia terminado. Shaoran afastou-a de si para ver se ela estava
bem.
- Está tudo bem com você Sakura?
Esta apenas
afirmou com a cabeça. Queria perguntar o que aconteceu mas
seus lábios pareciam estar congelados.
- Uau, você
viu aquilo? - disse Shaoran pegando uma lata de spray do porta-luvas
e saindo do carro.
- O-O que você vai fazer? - gritou Sakura
saindo do carro também.
- Essa visão é algo
importantíssimo para resolvermos aquele caso! - Ao terminar de
falar, fez um desenho de um enorme X no asfalto da estrada.
- Pra
que isso? - perguntou Sakura que não estava entendendo mais
nada.
- Para identificar o local do fato! Talvez os ETs tenham
algum contato com as mortes no hospital.
- O que? Você está
brincando... Achou que isso era um disco voador? Era só o que
faltava... Foi só um terremoto passageiro e algum helicóptero
sobrevoou o local. E isso precisa ser um arquivo secreto?
Shaoran
guardou o spray e colocou suas mãos sob os ombros de Sakura.
Esta última ficou surpresa ao perceber que os olhos de Shaoran
estavam mais sérios que o normal.
- Olha, aquilo não
foi nenhum helicóptero! Combinamos que não
discutiríamos mais sobre nossos gostos, certo?
Concordou
com a cabeça e soltou-se dos braços de Shaoran.Voltaram
para o carro e não dirigiram palavra alguma. Poucos minutos
depois, avistaram as luzes da pequena cidade. Sakura suspirou um
pouco aliviada e percebeu que o carro parou, mas desta vez foi pelos
freios do próprio carro.
- Mas já? - perguntou um
pouco admirada por quase não entrar na cidade.
- Eu peguei
o hotel mais próximo do hospital. Se quiser ir para a cidade
basta andar uns duzentos metros. É muito?
- Talvez não.
Vamos entrar que estou doida para dormir.
Abriram seus
guarda-chuvas e pegaram suas malas para entrarem no hotel. A chuva
estava mais leve e os trovões cessaram.
Shaoran conversou
com a recepcionista e esta entregou-lhe as chaves. Seus quartos
ficavam no terceiro andar, que é o último do hotel.
-
Você quer o quarto 42 ou 43? - perguntou Shaoran segurando as
duas chaves.
- Tanto faz...Fico com o 43.
- Ó timo.
Qualquer coisa é só bater na porta ta?
- Tudo bem,
boa noite.
Cada um entrou no seu quarto e ajeitaram suas coisas.
Sakura estava exausta, mesmo dormindo durante a tarde não
consegue ficar acordada por muito tempo. Queria tomar mais um banho,
aconteceu tantas coisas que um banho ajuda a aliviar as tensões.
Atrás da porta do banheiro havia um grande espelho e Sakura
tem o costume de observar seu corpo antes de entrar no banho. Apenas
com as duas roupas íntimas ficou de frente para o grande
espelho. Penteou seus cabelos e depois verificou se não havia
nenhuma espinha em seu rosto. Está perfeita, sem nenhuma
mancha em seu corpo, mas paralisou por alguns segundos ao ver que em
sua cintura havia uma mancha diferente. Era muito parecida com as
verrugas das duas mulheres que faleceram ainda hoje. Seu corpo voltou
a tremer da mesma forma que quando sentiu a terra estremecer. Vestiu
sua roupa de banho e saiu de seu quarto.
Shaoran estava ajeitando
suas roupas no armário de seu quarto enquanto lembrava da
visão que tivera à alguns minutos atrás.
Sentou-se na sua cama e pegou seu chaveiro em forma de um disco
voador. Observou-o por um instante enquanto pensava no caso que teria
que desvendar.
"Será que aquelas mortes tem alguma
relação com aquela nave?"
Escutou baterem na
porta e colocou seu pequeno chaveiro sob o criado-mudo.
- Pode
entrar! A porta está aberta! - Gritou Shaoran enquanto olhava
para a porta a espera de uma resposta.
Viu Sakura entrando com um
roupão de banho tapando seu corpo e com algumas lágrimas
em seus olhos. Percebeu que sua respiração estava
eufórica e quase não conseguia falar.
-
...L...Li... - gaguejou um pouco mas logo conseguiu desabafar.
- Olha! O...O que é isso? - Ela tirou seu roupão e
mostrou a pequena verruga que estava em sua cintura.
Shaoran não
entendeu muito bem porque sua companheira entrou em seu quarto apenas
com suas roupas íntimas, mas percebeu que ela precisava de
ajuda. Levou uma mão trêmula até a cintura de
Sakura e tocou na ferida. Esta insistiu mais uma vez com a
pergunta:
- O que é isso Li? - perguntou mais uma vez.
-
Mordida de mosquito. - respondeu ele com um sorriso no rosto. Sakura
soltou um leve suspiro e abraçou Shaoran enquanto chorava
aliviada.
- Ai meu deus, eu fiquei desesperada! Pensei que fosse a
mesma mancha que estava naquelas mulheres.
- Fique calma. Eu
também estou cheio de mordidas de mosquito. - respondeu
Shaoran tentando conforta-la com um abraço. - Agora volte para
o seu quarto e descanse pois amanhã teremos um dia difícil.
-
Ta. Obrigada... - E saiu do quarto mais calma e pronta para entrar no
banho.
Shaoran surpreendeu-se. Nunca viu sua companheira sorrir da
maneira que sorriu agora. Achava Sakura bonita, mas depois deste
sorriso achou ela linda. Sacudiu a cabeça e deu um tapinha
para voltar a si.
- Acho que vou dormir...
Algumas horas
mais tarde, depois do Sol aparecer, Shaoran bateu na porta do quarto
de Sakura. Ela não demorou a atender e já estava pronta
para o serviço.
- Bom dia Li, vamos lá?
Pela
primeira vez em sua vida, Shaoran sentiu suas bochechas corarem.
-
Ahn...é...vamos...
Pagaram a pensão e voltaram
a entrar no carro. Sakura arrumava suas coisas enquanto Shaoran
explicava o que teriam que fazer.
- Olha Sakura, Fujitaka me ligou
nesta manhã e disse que mandaria outro agente para ajudar-nos
neste caso.
- Você sabe quem é?
- Acho que sim,
mas espero que eu esteja errado.
Sakura não entendeu muito
bem a frase de seu parceiro mas ignorou-a. Agora teria que se
preocupar com coisas mais importantes.
Passaram pelo local onde
viram a tal nave espacial. Ambos ficaram calados e observavam o
enorme X que estava desenhado no chão. Lembraram de tudo que
aconteceu na noite passada e voltaram a ficar tensos e curiosos. Mas
este clima não poderia continuar para sempre, e foi com este
pensamento que Sakura perguntou:
- O que fará quando chegar
no hospital?
- Farei interrogatório com os médicos e
funcionários.
- Antes disso você virá comigo e
eu mostrarei-te o rapaz no qual havia dito.
- Certo...
Em menos
de um quilômetro, chegaram no hospital. Agora as portas e
janelas estavam abertas, parecendo estar tudo mais calmo no hospital,
porém era engano. Um dos médicos que acompanhou Sakura
e Shaoran a encontrarem o corpo da enfermeira Hikaru, veio ao
encontro dos agentes e com péssimas notícias.
- Uma
paciente faleceu na noite nessa madrugada.
Sakura e Shaoran
entreolharam-se espantados.
- Como? Vocês não
trancaram todas as portas como eu disse? - Gritou Sakura.
-
Trancamos, mas parece que nem assim funcionou...
- Aonde está
o corpo? - perguntou Shaoran.
- Na sala de autópsia da
agente Kinomoto. O corpo foi encontrado no mesmo local onde achamos o
corpo de Hikaru.
Enquanto o médico e Sakura conversavam,
Shaoran viu um homem aproximar-se. Um homem conhecido, e estampo um
sorriso forçado em seus lábios. "Ai, ai, chegou
quem não devia..." pensou consigo mesmo.
O homem
estendeu a mão e apresentou-se enquanto ficava à espera
do cumprimento de Shaoran.
- Olá Shaoran Li, a quanto tempo
não?
- É...já faz tempo... - respondeu
friamente e cumprimentou seu segundo "parceiro".
-
Ganhou uma companheira de serviço? Que bom, não irá
apresenta-la para mim?
- Ah? Ah sim... Sakura, este é Eriol
Hiragizawa, ele entrou na FBI no mesmo ano que eu. Eriol, esta é
Sakura Kinomoto, iniciou seu serviço ontem...
- É um
prazer tê-la em nossa empresa senhorita Kinomoto, seja
bem-vinda. - Pegou a mão de Sakura e beijou-a educadamente.
Shaoran olhou torto para aquela cena e sentiu o ciúmes tomar
conta de si, principalmente ao ver que as bochechas de Sakura ficaram
rosadas.
- Muito bem, agora que todos se conhecem vamos trabalhar.
Eu e Sakura iremos interrogar um paciente e você precisa
interditar a região onde ocorreram os atentados. Certo?
-
Tudo bem - respondeu Eriol sorrindo - Espero que tenha sucesso com
sua missão senhorita Sakura.
- Eu digo o mesmo - respondeu
Sakura retribuindo o sorriso e sendo puxada por Shaoran.
- Vamos
logo Sakura. Vamos passar na sala onde estão os corpos e
depois iremos ver o tal suspeito.
- Ei Shaoran, pare de me puxar!
Você está com ciúmes do Eriol?
- Eeeu? Eu não,
por que teria?
- O agente Eriol é um homem muito educado e
inteligente. Ele sim é um bom agente.
- Claro, sendo que se
você aparecesse só de calcinha e sutiã no quarto
dele pedindo para analisar a sua verruga, garanto que ele teria te
agarrado.
- O que você disse!
- Nada não. Olha,
já chegamos.
Entraram na sala e lá viram os três
corpos. A paciente que faleceu ainda hoje tinha o nome de Hatoko. Era
uma criança e assim como as outros cadáveres,
apresentava uma pequena verruga no braço. Sakura ficou
indignada com aquela menina, era muito jovem para morrer. Levou a mão
até a cabeça de Hatoko e acariciou-a.
- Pobrezinha,
como estará a família desta menina? Tão criança
e já faleceu...
- ... - Shaoran sentia o mesmo que Sakura,
mas não podiam ficar de braços cruzados nem ficar se
lamentando. Tinham muito o que fazer, caso contrário, mais
pacientes morrerão. - Sakura, vamos à sala daquele
rapaz que você disse ser suspeito.
Sakura concordou e logo
abandonou aqueles cadáveres e a sala de autópsia. O
caso estava ficando complicado, tinham que resolve-lo logo...
- É
aqui Li - abriu a porta e viu que aquele garoto estava deitado na
cama e olhava fixamente para os seus visitantes.
Shaoran olhava
para o garoto e este estava com a faze muito séria. Um médico
entrou no quarto com alguns soros e remédios nas mãos.
Estranhou a presença dos agentes mas não ligou muito
para isso.
- Desculpem-me, interrompi vossa visita?
- Não,
imagina. Estamos querendo descobrir o assassino.
- Ah? Mas Kotarou
é um rapaz com paralisia nas pernas. E se perguntarem alguma
coisa, ele não responderá pois é mudo também.
-
Ontem eu o vi entrar nesta sala. Ele andava! Eu vi!
- Desculpe
senhorita, mas você deve ter confundido ele com outra
pessoa.
Shaoran não estava ligando para aquela discussão.
Seus olhos só enxergavam aquele garoto e este fazia o mesmo.
Levou a mão até o lençol e puxou-o. O garoto
parecia pasmo, mas continuava sério.
- Acho que a agente
Kinomoto está certa doutor. Olhe isso. - apontou o dedo para
os pés de Kotarou e puderam ver que estes estavam sujos de
terra e com pedaços de folhas. - Parece que encontramos o
assassino Sakura.
Esta continuava paralisada. Talvez o que Shaoran
disse era a verdade, mas e se não fosse? O médico
também parecia surpreso, não acreditava no que seus
olhos viram.
- Vou chamar os outros médico e...
-
Espere! - Gritou Shaoran - Primeiro quero que vocês verifiquem
se não tem mais ninguém com aquela verruga no corpo. Se
acharem, tratem de avisar-nos imediatamente.
- Sim senhor. - O
médico saiu e fez o que Shaoran mandou pedindo para todos os
funcionários do hospital examinarem os doentes e a si
próprio.
- Li, o que faremos agora?
- É
necessário mais de uma pista para identificar o assassino.
Colocarei algumas câmeras aqui e quando Kotarou levantar-se,
iremos reagir.
- Mas...como é que um paralítico pode
andar? Como?
- Sakura, eles fazem de tudo.
- E...eles?
Shaoran
afirmou com a cabeça mesmo sabendo que Sakura acharia isso uma
bobagem, mas ele acredita e sabe que eles estão envolvidos
nisso.
- É melhor verificarmos o local onde foi encontrado
os corpos. Não confio muito no Hiragizawa.
- Tudo bem,
ciumento.
Fora do hospital, muitas pessoas estavam à espera
de algumas notícias enquanto os médicos e enfermeiras
procuravam pacientes com a marca no corpo.
Na floresta, tudo
estava interditado. Eriol deixou tudo arrumado e estava à
espera dos agentes. Viu que estes se aproximavam e levantou-se
arrumando a postura.
- Que bom que você chegaram, acabei de
receber uma ligação de Fujitaka e ele me disse que o
senhor Clow que conversar com vocês.
Shaoran ficou espantado
e sentiu um arrepio percorrer sua coluna. Sakura não entendeu
o motivo pelo espanto de seu companheiro, mas sabia que coisa boa não
era.
- Quem é Clow?
- É o superior de Fujitaka.
Prepare-se que aí vem bomba. - disse Shaoran levando a mão
à sua testa.
- Fujitaka disse para vocês irem pra
sala 68 às oito horas da noite pois só encontram Clow
neste horário.
- Muito obrigada pelo aviso Eriol.
- Não
têm de que, princesa. - Respondeu sorrindo para a agente
iniciante.
- Ta legal, muito obrigado Eriol mas agora precisamos
trabalhar. - Shaoran mau terminou de falar e uma enfermeira apareceu
informando-os de uma novidade.
- Encontramos uma paciente com a
verruga na perna!
- Sério? Aonde ela está?
- No
quarto 22, venham comigo.
Shaoran e Sakura seguiram a enfermeira
até a sala da paciente. Era um quarto individual e a menina
parecia assustada.
- O que ela têm? - perguntou Sakura.
-
Infecção na bexiga.
- Podemos conversar à
sós?
- Claro, com licença. - A enfermeira saiu e
deixou os agentes sozinhos com a garota.
Sakura aproximou-se e
sentou no pé da cama. Olhou para a menina e sorriu.
- Qual
é o seu nome?
- Misaki... - respondeu um pouco insegura.
-
Não precisa ter medo, nós só queremos ajuda-la.
- disse Shaoran percebendo a insegurança da menina.
- Me
desculpe...mas estou tão nervosa.
- Tenha calma Misaki. -
Sakura colocou sua mão sob a mão dela e sorriu
novamente tentando acalma-la. - Tudo ficará bem. Diga-me,
quantos anos você tem?
- Tenho 12...Senhorita, eu posso
fazer uma pergunta?
- Claro, estou só a ouvidos.
-
...eu...eu vou morrer..?
Sakura entendeu muito bem a
pergunta de Misaki. Com tantas mortes, era normal fazer esse tipo de
pergunta.
- Não. Eu não vou deixar isso acontecer.
-
É que...quando soube que Hatoko faleceu por ter uma verruga
parecida com a minha, eu fiquei desesperada. Hatoko era criança,
mas era a minha melhor amiga. - Misaki deixou algumas lágrimas
fugirem de seus olhos mas sem ter vergonha disso.
- Não
precisa ficar assim, você vai viver sim e vai curar essa
infecção, pode ter certeza - Enxugou os olhos d Misaki
e abraçou-a. - Eu ficarei contigo o tempo todo, e quando não
ficar, o agente Li estará aqui. Agora descanse pois é o
que você mais precisa.
- Ta, muito obrigada...
Sakura
sorriu e observou Misaki fechar lentamente os seus olhos. Passou a
mão pela testa da menina e acariciou seu rosto. Shaoran apenas
observava os gestos de sua parceira. Sakura é muito habilidosa
com as crianças, seria uma ótima mãe. Ela era
outra pessoa enquanto conversava com os médicos, funcionários
e pacientes do hospital, mas por que era diferente ao conversar com
Shaoran? Era uma pergunta que não saia de sua cabeça,
mas precisou sair ao escutar Sakura chamar-te pelo nome.
- Li? Ei
Li, está me escutando?
- Ah? O que foi?
-
Nossa...Acorda! Estava pensando em que para estar tão
distante assim?
- Pensei que...você será uma ótima
mãe...
- ...que? - Sentiu suas bochechas corarem ao
extremo e abaixou a cabeça para disfarçar.
Shaoran
voltou para si e percebeu o que acabara de falar.
-
Ai...é...m-me desculpe...não era isso que
eu...eu...eu já volto! - saiu correndo do quarto e
dirigiu-se ao banheiro. Chegando lá, suspirou e lavou o seu
rosto com água fria. Olhou-se no espelho e mais uma vez
suspirou. - Droga...o que está acontecendo comigo? Por que eu
disse aquilo para ela?
- Talvez seja porque você gosta
dela.
Shaoran pulou de susto e virou-se para descobrir o dono
daquela voz e, ao descobrir, sentiu suas pernas congelarem.
-
E-Eriol!
- Olá, acho que escutei o que não
deveria...
- Não mesmo, por que está aqui?
- Ué,
também sou um ser humano e nós precisamos usar o
banheiro às vezes, compreende?
- ...
- Então o
nosso agente Li está apaixonado pela senhorita Kinomoto, não
é?
- O-O que disse? - Shaoran estava completamente
vermelho e segurou Eriol pelo colarinho.
- Se estou mentindo por
que não bate em mim?
Shaoran acalmou-se um pouco e soltou
Eriol. Este último ajeitou sua camisa e sua gravata enquanto
sorria para o companheiro.
- Não se preocupe Shaoran, eu
não contarei nada para a Kinomoto.
- Isso se você não
rouba-la de mim primeiro.
- Rouba-la? Não, não...
Sakura é uma mulher muito bonita, mas meu coração
já tem dona.
- ...
- Agora com licença pois
preciso voltar ao trabalho. Até! - Saiu do banheiro e sorriu
pela última vez como se estivesse encorajando o seu
colega.
Shaoran sentiu-se curioso. Quem seria o amor da vida
de Eriol? Mas não era hora de pensar nisso. Saiu do banheiro e
voltou para o quarto onde estavam Sakura e Misaki.
- Aonde foi? -
perguntou Sakura.
- Fui ao banheiro...
Bateram na porta e ambos
permitiram que entrasse. Era o dono do hospital, pela primeira vez
mostrou-se para os agentes
- Estive conversando com um dos médicos
e ele me disse que vocês suspeitam do paciente Kotarou, não
é?
- Isso mesmo. - responde Shaoran que já estava em
pé.
- Você pediu para colocar uma câmera no
quarto dele não é? Eu deixarei outros aparelhos
espalhados pelo hospital para assim facilitar vocês.
-
Ótimo! É tudo o que vocês podem fazer para nos
ajudar. Aliás, quero que fique duas pessoas de plantão
nesta sela quando eu e a agente Kinomoto estivermos fora. Esta menina
não pode ficar sozinha.
- Pode deixar. Chamarei estas
pessoas agora mesmo.
- Espere! Qual o nome do senhor? Se acontecer
alguma coisa, é bom saber o teu nome para falar direto
contigo.
O homem sorriu para a agente Sakura e respondeu sua
pergunta.
- Chamo-me Yukito Tsukishiro. Se precisar de alguma
coisa é só chamar.
- Ta, muito obrigada.
Yukito
mandou alguns homens colocarem uma TV no quarto da paciente Misaki
para os agentes observarem os movimentos no hospital.
- E agora? O
que faremos Li?
- Temos que esperar...temos que
esperar...
Eriol voltou para o local do mistério e
sentou-se em uma pedra. Observou a paisagem que o rodeava, mas seus
olhos fixavam no local onde encontraram os corpos. Fechou seus olhos
e imaginava quem estaria por trás disso. Escutou um barulho
vindo de trás e levantou-se rapidamente retirando seu
revolver. Ficou um pouco surpreso ao ver a pessoa que causara o
barulho e logo guardou sua arma.
- Pensei que iria me matar. -
disse a pessoa.
- Se você fosse um ET, provavelmente estaria
esticada no chão. Mas o que faz aqui Tomoyo?
A mulher saiu
de trás de uma árvore e sentou ao lado de Eriol.
-
Vim aqui para mostrar isso. - Ela levantou um pouco a sua saia e
mostrou um pequeno machucado em sua coxa. Eriol gelou ao ver aquilo e
imediatamente lembrou-se que Tomoyo também trabalha no
hospital. Pegou a mão dela e levou-a para o hospital.
Algumas
horas mais tarde, Shaoran foi para a sala 68 para conversar com
Fujitaka e Clow. Sakura estava preocupadíssima com seu
parceiro, e logo seria a vez dela entrar na sala. Estava preocupada
também com Tomoyo. Algumas horas antes, Eriol entrou no
hospital pedindo para esconderem Tomoyo pois esta também
apresentava a "verruga da morte".
O quarto de Misaki
estava cheio. Agora, além de Sakura e Misaki, estavam Eriol,
Tomoyo e um médico do hospital. Sakura andava por todos os
lados, estava muito impaciente.
- Senhorita Sakura, por que não
sobe e espera o Li lá em cima? Talvez você possa
acalmar-se.
- É...acho que farei isso. Obrigada Tomoyo - A
agente saiu do quarto e subiu as escadas um tanto apressada. No mesmo
instante que chegou no andar indicado, viu Shaoran sair da sala 68 e
sua cara não estava sem um pouco boa.
- Sh...Shaoran...
-
...entre. Clow quer conversar com você. Eu esperarei
aqui.
Sakura concordou e entrou na sala um tanto nervosa. Shaoran
escutou a porta bater e fechou seus olhos levando a mão à
testa.
Eriol pode ver o pequeno gesto de Shaoran através do
vídeo da sala em que estava. Ficou chateado pelos colegas e
sentiu uma mão tocar-lhe o ombro.
- Clow está bravo
com eles? - perguntou Tomoyo.
- Está...Infelizmente
está...
Cerca de quinze minutos depois, a porta da sala 68
voltou a abrir e de lá saiu Sakura. Shaoran percebeu que esta
também não estava nem um pouco contente e foi ao
encontro dela para saber mais da conversa.
- O que ele disse
Sakura?
- Shaoran, precisamos desvendar este caso! Precisamos
conseguir!
- Tenha calma Sakura...
- Se não
descobrirmos eu perderei meu emprego. Ele disse que principiantes
sempre atrapalham, que só fazem besteira e não servem
para nada!
- Sakura...eu sei como você se sente, mas
deixamos três pessoas morrerem bem debaixo do nosso
nariz...isso não pode acontecer.
- Eu estou ta
confusa... - Sakura não agüentou e começou a
chorar. Imediatamente, Shaoran abraçou-a tentando acalma-la,
porém nem ele próprio estava calmo.
- Acalme-se
Sakura...tudo dará certo...
- ...ai...assim
espero... - Continuava a chorar mas desta vez mais forte do que
antes.
Apoiou sua cabeça no ombro de Shaoran e este último
acariciou os cabelos dela. Sabia como era grande o sofrimento de
Sakura e estava disposto a reanima-la de qualquer coisa. Limpou os
olhos dela e observou-os atentamente. Ela fazia o mesmo, não
tirava os olhos de cima de Shaoran. Seus rostos foram se aproximando
até que Sakura fechou seus olhos à espera do beijo que
viria a seguir. Porém, o alarme que indicava os movimento de
Kotarou soou. Os agentes pularam de susto e quebraram o clima
romântico que havia envolvido-os. Ambos olharam para uma
pequena TV e viram que Kotarou levantou-se da cama.
- Essa não!
-
Vamos segui-lo! Talvez estará indo buscar a próxima
vítima.
Sakura lembrou-se de Misaki e Tomoyo. Ambas
apresentavam a mesma marca e uma delas seriam a próxima a
morrer.
- Não! Não deixarei que ele mate Misaki e
Tomoyo!
- Com certeza Eriol está preparado para o que virá
a seguir.
Desceram as poucas escadas e viram Kotarou sair do
quarto. Para o espanto dos dois, o rapaz não entrou em nenhum
quarto mas sim saiu do hospital pela porta dos fundos e penetrou na
floresta. Os agentes seguiram-no, mesmo estando completamente
confusos.
- O que ele vai fazer?
- Shhhh...
O rapaz
entrou na área interditada e dirigiu-se ao mesmo local onde
fora encontrado os corpos. Lá, parou ao lado de uma pedra e
olhou para cima. Sakura e Shaoran esconderam-se um pouco atrás
e observavam tudo o que o garoto fazia. Perceberam que a terra
voltara a tremer do mesmo modo que tremeu quando tiveram aquela visão
na estrada para a cidade. Sakura sentiu o medo tomar conta de si e
percebeu que uma pedra voou em sua direção. Tentou
desviar mas não conseguiu, a pedra acertou sua cabeça e
desmaiou imediatamente. Shaoran segurou-a antes que pudesse cair e
tentou acorda-la, mas viu que não estava conseguindo. Olhou
para o céu e viu a mesma coisa do dia anterior. Era uma nave,
tinha certeza disso, e dela saiu uma luz muito forte envolvendo
Kotarou. Aos poucos, o garoto foi empalidecendo até ficar
branco como a neve. Aquele objeto gigantesco voltou a subir até
desaparecer sem deixar nenhum sinal de sua presença.
Kotarou
caiu no chão e não levantou-se mais. Shaoran estava
boquiaberto. Olhou ao seu redor e viu que tudo voltou ao normal como
se nada tivesse acontecido, exceto pelos cortes que recebeu por causa
da ventania. Abraçou Sakura fortemente e pegou-a em seus
braços. Foi ao local onde estava Kotarou e percebeu que este
estava morto. Ficou espantado ao ver que este tinha a mesma verruga
que as outras vítimas, mas a verruga derreteu e sumiu de seu
corpo. Olhou nas costas do garoto e viu que lá haviam algumas
palavras. Inclinou-se um pouco e pode ler "Obrigado -
Sangue".
Eriol e outras pessoas chegaram lá e foram
socorrer Shaoran e Sakura. Colocaram Sakura numa maca e levaram-na
para o hospital, estava perdendo muito sangue.
Eriol aproximou-se
de Shaoran um tanto confuso e olhou para o assassino que agora estava
morto.
- O que aconteceu aqui?
- Leia isso, achará
interessante.
Eriol leu as palavras que estavam nas costas do
garoto e espantou-se.
- Meu deus... Mas o que foi isso?
- Acho
que eu entendi... Eles precisavam do sangue humano por algum motivo.
Olha só. - Shaoran tirou um canivete de seu bolso e cortou o
braço de Kotarou. Para a surpresa de Eriol, não havia
nenhum sangue no corpo do rapaz.
- Mas...mas como?
- Aliás,
ele também estava com a verruga. Provavelmente perceberam que
descobrimos a fonte daquelas mortes e resolveram acabar com tudo.
-
Ah é! Esqueci de avisar que as verrugas de Tomoyo e Misaki
desapareceram também.
Shaoran olhou para o céu e
sorriu.
- Para onde levaram Sakura?
- Me disseram que foi no
quarto 13.
- Vou avisa-la de que nossa missão está
cumprida.
O sol já tomava conta do céu sem
nenhuma nuvem para perturba-lo. Tudo voltou ao normal naquele
hospital. Desta vez acordaram sem nenhuma notícia de
morte.
Sakura abriu lentamente seus olhos e ficou um pouco
perdida. Percebeu que estava dentro de um quarto do hospital. Sua
cabeça doía, e ao colocar sua mão na cabeça,
percebeu que esta estava enrolada por ataduras. Fechou os olhos e
tentou lembrar-se do que havia acontecido. Lembrava apenas de quando
estava na floresta junto de Shaoran e que a terra começou a
tremer. Sentiu que alguma coisa estava apoiada em sua mão. Foi
verificar e viu a mão de Shaoran sob a sua. Sentiu suas
bochechas corarem um pouco e virou-se para encarar o seu companheiro,
mas este estava dormindo numa cadeira. Sorriu discretamente e passou
sua mão por cima da mão de Shaoran. Com este gesto, o
rapaz abriu lentamente os seus olhos e viu que Sakura estava
acordada.
- Sakura! Você está bem?
- Estou,
embora nem me lembro do que aconteceu...
- Quando a terra começou
a tremer, uma pedra atingiu a sua cabeça e você
desmaiou.
- Ai meu deus! E a Misaki e a Tomoyo? - Ameaçou
levantar mas Shaoran segurou-a impedindo que levantasse.
- Tenha
calma. Não tem mais com o que se preocupar pois tudo acabou.
-
Que? Como assim?
- Quis dizer que resolvemos este caso sem que
Tomoyo e Misaki largassem a vida.
- M-Mas como?
- Deixa eu te
contar. Depois que você desmaiou, apareceu a mesma nave
espacial que havia aparecido no primeiro dia que chegamos aqui,
lembra? Daí uma luz muito forte saiu de dentro dela e envolveu
Kotarou. Depois que a nave sumiu, o garoto caiu no chão morto,
da mesma forma que Hikaru e as outras falecidas. Ah é! E ele
também apresentava aquela verruga!
Sakura escutava a
história de Shaoran atentamente. Ao terminar de contar, Sakura
não agüentou e começou a rir.
- Ei! Qual é
a graça?
- Você acha que Fujitaka ou Clow acreditarão
numa bobagem como essa?
- Bobagem? Não é mentira! É
verdade! Hunf...o que importa é que terminamos este caso. E
isso eles aceitarão.
Sakura parou de rir pois não
estava afim de ver Shaoran irritado.
- E a Misaki? Como está?
-
Está bem. Os médicos voltaram com o tratamento da
bexiga, ela irá melhorar rápido.
Sakura concordou e
olhou para seu parceiro. Percebeu que suas mãos ainda estavam
uma sobre a outra e, timidamente, falou:
- Shaoran...
Este
último olhou para Sakura um tanto surpreso. Era a primeira vez
que escutara Sakura chamar-te pelo seu primeiro nome. Viu que esta
olhava para a sua mão e ele fez o mesmo. Sentiu suas bochechas
corarem ao ver a mão de Sakura em cima da sua. Tirou-a
rapidamente e recusou olhar nos olhos de Sakura.
- Shaoran, olha
para mim...
Um pouco amedrontado, Shaoran levantou seu rosto até
seus olhos encontrarem os belos olhos verde-esmeralda de Sakura. Só
que estes belos olhos fecharam e aproximaram do rosto dele. Não
podia recusar o pedido de sua parceira e, assim como ela, fechou seus
olhos e aproximou de seu rosto até sentir seus lábios
tocarem. Shaoran passou uma de suas mãos nos cabelos de Sakura
até chegar em seu rosto acariciando-o. Foi um beijo suave,
porém muito curto pois logo abriram a porta e entrou na sala
uma enfermeira. Era Tomoyo e estava acompanhada pelo Eriol que sorriu
ao ver Shaoran encabular-se.
- Vou tirar estas ataduras e você
poderá ir embora.
- Muito obrigada Tomoyo...
Tomoyo
terminou seu trabalho e entregou para Sakura um pente.
- Pronto.
Tome cuidado para não esbarrar na ferida.
- Ta. Pode
deixar.
Tomoyo sorriu e pediu para Eriol que saíssem do
quarto.
Novamente, os agentes estavam à sós. Shaoran
não gostava de silêncio, e também não é
do tipo que gosta de falar coisas românticas. Virou-se para
Sakura e fez sua humilde pergunta:
- Agora você acredita em
seres extra-terrestres não é? Depois dessa bagunça
é impossível você não...
- Eu não
acredito... Já te disse que isso é impossível.
Só acredito na verdade, e a verdade que está aqui
dentro...
- Não Sakura...você está enganada.
A verdade está lá fora...
Os dois olharam um para o
outro um tanto sérios.
- Bem vinda ao FBI Sakura, isso foi
só o começo do seu trabalho.
Sakura sorriu e
sentou-se na cama. Shaoran sentou ao seu lado e colocou sua mão
no ombro de Sakura. Olhou para ela e soltou um leve sorriso.
- Mas
enquanto eu estiver do seu lado, prometo que nada de ruim irá
acontecer.
Os agentes se abraçaram fortemente como se não
houvesse um amanhã e levantaram prontos para voltarem para
suas casas. Receberam todos os agradecimentos dos funcionários
do hospital e entraram no carro para finalmente partirem.
Passaram
por um local onde nunca mais se esquecerão daquele caso. Onde
sempre lembrarão dos medos e dos desesperos que viveram
durante esses dias. Passaram pela estrada onde um grande X estava
pintado no chão.
FIM
Tixa-chan
Eu me baseie em uma historia que li Max ta mt bonita pode ler!
