Talvez (só talvez) faça mais sentido. Porque ninguém combina mais do que nós dois.
OC's (Original Character) – Scott (Scotland) x Casey (Wales) – em capítulos. Hetalia não me pertence, mas vou [risca] posso[/risca exigir posse sobre eles sim -q
História "extra" de Insanidade, não sendo necessário lê-la para compreensão, apesar de ser interessante fazê-lo. ;)
Sanidade
"Desde quando bebês têm bochechas tão grandes?"
Essa era a grande reflexão que o pequeno Scott de quatro anos fazia enquanto olhava seriamente para aquele serzinho recém-nascido no berço. Casey era seu nome e ele só chorava, babava e mamava, não tinha como ele ser melhor! Além de ter feito sua mãe adotiva passar mal por longos oito meses. Sim, o escocês sabia de duas coisas: era adotado, por isso não era loiro, e Casey era apressado, porque bebês normalmente esperam nove meses antes de nascer. Franziu o cenho, não tinha como ser melhor que ele! Deviam ser as bochechas, pensava. Dava vontade de morder.
- O que foi, Scott? Quer segurar seu irmãozinho?
Os pais apareceram na porta do quarto, a mão pegando o pequeno Casey no colo e o pai segurando o ruivo pelos ombros, rindo.
- Não quero!
- Não tenha medo, campeão! Pode pegá-lo. – encorajou o sr. Kirkland.
- Não tenho medo.
Resmungou o escocês, vendo que agora aqueles olhos verdes o fitavam, encolhido nos braços da mãe.
- Segure-o para mim, então. Vamos desmontar o berço para irmos.
Scott concordou, pegando o galês nos braços, abraçando-o pela barriga. E saiu mais rápido do que os pais puderam corrigi-lo.
Sentou-se no chão da sala vazia, encarando o loiro que agora tentava puxar-lhe os cabelos ruivos. Rosnou baixo, querendo assustá-lo, achando que Casey só atrapalhava. Já podiam estar na Inglaterra se não fosse ele resolver nascer antecipadamente! Tudo graças àquela coisinha inútil. Fechou os olhos, concordando consigo mesmo calmamente, mas não demorou a uma veia saltar de sua testa ao ter um tufo de cabelo agarrado. E a coisinha ainda ria!
- Me solte ou eu... Ou eu...! Vou te morder, coisinha inútil!
O pequeno galês continuou a rir e puxar os cabelos ruivos, balançando a mãozinha livre no ar. Scott estreitou os olhos e acabou por fazer o que disse, realmente mordendo o menor na bochecha – e com força! Casey soltou-lhe os cabelos, mas, em compensação, começou a chorar e a berrar. O pior? Sua mãe ouviu.
- Scott! O que está acontecendo aí?
- N-nada!
Ia receber uma bronca caso a mãe resolvesse descer e visse a marca nas bochechas coradas do irmão. Gelou. Abaixou o tom, voltando a abraçá-lo, balançando-o em uma tentativa de acalmá-lo.
- Pare de chorar, bebê idiota! Eu deixo puxar meu cabelo...
Inclinou a cabeça para que o menor alcançasse os fios. Assim que reparou que podia brincar com eles, parou de chorar e agarrou as mechas com aquelas mãozinhas macias e delicadas de bebê, também se debatendo como um.
- Tudo bem, eu me rendo – suspirou. – Você venceu, Casey.
O ruivo colocou o menor nos ombros, deixando que ele brincasse à vontade com os fios. Assim ele não choraria, ao menos.
x
- Tudo bem, Casey?
- Hm? Por que pergunta? – piscou os olhos, sem entender.
- Hn, não tente me enganar. Seu rosto está vermelho, algo aconteceu.
- A-ah... – retraiu os ombros. – É que meu joelho está ardendo um pouco...
O ruivo abaixou o olhar, vendo ambos os joelhos do mais novo ralados, arqueando uma das sobrancelhas. Cuspiu o palito de dente que tinha na boca.
- Alguém mexeu com você?
- Não exatamente! Eu só estava no balanço e...
- Te empurraram?
Sentiu as bochechas quentes de vergonha, abaixando a cabeça.
- B-bem... Sim.
Scott arqueou uma das sobrancelhas, estalando os dedos, logo após tomando a mão do irmão de meros oito anos e puxando-o de volta ao parquinho da escola.
- Quem foi?
- Aqueles ali – apontou com a mão livre para dois garotos que jogavam bola. – Mas você não vai fazer nada, vai?
Quando se voltou ao mais velho, não obteve resposta. Scott já tinha soltado-lhe a mão e estava próximo aos meninos de nove anos que empurraram seu querido irmão. Pousou o pé na bola que rolara até ele, encarando-os.
- O que pensa que está fazendo?
- É! Estamos jogando! Sai daí!
Uma veia saltou da testa do escocês, que voltava a estalar os dedos.
- Meu irmãozinho também estava brincando quando vocês o empurraram! O que vão fazer, aaanh? Por que não empurram alguém do seu tamanho?
O ruivo desafiou, cruzando os braços. Aquela frase era um tanto hipócrita: Scott era mais alto e mais velho que os dois. E assustador, completavam mentalmente os garotos.
- Agora estão sem coragem, é? – aproximou-se mais rápido do que eles poderiam fugir, puxando-os violentamente pelo pulso até onde estava o irmão mais novo, que sorria nervosamente com as atitudes do escocês. – Peçam desculpas!
- Não precisa, Sco–
- PEÇAM AGORA!
Trêmulos de medo, os garotos concordaram com o mais velho, fazendo uma reverência ao gritarem em uníssono um "desculpe", o que serviu para serem soltos. Foi só Scott voltar-se para Casey que os garotos saíram correndo.
- Hahah... – sorriu, sem graça. – Não precisava disso, Scott.
- Hnf. É bom para eles aprenderem. Ninguém mexe com meus irmãos além de... mim!
- Se você diz... – deu de ombros, rindo, ficando ao lado do outro e tomando-lhe uma das mãos. – É melhor irmos agora, precisamos buscar Arthur... Mamãe disse para ficar de olho para você não judiar muito dele!
- Como se você não me ajudasse, idiota – retribuiu o toque. – Não fale mais besteiras, se não eu te mordo!
Casey riu da fala do irmão, apesar de saber que era verdade. Mania de Scott, mesmo que agora as bochechas do galês não fossem grandes e gostosas de morder como antes. Tinha até uma foto que ele estava o mordendo... Casey estava chorando na hora, mas agora o ruivo aprendera a controlar a força e já não deixava marcas como antes.
x
- Ei...
- Hm?
- Quer ir a uma festa?
O loiro estranhou a pergunta, franzindo de leve o cenho, girando a cadeira para ficar de frente para a cama em que o irmão estava deitado.
- Festa?
- É, o pessoal 'tá organizando, por causa da formatura. Posso levar um acompanhante.
- Mas eu só tenho quatorze anos... E sua namorada? – arqueou uma das sobrancelhas, desconfiado.
- Nós terminamos – bocejou, virando-se para o lado. – E não me leve a mal... É só porque você é bonitinho e talz. Eu sei que é popular!
- Se é para atrair uma namorada nova para você, tudo bem... – fechou os olhos, voltando a girar a cadeira para ficar de frente para os cadernos. – Se a mãe deixar, eu vou.
- Vão sim. Eles cuidam do pirralho um e dois e fica tudo beleza.
Nesse momento, o galês imaginou que eles ficariam aliviados. Scott não tinha muita paciência com Peter – e muito menos com Arthur.
- Scott, por curiosidade... Por que você gosta menos do Arthur? Eu também implico com ele, mas você exagera, às vezes.
- É porque ele é uma cópia mal feita sua! – disse em tom de brincadeira, sorrindo ironicamente. – Brincadeira... Bem, não é por mal. Só é mais divertido judiar dele, ainda mais quando você me ajuda.
Casey conseguia sentir o sadismo do irmão de onde estava, mas acabou rindo baixo. Era obrigado a concordar: implicar com Arthur era divertido. Até Peter, com apenas seis anos, pensava o mesmo. Só que no fundo pensava que era melhor realizar mesmo o desejo de deixar os cabelos um pouco maiores...
x
- Você... não vai cortar o cabelo?
- Não... Por quê?
- Sei lá – deu de ombros. – Só achei que ia cortar antes da festa.
- Não está bom assim...? – indagou com preocupação, segurando as pontas dos fios. Ainda nem estavam do tamanho que queria!
- Está bom, sim...
Scott calou-se, achando que era um pouco (um pouco? Muito!) estranho achar que o irmão ficava ainda mais fofo.
x
Pararam em frente a uma casa, da qual vinham muitos sons: música alta, conversa, risadas; além de luzes piscando freneticamente. Casey pensou no quanto era incrível aquele lugar, mas não teve tempo de admirar o lado de fora e apreciar o jardim de entrada, apressando o passo para ficar ao lado do ruivo.
- Scott! – uma garota chamou assim que entraram no local. – Esse é seu irmão? Que fofo!
- Sim. E, sabe... – abriu um sorriso. – Moramos na mesma casa, olha que coincidência. Até o telefone é o mesmo!
- Hahah, bobo!
A moça bateu de leve no tórax do ruivo, saindo em seguida. O escocês deu de ombros, continuando a caminhar pela sala, cumprimentando uma ou outra pessoa, além de distribuir várias cantadas péssimas. A certa altura, Casey achou válido comentar:
- Sabe, não vai conseguir nada assim...
- Hn, não me dê palpites! Aqui, refrigerante para você.
Entregou um copo para o mais novo, ficando com um de whisky, virando-o de uma vez. Casey nada comentou, não podia ficar falando dos hábitos do irmão, mesmo que fossem ruins. Somente observava o ruivo pelo canto dos olhos, bebericando a própria bebida. Scott percorria os olhos pelo ambiente, como se em busca de uma nova presa. Quando achou o alvo – embora Casey não visualizasse quem -, pegou mais dois copos de whisky.
- Voltarei com notícias de avanços.
Murmurou para que somente o loiro ouvisse, desaparecendo em seguida na multidão. O galês sentiu-se deslocado, abaixando a cabeça para não ficar observando tantas pessoas se agarrando em volta. Talvez já fosse hora de ir embora – nem que fosse sozinho.
- Hola! Por que esta cara triste? Animação! Está sozinho?
Pelo sotaque, Casey imaginou que era espanhol. Olhos verdes, cabelos castanhos e pele levemente bronzeada e bonito sorriso simpático.
- Estou com meu irmão, mas ele deu uma saída.
- Aaah! Deve ser irmão do Scott. Realmente fofo, ahahah! Vamos, eu te faço companhia! Me chamo Antonio, qual seu nome?
- É um prazer, pode me chamar de Casey.
O espanhol passou um dos braços pelos ombros do menor, guiando-o até um sofá, onde se sentaram.
- Ah, vamos nos divertir muito! Aqui, experimente isso, é muito bom.
Disse Antonio, estendendo uma batida de morango com vodka ao menor. Casey não sabia o que era, mas julgou o outro como uma boa pessoa, aceitando de bom grado, dando um gole. Logo fez uma careta.
- O que tem aí?
- Morango e vodka! Não gostou? – piscou os olhos.
- Não tenho costume de beber...
- Aaah! – bateu uma mão na outra. – Está explicado! Fique com essa – tomou o copo de refrigerante dele. – Vai achar bom depois de dois goles!
É, não era tão ruim. Não depois de meio copo.
- Verdade!
- Gosta de churros? Acho que ninguém gosta... A mesa ainda está cheia deles! E eu que trouxe, um ultraje, não? Vou buscar para nós dois!
O espanhol se levantou, voltando tão rápido quanto foi, trazendo em cada mão um dos doces.
- Aqui, pegue um!
- Claro!
O galês concordou, sentindo-se animado de repente. Só não sabia se tinha se contagiado com a alegria do moreno ou por estar na segunda batida. Talvez ambos.
- Que graça! Está sujo!
- Aonde?
Indagou, não sentindo o açúcar grudado na face, fitando o outro a espera que ele falasse o local que estava sujo para que limpasse. O que aconteceu não foi exatamente isso: Antonio abaixou o tom, aproximando-se do ouvido de Casey para que ele escutasse, devido à música alta.
- Eu limpo para você!
Apoiou a mão livre no sofá, inclinando-se na direção do mais novo, lambendo-lhe o canto dos lábios para retirar o açúcar, em seguida tomando-os para si. Por (falta de) reflexo, sentindo-se até um pouco mole, o galês fechou os olhos lentamente, deixando que o espanhol invadisse-lhe a boca. Voltou a abri-los quando ouviu uma exclamação vinda da boca de Antonio, a tempo somente de ver Scott empurrando-o na direção dos amigos, sendo puxado em seguida pelo pulso.
- Eeeh! O que eu fiz?
- Kesesese! Eu também ficaria bravo se desse em cima do meu irmão!
O ruivo guiava o irmão, sem se importar (ou ao menos perceber) que ele andava aos tropeços por tentar acompanhá-lo, passando pela piscina da área externa até alcançar a parte de trás da casa, prendendo-o contra a parede.
- Ai... – murmurou, remexendo os ombros. – O que está fazendo, Scott?
- O que você está fazendo? – a voz saiu raivosa, assustando o menor.
- C-conversando...
- Aquilo não é conversar! Fique longe do Antonio e tipos como ele!
- O que ele tem de errado?
Casey franziu o cenho, cruzando os braços, também se mostrando sério. Scott afrouxou o aperto que fazia nos ombros dele. Antonio era um panaca, mas não tinha sérios desvios de personalidade...
- Não importa! Fique longe.
- E por que você pode ficar perto de outros? Tem batom no seu pescoço e você está cheirando a cigarro!
- E você com cheiro de bebida.
- Só estava me divertindo – desviou o olhar, sabendo que não tinha idade para beber.
- Com o Antonio? – arqueou uma das sobrancelhas, também cruzando os braços.
- É! – voltou a fitá-lo. – Você quem me trouxe aqui e saiu, ele me fez companhia!
O escocês reconhecia que Casey estava certo. Ele agia com muito mais maturidade do que pensava. Tinha oferecido o convite por gostar da companhia dele e querer afastá-lo um pouco da rotina tediosa que estava preso (ao menos, para Scott era tediosa). Mas esqueceu-se disso. Suspirou, passando as mãos pelos fios ruivos, logo as erguendo no ar.
- Certo, eu me rendo. Você venceu. Desculpe-me.
Pousou as mãos na cintura do menor, encontrando um pouco de resistência no início, mas o galês acabou cedendo, encostando as testas.
- Idiota... Não é como se eu quisesse que meu primeiro beijo fosse daquele jeito.
Estapeou-se mentalmente. Não deveria ter deixado o irmão sozinho! Mas era culpa de Casey, que sempre agia com mais maturidade que Scott – fazia com que o ruivo esquecesse a idade dele. Tomou-lhe a face entre as mãos, fitando-o seriamente.
- Então esqueça-o, está bem?
- Hm... Certo...
O escocês puxou o rosto do menor, fazendo-o levantar os pés para selar os lábios. Se alguém fosse roubar o primeiro beijo do galês, seria ele! Não era tecnicamente o primeiro, mas poderiam considerar assim. Ambos fecharam os olhos e Scott guiou-os para um beijo calmo, massageando a língua alheia, abraçando-o com certo instinto protetor. O loiro apoiou as mãos nos ombros do outro, colocando um pouco de força para que ele se afastasse. Não por desejo próprio, mas era o mais sensato: ouviu risadas se aproximando.
- Chega, já está bom. Vão estranhar se nos pegarem assim.
- Não sou seu irmão de sangue, você sabe.
- É... Mas os outros não. Vamos.
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Então é isso! Espero que tenham gostado. Virão outros capítulos, não percam! \o/
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