Não importa quantas vezes o homem disse que não se importava, que ele não a amava e que ela é só um trabalho. No fundo Paul sempre soube que Beth jamais seria só um trabalho para ele. Ela era a companheira perfeita, sua alma gêmea, isso era inegável e ele sabia disso melhor do que ninguém e talvez seja por isso que quando eles começaram a machucá-la, furando-a com agulhas, mexendo com o seu psicológico e tirando a sua paz; ele tenha se sentido tão incomodado.
Ele permitiu é claro, afinal, era o seu trabalho e sabia que se se negasse a fazê-lo seria demitido e ela ganharia um novo monitor, que não se importaria com ela e a machucaria muito ão, ele se resignou a aceitar machucá-la para protegê-la, mesmo que isso estivesse a matando por dentro.
A cada exame ou teste a que ela era submetida, Paul sentia seu coração sangrar, por saber a dor que isso causava e por ver os efeitos colaterais na manhã seguinte. Beth lembrava, ele sabia que sim, ela podia sentir que era uma experiência real e que algo estava errado, mesmo que confundisse as lembranças com pesadelos. E isso só tornava as coisa piores, pois toda vez que o sorriso meigo e tímido era transformado em uma face de desconforto e horror ele se sentia a pessoa mais desprezível do mundo.
Após o último teste, a forte e sagaz Elizabeth Childs estava totalmente destruída. Algo dera extremamente errado na noite anterior, eles a machucaram mais que o normal, e ele sentiu seu coração gelar quando ouviu o chamado fraco vindo do banheiro. Sabia que algo estava errado, e ao vê-la apoiada na parede, coberta de sangue e vomitando algo; ele soube que não poderia mais suportar isso.
Dizem que as vezes a gente só precisa de um motivo para fazer as coisas e vê-la sangrar quase até a morte, foi o suficiente para ele se rebelar contra o sistema. Tinha tomado sua decisão há muito tempo, embora tenha sido um covarde por não os deter antes, ele sempre soube que Elizabeth Childs nunca foi e nunca seria só um trabalho e agora ele estava determinado a enfrentar o que fosse para protegê-la.