Disclaimer: Obviamente os personagens de Saint Seiya não me pertencem... é sério, não são criação da minha cabecinha, eu juro!!!! E essa fic não tem fins lucrativos (mas se alguém desejar doar alguma coisa pra essa necessitada que vos fala, depois eu passo o número da conta!) só quem pode lucrar com esses mocinhos é o Tio Kurumada, a Toei Animation e a Bandai!

ATENÇÃO: Conteúdo yaoi, se não gosta, não perca seu tempo aqui!

Resumo: Ele decidiu fazer uma viagem. Mas o quanto aquilo poderia alterar a sua vida e dos que estariam à sua volta, durante aqueles dias? Universo Alternativo, Yaoi. MiloxCamus e outros apresentados no decorrer da fic.


Frappé & Croissant
Capítulo 1

"Grécia. Berço da civilização européia, do nascimento da democracia, filosofia ocidental, dos Jogos Olímpicos, da literatura ocidental e da historiografia, bem como da ciência política, dos mais importantes princípios matemáticos e do teatro ocidental."

Bom... Isso todos vocês, assim como eu, sabemos. Ou pelo menos assim espero! É um dos países mais visitados do mundo e ainda assim, um dos menos conhecidos. Não por de sua história, mas sim, pelos seus inúmeros lugares inabitados e raramente visitados. Esse é um lugar que sempre me atraiu, por isso mesmo resolvi embarcar nesta viagem.

Era algo que eu queria ter feito há anos atrás, mas a vida corrida sempre fez com que eu adiasse meus planos. Faculdade, emprego ou deveres... A verdade é que nunca sobrou tempo! Mas agora – finalmente - estou em férias e pronto para aproveitar cada minuto dessa jornada.

Querendo pegar algumas dicas e assim me programar com antecedência, acabei entrando em contato com um dos meus primos gregos. Fui convidado para ficar em sua casa e não tive a oportunidade de dar um não como resposta. Ele insistiu e eu já sabia que não adiantava discutir.

Na verdade é um parentesco estranho. Kanon é filho de uma das primas da minha mãe em um grau qualquer. Então não sei explicar muito bem como estamos relacionados. Eu o conheci anos atrás, quando ainda morava com minha família no Canadá. Ele queria estudar inglês em um outro país e acabou morando conosco por alguns meses. Naquela época, eu era bem mais novo (não que seja velho hoje em dia), estava pelos meus quatorze anos. Ele já havia passado dos vinte, de modo que não preciso dizer que nossos universos eram bem distintos. Mas mesmo assim nos relacionamos bem. Espero que as coisas não tenham mudado nesse sentido.

Nunca conheci ninguém mais nesse lado da família, além de Kanon e sua mãe, que infelizmente faleceu há anos atrás. Sei que ele tem irmãos, um deles gêmeo, mas quase nada sei deles, Kanon não falava muito sobre eles. Pensando bem... Nós não conversávamos muito, e normalmente eram coisas banais, sobre o país ou reclamações dele sobre o frio. Que bobagem! Isso que ele nem ficou para o inverno!

Finalmente minha maldita mala apareceu, justo quando começava a pensar que fora extraviada. Kanon já deve estar irritado com minha demora. Eu disse para não se preocupar, mas ele insistiu em vir me buscar no aeroporto, já que trabalha em casa na maior parte do tempo e estaria livre. Preciso dizer que não adiantou discutir com ele mais uma vez?

Confesso que estou bastante ansioso, mas com um pensamento positivo... Agora basta deixar acontecer...

-oOo-

- Pode ficar à vontade. O apartamento não é muito grande, mas espero que fique bem aqui – Kanon caminhava na frente, seguido timidamente pelo primo. - Sala, meu quarto, banheiro, cozinha e ali é o quarto do meu irmão. Pode jogar suas coisas por lá e mais tarde decidimos onde você dorme. 'Tá com fome? Eu tô... Vou fazer algo pra jantar e enquanto isso faz o que quiser por aí. Pode ligar a TV, tomar banho, descansar. Sinta-se em casa... Eu tô falando muito, não é?

- Não, não! Imagina... Eu estou bem, não precisa se preocupar. - Ainda estava embaraçado. Realmente era o tipo de situação em que detestava estar. Sentia-se abusando da boa vontade alheia.

- Olha, Camus, não precisa ficar constrangido. Vocês me receberam muito bem no tempo que fiquei em sua casa. Para mim é um prazer poder fazer o mesmo agora, então relaxa! Como já disse, só moramos eu e meu irmão aqui. Ele deve chegar logo e sei que vai gostar dele, todos gostam! Nunca entendi como ele consegue ter amigos dos quatro aos noventa e quatro anos...

O ruivo sorriu, tentando adaptar-se àquela nova situação. Teria que fazê-lo mais cedo ou mais tarde, afinal, ficaria ali por alguns dias. Olhou em volta do apartamento. Realmente não era grande, mas era muito aconchegante. Na sala uma enorme estante com livros, um sofá espaçoso, uma poltrona, televisão e uma pequena mesa de jantar. Quase tudo branco, contrastando apenas com a madeira dos móveis, sem muitas cores, exceto pelos livros da estante. Passando por um corredor, de um lado viu rapidamente o quarto de Kanon e no outro, a cozinha e banheiro. No fim do corredor o quarto que o primo havia-lhe indicado.

Entrou, acomodando a mala em um canto e só então observando o ambiente. As paredes pintadas em um vermelho escuro, uma estante com vários objetos decorativos, de fósseis a ursinho de pelúcia, a cama bagunçada pela noite anterior. Tudo simples, mas de bom gosto. Kanon estava parado na porta, com os braços cruzados.

- Espero que seu irmão não se importe com minhas coisas aqui.

- Ele não vai ligar, pelo contrário. Além disso esse quarto é maior e acho que vai ficar mais confortável aqui.

- Eu posso dormir na sala, não tem problema. - Parou de falar ao ver a expressão do outro. Como sempre, estava derrotado – Kanon... Estou errado ou você tem dois irmãos? O outro não mora com você? É casado ou algo parecido?

Assim que terminou a pergunta, Camus se arrependeu de tê-la feito. A expressão de Kanon rapidamente mudou de divertida para algo entre a tristeza e a raiva e o olhar dele foi direcionou-se a qualquer ponto vago no espaço.

- Não sei se casou, nem muito menos onde mora.

Frio. Direto. Camus não entendeu muito bem o que ele quis dizer com aquilo, mas entendeu que não deveria mais tocar naquele assunto. Mas é nesses momentos que a vida é sábia o suficiente para nos livrar de situações constrangedoras. E foi o que aconteceu quando ouviram a porta ser aberta, trazendo para dentro da casa uma voz que cantava – bastante desafinada – uma música grega qualquer. Ou pelo menos era o que achava Camus, já que não podia entender se aquilo era realmente grego. Foi o que bastou para Kanon voltar a sorrir.

- Pelo jeito acabou nossa paz – Fingiu tristeza, em seguida gritando para chamar a atenção do recém-chegado, em inglês para que Camus também entendesse – Milo! Quer fazer o favor de poupar nossos ouvidos e vir logo aqui? Teu primo já chegou...

O ruivo não pôde deixar de sorrir, ainda mais quando o viu entrar serelepe pelo quarto. Ele era tão ou mais bonito que Kanon. Eram parecidos na cor dos olhos e nos longos fios dourados e ondulados. Mas Milo por ser mais novo, tinha um rosto mais jovem, com traços mais suaves, mas nem por isso menos másculos. O sorriso dele também era encantador. Como o mais velho havia dito, parecia ser o tipo que todos gostavam. Sabendo que o outro irmão deles era gêmeo de Kanon, pensou como aquela família realmente representava bem a expressão "deuses gregos".

- Salut cousin!

Milo o cumprimentou com um sotaque francês pra lá de forçado. Mas não foi isso que fez com que Camus ficasse incomodado, mas sim, a forma com que foi abraçado e beijado carinhosamente em cada uma das maçãs do seu rosto, enquanto tinha seus cabelos bagunçados. Certo. Sabia que aquilo era normal entre os gregos. Afinal, Kanon já havia comentado uma vez que era comum para eles, quando amigos ou parentes, que se cumprimentassem com um beijo no rosto independente do sexo. Mas ele também esperava que Milo soubesse que ele não era grego e que não estava acostumado com aquilo!

- Que bom te conhecer, cara! Fez boa viagem? Espero que goste daqui! Seja bem vindo à sua nova casa temporária!

- Err, obrigado, Milo. O Kanon disse para deixar minhas coisas aqui no seu quarto, espero que não se importe.

- Que nada, pode usar meu armário se precisar também! Tem comida, Kanon? Hoje nem almocei. Tô morto!

- Ainda não, mas vou preparar algo rápido. Fiquem por ai que já chamo.

- Não quer ajuda? - Camus perguntou, prestativo.

- Ihh, nem pergunta! Quando ele decide, nem se atreva a chegar perto, ainda mais se esse ser estiver com uma faca na mão. - Todos riram, até o próprio Kanon, afinal, ele sabia que era verdade – Vou aproveitar e tomar um banho! Enquanto isso, sinta-se em casa. Depois do jantar nós saímos, priminho!

- Pode ir se acostumando, Camus. O Milo costuma sair todas as noites. Quase não para em casa e pelo jeito vai te arrastar junto.

- Olha quem fala! Até parece que você não faz o mesmo...

- Não todo dia. Passo uma ou duas noites em casa durante a semana.

- Velho!

- Um dia será sua vez!

- Nunca! Isso é pura inveja. Viu só, Camus? Ele acha que um dia vou ficar um velho ranzinza e chato como ele!

- Milo, ele é só sete anos mais velho que você.

- Então? Trinta anos... É velho!

As palavras logo evoluíram para tapas na nuca entre os irmãos. Camus se divertia e aos poucos ficava mais relaxado naquele lugar. Logo a pseudo-briga chegou ao fim com um forte argumento de Kanon - "Pessoas velhas que são agredidas não conseguem cozinhar depois, precisam de descanso" - e Milo rapidamente correu para tomar seu banho.

Camus era filho único e não estava acostumado com aquilo. Assim, admirava muito a relação entre irmãos. Aquela cena fez com que lembrasse quando Kanon morou consigo. Ele fazia questão de perturbá-lo sempre, criava apelidos ou fazia alguma brincadeira. Agora percebia que devia ser pela saudade que sentia de Milo. Também ficou curioso sobre o outro irmão deles. O que teria acontecido para que Kanon tivesse aquela reação? Imaginava se Milo também tinha o mesmo relacionamento com ele, mas não se sentia confortável para tocar no assunto novamente.

Jantaram uma deliciosa carne assada com horiatiki, a tradicional salada grega, tudo preparado por Kanon. Este rapidamente entrou em uma discussão com Camus, sobre a qualidade e sabor da culinária do seu país, quando comparada à francesa (e todas as outras no mundo). Apesar de ter morado muitos anos no exterior, Camus era muito orgulhoso de sua nacionalidade. E como bom francês, achava que tudo que havia em seu país, era melhor que em qualquer outro lugar no mundo. Ele só não sabia que essa era a mesma opinião dos gregos. Por isso, estavam eles defendendo seus respectivos países com unhas e dentes.

-oOo-

E assim foram meus primeiros momentos naquele país!

É claro que durante o jantar foram dois contra um, logo perdi a batalha – mas não a guerra – e dessa vez decidi relevar. Uma hora irei provar que estou certo! Como aqueles trogloditas podem falar que são melhores que os franceses? Claro que a comida estava realmente deliciosa, mas foi apenas uma questão de sorte!

Banho tomado, dentes escovados, roupa trocada. Eu acho que o Kanon realmente falou sério quando disse que o Milo saía todas as noites. O celular dele não para, sempre algum amigo ligando para perguntar onde vão. Não que eu entenda o que eles conversam em grego, mas pelo menos foi o que ele me disse. E ficou decidido que iríamo para um café, já que ainda não era tarde o bastante para ir em um bar. Mas será que ele não sabia que faz mal tomar café à noite? Já são quase sete horas!

Preciso abrir um parêntese aqui... Como o Milo é bonito! Bonito, educado, simpático, divertido, tem um sorriso lindo, os olhos são... Bem, acho que já deu para entender, non? Acho que preciso tomar cuidado com isso, ele é meu primo, não moramos na mesma cidade e eu nem ao menos sei qual é a dele! Não por enquanto, mas isso irei logo descobrir. Só espero que ele pare de me abraçar daquela forma ou não vou responder pelos meus atos! Acho que deu para perceber do que gosto... Só que não é o assunto para se pensar no momento.

Mas ele não é só perfeição. Encontrei logo um grande defeito nele: Milo é completamente louco quando dirige! Mas acho que é um problema das auto escolas gregas. Como permitem pessoas assim nas ruas? Estou dentro de uma arma e não de um carro! Sem falar que estou praticamente gritando para conversar com ele. Parbleu! Será que ele não sabe que o som alto faz mal? Pelo menos é uma música do Radiohead. Bom, talvez seja isso que esteja reforçando o lado suicida dele ao volante!

Acabo de saber que vamos buscar um amigo dele e que outros devem se juntar a nós na tal cafeteria. Droga! Não que eu seja um completo anti-social, mas confesso que fico um pouco sem jeito quando não conheço as pessoas, nunca sei o que falar ou como agir, então não é difícil para eles pensarem que sou uma geladeira. Acho que acabo assustando os outros, mas ainda não consegui mudar esse meu jeito, embora já tenha melhorado muito.

E, sim, matarei o Milo! Ele disse que iríamos buscar o amigo dele e não que eu precisaria entrar na casa dele! Como assim entrar na casa de alguém que eu não conheço e que - com certeza - não me convidou? Realmente acho que terei problemas se tentar entender esse meu primo, ou melhor, esses gregos!



Cafofo da Lhu:

Não me perguntem onde estou com a cabeça para começar outra fic, mas aqui está! Dessa vez algo leve e diria até que será uma fic bobinha, mas é algo que realmente queria fazer! Essa história tem um significado especial pra mim ;)

Queria agradecer loucamente a Virgo-chan, pela paciência e apoio em betar esse capítulo! E também a minha "parteira" de fic, Pandora. Solo, se não fosse por você e nossas conversas loucas sem sentido, isso não teria saído! E AA, por todo apoio (mesmo sem saber algumas vezes)... *Aperta todas*!

Pra quem acompanha Tango... Não, eu não desisti! Apenas estou sofrendo de "empaconite aguda", uma virose não muito rara no fandom... Mas uma hora ela sai, juro! =X

E o botão ai embaixo não morde (Mas se for a Nato, ele pode pensar no assunto XD)!

Beijos e muito obrigada para quem leu até aqui!


Lhu Chan
Maio de 2009