Oi queridos leitores estou voltando trazendo uma nova historia de SessxKag, eh baseado em uma historia que li e apaixonei muito, esse romance li quando tinha 20 anos, e desde então não consegui deixar de querer fazer algo parecido com nossos amados personagens, então espero que apreciem tanto quanto eu!


UM

Londres, 1829.

Com a agilidade de seus tenros onze anos de idade, Kagome corria pela praça do mercado, que se esvaziava depressa, em direção à ta verna King's Guard. Os pés descalços quase voavam com a expectativa de uma refeição quente e de um momento de tranquilidade, longe das dolorosas bofe tadas e resmungos da velha Maude Abbott. Com o degelo de janeiro, iam-se derretendo as camadas mais espessas de neve, acumuladas na chegada do inverno, deixando as ruas lamacentas; porém, alheia a tal des conforto, a menina foi saltando pelas poças sujas e correu por Haymarket Street.

A taverna King's Guard, com seu interior aquecido e tenue luminosidade, propiciava o abrigo perfeito do frio cortante da noite para quem pudesse pagar. Trazia a promessa de bebidas reconfortantes, comida quente, além de cama razoavelmente limpa para uma hora ou mais de distração de fregueses acompanhados. Abrindo um pequeno vão na porta dos fundos, Kagome espiou para dentro, seu olhar cauteloso à procura do corpu lento proprietário.

Era fato conhecido entre as crianças desafortunadas da área miserável de Haymarket que o velho Hardin não tinha muita inclinação a dar comida a famintos não pagantes. Ele já a perseguira até a rua diversas vezes, praguejando alto e desfechando bofetões certei ros. Portanto, apenas quando teve certeza de que o intolerante taverneiro não estava por perto, a menina se atreveu a deslizar seu corpo franzino pelo vão da porta para o calor do estabelecimento. Encostando-se na parede, tentou permanecer imperceptível, à espera que a única amiga que possuía no mundo notasse sua presença.

Ayumi achava-se atrás de um balcão alto, la vando canecas de louça. Bonita e com um corpo de proporções generosas, ela estava rindo e dirigindo comentários picantes aos fregueses que já se retiravam, enquanto a taverna se esvaziava. Quando uma lam parina tremeluziu com a breve corrente de ar, vinda da porta dos fundos que dava para o beco, olhou ao redor, vasculhando as sombras à procura de Kagome, como que prevendo sua chegada. Com um amplo sor riso caloroso, acenou prontamente para que a garota se aproximasse.

— Entre, Kagome. Hardin já foi embora há algum tempo. Tenho um jantar quente guardado para você. Sabia que iria aparecer, já que hoje foi dia de mercado e tudo mais.

Encorajada, a menina sentou-se à mesa mais pró xima da porta dos fundos, preparada para escapulir depressa caso o taverneiro voltasse inesperadamente.

Colocando uma tigela fumegante de guisado de coe lho diante dela, Ayumi pousou as mãos em seus quadris largos e estudou-a em aberto desagrado.

— Eu lhe digo, você não passa de um saco de ossos! Está pior a cada vez que a vejo. E com nada melhor para vestir do que trapos sujos!

Kagome ergueu olhos tristes e resignados para a amiga e deu de ombros. Havia um machucado na face, começando a ficar arroxeado, e a pele sensível sob os olhos estava escurecida devido à falta de descanso.

— Foi Maude quem bateu no seu rosto, suponho — declarou a garçonete, já sabendo a reposta. Maude Abbott era dona de um miserável abrigo, destinado às crianças abandonadas de prostitutas de rua e, mesmo não se tratando de seu caso, um infortúnio fizera Kagome parar em suas mãos. O fato era que a velha avarenta treinava essas crianças para se tornarem la dras e, como a menina sempre se opusera às suas ordens, ela vivia a castigá-la.

Com um suspiro triste, Ayumi empurrou a tigela fu megante para mais perto de Kagome.

— Coma agora, está bem? Vou lhe buscar um pou quinho de vinho quente. Vai fortalecer seu sangue.

Sem esperar por um segundo convite, a garota apa nhou a colher e atacou o cozido de coelho, devorando-o como se temesse que alguém pudesse tomá-lo de suas mãos a qualquer momento. Não ergueu a cabeça até que o último vestígio de comida tivesse desaparecido da tigela. Depois, com um sorriso agradecido, aceitou o vinho quente que Ayumi lhe estendeu. Contraiu o rosto e tocou o machucado de leve por um momento.

— Dói muito? — Ayumi inclinou-se para examiná-lo. Kagome tornou a dar de ombros, como se a questão não lhe importasse muito.

— Maybelle está sondando Maude a todo instante de novo — resmungou. — E acho que ela está lhe dando ouvidos desta vez.

— Ouça bem, se você...

A menina franziu o cenho delicado e estreitou os olhos castanhos numa expressão contrariada.

— Não comece a me dar sermões, Ayumi. Já falamos sobre tudo isto da última vez. Faça você o que tiver que fazer e nunca ouvirá nenhuma condenação minha. Mas eu vou encontrar algum outro jeito, em vez de ter que acabar concedendo meus favores nas ruas.

Ayumi sacudiu a cabeça, meio ofendida com o comen tário rude. Puxou uma cadeira e sentou-se, alegando em sua defesa:

— Deitar-me com alguns cavalheiros da minha pró pria escolha é melhor do que o que Maude Abbott planeja para você. Melhor do que vai lhe acontecer na casa de Maybelle.

— Sim... — Kagome assentiu, pois não podia negar as palavras de Ayumi. Maude pretendia entregá-la ao bordel de Maybelle tão logo o preço estivesse alto o bastante.

— Olhe só para você! — exclamou Ayumi, exasperada. — Quase faminta! Suja e usando molambos. Saiba que Maybelle terá você trabalhando para ela antes que complete treze anos!

— Não vou permitir que isso aconteça! Sei que não tenho nada, mas...

— Você tem algo, sim! Tem juventude. E já tem um busto quase do tamanho de melões. Essas duas coisas vão lhe dar seu sustento e muito mais, se souber como usá-las a seu favor — encorajou-a Ayumi. — E debaixo dessa sujeira e farrapos, dá para se notar que há uma menina linda. Pode ver com seus próprios olhos que este lugar não é tão mau.

Kagome sacudiu a cabeça com teimosia.

— Vir para cá seria a mesma coisa do que ir para a casa de Maybelle. O que lhe aconteceria se a apa nhassem esperando um bebê, por exemplo? Você perderia seu emprego e acabaria ficando na rua. E Maude acabaria encontrando outro bebê abandonado à sua porta. Não! Isso não é para mim, eu lhe digo! Sou uma dama nobre! Foi o que minha mãe me garantiu...

— Bah! Uma dama! Ora, e já não sei dessas ilusões que você tem na cabeça? Não fui eu mesma que a ajudei a cuidar de sua mãe doente? — indagou Ayumi, com franqueza. Inclinou-se para a frente e tentou er guer a cabeça da menina teimosa, mas Kagome, sa bendo o que estava por vir, recusou-se a fitá-la. — Você pode ter nascido de sangue nobre. Sim, sem dú vida, sua mãe era refinada e tinha berço. Mas não pode ser uma dama vivendo na miséria de Haymarket. E você não tem como sair dessa vida. Tem que encarar a situação com objetividade, não por intermédio de algum mundo de sonhos.

— Já lhe disse uma centena de vezes. Não vou parar nas ruas — insistiu Kagome, erguendo o queixo em desafio.

— Sim, você me disse. Mas tem que enxergar a razão. Você já vive sob as garras de Maude há cinco anos. Desde que sua mãe morreu. Não quero mais ouvir uma vez sequer essa história de que é uma dama. Sua mãe morreu tossindo sangue, aqui mesmo neste bairro miserável, apesar de toda a sua sofisticação. Aposto que seu pai a havia abandonado, ou algo assim. — A voz de Ayumi ia se elevando em sua frustração. — Você não é uma dama! Droga, Kagome! Nem sequer tem um sobrenome!

A menina manteve o queixo erguido em obstinação. Sabia que era uma dama e pronto! A mãe lhe dissera isso mais de uma vez.

Um pedido de cerveja, vindo do outro lado da taverna, encerrou a discussão. Ayumi levantou-se com uma expressão exasperada e sacudindo a cabeça tristemente.

— Eu lhe digo, garota — declarou entre dentes. — Parece até que você guarda as joias da rainha no meio de suas pernas! Da forma como protege a sua condição de donzela!

Ayumi apressou-se para atender o freguês. Quem sabe não estaria disposto a partilhar de companhia femi nina nesta noite... Embora pudesse desejar que sua vida fosse diferente, não era ingênua a ponto de acreditar que algum dia seria. E, de algum modo, tinha que fazer sua pequena amiga dar ouvidos ao bom sen so, antes que desaparecesse no inferno que era o bordel de Maybelle e estivesse perdida para sempre. O único lugar pior do que a casa daquela cafetina eram as ruas, pois lá as prostitutas eram roubadas, espancadas, assassinadas...

Kagome tomou seu vinho quente com uma expressão sombria. Não importando qual fosse a pergunta, a res posta parecia ser sempre a mesma: acabar entregando seu corpo para estranhos... Metendo a mão dentro da camisa, tirou para fora um saquinho preto, de tecido grosso e engordurado, amarrado com firmeza e pen durado ao pescoço com um pedaço de barbante. Com A unhas sujas e quebradas, pôs-se a desatar o nó no saquinho, de onde, enfim, tirou um delicado broche. Era um retrato em miniatura de uma linda mulher. De formato oval, fora pintado à mão, sobre um fundo de marfim, e emoldurado por filetes de ouro. Não havia dúvida de que teria grande valor. Ela vivia aterrori zada com a possibilidade de que Maude descobrisse seu único tesouro, pois era evidente que resultaria numa boa soma se vendido. Virando o retrato em mi niatura para a luminosidade, lutou contra as lágrimas, assim como sempre fazia a cada vez que olhava para aquele rosto tão querido. A elegância da bonita mulher, com exuberantes cabelos negros, destacava-se em cada traço da face adorável. Kikyo, sua mãe.

— Oh, mamãe — sussurrou. — Por que teve que morrer e me deixar aqui? Ao menos, poderia ter me dito quem eu sou. E me dado o nome do meu pai.

— Aqui, Ayumi! Venha servir um trago ao seu patrão! Como um relâmpago, Kagome deslizou para debaixo da mesa. O coração disparou em pânico. Estivera dis traída e não vira que o velho Hardin voltara à taverna. Com um olhar atento ao redor, começou a engatinhar pelo chão em direção à porta que dava para o beco. Na última vez em que a apanhara ali, ele desfecha ra-lhe uma bofetada tão próxima ao ouvido que ficara ouvindo sinos durante dias! Jurara a si mesma que o maldito nunca mais a pegaria! Levantando-se depres sa, correu pelo vão que abriu na porta, batendo-a com força ao sair. Sem olhar por sobre o ombro para ver se ele a perseguia, saiu em disparada. Deixando o beco para trás, foi entrando por várias ruas estreitas e tor tuosas até que, finalmente, a opressão em seus pul mões a obrigou a parar.

Sentou-se de encontro a uma parede lisa de tijolos, o peito arfando e a garganta ardendo, enquanto inalava o ar gelado para recobrar o fôlego. Gradativamente, o ritmo de seu coração voltou ao normal e conseguiu se levantar. Abrindo a palma, tornou a olhar para o re trato em miniatura de sua mãe. E, como que por magia, uma voz suave e afetuosa pareceu sussurrar em seu ouvido:

— Lembre-se sempre, meu anjo. A pureza de uma donzela é como uma frágil bolha de sabão. Uma vez rompida, nunca poderá ser restaurada. Deve ser guar dada para o homem a quem você amar mais do que a própria vida.

— Eu sei, mamãe. Estou tentando — murmurou a menina, estranhamente confortada pela voz em sua mente. — Serei forte! Vou fugir deste lugar! E levan do... — Ela soltou um risinho ante o pensamento... — as minhas "jóias da rainha"!

Cuidadosamente, devolveu o broche ao saquinho em seu pescoço, amarrando-o com um nó firme. Satisfeita em tê-lo guardado em segurança, olhou ao redor para verificar onde estava. A noite já há muito caíra por completo. Maude lhe passaria um severo sermão por estar fora até tão tarde, deixando de preparar o min guado jantar para os outros pobres órfãos que compunham o restante da pequena família. O cheiro de peixe e os característicos sons metálicos de correntes signi ficavam que estava próxima ao cais. Não era um dos melhores lugares para uma menina estar após o anoi tecer. Saindo sorrateiramente da parte mais escura do beco em que foi parar, espiou ao redor.

O som abafado de música vinha de alguma taverna, acompanhado do estrondo de gargalhadas de bêbedos, que se elevava e decaía numa cadência. A rua estreita estava encoberta por um denso nevoeiro, dificultando-lhe a visão. Seria mais prudente afastar-se logo dali antes que algum marujo embriagado aparecesse para importuná-la. Lançando-se da parede em que se es gueirara, preparou-se para correr do beco e colidiu com o peito largo de um gigante bronzeado, que pareceu ter-se materializado do nada.

— Ei! O quê...? — veio o berro exasperado, enquanto mãos enormes a seguravam pelos ombros magros.

— O que achou aí, Sid? — indagou uma segunda voz detrás do intimidante vulto que a capturara. Kagome tentou se desvencilhar, mas as mãos que a seguravam tinham uma força espantosa. — Ora, se não é uma menina! E das bravas, pelo visto.

O gigante soltou uma gargalhada. Desesperada, ela continuou a lhe empurrar o peito imenso, que mais parecia uma muralha intransponível.

— Solte-me! — gritou em forçado tom de valentia.

— Ora! Pare de espernear desse jeito, garota — or denou o homem, sacudindo-a como se fosse uma frágil boneca de pano.

— Deixe-me ver direito o que temos aqui — disse a segunda voz, pastosa pela bebida. O homem contor nou o gigante e aproximou-se mais, tentando examinar o rosto dela na escuridão. O coração de Kagome já batia descompassado, e uma nova onda de pânico assaltou-a. — Sabe, Sid, com ela acho que poderíamos economizar o dinheiro de uma prostituta.

Plantando um pé de encontro à barriga do gigante, Kagome deu um forte empurrão e um impulso para trás, conseguindo se libertar das mãos dele. Recobrou o equilíbrio e, como os pegasse de surpresa, conseguiu ultrapassá-los. Reunindo todo o fôlego que pôde, correu em disparada como se sua vida dependesse disso; o que de fato poderia lhe custar se ficasse nas mãos desses dois. Ouvindo que a seguiam, avançou, deses perada, para a saída do beco sem olhar para trás.

De repente, um grito estridente de dor veio do nada. Foi ecoando e ecoando em sua mente... até que uma serena escuridão a tragou por completo, levando-a à inconsciência.

Horrorizado, o jovem cocheiro puxou com toda a for ça as rédeas dos quatro cavalos, freando a carruagem, que acabara de atingir e arremessar para longe o pe queno corpo estendido na rua. O rapaz saltou da boleia de imediato, ao mesmo tempo em que um velho rosto intrigado aparecia na janela lateral. Os dois marujos mal-intencionados, vendo o brasão nobre que adornava a porta do suntuoso coche de viagem, trataram de se esconder de volta no beco escuro.

— Algum problema, Ben? — perguntou o marquês.

— Atropelamos alguém, milorde. Uma figura peque na que saiu do beco em disparada. — Aproximando-se do corpo inerte, o rapaz de coração terno soltou um gemido consternado. — Oh, não, é uma criança. E acho que está... morta.

— Oh, espero que não. Kaede, desça e ajude-o a exa minar a criança. Se estiver viva, tragam-na para den tro da carruagem — ordenou o marquês à mulher sen tada à sua frente. Virando-se para tornar a espiar pela janela, o lorde não viu o ar de contrariedade da mulher alta e robusta, vestida de preto.

— Maldição! — resmungou quase para si mesma ao descer. Aproximou-se de Ben e inclinou-se acima da fi gura desfalecida, sacudindo a cabeça em desaprovação.

— E uma criança maltrapilha das ruas! Uma garota, ao que parece.

— E está viva! — Ben ergueu um olhar expectante para a mulher. — Acho que aqueles homens estavam prestes a... quero dizer... Bem, sra. Kaede, não pode deixá-la aqui no meio da rua!

— O marquês disse para levá-la para dentro da car ruagem. Então, leve-a, oras!

A criança inconsciente foi deitada cuidadosamente no assento de couro macio do elegante coche. Ben co briu-a com seu casaco. Estaria um frio glacial na boleia sem ele, mas a pobrezinha precisaria mais do casaco, pensou, generoso. O marquês inclinou-se para espiar o rosto sujo.

— Uma menina, você disse, Ben? E está viva?

— Sim, ela é uma coisinha frágil, milorde. Sendo atacada por dois brutamontes no beco, pelo que pude entender. Não passa de um saco de ossos. A pobrezinha precisa de um pouco de ar fresco e comida à vontade. É o quanto bastaria para deixá-la nova em folha — declarou Ben. Observou o rosto do velho homem e ficou gratificado em ver a compaixão em seus traços.

— Bem, há mais do que o bastante de ambos em Blanballyhaven. Acho que podemos partilhar de um pouco com uma garotinha — decidiu o marquês. Dando um tapinha no ombro do rapaz, ordenou: — Vamos indo, Ben. Vamos entregá-la aos cuidados do médico do navio.

— Sim, milorde! — exclamou o jovem. Com um sor riso radiante, saltou da carruagem e fechou a porta. Em questão de segundos, o veículo pôs-se a caminho velozmente, e o marquês amparou a figura coberta a seu lado no banco com uma mão.

— Perdoe-me a pergunta, lorde Taisho. Mas acha que isso é sensato? — perguntou a mulher de preto no assento oposto, que já servia o marquês como governanta havia trinta anos. — O incidente todo po deria ser um golpe bem planejado. Na certa, colocou uma corja de ladrões no nosso encalço, a despeito de toda a sua bondade.

— Francamente, Kaede. — O marquês sacudiu a cabeça com um sorriso incrédulo. — Ela é só uma crian ça. E duvido muito que tenha pensado em algum golpe contra nós que incluísse se atirar na frente de uma carruagem veloz. — Estudou a fisionomia carrancuda da governanta, à procura de qualquer sinal de com paixão. Como não visse nenhum, sua voz tornou-se severa: — Se o médico do navio puder salvá-la, ela irá conosco até Blanballyhaven. Dormirá no seu camarote e você cuidará bem dela até que sare. E então, assim que estiver totalmente recuperada, você provi denciará para que seja treinada para algum serviço doméstico no castelo. Fui claro o bastante quanto a este assunto, sra. Kaede?

— Sim, milorde — murmurou a governanta. Baixou a cabeça em zombeteira concordância e para esconder sua evidente oposição à opinião do marquês. Uma criança de rua! O homem deveria ser um clérigo, le vando em conta toda a sua ingênua benevolência e caridade. Não havia dúvida de que estava ficando se nil. Em primeiro lugar, recusara-se terminantemente a viajar com seu valete, o que constrangera o dedicado sr. Travers ao extremo. Depois, revertera sua decisão de forma radical, insistindo que metade dos criados de Taisho Hall se mudasse para a Irlanda. Ela suspirou em resignação e apertou os lábios finos. Sim, senil, sem dúvida! Mas, quando tornou a erguer o olhar, o véu de respeitosa servidão estava novamente no lugar.