Hecuvian
Autor: Amanda C. Izidoro
Criada em 20 de novembro de 2009
Resumo: após a ascensão de Death, Sam e Dean descobrem que mais um ritual está sendo feito e o objetivo dele pode dificultar as coisas ainda mais e acabar acelerando o apocalipse.
Disclaimer: Supernatural não me pertence, o q eu acho triste. Imagina poder conviver com Jensen Ackles, Jared Padaleck e Misha Collins diariamente? Tudo que eu queria...rs...
Nota 1: esta fic tem Spoilers do episódio 10.05
Nota 2: Alguns trechos da fic mencionam a anterior, escrita por mim, chamada A Herança dos Anjos. Para ficar mais real, A Herança dos Anjos vêm antes do último episódio.
Nota 3: reviews são bem vindas sempre. Lembre-se, a série entrou em hiatus até janeiro. Então você pode se divertir aqui comigo e indicar minha fic pros seus amigos, que tal?
Nota 4: o ritual utilizado aqui não existe em nenhum livro de magia que eu conheça, mas é um adaptação de vários rituais taumatúrgico aprendidos no RPG de Vampiro.
Capítulo I
Durante três semanas eles ficaram envolvidos com caças a bruxas, pequenos demônios, lobisomens e vampiros. Nada de anormal, nada de apocalíptico e se não fossem os olhos brancos de Sam, eles quase poderiam fingir que Lúcifer era apenas uma "besta bíblica" assim como toda aquela baboseira de anjos.
A falsa sensação de paz e quietude era no mínimo incompreensível, para não dizer revoltante. Dean sentiu-se apreensivo. A cada curva da estrada, a cada ligação de Castiel ou mesmo aos pesadelos de Sam, que agora pareciam querer voltar com força total, ele sentia o coração vir à garganta na expectativa da batalha.
- Tortura! É isso que ele está fazendo. Que eles estão fazendo... – murmurava o loiro enquanto dirigia sem saber exatamente o que iam fazer na próxima parada: um motel barato, na beira da interestadual.
Essa foi a rotina deles até que Lúcifer resolveu dar as caras e finalmente mover a primeira peça naquele jogo de xadrez apocalíptico. Ele havia invocado Death. O mais temido cavaleiro do Apocalipse. Dizimou uma cidade inteira para abrir o portão que encarcerava a besta. Mas os irmãos Winchester nem tiveram tempo de presenciar a ascensão de Death. Castiel os tirou dali antes que aquilo viesse a Terra.
Por precaução, deixou-os novamente na casa de Bobby. Afirmava que o forte que o velho caçador havia construído no porão seria capaz de mantê-los a salvo inclusive do próprio Lúcifer.
Pelo noticiário, eles acompanhavam as tragédias que aconteciam, aparentemente sem explicação, ao redor do mundo: um furacão em Roma, mais um terremoto absurdo no Japão e até um vulcão, considerado extinto no Brasil, entrou novamente em erupção transformando uma cidade turística num grande lago de lava incandescente.
- Não podemos ficar aqui! Temos que fazer alguma coisa, Sam.
- O que acha que a gente pode fazer, Dean? Sair por aí caçando o quê? A gente precisa de um plano e pegar a estrada sem rumo certo não é o melhor plano na minha opinião.
O celular de Sam tocou naquela hora e o mais velho sobressaltou-se. Sam olhou preocupado para o irmão. Achava que se continuasse assim, cedo ou tarde, Dean acabaria infartando. Tirou o celular do bolso da jaqueta e atendeu.
- Cass? O que... Calma, explica isso direito. – a voz do mais novo parecia tensa e Dean passou a encará-lo com curiosidade. Sam desceu as escadas da pequena varanda, indo em direção aos carros abandonados no ferro velho de Bobby.
Alguma coisa estava visivelmente errada e Dean odiava não ser o primeiro a saber. Odiava mais ainda pensar que Castiel havia ligado para Sam e não para ele como de costume, mas ao pegar seu próprio celular, notou que a bateria havia acabado. Não havia nada que ele pudesse fazer a não ser esperar que Sam terminasse a conversa e lhe explicasse o motivo do desespero de Cass. Sam agora encostava-se a uma caminhonete enferrujada e passava a mão livre pelos cabelos e respirava fundo:
- Está bem! Se você acha melhor assim... Ok... Tchau!
Ele guardou o telefone no bolso e fechou os olhos e Dean se preparava para socar o irmão, pedindo por explicações quando Sam falou, com a voz terrivelmente sinistra:
- É, parece que vamos ter que cair na estrada. Algo grande para fazer.
- E do que se trata?
- Castiel não explicou direito – Sam falou tentando ignorar a cara de indignação de Dean, que não acreditava como Cass poderia não ter explicado direito após ficar mais de 10 minutos falando sem parar com seu irmão – Mas algumas mortes estranhas começaram a acontecer em Utah.
- Mortes estranhas? Sam, estamos no meio do apocalipse. A própria Morte está vagando por aí. E a gente vê morte estranha todos os dias. Até o incrível Hulk já matou alguém, se esqueceu?
Sam não conteve uma risada abafada, porém nervosa.
- Eu sei, mas é que desta vez... – ele tornou a ficar sério – Desta vez as mortes parecem ter "uma razão de ser".
- Uma razão de ser?
- É, bem, o que eu consegui entender da explicação de Cass é que desta vez não se trata de mortes anh... – o rapaz procurava a palavra exata para explicar – mortes comuns, de pessoas comuns. Castiel acha que essas mortes fazem parte de um ritual.
Agora foi a vez de Dean arregalar os olhos numa clara expressão de espanto. Rituais com mortes? Eles estavam voltando a época dos sacrifícios humanos? Sam pareceu ter lido seus pensamentos e completou:
- Bizarro pensar em sacrifícios humanos, eu sei. Mas não consigo pensar em nada mais, além disso.
- Enquanto isso, o que Cass espera que a gente faça?
- Ele disse pra gente ir pra Salém, Utah.
- Salém? – Dean arqueou uma das sobrancelhas.
- Sim, todas as quatro mortes até agora foram em Utah e ele acredita que o próximo passo do ritual acontecerá lá.
Eles explicaram mais ou menos toda a história a Bobby e pegaram a estrada. Prometeram manter contato e Bobby disse que se encarregaria das pesquisas, tendo em vista que muitos lugares do mundo já sofriam com a interferência energética dos demônios, ficando sem sinal de celular ou internet. Dirigiram sem parar praticamente, encostavam apenas para comer e trocar a direção. Chegaram a um motel, logo na entrada da cidade e se hospedaram no quarto 29.
Não estavam no local nem meia hora quando bateram à porta e Sam foi atender. Abriu cuidadosamente e viu que Castiel estava parado ali, junto de Bobby, para espanto dos rapazes. Eles entraram no quarto e Dean já foi dizendo:
- Pode ir explicando. Isso agora ficou ainda mais sinistro. Nós acabamos de deixar Bobby em casa. E essa coisa de ritual? Cara, você tem noção de como estamos? Eu me sinto mais perdido que filho de puta em dia dos pais.
Mas nem Bobby, nem o anjo disseram coisa alguma. O caçador olhou para os dois irmãos e entregou uma pequena pasta com alguns recortes de jornal. Todos traziam as mesmas notícias. Uma pessoa, normalmente alguém de destaque na comunidade, aparecia assassinado num ponto turístico do local. A causa da morte era hemorragia após ter uma parte do corpo amputada. Uma amputação limpa, como os médicos chamavam quando uma lâmina muito afiada corta pele, carne, vasos e ossos sem qualquer dificuldade.
Os jornais ainda traziam fotos do momento em que a polícia se preparava para remover os corpos. Todos estavam sem roupas, com colares e cordões repletos de algum tipo de planta.
- Isso é realmente mais bizarro que de costume. – falou Dean.
Sam não dizia nada. Apenas olhava as reportagens uma atrás da outra e depois repetia alguns trechos em voz alta.
- Bombeiro, pescador, agrônomo, piloto. Bombeiro, pescador, agrônomo, piloto. Bombeiro, pescador, agrônomo, piloto. – ele repetia sem parar.
- Sam? – chamou Castiel, enquanto notava que os olhos do mais novo ficavam novamente esbranquiçados.
- É isso! – exclamou o rapaz parecendo sair de um transe – Elementos. Elementos, Bobby. Faz algum sentido com o ritual que vocês mencionaram?
- Elementos? Como assim? – perguntou Dean.
- Claro! – quem respondeu foi Bobby – Bombeiro, fogo. Pescador, água. Agrônomo, terra. E Piloto, ar. Sim, as mortes seguiram os quatro elementos da magia. Ainda falta o quinto e mais importante. A fé!
- Fé? Fé é um elemento? – perguntou Dean absolutamente incrédulo quanto aquilo.
- Sim, e o mais importante. É a fé que sopra a vida em qualquer ponto do universo. – explicou Castiel – Sem ela, seu mundo seria apenas uma bola de nada.
- Então o próximo sacrifício será de um padre ou alguém assim? – indagou Sam.
- Não tenho tanta certeza. Pode ser qualquer pessoa, desde que sua fé seja verdadeira. – tornou Castiel, andando de um lado para o outro como nunca tinha feito antes.
- Precisamos de mais um detalhe. Alguma coisa que nos dê uma direção – murmurou Bobby.
Dean que agora manuseava os recortes de jornal, sorriu triunfante e sacudiu os papéis enquanto falava:
- Um detalhe, Bobby? Como este aqui: Elijah France?
- Que nome é esse? – Sam perguntou indo para perto do irmão.
- O nome da repórter que fez todas essas matérias pro Salt Lake Tribune.
