Harry Potter e seus personagens não me pertencem
N/A: Eu não sei como posta link aqui (sim, sou super esperta). Então possível leitor, a foto na qual inspirei minha história é do filme Maria Antonieta, mostrando a própria e sua filha num jardim. Mas se você quiser ver, recomendo dar uma passada na seção mais lindamente leonática do 6V e procurar a foto 15 do projeto Pictures of Us ;)
Spring Lights
Era um recorte de lembrança, que Luna visitava de vez em quando, como se revirasse uma caixa de fotografias antigas.
Luna e mamãe no jardim, numa tarde de primavera. Quando Eleanora estava viva, o jardim dos Lovegood tinha mais flores coloridas do que plantas exóticas potencialmente perigosas, e poderia lembrar a paleta de cores de um pintor renascentista. Ou ao menos era assim que parecia a Luna.
Com seus longos cabelos dourados, mais escuros que o da filha e do marido, amarrados num rabo, Eleanora se sentava no chão e mostrava a uma pequena Luna como se preparava a terra.
- Aqui você poderia usar magia e facilitar o trabalho. Mas as flores não gostariam tanto de você quanto gostarão se você dedicar algumas horas do seu dia a elas.
As mãos longas e finas da mãe junto das mãozinhas rechonchudas de Luna cavavam o canteiro com as ferramentas de jardinagem e depois espalhavam o adubo e as sementes. Era uma tarefa demorada, mas, no jardim, o tempo não passava tão rápido como nos outros lugares. Elas poderiam ficar lá o dia todo, mas sempre acabavam antes da hora do chá. Eleanora jogava uma mecha de cabelos suados para longe da testa e se voltava para a filha:
- E agora, o que é o mais importante?
-A luz do Sol?
- Não, meu bem. É a luz da Lua. Da Luna, que tem de vir todo dia mostrar a flor que ela se importa com ela – explicava a mãe, bagunçando os cabelos de Luna.
Luna sempre se lembrava do sorriso da mãe como um raio de primavera que faria as flores crescerem. Ela só não se lembrava de quando o jardim foi embora e, por vezes, ainda esperava encontra-lo lá, quando saía pela porta dos fundos da casa. Aquele jardim onde o próprio ar era colorido.
Era um recorte, um fragmento. Talvez uma lembrança que não passasse de um sonho. Mas era forte. Era feliz. Foi a lembrança que Luna usou para fazer seu primeiro Patrono.
