Nome do autor: Honey G
Título: Suddenly I See
Ship: Harry/Ginny
Gênero: Hurt/Confort
Classificação: K
Resumo: Sr. Weasley foi atacado e Harry se sente uma arma. Mas alguém pode mostrar que ele não é. Fic para o projeto Opus Tesselatum, DG, 6v.
Ele estava se sentindo bem melhor agora. Podia respirar sem se sentir um perigo letal ambulante, sem ser um peso, sem se sentir sujo. Por que ele não se lembrara disso antes? Teria poupado tanta angústia...
Ele não tinha sido possuído por Voldemort, ele não era uma arma, ele poderia passar o Natal com aqueles que amava, sem ter que voltar mais à rua dos Alfeneiros para se isolar. Não era um perigo para as pessoas – aquilo tinha sido só um sonho, uma visão, mas ele ainda era Harry Potter.
Toda aquela aflição parecia um pouco ridícula agora. Ginny, aquela garota decidida e ótima de azarações, tinha feito Harry esquecer a menininha ruiva que apontara para sua cicatriz e sentia tamanha admiração pelo Menino-Que-Sobreviveu. A aluna dedicada da Armada de Dumbledore, a garota falante e engraçada já tinha sido aquela criança possuída, manipulada pela terrível lembrança de Tom Riddle.
Como ele pôde esquecer tudo o que Ginny Weasley tinha pensado? Ela tinha crescido muito desde a primeira vez que a vira, em King's Cross. Os cabelos, antes em marias-chiquinhas, agora estavam longos, e a expressão de medo tinha dado lugar a uma autoconfiança.
Mas Ginny tinha crescido muito mais emocionalmente desde o episódio na Câmara Secreta. Harry já não tinha certeza se o contato tão profundo com Lord Voldemort a fortalecera, ou se ela (como todas as garotas) tinha amadurecido antes que ele, ou quem sabe o relacionamento com Michael Corner a tenha feito crescer... De algum modo, Ginny havia se tornado uma garota forte de quem Harry sentia profundo orgulho.
Ele se sentia grato por tê-la como amiga, principalmente porque, naquela ocasião Ginny tinha sido uma das únicas pessoas a enfrentá-lo, a mostrar a ele que tudo era um mal-entendido. Ginny sabia como ninguém a força de Voldemort, como era ser possuído, como era ter a mente invadida.
Por isso, talvez, ela o compreendera mais do que os irmãos quando o Sr. Weasley fora atacado. Ginny parecia mais calma (ou menos nervosa) do que os gêmeos e Ron, porque também já tinha se sentindo um instrumento de Voldemort, e fora, de fato.
Conversar com ela tirara um peso de seu coração. Seus olhos castanhos prenderam sua atenção entquanto ela falava, sua voz, decidida, era a única que conseguira convencê-lo que ele não era perigoso.
Ginny, Ginny... finalmente Harry estava conhecendo a irmã que Ron tanto comentara; a garota comunicativa que divertia a todos com suas piadas e imitações. Ele só queria ter menos situações tristes como aquela.
Harry se perguntou o que teria sido dos Weasleys se ele não os tivesse conhecido. Será que estariam melhores? Será que estariam agora todos dormindo, sem perigo algum?
Papai estaria morto, ele podia ouvir a voz de Ginny em sua mente, enquanto a olhava sentada à sua frente. E eu estaria também, refletiu Harry. Por mais que os Weasleys tivessem sofrido por serem tão próximos d'O Menino-Que-Sobreviveu, Harry se forçava a relembrar que eles estavam naquela guerra não somente por ele, mas pelo o que ele representava – o fim de Voldemort.
