Disclaimer básico: Bleach e CDZ ainda não me pertencem... quem sabe um dia XDDD surto megalomaníaco
De qualquer jeito, aviso que por aqui só vão encontrar Rukia e Milo, no máximo referências a outros personas dos animes. A fic vai pro desafio SEVEN DAYS do PANDORA'S BOX. Um obrigado especial pro Zieg, que betou, pra Kane, que deu uma lida especial, pro Iza, que aguentou meus pedidos de música e pra Juli, que tem uma paciência santa.
Espero que gostem! Boa leitura!
Fantasmas Assolam
Estavam os dois ali
Estavam os dois ali. Miro e Rukia. Rukia e Miro. Se entreolharam. Lembraram-se do que os havia levado até ali.
Miro recebera o telefonema dela. Morte do pai dela. Velório do tio dele. Testamento. Tutela. Casa estranha. Casa muito estranha. Decrépita. Assustadora. As paredes descascavam num cinza meio amarronzado e eram tomadas por limo, a grama estava alta. Tudo dava a impressão de que ninguém ia ali há anos, pelo menos ninguém vivo. Estava completamente abandonada.
De certa forma era assim que cada um deles se sentia. Abandonados. Abandonado com responsabilidades demais. Abandonada sem rumo a tomar.
Ela pegou na mão dele e o convidou a entrar com o olhar.
- Temos mesmo de fazer isso? – ele perguntou, desviando dela.
- Se quisermos vender a casa, temos de ver as condições em que ela está, além da óbvia necessidade de uma limpeza e uma jardinagem. A não ser que queira manter "isso" aqui.
- Não, não quero, mas sei lá... Essa casa...
- O que foi, tá com medo, é? – brincou com o primo, dando um riso de escárnio.
Ele a olhou de cima a baixo.
- Tá achando que é quem pra falar assim comigo, tampinha? – revidou, colocando a mão na cabeça dela.
- Tampinha?! Eu ainda estou em fase de crescimento, ok?
- Sei, sei... Vamos logo! – puxou-a em direção à porta da "casa".
Ela parou em frente à porta. Parecia buscar algo na bolsa que trazia a tiracolo.
- O que foi? – ele perguntou, curioso.
- Estou procurando a chave para abrir a... – e parou de falar ao ver a porta abrindo sozinha – Me diz que foi você que abriu a porta, por favor.
... Silêncio... Ela procurou o primo, mas não o avistou.
- Milo? Milo, isso não tem graça...
Rukia sentiu algo gelado pegando em seu calcanhar. Nem olhou para ver o que era e disparou para dentro da casa gritando.
Seu primo a seguiu rindo. Balançou a cabeça. Aquela jovem andara vendo muitos filmes de terror ultimamente.
- Rukia? – chamou-a dentro da casa.
- Sabia que era você! Ouvi suas risadas!
- Eu o quê, cabeção?! Para de assistir esses filmes loucos que você para com esse tipo de atitude!
- Eu assisto os filmes que eu quiser! E nenhum tio chato e velho vai me fazer mudar de idéia. – sorriu sadicamente.
- A lei diz o contrário, tampinha! – deu uns tapinhas na cabeça dela.
- Meu pai devia estar muito louco quando decidiu essa insanidade! Como você pode cuidar de alguém? Você não cuida nem das suas próprias plantas! Eu vi que estão todas morrendo!
- Acontece que eu não tenho tempo pra cuidar delas, mas você vai ter um destino diferente! CÓCEGAS!! – e "atacou" a prima.
- Pára com isso! Ah! Pá-ra! – desatou, rindo.
Enquanto isso, numa das casas da vizinhança, alguém tinha os olhos fixos na direção da casa e dos jovens. Tinha na cara uma expressão de puro desgosto. Aqueles dois escandalosos... Talvez eles atrapalhassem seus planos, mas isso não podia permitir. Na verdade, quem disse que precisaria se meter? Desviou o olhar do casal e se retirou. Talvez não precisasse fazer nada. Deixaria tudo com 'eles', poderia até se divertir afinal.
Milo finalmente parou e acendeu a luz do cômodo. Os dois puderam observar a situação do ambiente ao seu redor. Estava visível pela cara dos dois que não era nada boa. Seria desesperador para qualquer faxineira, mas não para eles. Olharam-se. Cada um sacou seu celular.
- Alô é da "Faxina Geral"? Muito bem, vou precisar de uma equipe e serviço completo... – ele começou.
- Alô é da "Insetos Nevermore" (XD)? Vou precisar dos seus melhores venenos para... – Rukia olhou para os lados – para tudo que for possível de ter numa casa bem velha e ligeiramente abandonada. O endereço é...
Sem querer passar mais nenhum segundo ali e com tudo marcado para o dia seguinte, os dois foram até o carro dele. Entraram. Ele tentou uma vez. Duas vezes. Três. Quatro. Dez. E o carro continuava no mesmo lugar. Ambos não queriam admitir aquilo, mas o carro não iria a lugar algum daquele jeito.
- Vou dar uma olhada no capô. – Milo anunciou, quebrando o silêncio e abrindo a porta para sair do carro.
- Ok. Você quer que eu chame um mecânico? – ela perguntou.
- Não, acho que consigo me virar.
- Tem certeza?
- Tenho. – falou, firme.
Uma hora e meia hora depois...
- Ai, minha mão! – ele gritou, assustando-a.
- O que houve? – olhou-o, desviando o olhar da revista que lia e encontrando uma nuvem de fumaça saindo do capô do carro.
Rukia saiu do carro rapidamente para olhar o primo.
- O que houve? – tornou a perguntar.
- Acabei de queimar a mão esquerda!
- Pare de ser fresco! Nem foi nada tão grave! – comentou, sacando uma pomada da bolsa.
- Daonde você tirou isso?
- Da minha bolsa, ué! Uma mulher tem que ser prevenida. E mais uma coisa: Vamos chamar um mecânico a-go-ra! Sem mas! Tem algum número de telefone no seu celular?
- Acho que sim... Deixa eu olhar!
Milo abriu a porta do carro e pegou o celular que estava em cima do banco do motorista. Começou a mexer nele, até que:
- P!!
- Calma, Milo!
- Acabei de perder toda a minha agenda do celular! Inclusive o número do maldito mecânico! E também o número da Isabela, da Luna e da Camille! Que m! Justo dela?
- Você tem o número de telefone de várias mulheres no seu celular? – ela perguntou, estranhando.
- Tinha. – fez cara de desgosto – Mas sabe como é... Um homem como eu e na minha idade conhece muitas mulheres em situações diferentes...
- E você sempre pega o telefone delas?
- Quando o papo é bom e elas são bonitas... Sim.
- Isso acontece...?
- 90 das vezes. – riu, ligeiramente sem-graça.
- Por isso que as mulheres dizem que os homens não prestam. – concluiu.
- Ok, ok... De qualquer jeito, não lembro de ter visto nenhum mecânico no caminho... – mudou bruscamente de assunto.
- Isso quer dizer...?
- Que teremos de passar a noite aqui.
- O QUE?? NEM MORTA!
- Você quer que eu faça o que? Faça surgir um mecânico com um super poder cósmico? Ou talvez peça ajuda a um tibetano pra nos teleportar?
- Não seria má idéia...
- Acorda, Rukia. A verdade é essa: Está tarde e nós vamos dormir no casarão hoje. Se quiser até te deixo dormir no chão ao lado da minha cama pra você não ter pesadelos! – bateu na cabeça dela e saiu rindo, voltando para a casa.
A garota se viu sem escolhas e, como definitivamente não queria ficar ali fora sozinha, seguiu o primo.
- Ei! Por que eu ia dormir no chão do seu quarto?? A galinha aqui é você!
Entraram no lobby com uma discussão boba ligaram as luzes, subindo em seguida. Enfrentaram um certo número de teias de aranhas e barulhos de ratos passando por trás das paredes, mas até que estavam bem. A casa era consideravelmente grande, tinha seis quartos, sendo três suítes e mais dois banheiros. Tudo era decorado num estilo bem clássico, nem se parecia muito com algo que o seu tio teria, Milo pensou.
Cada um ficou com uma suíte, uma em cada ponta do corredor. Nenhum estava admitindo, mas aquela estada não era nem um pouco voluntária. Os quartos possuíam apenas uma cama, um par de cabeceiras e uma penteadora. Pareciam até meio sem vida. Os quadros, que outrora traziam figuras ricamente decoradas, agora as estampavam em uma lúgubre cor cinza, os retratos de família eram irreconhecíveis dentre os outros quadros, os tapetes tinham uma grossa camada de poeira, mas não havia como eles cuidarem daquilo naquele momento. Tudo que queriam era deitar, dormir e esperar que a noite fosse rápida.
Ainda bem que cada um havia trazido uma muda de roupa para o caso de algum imprevisto, já que sabiam que o lugar ficava longe da cidade.
Milo sentia um ligeiro arrepio na espinha, mas que alternativa eles tinham? Pelo menos tudo parecia razoável, os quartos tinham camas e colchões, os banheiros pareciam funcionar, tinham eletricidade e tudo parecia estar dando certo. Foi então que ouviu um grito. Rukia. O que será que tinha acontecido?
Saiu correndo em disparada ao quarto dela, enquanto gritava o nome dela.
Chegou esbaforido e a viu jogada perto da porta do banheiro. Parecia chorar.
- Prima? – perguntou, sacudindo-a – O que aconteceu?
- Eu... Eu... Me irritei com aquele secador de cabelo – apontou para o que um dia fora um secador de cabelo numa das extremidades do banheiro – e... nós estamos aqui nessa droga de casa velha, estranha e que não tem nem um secador de cabelo decente! E... Tudo é culpa do meu pai! Por que ele fez isso com a gente?? – esbravejou e logo caiu no choro, sendo abraçada pelo primo.
- Ah... Nem tudo é tão ruim, pelo menos ainda temos camas "decentes" e luz elétrica... – Milo ia dizendo quando, de repente, caiu a luz.
- Ótimo, primo. Você não podia ficar calado, né? De qualquer jeito, acha minha bolsa que tem uma lanterna dentro dela. A bolsa tá em cima da cama, vai tateando aí que você acha.
- E se eu te falar que não to achando? – deu uma risada sarcástica.
- Não é possível! Eu coloquei aí! De qualquer jeito... Acho que tem uma lamparina na mesa de cabeceira logo atrás de você.
- Espera um pouco, Rukia. Não se mexe.
- Ok, Milo... Milo... Isso é você? Gelado desse jeito? Se for mais uma das suas brincadeiras... dessa vez não vai ter graça...
- Do que você tá falando? – ele perguntou, com a voz visivelmente mais longe.
- Que tem alguma coisa pegando no meu pé! – ela se levantou no escuro e correu como pôde em direção à voz do primo, o que acabou resultando numa bela queda ao lado do mesmo.
- O que houve agora?
- Sei lá... Parecia que algo estava pegando no meu pé... Achou a lamparina?
- Agora sim... – acendeu a mesma, iluminando o arredor deles.
O tapete perto daonde eles estavam se encontrava realmente mexido.
- Pode ter sido você correndo desesperadamente... – ele comentou, não muito convencido do que dizia.
- Se importa se eu dormir no seu quarto? – deu um sorriso torto.
FIM DO 1º CAPÍTULO!
Espero que tenham gostado e que continuem a ler
Beijos,
Yuki.
