Férias com o Cicatriz

Título: Férias com o Cicatriz

Classificação: M

Shipper: Harry Potter and Draco Malfoy

Aviso: Harry Potter não me pertence, é tudo da Jk. Eu não ganho nada com essa fic. Só um sorriso feliz a cada review, então ajude-me a encontrar a felicidade!

Aviso 2: Palavrões, sexo, homossexualismo. Quem costuma ler minhas fics, sabem que é minha marca registrada. Estão avisados.


Capítulo um:

Seria um inferno

A ideia não era dele. Óbvio que a ideia não era dele, porque ele não teria uma ideia como aquela nem se tivesse fumado bosta de dragão! Mas ele tinha que fazer o que lhe mandavam, não é? Não era como se tivesse realmente uma opção.

- Tudo bem – ele falou, selando sua sentença e quase no mesmo momento desejando poder voltar atrás. Enquanto Potter começava a gritar qualquer coisa e o velhote tentava acalmá-lo, Draco ergueu os olhos para o dono das mãos magras e longas em seus ombros.

Severus não disse nada, não sorriu, não piscou. Draco teve que se esforçar para não girar os olhos, porque ele sabia o que as esferas negras queriam dizer: Está tudo bem, você tomou a decisão certa.

E Draco quis girar os olhos porque estava duvidando cada vez mais que o que fazia era na verdade a coisa certa.

Embora, correndo o risco de ser repetitivo, não é como se ele realmente tivesse opção, não é?

Era o inferno, mas ele preferia o inferno à… bem, à missão de você-sabe-quem.

Naquele dia, Draco foi liberado enquanto Potter era deixado com um diretor paciente demais com a gritaria do garoto, na opinião de Draco. Francamente, e depois diziam que ele era o mimado ali! Draco só queria ver como seria aquela temporada infernal na companhia constante do testa rachada e da família adotiva de trouxas gordos e melosos.

Seria o inferno.

- É o que você tem que fazer – repetiu para si mesmo, andando a passos largos porque, vai que Dumbledore liberasse o cicatriz irritante e ele o alcançasse? Draco não estava a fim de ouvir mais gritos. – É a única coisa que você pode fazer. Conforme-se, Draco. Conforme-se!

Draco não estava nem um pouco satisfeito, é claro, mas seu lado sonserino não podia deixar de pensar que não havia lugar algum no mundo mais seguro para ele do que ao lado de Harry Potter. Por que Harry Potter era o tal eleito, era o garoto de ouro, era a esperança do mundo bruxo e etecétera. Enquanto mantivessem Harry Potter seguro, Draco estaria seguro. Estava ótimo pra ele.

Apesar de ele sentir vontade de se afogar na privada a cada vez que pensava que seria obrigado a ficar 24 horas por dia com o testa-rachada e sua família de sangues-ruins.

Sua vida seria um inferno, e por saber que estava sendo repetitivo demais naquela noite, Draco se prometeu que estenderia seu inferno até o testa rachada. Ele não iria sofrer sozinho.

Não mesmo.


Harry tentou de tudo. Ele gritou, esgoelou, tentou usar a razão, tentou fazer chantagem emocional, mas nada adiantou. No fim, ficou decidido que ele seria a nova babá de Draco Malfoy. Harry bufou ao sair da sala com o olhar de repreensão de Snape em suas costas. Ele estava cansado de ter que fazer as coisas porque os outros decidiam que era o certo. Ele não reclamaria se não fossem sempre decisões focadas na sua vida.

Estava quase no fim de seu sexto ano. Foi realmente um choque para Harry quando Dumbledore lhe falou a respeito dos planos de Voldemort, envolvendo o diretor, Draco, e um Avada Kedavra. Draco já demonstrara que estava ao lado da Ordem, de acordo com Dumbledore. Ele o procurara há algum tempo buscando proteção em troca de lealdade. E, o mais incrível, tem honrado o compromisso. Mas agora o circo apertara, e Harry precisava sair imediatamente da escola e voltar para a casa dos Dursley, levando consigo a doninha enjoada. Harry não entendia muito bem, mas parecia que o pescoço do sonserino agora valia tanto quanto o do próprio Harry, e uma vez que o próprio pai do garoto era um homem de grande poder e um dos responsáveis por entregá-lo, eles não podiam esperar até o fim do ano letivo. Eles precisavam agir agora.

Se um dos comensais viesse buscar o garoto em nome dos Malfoy, com uma permissão escrita dos próprios, Dumbledore não poderia se negar a entregá-lo sem que encrencasse todo mundo. Contudo, se Draco já tiver ido embora, fugido, a grande repercussão que isso renderia seria tempo suficiente para Draco e Harry estarem em segurança.

Harry estava muito, muito aborrecido. Ele sabia que não podia fazer nada a não ser aceitar, principalmente depois do último argumento de Dumbledore:

- Sei que é difícil pra você, Harry, mas isso é maior do que você, maior que ele, maior do que todos nós. Espero que você não seja egoísta e entenda isso.

Hunf… Egoísta, ele? A ideia do velho é que era maluca! Draco Malfoy e…

Harry gemeu, sua frustração dobrando de tamanho. Viver com os Dursleys já era um inferno, Draco Malfoy no mesmo ambiente?

Que Merlin lhe desse forças, porque ele não sabia se seria paciente o suficiente para isso. Tinha certeza que o sonserino se juntaria imediatamente ao primo para tornar sua vida um inferno.

Certo! Que Malfoy se lembrasse que só estaria seguro graças a ele, e Harry faria questão de jogar isso na cara dele a todo momento.


Draco continuou encarando o teto, se esforçando para não sorrir ou girar os olhos. Entrelaçou os dedos das mãos e tentou recitar alguns ingredientes de poção para se distrair e não prestar atenção, porque se ele prestasse, não agüentaria a crise de risos que estava ameaçando tomar conta dele.

- Ron, nós já discutimos sobre isso…

- Não, Hermione! – o ruivo batia o pé. – Isso não vai ficar assim! Espera só o diretor chegar que eu vou…

- Senhor Weasley – A porta se abriu de repente, fazendo com que todos se voltassem naquela direção. Draco teve que se esforçar para não girar os olhos de novo, achando a entrada de Severus Snape um tanto quanto dramática demais para a ocasião. Embora ele já estivesse acostumado. – Ouço sua voz gritante do outro lado do corredor e o senhor deve saber que não fui o único, tive que distribuir mais detenções em cinco minutos do que ao longo desse ano para evitar curiosos. Espero que tenha uma boa justificativa para não estar em sua sala que me impeça de descontar cinqüenta pontos da grifinória por causar tumulto em horário de aula. E então? – ele continuou, quase sem respirar. – O que está fazendo aqui?

Draco desviou os olhos para observar com prazer o grifinório ficando vermelho. Granger tentou interceder.

- Professor, onde está o diretor Dumbledore? Nós queremos falar com ele.

Severus nem olhou para a garota, caminhando na direção de Draco.

- O diretor não poderá vir, senhorita, ele me encarregou de tomar todas as providências necessárias para que o Sr. Malfoy e o Sr. Potter cheguem em segurança em seu destino. – Ele parou na frente da poltrona de Draco, de costas para as exclamações chocadas dos dois seguidores favoritos de Potter. Olhou-o nos olhos, e Draco, sentindo-se repentinamente sério, fez um aceno mínimo com a cabeça. Severus era o único que aparentemente estava vendo o quanto aquela situação seria difícil pra ele também, e ele se sentia grato por isso.

Snape pareceu satisfeito com o gesto, e voltou-se na direção de Granger outra vez.

- Você também deveria estar na sua sala de aula, senhorita Granger. São vinte pontos a menos para a grifinória. Reconsiderarei aqueles cinqüenta se não voltarem imediatamente.

Mais protestos, e dessa vez foi Potter quem tentou interceder.

- Professor, eles só vieram se despedir…

- E dizer que Harry não precisa fazer isso! – Ron se intrometeu, ao que Potter apertou os olhos e Snape erguia uma sobrancelha. – Eu conversei com meu pai, nós temos todo o tipo de proteção possível lá, Harry e… Malfoy… ficarão seguros lá, não precisa mandá-lo para a casa dos Dursley de novo.

Draco voltou a encarar o teto, daquele momento em diante ele já sabia o que seria dito, ouvira a mesma coisa uma dúzia de vezes nos últimos quinze minutos.

- Veja bem, professor, como membros da Ordem eles vão saber os tipos de proteções certas para usar e Harry não seria obrigado a passar por aquilo de novo rodeado por…

- Por? – Draco não estava olhando, mas tinha certeza que Severus matinha aquela sobrancelha erguida.

- Por pessoas que o detestam! – Weasley berrou de novo.

- Interessante sua constatação, Sr. Weasley, uma vez que o Sr. Malfoy sem dúvida se sentiria absolutamente confortável na presença de sua família. E – ele continuou, quando Weasley tomou ar, pronto para retrucar. – Acho muito bom que o diretor não tenha comparecido para ouvi-lo dizer essas bobagens. Ele ficaria decepcionado ao saber que o senhor prefere pôr o Sr. Potter, o Sr. Malfoy, e a cima de tudo, a sua própria família em perigo por uma crise infantil de ciúmes, já que essa situação também não é agradável para o Sr. Malfoy, e eu não estou vendo-o reclamar ou perturbando corredores nesse tom de voz. – Nessa hora Harry virou-se corado para encarar Draco, parecendo se dar conta pela primeira vez que ele não tinha feito escândalos como o próprio Harry. Por ainda estar encarando o teto, Draco não viu.

- Imagino que Potter tenha compartilhado a informação de que não há lugar mais seguro para ele do que a casa dos tios. O único lugar onde ninguém poderá fazer mal algum a qualquer um dos dois. Imagino também que sua prepotência em achar sua ideia um máximo tenha lhe cegado para a possibilidade do diretor Dumbledore já ter pensado e descartado essa mesma teoria. Claro que a opinião dele não conta para o senhor, não é, Sr. Weasley? Menos dez pontos para a Grifinória. Se não estou errado nas contas, já foram trinta pontos que perderam, então eu sugiro que voltem para suas respectivas salas de aula antes que o dano seja irrecuperável para a casa de vocês. E então? O que estão esperando?

Draco arriscou desviar os olhos do teto porque não podia perder as expressões no rosto da dupla dinâmica. Severus era o máximo, ainda bem que ele estava ao seu lado.

- Imagino que estejam prontos – Ele falou para os dois, quando Granger e Weasley finalmente se foram, após abraços e olhares melosos que fez Draco sentir vontade de vomitar. Além de uma repentina sensação de solidão.

Draco fez apenas um aceno, levando-se da poltrona com sua mochila magicamente aumentada solta num ombro só.

- Eu… - Draco e Severus se voltaram para Potter. O garoto parecia não saber como falar. Ele olhou Draco nos olhos. – Você só precisa saber antes… Eles podem não ser muito agradáveis.

E então ele continuou olhando para Draco, até que seus ombros caíram quando o sonserino não expressou reação. Quer dizer, não é como se Draco não soubesse, não é? Ele estaria com uma família de trouxas, numa casa de trouxas, parentes de Harry Potter. Se o que o testa-rachada queria dizer era que ele não seria bem vindo, não precisava, porque ele já sabia.

- Que seja – Harry falou novamente. – Vamos logo.

Draco achou realmente estranho quando usaram a rede de flú, ao invés da chave de portal. Mas Snape explicou para ele que Dumbledore já havia visitado os Dursley pessoalmente e se encarregado de fazer as adaptações necessárias tanto na rede de flú, quanto no quarto de Harry uma vez que Harry não podia usar magia e Draco precisaria evitar, garantindo a segurança. E nessa hora Draco teve que se esforçar para não começar a gritar feito o Weasley, porque essa história de dividir um quarto com o testa-rachada era nova pra ele.

- Um quarto? – ele esganiçara. Potter apenas apertara os olhos pra ele. – Ótimo!- ele exclamou, rouco. – Realmente ótimo!

Ele entrara na lareira ainda chocado, com apenas um suave apertão em seu ombro de despedida de Severus. Harry permaneceu calado, mordendo a língua para não dizer tudo o que tinha vontade, ou talvez voltar a berrar como um bebê chorão. Se Malfoy podia agüentar aquilo sem perder a pose, ele também podia.

Assim que ele saiu da lareira, numa casa que Draco julgaria não mais do que estranha com tantos aparelhos e objetos esquisitos ocupando boa parte do espaço, ele se sentiu inevitavelmente curioso. Aproximou-se de uma caixa quadrada e já ia tocá-la quando um resmungo chamou sua atenção. Voltou-se novamente na direção do outro garoto, que por sinal carregava uma expressão bastante aborrecida no rosto.

- Droga – ele rosnou. – O tapete dela. De novo, não.

Draco olhou para o chão apenas por impulso, porque ele não precisava na verdade. Não depois de ver o rapaz moreno todo cheio de fuligem. Ora, aquilo precisava ter ido parar em algum lugar, não? Como o elegante tapete persa, por exemplo.

Draco assistiu a Harry Potter se abaixar e inutilmente tentar limpar as cinzas do tapete. O resultado foi que ele sujou ainda mais.

- Está piorando, Potter.

- Eu preciso limpar! – ele exclamou. – Ao invés de ficar aí assistindo porque você não vem me ajudar?

- Eu? Me abaixar como um elfo doméstico? Não, obrigado. Além disso, não fui eu quem sujou, olhe para mim, estou perfeitamente limpo. – Isso fez Draco se questionar. – Como você faz pra se sujar desse jeito?

Harry não respondeu, e Draco lhe deu as costas, tocando aquela caixa esquisita que chamara sua atenção, pouco ligando para os resmungos do outro.

- Droga, ela vai me matar.

- O que é esse troço, Potter?

- Que troço? Ah, isso é uma televisão, Malfoy.

- Uma o quê?

- Televisão.

- E pra que serve?

- Ah… Hum… É meio que pra… Ah… Assistir a programas e filmes e coisas assim.

Draco se voltou para Harry, as sobrancelhas erguidas por não entender absolutamente nada. Contudo, a curiosidade por outros objetos da casa continuou lhe chamando a atenção e ele deixou pra lá ao ver um Micro System do outro lado. Era um objeto curioso, na opinião de Draco.

- E isso, pra que serve?

- Pra ouvir m…

A voz de Harry foi cortada quando Draco pressionou o botão de ligar, inundando a sala com um alto volume de uma batida animada. Ele rapidamente apertou o mesmo botão, falhando em omitir o ar culpado de uma criança travessa ao se voltar para o moreno.

- … música. – Harry completou, antes de girar os olhos. Ele estava de pé, tendo desistido da mancha no tapete, aparentemente.

- Err… Vamos guardar nossas coisas. Por aqui.

Draco achou divertido o comportamento constrangido e a péssima tentativa anfitriã de Potter, mas o acompanhou sem lhe ocorrer uma piadinha criativa.

- Onde estão os trouxas? – perguntou, curioso. Esperava uma recepção acalorada com mais abraços melosos e choros compulsivos.

Harry deu de ombros, já subindo as escadas.

- Provavelmente fora.

- Estranho – Draco comentou sem se segurar. – Imaginei que Dumbledore teria avisado a hora que chegaríamos.

- Ele provavelmente avisou.

Draco encarou curioso as costas do moreno, mas não conseguiu entender seu tom, então deixou pra lá. De novo.

- Esse é meu…

Harry estacou na porta, e Draco quase trombou nele, distraído.

- Que diabos…? – ele zangou-se, recuperando o equilíbrio antes que rolasse escada a baixo.

- Er… desculpe, eu não… é que Dumbledore andou mexendo aqui, sem dúvida. – Ele deu um passo para o lado, o suficiente para que um Malfoy irritado entrasse.

Ainda era o quarto que Harry se lembrava de ter deixado, mas… diferente. Duas camas de solteiro substituíam a sua cama antiga, espremidas com algum esforço no quarto pequeno. E havia dois armários, ao invés de um. Um com um grande H floreado e dourado, o outro com um D prateado. As poucas coisas que Harry tinha deixado na casa estavam já organizadas em sua parte. Dumbledore também pareceu se preocupar com a decoração, com lençóis e cobertas vermelhos na cama mais próxima da porta, e verdes na da janela.

Harry abriu curioso uma portinha que ele não se lembrava de ter ali, e ficou surpreso ao notar um banheiro de tamanho considerável contendo até mesmo uma banheira simples, mas elegante.

- Ele pensou em tudo! – exclamou, surpreso. – Fantástico!

Draco abriu a porta de seu armário e foi guardando suas coisas após uma rápida olhada ao redor, sem dizer palavra, ou esboçar qualquer reação.

Harry jogou sua mochila na cama, o oposto de organizado, e Draco teve que se esforçar para não franzir as sobrancelhas.

- Você deve estar com fome.

Draco não havia percebido isso até então.

- Bem, eu estou. Vou ver se tem algo para comermos antes que a minha tia chegue. – Ele pareceu hesitar ao chegar na porta. Draco fingiu que não o via ali, parado feito um idiota. – Ok, estou lá embaixo.

Draco permaneceu guardando suas coisas até que o som dos passos correndo pela escada desaparecesse, então ele se permitiu relaxar a cabeça na porta de madeira do armário com sua inicial, e suspirar.

Dividiria um quarto minúsculo, um banheiro menor ainda com Harry Potter, na casa trouxa dos tios trouxas dele. Além de dormir numa cama praticamente colada a do outro garoto.

O inferno estava começando.


E ai, people? Já que Apenas faça, Potter esta terminando, resolvi postar essa daqui que já comecei a escrever a séculos. Me arrisquei, porque pretendo terminar logo a outra, e me dedicar a essa. Espero que gostem. Deixem seus comentariozinhos.

Abraços.