Disclaimer: Rayearth não me pertence. Faço este fic sem fins lucrativos, apenas por diversão.
Just One Pray
Por: Mitzrael Girl
Era incrível como a força de vontade de uma garota tão nova podia segurar um mundo inteiro como Zephyr. Desde que a levara até o palácio, Clef se impressionava como as orações dela podiam fazer tudo aquilo. O que ele não podia imaginar era o que aconteceria depois, como ela conseguiria suportar tudo aquilo. Ele não podia observá-la muito constantemente, afinal, na maior parte do tempo, fosse do dia ou da noite, ela estava orando por aquele mundo, e apenas uma pessoa podia olhar por ela, o Sumo Sacerdote. Eram raras as vezes em que ele a via nos jardins do palácio ou descansando em outros lugares que não aquela ala reservada. Mas fora do palácio, jamais os pés da princesa tocariam de novo.
– Ela é tão nova… – ele se surpreendeu falando mais alto do que deveria, enquanto observava Emeraude nos jardins do castelo, num breve momento de descanso.
– E mesmo assim, tem que estar presa aqui. Você mesmo quem a trouxe, mago Clef. – a voz era conhecida, e não deixou de surpreender o mago.
– Sumo Sacerdote Zagato… devia imaginar que você estaria por perto. – Clef sorriu enquanto o homem mais alto parava ao seu lado, olhando também a dona dos cabelos loiros, que parecia feliz no jardim, com as flores.
– Eu preciso estar sempre.
– Não consigo parar de achar que foi um erro trazê-la tão nova para cá.
– Não havia outra escolha, apenas a força dela poderia salvar Zephyr. – o rosto de Zagato pareceu perder a expressão.
– A força e a liberdade dela. – Clef completou. – Ela tem que orar pelo nosso mundo todo dia, toda hora, todo minuto… dedicar-se exclusivamente a ele, e a nada mais. Uma criança não merece isso.
– Sabe… ela me disse uma vez, que não importava o que acontecesse, se apenas os pedidos dela pudessem nos salvar, ela jamais deixaria de orar por nós.
Naquele momento, o olhar da princesa encontrou com os de Clef e Zagato, e com uma borboleta pousada em sua pequena mão, ela sorriu para eles, os grandes olhos verdes e infantis parecendo cheios de vida e alegria por uma coisa tão simples.
– Até quando você acha que a vontade de nos salvar vai ser maior que a vontade de se salvar? Esse sempre foi o grande problema de todos os pilares de Zephyr, e cada um caiu, um após o outro, ao perceberem que as orações deles atendem a seus verdadeiros desejos… desejos que eles mesmos desconhecem até que tudo comece a se destruir.
– Então, Clef… a única coisa que nos resta é orar. – Zagato sorriu para o amigo, fazendo-o arquear as sobrancelhas em confusão. – Vamos orar para que ela agüente o suficiente para nos salvar. Até lá, eu a salvarei.
