Noves Meses

Autora: Juliana Alves

Beta: Michelle Neves

Categoria: Jisbon, Romance, SongFic, Baby

Advertências: Spoiler dos epis 10, 11, 12 e 13 da 7ª Temporada

Classificação: PG-13

Capítulos: 4

Completa: [x] Yes [ ] No

Resumo: Com uma vida crescendo dentro de si, Lisbon se vê encarando nove meses de descobertas e surpresas.

Nota: Ao lerem escutem a música - 9 meses - Barbára Dias


Capítulo Um

"Um mês e o tempo voa

Eu já sou

E você nem descobriu..."

Lisbon acordou um pouco cansada naquele dia, talvez as atividades da noite anterior que teve com Jane a tenha enfadado. Suspirando ela se desvencilhou dele e saiu da cama, quem sabe um banho não seria suficiente? Entretanto antes de chegar ao banheiro uma voz rouca de sono chegou aos seus ouvidos:

"Já de pé?"

"Vou tomar banho." Ela sorriu. "Bom dia para você também."

"Bom dia." Ele repetiu com um sorriso preguiçoso. "Você está bem?"

"Sim, só um pouco cansada."

"Quer dizer que te cansei?" Agora bem mais acordado Jane tinha um olhar malicioso na face.

"Cala a boca, Jane." Ela resmungou fechando a porta, mas ainda pode ouvir a risada dele.

Ela sabia que ainda tinha tempo de sobra até sair para trabalhar e aproveitou isso para ficar na banheira, a água quente a ajudou a relaxar os músculos e isso já a fez melhorar.

Saindo do banheiro ela viu que Jane já não estava no quarto, provavelmente, foi utilizar o outro banheiro para seu próprio banho. Dando de ombros ela começou a colocar hidratante e percebeu seus seios doloridos e não por terem tido a atenção de Jane na noite prévia. Lisbon então fez uma conta rápida e percebeu que seu período era para ter chegado no dia anterior e concluiu que os sintomas de incômodo era por conta disso.

"Lisbon, o café vai esfriar e vamos chegar atrasados." O grito de Patrick a tirou de seu devaneio.

"Já vou." Ela gritou de volta e se arrumou rápido, esquecendo temporariamente o assunto em mãos.

"...São dois e chega perto

Mas eu ainda sou

Pequeno demais, viu?..."

O último mês passou rápido para os agentes do Texas, eles passaram de caso em caso os resolvendo rapidamente. Lisbon e Jane se revezavam em pegar bandidos e viver a história de amor deles.

Entretanto, no final do atual mês eles se depararam com um roubo. Aparentemente, era mais um caso que resolveriam rápido até um dos criminosos matar Vegas. Lisbon perdeu o conteúdo de seu café da manhã quando ouviu as notícias e viu o quanto abalado Cho ficou. Ela estava tão concentrada em sua miséria que esqueceu que Jane estava preocupada com ela.

"Ei, você está bem?" A preocupação na voz sussurrada dele era palpável.

"Estou bem, Jane." Ela disse saindo do banheiro do hospital. "Vamos, Cho precisa de nós." Pouco convencido ele a seguiu. O resto do dia foi passado entre encontrar os assassinos e reunir provas. Até que Jane resolver interferir e se tornar um refém.

Quando ele passou pela fita da Polícia e se comunicou com os homens maus Lisbon ficou indecisa se atirava nele ou se entregava de vez à vertigem que teve ao ver a cena. Escondendo bem seu mal estar ela assistiu, com o coração na mão, o desenrolar da captura.

Os sons de tiro enviou uma carga de adrenalina por ela e a rápida corrida até a casa a deixou apreensiva com o que ia encontrar, mas ao ver Jane praticamente no chão e com as mãos para cima ela não pode se impedir de sorrir aliviada. Claro que o longo sermão que ele ouviria estava na ponta da língua.

Logo após o enterro de Vegas ela encontrou Jane encostado numa árvore, ele estava pensativo e Lisbon tinha o pressentimento que aquilo não era uma boa coisa.

"Como você está?" Ela questionou assim que se aproximou dele. Ele deu um sorriso triste, mas não a encarou. "Lugares como esses devem ser difíceis para você. Enfim, não sinto que quero ir esse fim de semana. Não parece certo. Tudo bem?"

Lisbon sabia que essa pequena viagem que fariam seria importante, mas não havia condições deles saíram para se divertir depois dos últimos acontecimentos.

"Sim." Jane ainda mantinha o olhar abaixado. Soltando um suspiro ele continuou. "Não posso fazer mais isso."

"O que quer dizer?"

"Não posso assistir você trabalhando nisso, digo... Poderia ter sido você no caixão. E eu não... Não posso passar por isso de novo."

"Jane. Foi você que entrou naquela casa."

"Sim, para que você não entrasse."

"Você poderia ter morrido. Como isso é diferente?" Lisbon tentava entender a lógica de Jane, mas estava ficando difícil com seu coração batendo tão rápido. Ela não estava gostando nem um pouco do rumo dessa conversa.

"Eu morrer é... não me machuca." Jane falou com pesar, contudo era isso que ele acreditava. Ele faria tudo para não perder, mais uma vez, a mulher que amava.

"Você não pode me puxar dos trens que vêm."

"É? Por que não?"

"Porque há trens chegando todos os dias." Ela tentou mostrar a ele que essa era a vida que ela tinha escolhido. Que naquele momento era o que eles faziam.

Levantando-se Jane finalmente a encarou: "Vou embora.".

Lisbon o encarou chocada, seu coração falhou uma batida antes de acelerar e quase voar de seu peito. Ela não sabia o que fazer, ele estava a deixando?

"Você pode vir comigo ou ficar aqui, mas... eu tenho que ir." Ele falou novamente.

"Aonde você vai?" A voz embargada dela quase não se pode ouvir.

"Algum lugar bom." Com isso ele a beijou na bochecha e saiu.

Mesmo após ele ir embora, Lisbon ficou parada alguns minutos esperando que talvez ele voltasse, porém isso não aconteceu.

Cabisbaixa ela foi em direção ao seu carro, limpando as lágrimas ela respirou fundo e seguiu para casa. Ela seguiria em frente, de novo.

"...Três meses e o tormento

Esse teu sofrimento

Eu também já posso sentir

Vê se aquieta o coração

Pra quando eu sair daqui..."

Depois do terceiro dia sem notícias de Jane, Lisbon resolveu deixar que ele esfriasse a cabeça e voltasse, mas quando no quarto dia ela sentiu mais uma tontura e enjoos ela sabia que algo não estava certo. Passando em uma farmácia ela comprou o que precisava e chegou em casa.

Os três minutos mais longo de sua vida foram passado entre a aflição e o medo, se ela estava mesmo grávida o que aconteceria com ela? Jane tinha ido embora, seus irmãos moravam longe e a única mulher que ela poderia ter conselhos era Grace que vivia praticamente do outro lado do país.

O pequeno som do timer a tirou do sofrimento e ela com as mãos trêmulas pegou o bastão. As duas marcas indicavam que ela estava grávida. As lágrimas caíram livremente pelo seu rosto, com ansiedade ela pegou o telefone e ligou para Jane. A primeira ligação caiu na caixa postal e ela pensou que ele talvez não tivesse visto a ligação.

Saindo do quarto ela foi atrás de café, mas parou o que estava fazendo. Ela não podia mais tomar café e isso a fez sorri. Ela foi até o armário e encontrou os chás de Jane, enrugando o nariz ela pegou um saquinho com camomila e esperou a água ferver. Novamente ela pegou o telefone e ligou para ele, o celular caiu na caixa postal.

"Droga, Jane." Respirado fundo ela tentou se acalmar. "Ok.. ele deve está ocupado. Ele vai ligar."

Com isso em mente Lisbon foi para o quarto, deitando ela abraçou o travesseiro que era de Jane e colocou uma mão protetora na barriga.

No final do dia seguinte ela ainda não tinha recebido qualquer ligação dele e isso a deixou em pânico, pegando o aparelho ela discou o número conhecido e mais uma vez a voz da caixa postal.

Se fosse possível ela teria ficado mais apreensiva, imagens de Jane morto em alguma estrada encheu sua cabeça e ela se obrigou a acalma-se, ele estava bem, só precisava de tempo. Durante o resto da semana esse foi seu mantra, ela esperava que ele estivesse bem, pois não sabia se teria forças para levar essa gravidez ou criar um filho sozinha.

Todos os pensamentos ruins foram substituído com trabalho ao longo do dia, Cho tinha pedido que ela ligasse para Jane, ele era necessário no caso. Com um suspiro ela falou que ligaria, mas Cho a conhecia demais para saber que eles não estavam bem. Porém com uma afirmação de que tudo estava sob controle ela se viu ligando para ele.

Sem surpresas dessa vez.

Caixa Postal.

"...Talvez eu dê trabalho

Uma vida de despesas

Mas por favor me deixa ficar..."

Os últimos dias foram corridos e cheios de surpresas, entre o caso de assassinato, o sequestro de Jane, o pedido de casamento e o assustador número de convidados (que continuava crescendo), Lisbon decidiu que falaria sobre o bebê depois dos votos.

E pensando em casamento ela pediu para Cho a acompanhar na escolha do vestido, apressados ele encontraram algumas lojas abertas e ela descobriu que ele era muito bom em moda. Entre sorrisos eles lembraram de suas mães.

"Ela estaria orgulhosa de você." O tom de Cho dizia claramente que ele estava orgulhoso também.

"Vestida desse jeito?" O sorriso dela era brincalhão, o vestido que ela estava agora era mais apropriado para a lua de mel do que para o casamento.

"Muito orgulhosa." Ele reafirmou e Lisbon percebeu que Cho não era apenas um amigo para ela, ele tinha se tornado um irmão.

"Obrigada, Kimball." Ela estava feliz em ter trazido ele. Pagando o vestido eles seguiram para casa.

Durante o caminho ela pode perceber várias lojas de bebês e começou a fazer algumas contas, ela precisava comprar um berço e todo um enxoval, teria que ter dinheiro para plano de saúde e ainda escolher escolas.

"Lisbon?" A voz de Cho a tirou de seu devaneio e ela percebeu que tinha parado de andar e olhava para uma loja com carrinhos de bebê. "Você está bem?"

"Sim.. só um pouco pensativa." Ela sorriu e o seguiu, antes de chegar ao seu carro ele parou e sorrindo a encarou.

"Você está grávida, não está?"

A surpresa nos olhos dela o fez sorrir ainda mais. "Como você.."

"Você me treinou bem, Boss." Brincou ele. "Eu percebi que você cortou o café e só tem um motivo para isso."

"Ok.. você me pegou, mas não diga nada ao Jane."

"Como ele não descobriu?"

"Digamos que estou sendo cuidadosa perto dele."

"Ok, fique tranquila que eu não direi nada." Cho falou sério e a viu entrar no carro. "Cuidado".

Com um revirar de olhos Lisbon seguiu seu caminho, agora mais feliz que nunca.

"...E se por um acaso

Eu não tiver seus olhos

Você ainda vai me amar..."

Depois da pequena recepção com seus amigos e familiares, Lisbon e Jane seguiram para um hotel, eles ficariam alguns dias longe e voltaria ao trabalho. Com sorrisos brincalhões e felicidade faiscando deles, eles chegaram a suíte presidencial com grande estilo.

"Espere!" Jane falou antes que ela entrasse no quarto. "Tradições"

Confusa ela ia questioná-lo, mas foi pega de surpresa quando ele a pegou nos braços e entrou com o pé direito. Com uma gargalhada Lisbon o beijou apaixonadamente. Com caricias e beijos eles fizeram amor até o amanhecer, adormeceram com os corpos entrelaçados.

Depois do almoço eles ainda estavam na cama, haviam tomado banho, mas as roupas foram deixadas de lado. Eles estavam quietos assistindo a um filme quando Jane afastou o lençol da barriga de Lisbon, o protesto dela estava na ponta da língua quando ele encarou seu estomago e começou a beijá-la.

"Ei, bebê. Aqui é o papai." Ele começou com a voz embargada. Ela não conseguiu impedir seus olhos de encherem-se de lágrimas. Malditos hormônios. "Saiba que eu amo muito você e a mamãe também."

Sem dizer nada Lisbon emaranhou os dedos no cabelo dele e ouviu encantada ele continuar a conversa com seu ventre.

"Você vai ser a garotinha do papai, então nada de garotos até os 30 anos." Com isso Lisbon soltou uma grande gargalhada.

"Jane, você já pensou na possibilidade de que pode ser um menino?"

"Bem.. Se for menino ele poderá namorar mais cedo."

"Ei.." Ela deu uma tapa nele com esse comentário e sorriu. "Você imagina como ele ou ela será?"

Jane passou um tempo calado, pensativo. Talvez tentando criar a imagem em sua cabeça: "Eu imagino uma linda garotinha assim como você, olhos verdes e seus cabelos.".

"Ela podia ter seus olhos." Ela disse sonhadora.

"Se for menino vai ter sua força, tenho certeza." O sussurro dele foi baixo e ela quase não ouviu, mas o beijo suave que ele deu em sua barriga foi suficiente para Lisbon se apaixonar ainda mais pelo homem em sua frente.

"...Eu sei que a ansiedade

É quase uma inimiga

Mas eu não quero ser confusão..."

Os dias passaram rápidos e calmos, eles haviam voltado para o trabalho e continuaram resolvendo crimes. Cho agora era o chefe e um dos bons, Lisbon era seu braço direito e responsável pela maioria das equipes, passava mais tempo entre as papeladas do que em campo e ela sabia muito bem que era por causa da gravidez e desconfiava que Jane e Cho tiveram várias conversas a respeito disso

Certo dia, ao chegar em casa Lisbon encontrou Jane no sofá, ele parecia refletir, entretanto ela chegou mas perto sem que ele percebesse e viu que ele olhava uma foto de Charlotte e isso fez seu coração se apertar. Lisbon tinha certeza que ele estava feliz com o bebê, porém ela começou a percebeu que sua gravidez pode ter vindo cedo demais.

"Oi." Ela sussurrou e o abraçou por trás. "Como você está?"

"Tudo bem. E você?" Com cuidado ela pegou a foto das mãos dele e sorriu: "Ela era linda.".

"Sim. Ela era." Jane não falou por um longo tempo. Percebendo que não conseguiria falar nada com ele Lisbon saiu da sala, mas antes que alcançasse as escadas ele a parou: "Eu tenho medo que alguma coisa aconteça com nosso bebê.".

Lisbon não pode evitar a sensação de alívio que sentiu ao ouvi-lo dividir seus medos, depois de tantos anos evitando demostrar fraqueza eles estavam começando a se abrirem.

"Eu também tenho medo, Jane, mas vamos passar por isso.. juntos." Com uma afirmação ele foi até ela e a abraçou.

"...Então, por favor

Me deixa na sua vida

Mas vê se aquieta o seu coração..."

Mesmo após a conversa com Jane, Lisbon estava apreensiva. Ela o amava, mas não sabia se ele conseguiria suportar tudo isso. Eles tinham tentado dormir, entretanto a preocupação estava mantendo-os bem acordados, Jane estava aconchegado nela e aproveitou a proximidade para tranquiliza-la.

"Lisbon, eu consigo ouvir seu cérebro trabalhando."

"Preocupação." Ela disse e suspirou.

"Ei.. eu não vou embora. Nunca mais." Ele disse e colocou uma mão em sua barriga. "Eu não vou abandonar minha família. Não de novo."

Lisbon pensou em retrucar essa afirmação, mas eles tinham discutido tanto sobre isso que ela resolveu deixar para lá. Dessa vez ela iria apenas se aconchegar a ele e acreditar em suas palavras.

Continua...