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Passei calmamente por todas aquelas pessoas que, impacientes, esperavam na fila da boate. Deslizei entre elas, afinal, eu não precisava esperar. Quanto mais eu me aproximava, mais forte a batida ficava, vibrando por dentro de meu corpo e deixando aquela típica necessidade de acompanhar o ritmo. Sorri para algumas garotas que acenavam para mim e elegantemente ignorei alguns, deixando minha marca como "Hey, eu estou aqui, você pode falar comigo, mas eu não vou falar com você se não valer a pena". Cumprimentei os conhecidos, falei com os amigos e logo eu já sendo levado para a pista. A dança me deixa relaxado, como se eu estivesse em um confortável ninho. É maravilhoso. Eu sentia os olhares em mim, eu sabia que tinham aqueles que estavam boquiabertos pela minha forma de dançar, mas, quem liga? Eu estava lá para dançar. E era isso mesmo que eu faria. Os movimentos vinham fluidos pelo meu corpo, como suaves ondas, minha cabeça balançando no ritmo e o suor começando a descer em minha camisa. Os feixes de luz colorida cortando o breu do lugar e os corpos entrelaçados em qualquer ligar em que se olhasse. Essa era minha segunda casa.
Frequentemente alguém tentava dançar comigo, mas eu recusava. Eu gostava do solo, gostava de ter toda a atenção em mim. E, dançando, eu senti aquela mirada insistente em minhas costas, me forçando a olhar. Mas não prestei atenção. Até sentir um par de braços em minha cintura. Normalmente eu simplesmente soltaria a ou o engraçadinho e daria uma resposta malcriada. Mas... Esses eram diferentes. Então me deixei levar. O corpo se encaixou atrás do meu e eu podia sentir o sorriso. Ele guiava meus movimentos e com maestria eu o seguia desde o balanço dos ombros ao movimento sugestivo nos quadris. Presos naquele movimento lento e sensual, começamos a nos mexer mais e mais, até estarmos no ritmo frenético e agitado da música. Eu estava ofegante, mas o corpo suado atrás do meu me impedia de parar. Num golpe brusco, me virei para encarar o estranho. Não me decepcionei com o que vi. Eu sorri e ele replicou passando a língua lascivamente pelos lábios carnudos e rosados, puxando minha cintura e fazendo nossos peitos baterem quase dolorosamente. Uma das mãos atrevidas desceu até minha coxa e vi isso como uma oportunidade de por uma de minhas pernas entre as dele. Dançávamos de forma tão colada que mal poderiam distinguir onde um começava e o outro terminava, mas era tão bom... Eu podia sentir cada pedaço de seu corpo e ele dançava tão bem que eu o deixei chegar mais perto, só pelo prazer de sentir aquela boca carnuda, que pedia para ser mordida, lambida e chupada o máximo possível em meu pescoço. Segurei nos cabelos escuros, molhados e percorri minha mão dentro da camisa dele, sentindo os músculos úmidos de suor. Nunca parando de dançar. [...]
