A culpa está queimando dentro de mim
No fundo, estou machucado
Esse não é um sentimento que eu possa conviver
Então, ponha a culpa na
noite
Não me culpe
Não me culpe
Ponha a culpa na noite
(Blame – Calvin Harris feat John Newman)
Scorpius Malfoy estava um pouco bêbado. Tivera uma semana estressante, brigara com o pai mais uma vez e acabara descontando na mãe que o amava. Fizera a besteira de contar para Abus que ele tinha mais do que simplesmente beijado uma menina que agora era a namorada do Potter (não que já fosse naquela época, Merlin, não). E ainda tinha se esquecido de fazer o maldito trabalho de Transfiguração. Fora, claro, Rose Weasley. Aquela menina era uma idiota e ainda assim não saía da cabeça dele.
Então, no mau humor que estava resolvera ir para uma festa, para se distrair. Não estava conseguindo e bebia para compensar.
- O que você irá querer, moça? - perguntou o barman para alguém que se sentara ao seu lado.
- O que você tiver de mais forte - respondeu uma voz facilmente reconhecível.
Scorpius se virou para confirmar que não estava enlouquecendo e realmente estava sentando ao lado de Weasley em um bar, o único que aceitava estudantes, mesmo sabendo que eles deviam estar em Hogwarts. Tantas pessoas e tinha que ser logo ela? Mas era. Que sorte incrível ele tinha.
Ela estava linda, em um vestido preto colado e uma maquiagem forte. Seus cabelos ruivos estavam arrumados, mas ainda assim não
pareciam nada sem vida como sempre, talvez porque agora estivessem soltos. Ela estava atraente e Malfoy odiou isso. Ela devia ser sempre feia, era mais fácil
odiá-la desse jeito e esquecer o quanto ela quebrou o seu coração quando recusou o seu convite para sair.
- Ora, se não é Weasley - falou com a voz arrastada, a que sabia que ela odiava mais.
Ela se virou para o olhar para quem estava falando com ela e não apareceu surpresa em ver Scorpius. Talvez porque o loiro vivia em ambientes como esse.
- Boa noite, Malfoy.
- Só se for você para você – ele retrucou – A minha certamente não está sendo.
- Eu só estava sendo educada – Weasley debochou – Ou você acha que a minha noite está ótima e eu estou aqui perdendo tempo para nada? – falou irritada. Malfoy conseguia a irritar facilmente – os dois sabiam disso – mas dessa vez só estava descontando nele, assim como ele fez.
Scorpius pegou o seu copo e tomou uma grande quantidade.
- Claro que pessoas perfeitas como Rose Weasley não podem perder tempo em vir em lugares que as pessoas frequentam para se divertir, oh não, ela tem que focar nos estudos – replicou Malfoy, debochado.
- Cala a boca! Você está chamando atenção para nós, falando alto desse jeito – sussurrou Rose.
- E você odiaria isso não é, Weasley? – desdenhou Scorpius – Odiaria ser vista com um Malfoy. É boa demais para alguém que o sobrenome tão sujo. Não foi por isso que rejeitou o meu convite?
Rose o encarou irritada.
- Você não sabe do que está falando. Eu jamais me importaria com isso.
- Eu acho que sei muito bem – Scorpius deu mais um gole na bebida dele.
O copo de Rose chegou e ela o virou sem nem olhar o que era, pedindo mais um.
- Não sabe – replicou, de novo.
- Então me diga por que não aceitou sair comigo.
- Por que importa tanto, Malfoy? – ela falou.
Scorpius nunca diria a verdadeira razão, que não conseguia parar de pensar nela fazia um tempo e precisava sair com ela, pelo menos uma vez, antes de seguir em frente.
- Não importa. Eu só quero entender.
- Não é claro que eu te odeio? – ela replicou, fechando os olhos e apertando a cabeça. Depois, abriu os olhos novamente e o fuzilou com o olhar, como se ele fosse responsável por uma dor enorme de cabeça. Talvez fosse. Scorpius não se importava.
Scorpius deu uma risadinha irônica.
- Não foi isso que pareceu no outro dia - seu sorriso era grande ao lembrar do que tinha acontecido no corredor.
Eles estavam discutindo, mais uma vez, nas rondas e Rose tinha se alterado. Para contê-la e parar a provável tapa que viria, Malfoy tinha pegado a mão de Rose no meio do caminho e acabou a segurando tempo demais. Ele a olhou e, sem pensar, a beijara. Ela tinha o retribuído com fervor.
Depois disso, ela parecera ficar com vergonha e fugira dele todas as vezes que o vira, menos uma, na qual ele pedira para sair com ela. Ela recusara e saíra apressadamente.
- Eu estava frágil.
Era uma desculpa patética, mas Scorpius não insistiu. Sabia que Rose Weasley não admitiria que sentia atração por ele - não, ela se mataria antes de falar isso para o loiro.
- Você ainda não respondeu a minha pergunta – Scorpius a lembrou.
- Que pergunta? – ela suspirou como se estivesse falando com uma criança.
- Por que você disse não?
- Porque você não gosta de mim de verdade - falou ela.
Scorpius a olhou chocado.
- Você realmente acha isso? – perguntou, com um tom mais suave.
- Não, eu sei disso – Rose falou – Mas isso não importa, porque eu também não gosto de você.
Aquilo atingiu duramente Scorpius. Doeu ouvir claramente que ela não gostasse dele e por um instante ele quis fugir dali e deixar Rose Weasley e todas as suas confusões para outras pessoas. Mas não conseguiu.
Tentou se controlar enquanto encarava a garota tão perfeita e mesmo assim tão complicada. Ela agia como se gostasse dele e sempre o procurava, mas não podia admitir isso, ficava inventando desculpas e desculpas para vê-lo.
- Ah, então você não gosta de mim? – perguntou friamente – Pois eu acho que você está mentindo.
- Eu não estou! – e olhou para o chão, como se estivesse desesperada para sair dali. Mas não se mexeu. Somente bebeu mais.
Scorpius deu um sorriso de lado. Weasley estava mais uma vez adiando a hora da despedida.
- Weasley, você está ficando mais patética a cada segundo.
- Não me chame de patética – ela replicou com raiva.
- Pois todas as pessoas que tem uma chance de sair com quem gostam e rejeitam por nada... Eu as chamo de patética. Por que você seria uma exceção? Acha-se assim tão especial?
Rose finalmente explodiu. Não aguentava mais Malfoy a provocando. Ainda mais porque sabia que ele fazia isso só porque estava machucado e queria respostas.
- Eu não podia dizer sim, ok?! – ela não o encarou, como se estivesse com medo de que ele estaria rindo dela – Uma das minhas melhores amigas gosta de você. Você é o melhor amigo de Albus. Minha família te odeia. Você não quer nada sério com ninguém. Eu não tenho nada a ver com você. Nós não daríamos certo. Não teria ponto nem em tentar.
Scorpius a encarou, enquanto sentia a esperança percorrer o seu corpo. Ela não dissera não porque não gostava dele. Ela estava com medo.
Isso deu uma ideia para ele.
- Então, você estava assustada – falou e deu um gole na bebida, como se não estivesse esperando reação alguma.
Mas Rose Weasley não o desapontou nem um pouco quando respondeu, o seu orgulho falando mais alto que a razão.
- Não estava.
- Prove.
Rose revirou os olhos.
- E como eu iria provar isso? – perguntou sarcástica.
- Beijando-me.
Weasley riu.
- Está tão desesperado assim? Isso não prova nada.
- Pois agora eu tenho certeza que você está com medo.
Scorpius viu que falara a coisa certa. Os olhos
de Rose brilharam com determinação para provar que era corajosa. Francamente, Grifinórios eram tão manipuláveis. Malfoy quase revirou os olhos.
- Não estou.
- Prove – cantarolou Malfoy.
E ela o beijou.
Por um segundo, tudo estava perfeito. Era melhor ainda que dá primeira vez. Como se de alguma forma eles estivessem mais ligados ainda, com mais desejo de estar um com o outro.
Scorpius estava começando a se perder ali. Mas, Rose separou a boca dos dois.
- Isso não prova nada. Qualquer um faria isso - Scorpius falou desapontado.
- Você só está dizendo isso porque gostou de me beijar - Rose falou, provocativa.
- E se eu dissesse que foi você que gostou?
Rose deu de ombros.
- Iria estar querendo somente desviar do assunto principal.
- E qual é esse assunto?
- Que você gostou do meu beijo.
- Eu acho que você é quem gostou - Era engraçado como a bebida parecia estar facilitando o entendimento dessa conversa tão complicada.
- Eu acho que… - Rose parou de falar.
- O quê? - pressionou Malfoy.
-... nós dois estamos falando tanto sobre isso, só para, você, sabe, que isso aconteça de novo - e isso foi tudo que ela disse antes de Scorpius se aproximar e ela levar os lábios dela ao seu.
E dessa vez nenhum dos dois se controlaram, cansados de fingir não terem sentimentos um pelo outro, e entregaram todas as frustrações e desejos em um beijo quente. Nunca tinham se sentido assim e tudo que queriam era que o momento durasse para sempre.
Mas, novamente, ele acaba. Só que dessa vez, os dois se encaram depois do beijo e sorriem.
- Já te disse o quanto eu odeio os seus joguinhos, Malfoy? – perguntou Rose, arrumando um fio de cabelo que estava fora do lugar.
Scorpius deu de ombros.
- Não costumo ouvir mentiras.
- Fico feliz por isso - ela disse, sorrindo.
- E eu fico feliz de ficar com você - ele falou.
- Só por essa noite.
- Só por essa noite - ele concordou, porque uma noite era melhor que nada, e os dois sabiam que não podiam durar, mas que também não podiam se conter. Uma noite era perfeito por agora.
- Amanhã, podemos culpar a bebida e a noite - sugeriu Rose.
- Parece perfeito para mim - disse Scorpius e a puxou para um beijo.
Nota: Espero que goste dessa história, Juba, já que implorou tanto por ela.
