Nota: Eaí galera! Bom, mais uma fic, pra variar. Essa idéia surgiu na minha cabeça e esse foi o primeiro capítulo que eu consegui começar e terminar com a mesma linha de pensamento. Bom, só de ter terminado o bendito foi um grande feito!
Nota 2: Bom, as outras fics.. Eu preciso estar inspirada pra continuar escrevendo. Modelo de Vida ta em andamento, na minha cabeça. Rs! Ok, o primeiro capítulo ta quase pronto :) Mas eu consegui deletar o bendito e agora to escrevendo de novo, logo sai.
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Desejo Proibido
Às
vezes, eu sinto o medo da incerteza me incomodar.
E eu não posso
fazer nada alem de me perguntar por quanto tempo
Eu vou deixar
esse medo assumir o volante e me guiar
Ele já me guiou antes,
E
parece ter uma vaga atração maciça, assustadora.
Mas
ultimamente eu tenho começado a achar que
Eu deveria estar atrás
do volante
Incubus – Drive
Medo. Seu corpo estremeceu.
Quantos motivos à vida nos davam para temê-la? E mesmo assim, as pessoas tinham a capacidade de temer o mais indefeso dos motivos. A madrugada costumava ser a vilã de sua infância, o suposto monstro que habitava o inferior escuro de sua cama, as bonecas que sorriam diabolicamente para ela ou as sombras suspeitas, que dançavam em sua parede, agora, pareciam amigos tentando consolá-la. Ela juntou mais as pernas e deslizou suas mãos até os pares de joelhos flexionados, apertando-os mais contra si. Ela temia a si mesma, temia as reações de seu coração desesperado por atenção. Seu corpo estremeceu com um suspiro pesaroso, podia ser um suspiro de sono, mas ele não vinha. Ele tinha corrido para debaixo de sua cama, junto com o seu fiel monstro.
Ela soltou os joelhos e inclinou-se para frente apoiando-se sobre cotovelos afundados na cama macia e fria, olhando o relógio pousado sobre a pequena mesa ao lado da cama. Com medo. Fazia horas que o ponteiro não corria para o próximo número. Fazia horas que ela encarava a escuridão de seu quarto, de seu pensamento, de seu coração, lentas horas imersa no breu de sua vida. Ela clamava para sono lhe dar mais uma chance, por que ele não voltara? Por que a deixou ali, tremendo com o seu frio interior? O inverno que nascia dentro de si a cada noite que passava cada vez mais intenso e desesperador.
Olhou para parede, sem ter para onde refugiar seus olhos, se ao menos eles concordassem em se fechar, por poucas horas que fossem. Então, fitou a barreira branca, lisa e despida. Ela forçou as pálpebras mordendo o lábio inferior. Por quê? Mais um suspiro. Isso não era justo, não era justo o que estava fazendo consigo mesma. Ela tapou a boca com as duas mãos, como se fosse proibido soltar algum ruído, supostamente de mais um longo choro descontrolado. Talvez ocupar a cabeça a livrasse desse fiasco. Ela sabia o que estava por vir, ela não queria piorar as coisas. Então, seus olhos relampejaram com o barulho vindo lá debaixo, o ruído gritante e manso do carro potente que acabara de adentrar em alta velocidade pelo portão da imensa casa, ficava cada vez notável assim como o pânico que se apossava de seu corpo, a parede até então opaca foi iluminada por uma luz azul, mas logo cessou. Estava tarde, esperava que essa noite ela não tivesse com quem dividir os deslizes de sua mente com ninguém. Ou com ele.
Pensou em correr até a por e tranca-la, só por precaução. Estaria mais segura de si mesma, usaria a desculpa de ser uma atitude normal para hospedes se trancarem no quarto de visita por dois dias, para burlar sua mente desconfiada. Quarto de visitas? Não, aquele cômodo branco seria sua casa durante o tempo que restasse de sua juventude. Ou até o ponto que ela agüentasse se manter ali. O pensamento de se mudar da grande e luxuosa casa era realmente tentador, assim como as propostas de emprego estampadas nos jornais. Mas evitar o maximo possível a previsível reação de seus tios quando souberem de suas intenções, também era tentadora.
Então o ruído manso calou-se e logo se ouviu um baque forte vindo de fora. Pobre carro. Logo em seguida o som do titilar das chaves, o tranco da grande porta de madeira maciça da frente se abrindo, o som do atrito de vidro com a bancada de pedra polida da cozinha - Alguma garrafa de álcool com um preço fora de cogitação. - Passos cravados e medidos, joelhos de encontro com os degraus frios da escadaria, dois minutos de obscenidades incensáveis, mais passos medidos no corredor de madeira, trinco – dessa vez, de sua própria porta. -, e então ele.
Com a camisa branca de botões abertos debaixo da jaqueta de couro preta, o cabelo bronzeado e brilhante mais desorientado que o normal e o sorriso que lhe causava arrepios violentos aberto para si, ele estava ali. A mão esticada na nuca, encostado sobre a porta. A luz fraca que vinha de fora iluminava a pele pálida dele, intensificando ainda mais os fiapos laranjados e macios. Era como o leão prestes a devorar sua presa. Quando foi que isso começou? Quando foi que ela deixou isso começar?
- Bella. – Ele chamou ruidosamente, com a voz cheia de divertimento insano.
Ela não respondeu, sua cabeça estava enterrada nas mais profundas fendas que seu travesseiro lhe permitia. Ela não queria vê-lo, não queria ouvi-lo, não queria senti-lo. Céus, o que daria para não ama-lo!? Isso era fora de cogitação, ninguém no mundo teria a capacidade de cometer tal insanidade como ela estava fazendo. Educada e criada como fora, se apaixonar por ele? Sim, por ele. Justo, por ele. A pessoa mais libertina que já havia se permitido ver, o oposto exato de seu próprio ser, toda a luxuria, desejo e pecados no mundo estavam depositados naquele ser, que mesmo assim, ela havia caído em tentação. Ele o desejava em silêncio, no mais secreto dos segredos, ela desejava sangue do seu sangue. Tinha a capacidade de ser tão horrível quanto ele, ela almejava seu próprio primo.
- Bella. – Ele a acusou, com uma subta mudança de humor enquanto impulsionava seu corpo pra frente, mas ao que parece fora demais, seu tronco se curvou sem equilíbrio enquanto ele tentava inutilmente se equilibrar sobre as pernas bambas, rindo de si mesmo. - Bella, você ta acordada, amor? – Ele aproximou-se enquanto tateava os pés da cama em busca do pequeno corpo da jovem encolhida. O que ela havia dito sobre trancar a porta?
- Edward! – Ela virou-se bruscamente, encolhendo mais as pernas para si e se sentando na cama, inofensiva. Ele sorriu com os dentes brancos e os lábios vermelhos e brilhantes curvados na extremidade esquerda, em um sorriso torto e devastador. Enquanto semiserrava os olhos. Olhos que pareciam ter vida própria, o verde manipulador, as esmeraldas que pegavam fogo em qualquer olhar que fosse direcionado, eles nunca descansavam. – Você poderia parar de invadir minhas noites? Se seus pais descobrem?! Céus! – Ela tentava falar baixo e macio, mas olhá-lo ali, engatinhando lentamente sobre a sua cama em sua direção de maneira ameaçadora, era sufocante. Os olhos vidrados em seu olhar desesperado e cheio de luxuria, a deixava ainda mais perdida e imersa no pânico violento. Ele sabia o que fazia com ela, as ações dele demonstravam isso, eram gestos perfeitos. Típico de quem os usa muito, e ele, de fato, fazia jus á essa afirmação.
Sua garganta apertou e seu frágil coração travou em seu interior, quando ele alcançou seu joelho. Os dedos longos logo o envolveram com força, puxando a figura pálida e imóvel a sua frente para baixo de si, uma escultura branca e esguia.
Ela não conseguia, podia passar o dia e até a madrugada toda fazendo planos de como se livrar dele, mas ela nunca conseguia mantê-lo longe. - A mente domina a matéria. – Ela passava horas convencendo-se disso, parafusando na sua memória até que estava certa de que ia seguir aquele padrão. Mas quando ele aparecia, quando ele passava perto dela, com aquele cheiro enlouquecedor, quando ele a olhava com os olhos faiscando de desejo, quando ele lhe sorria com toda a perversão que seu corpo atlético emanava, não havia dúvidas de que realmente a mente domina a matéria, e a sua mente o queria de maneira desesperada.
- Vem cá. – Ele sussurrou, com a boca macia colada em seu ouvido, em sua voz baixa e apressada. A mão direita ainda continuava a dobrar o seu joelho enquanto posicionava em volta de sua própria cintura enquanto a outra mão insistia em levantar a barra da blusa branca e fina que envolvia o corpo da menina, agora fervendo.
- Não! Pare, é sério. – Ela alternava entre falar as palavras apressadas e sugar oxigênio com força para seus pulmões. Sua voz a surpreendeu, estava rouca. Os olhos fechados e os lábios entreabertos, não havia chances dele obedece-la, sem notar suas mãos se encontravam entrelaçadas com força nos fios da nuca lisa dele, ela tinha que parar com essas investidas arriscadas que eles estavam dando. Antes eram só beijos rápidos atrás da casa, depois passou a encontros noturnos na cozinha, então ele entra em seu quarto e como se não bastasse agora trocavam carícias ousadas.
A mão pesada escorregou sorrateiramente para dentro de sua blusa, a palma fria deslizava por cima de sua pele quente e retilínea, traçando caminhos com os cinco dedos posicionados, subindo cada vez mais. A barra da blusa se detinha, sendo levada pelo pulso dele enquanto ele movia sua mão afoita cada vez mais à cima do limite que eles haviam imposto.
Já era hora de parar? Eles deviam parar? Ela não queria. Era tão bom senti-lo ali, mesmo negando e escondendo até de si mesma ela sabia que era isso que ela queria sentir, era por isso que ela esperava. Ele, ela esperou para sentir por ele. Sentir sua mão dele debaixo de sua blusa, seu corpo afoito em cima de si, sua boca macia e deliciosa sobre a sua, adentrando de maneira avassaladora em seu interior nada inocente. Parecia tão errado. Seu inconsciente não parava de buzinar em alerta dentro de si – Ele é seu primo, isso é sujo. – Mas ela não conseguia obedecer, outra parte de sua mente gritava pedindo por mais, e era aquela parte que conseguia controlar seus movimentos agora, e de alguma forma, ela agradecia por isso.
Sentir o toque leve dele, causando borboletas em seu interior que pareciam seguir o rastro de fora, voando dentro de si e debatendo-se umas contra as outras, aquilo fazia cócegas e um frio peculiar que ia até sua garganta agitada. Enquanto por fora, nos traços que sua mão fazia parecia que estava sendo marcada a fogo, formigava deixando marcas ferventes. Era um choque térmico, o frio gélido e agitado do interior com o fogo incandescente de fora.
Em um instante quando a pele úmida dos lábios dele encontrou um ponto na base de seu pescoço para trabalharem ela investiu sua cabeça para o lado, deixando seu pescoço a mercê dele. Extasiada com todo o prazer de sentir a língua aveludada e quente dançar em sua pele em círculos enquanto o lábio dele pressionava em volta e os dentes roçavam na pele macia e arrepiada.
Seus olhos estavam focalizados em algum ponto, mas ela não conseguia enxergar nada. Sua boca estava aberta, mas ela não conseguia pronunciar nada além de gemidos tirados do fundo de sua garganta. As mãos estavam trabalhando em seu corpo, subindo e descendo, acariciando e apertando, em todos os lugares ou posicionada em alguma parte recentemente sensível. A mão que antes envolvia o seu joelho subiu sorrateira por toda a extensão de seu corpo, sentindo as curvas e causando arrepios violentos e sussurros fracos em seu ouvido.
Em algum momento, e ela não soube quando, ela sentiu as duas mãos debaixo de sua blusa, medindo seu corpo com os dedos ansiosos. Uma linha de voz fina saiu de seu garganta em forma de suspiro, e os olhos se abriram em um gesto de deleite. Seu rosto ainda encostado na face do travesseiro estava virado em direção a mesa onde o relógio, que lhe causou tanta agonia, pousava. Os ponteiros finos já indicavam 4:47 a.m. Um reflexo de pânico passou por sua cabeça.
Ela estivera acordada até agora, feito uma criança esperando pela visita do Velho Noel, alerta e ansiosa, aguardando impacientemente. E ele, estivera a noite toda fora, como um.. Como Edward. O que ele havia feito? Onde ele havia estado? E.. Com quem? Idéias absurdas começaram a invadir sua mente como pingos em uma torneira aberta, e depois mais e mais suposições invadiram, afogando-a em uma enchente perturbadora. Edward era o tipo de pessoa absurda, então, todas aquelas idéias impuras valiam para ele. Ela se sentiu ridícula. Ridiculamente ingênua. E ele sabia disso! Ele sabia que ela estava o esperando, ele sabia que podia avançar a barreira idiota, sabia que podia deixá-la de pernas pro ar feito uma marionete, sabia que podia brincar com ela sempre que estivesse disposto, como em uma madrugada depois de uma festa cheia de diversão mundana. A prima ingênua estava lhe esperando em casa.
E então ela não sentia mais as mãos nem a boca úmida em seu pescoço sensível. Ela não sentia seu peso intimidador dominando seu pequeno corpo nem seu perfume intoxicante invadindo seus poros. Seus olhos abertos, arregalados, mas cegos. Todos os sintomas de prazer haviam evaporado junto com o próprio prazer. Agora a única coisa que ela podia sentir era vergonha. Vergonha de si mesma. Para ele era tão claro assim? Tão fácil assim? Ela vivia em função de entrar de acordo com seus sentimentos, bota-los em equilíbrio com sua consciência, e era assim que ela entrava em um conflito maior ainda consigo mesma. Enquanto ele.. - Céus. – Era repugnante! Repugnante, vergonhoso, imundo.
Ela moveu suas mãos, que até então estavam entrelaçados em no cabelo macio, até o peito másculo e lardo posicionado em cima de si, empurrando a palma contra a imagem fogosa a sua frente. Ela o queria longe, o mais rápido possível. Algo começava inundar seu corpo, e aquilo vinha com uma energia maior do que a que ela estava sentido antes.
A boca quente deslizou até seu ouvido, ela podia sentir o caminho que o rosto de beleza inumana levava, sua respiração quente e apressada traçava uma linha morna em seu corpo. A boca foi aberta em um sorriso, ela podia sentir que aquilo estava perigosamente errado. Mais uma vez.
- Você quer ficar por cima? – O tom baixo e rouco que foi usado fez uma onda de arrepios subisse até sua nuca. Mais uma vez ela fechou os olhos. Sua garganta estava seca, suas mãos formigavam. E ela se via diante de mais um caminho com duas saídas.
Como ele podia dominar tanto seu emocional? Era como o anjinho e o diabinho. Ela podia dar-lhe um murro no meio daquele rosto dolorosamente magnífico e manda-lo sumir da sua vida, ou pelo menos de seu quarto. E depois cair em sua cama e chorar até que seus olhos pareçam com tomates e fugir dele por uma semana. Ou ela podia agarrar aquele pescoço e puxar aquela face que estampava a luxúria em sua melhor forma e aproveitar ao máximo do pecado. No final ela também acabaria chorando até que seu corpo estivesse vazio e seus olhos maiores que duas bolas de futebol americano. Ah, e claro, ela fugiria dele durante uma semana de qualquer forma.
Mas, se ela iria sofrer ao menos fosse por algo digno. Que não lhe desse mais motivos para sentir dor. Que a vergonha viesse sozinha, então. Mas ela não se arrependeria de mais uma demonstração de fraqueza, para ter vergonha de ter feito e remorso de não ter parado. De ter deixado que ele a domasse feito uma boneca de trapos mais uma vez.
Mais uma vez uma energia desconhecida invadiu seu corpo. Era quente, violenta e por incrível que pareça lhe dava força. Não só interior. Ela se viu com raiva. Desde quando ódio era demonstração de força? Ela não queria saber, a única coisa que tinha em mente era terminar com isso de uma vez. Quanto mais cedo a dor viesse, mais cedo ela iria embora.
- Não, Edward. – Ela falou com a voz vergonhosamente rouca. Seus olhos criaram coragem e cintilaram para as armadilhas esverdeadas, que a encaravam persuasivas. Oh, ele não iria ganhar dessa vez. Os lábios curvados tentadoramente, sorrindo, nem os olhos atirando tentação iriam afogá-la dessa vez. – E na verdade, nem você vai ficar. – Ela tocou os ombros dele empurrando sem delicadeza pra cima, pra longe de si. E era assim que ela o queria por um bom tempo. Ou pelo menos pensava que queria.
Ele tomou seu quadril nas mãos, tentando unir os corpos mais uma vez. Por um momento uma rajada de ar saiu de seus lábios em forma de gemido. Ponto pra ele. Ela viu que ele não sairia dali, quantas vezes isso já devia ter acontecido? Como chama? Ciúme!? Era só uma brincadeira, e quem sabe ao ver dele até charme. Ela devia deixar claro que ela não o queria, mas não tinha a intenção de dizer o motivo. Era muito vergonhoso, afinal. Ela tomou ar, apertou os dedos sobre os músculos do braço delineado e com toda a sua dignidade abalada ela decidiu-se. Ela pensou em falar olhando nos olhos dele, mas sabia que assim, ela perderia o sentido mais uma vez. Então mesmo com a cabeça baixa, encarando cegamente o tecido branco de sua cama ela ousou a atacá-lo.
- Eu já falei, quero que você saia Edward. – A voz tremeu no final, ao falar o nome dele. Soou fria, como queria, mesmo que a emoção da vitória a tenha tomado um pouco antes da hora. Ela levando, enfim, os olhos para ele, que lhe olhava enquanto passava a mão sobre os fios baixos de seu cabelo, de algum modo, tentando relaxar.
- Qual é? – Ele soltou após alguns segundos de silêncio. Era evidente a dúvida naquelas palavras. – Bella, você não vai querer parar agora, vai? – Ele agora a encarava, incrédulo, perto do zombeteiro. Era óbvio que ele não estava nem um pouco interessado em saber os motivos, nada simples, dela.
Em sinal de afirmação, e vergonha, ela abaixou os olhos. Ele havia achado ridículo à atitude dela, isso era nítido. É claro, ele não tinha que se acostumar com pessoas fazendo isso, alguém que está fazendo charme certamente não faria nada de acordo com essa atitude, que de certa forma era infantil.
- Certo. – Ele murmurou com algum significado escondido, que ela não conseguiu captar. Era típico dele. – Eu saio do seu quarto. – Ele concluiu com um ar divertido ao mesmo tempo em que seus olhos ágeis cintilaram. Ela ajeitou-se na cama, sem tirar os olhos dele. Tentando de alguma forma imaginar o leque de sentidos atrás daquelas palavras. Ele continuava a sorrir para ela, olhando fervorosamente dentro de seus olhos amedrontados e curiosos.
Alguns segundos se passaram e ela continuava a encará-lo, esperando, falsamente, que ele saísse. Ele havia dito que iria deixá-la em paz. Então, o que ele ainda fazia sentado a encarando como se ela tivesse perdido a piada? Ele não devia estar marchando em direção á porta, tentando ao menos, andar sem fazer barulho?! Mas ao em vez de fazer isso, ele jogou-se para cima dela mais uma vez em um movimento mais rápido do que a rajada de ar que saiu de seu pulmão em um grito mudo. Ele agora se encontrava com toda a sua magnificência em cima de si, com os olhos serrados e brilhantes, segurando os pulsos finos acima de sua cabeça, afundando as mãos no travesseiro fofo.
- Se.. – Ele aproximou a face impecável de si, propondo alguma idéia oculta, e nada boa. – Você me disser o motivo pelo qual me quer longe de você. – Falando isso ele afundou mais uma vez a boca em seu pescoço.
Sim, ele tinha um poder enorme sobre a sua pobre alma inexperiente. Sim, ela o odiava por isso. Na verdade ela não o odiava, ela se odiava por desejar tal tipo de canalha desejável. Mas no final a culpa era dele, por ter nascido no lugar errado. Anjos costumam nascer no céu. Porém, pensando bem aquela alma e aqueles pensamentos, jamais pertenceriam à uma divina criatura de Deus. Então, o que lhe restava era a paisagem quente e luxuriante, bem relacionada com aquele ser posicionado sobre seu corpo. Não, de fato a Terra era o lugar dele. O meio termo! A alma filha da luxúria e a beleza filha da divindade imaculada. Uma mistura, certamente irresistível e cruel para ela.
Esses pensamentos deram um tipo de consolo para ela. Ele era algum tipo de criatura irresistível, qual a sua real culpa nisso? Nascer?! Ele não havia pedido isso. Ele havia crescido e se moldado através das situações, ele não iria mudar por causa dela. A verdade era, ela estava tendo uma crise estúpida de ciúme e esse era o fim de seus problemas sem fim. Uma onda de euforia tomou conta de seu corpo. Ela havia, finalmente, entrando em acordo consigo mesma. Fora assim tão fácil resolver seu tormento? Ciúmes.. Era lógico que ela estava com ciúmes dele. Nós sentimos isso quando queremos algo somente para nós mesmos, e ele não facilitava nisso. Ele não era dela e deixava bem claro. Mas ele não sabia que ela o queria somente para ela.
Absorta em seus pensamentos iluminadores ela permaneceu, enfim, entendendo o que tanto lhe atormentava e agradecendo mentalmente a ele. Mas algo ali dentro de si ainda buzinava dizendo que a resposta não estava correta. - Mente estúpida! – Gritou internamente amarga. Agora que ela havia visto o real motivo por seu ódio interior, o rancor de ser a prima de segunda mão.
Prima.
Maldito sangue, maldito ser, maldito desespero que começava a crescer dentro de si novamente. É claro, que típico. Você descobre que não pode transar com o seu primo tremendamente selvagem porque sente ciúmes dos possíveis passa-tempos pervertidos dele. Mas o fato de você ter o mesmo tipo sanguíneo dele não interfere absolutamente em nada nisso, só uma pequena crise de ciúmes boba com propoções absurdas. Olhe só, quem está falando de coisas absurdas mesmo?
Agora enfim, a sua mente perturbada conseguiu se satisfazer. - Além de ter a chance de ocultar suas reais intenções, irracionais com o seu parente de sangue. Você pode deixar claro que o quer afastado por um motivo muito lógico e obvio, sem precisar mentir! – A dica do mestre veio com um tom muito suave e prepotente, como se tivesse acabado de descobrir a origem da vida piscando na ponta do nariz. De certo modo, isso devia deixa-la satisfeita. Ele ficaria longe. Ela havia descoberto os dois, não mais um único, problema com sua mente anormal com relação ao seu primo. Ele não precisaria saber da segunda verdade vergonhosa, de que ela queria marcar com ferro as vadias que tocavam nele e que isso era o bastante para ela finalmente poder iniciar seu ritual de depressão pós ação impensada. Que no caso, foi pensada até demais.
Ela afastou seu rosto do dele, certificando-se por um momento que sua voz estava preparada para usar o tom de ultraje.
- Como assim um motivo? Edward, somos primos! – Ela mencionou tentando parecer severa de imediato.
- Bella, você não vê problema nisso. – Ele afirmou, enfim tentando entrar em uma conversa. Ela se assustou com tal atitude. Ao vê-lo sentar-se frente pra ela, apoiando os cotovelos na cama enquanto afirmava com casualidade algo que ela não queria acreditar.
- É claro que vejo. Como não ver? Somos primos, Edward. Isso é errado. – Ela falava como se tivesse pregando a bíblia para um infiél.
- Tanta coisa errada no mundo pra você se preocupar, Bella. Isso é absurdo. – Ele discordou, tentando convence-la.
- Mas você sabe que eu não preciso me preocupar com as coisas do mundo quando o meu primo e eu estamos tendo.. – Ela não soube dizer o que eles tinham. O medo de falar um caso e ele rir achando ridículo o fato de alguns amassos ao menos ter um nome.
- Não é como se nós fossemos casar, Bella. – Ele mencionou com casualidade. Mas logo os olhos verdes captaram uma nova possibilidade, mudando a expressão de compreensiva para pervertida. – E também, ninguém precisa ficar sabendo o que nós fazemos a noite. – O modo como ele mencionou o nós a deixou assustadoramente excitada. Estava bem claro nas palavras dele, as reais intenções. – O que os olhos não vêm, o coração não sente. – Ele finalizou de maneira categórica, enquanto se punha a engatinhar na cama em sua direção mais uma vez.
- Mas eu vou ver, Edward. – Ela sussurrou apressadamente sem desviar os olhos dos dele. Tremeu ao dizer seu nome, enquanto o próprio já se ocupava de passar a mão por de baixo de sua blusa na intenção de se livrar finalmente da peça.
- Você pode fechar os olhos, se quiser. – Ela não tinha notado a boca dele ao lado de seu rosto, até ele sussurrar aquelas palavras, e logo após sentir a ponta úmida de sua língua acariciar a base de seu ouvido.
- Não podemos. É melhor sair. – Ela murmurou em teimosia, enquanto tentava bloquear o acesso das mãos dele debaixo de sua roupa. Sua mente ainda insistia em negar o quanto ela queria aquilo. Era só se entregar e preparar para sofrer mais tarde. Porém o inesperado foi a reação dele. Que logo estava em pé ao lado da cama, olhando o rosto da menina atordoada em dúvida.
- Pare de agir por estupidez, menina. Nem você cai nessa conversa idiota de proibição. – Parecia que o divertimento e a paciência haviam ido embora. Ele nem a olhava mais, já estava rumando em direção da porta sem trocar um ultimo olhar ou palavra. Deixando a menina assustada estirada na cama, com uma estranha sensação de perda. Ele nunca havia sido dela, mas ele antes não havia declarado sua desistência.
Sua mente vibrava em alegria, notificando que realmente havia conseguido o que tanto queria. Mas ao mesmo tempo alguma parte, relativamente grande dentro de si berrava que ela estava sendo tremendamente tola, mais uma vez. Era um turbilhão de emoções, que foi interrompido pelo baque fraco da porta. Ele havia ido. A imagem atônica permaneceu encarando a porta por alguns momentos, não soube dizer se eram segundos, minutos ou horas. Ela estava ali, cega, conectada ao bolo de sensações que estava por vir. E então, logo ela caiu no choro. Uma linha morna escorrendo, depois outra e outra. E agora ela já estava com a cabeça doendo e o pano diante de si molhado, os soluços irritantes vinham de tempos em tempos para lembrá-la de respirar. As notas finas que saiam de sua garganta em murmúrio de dor, deixavam-na ainda mais angustiada.
E foi assim que ela pegou no sono. Enrolada nas próprias pernas, com o rosto úmido e inchado. Descansando os olhos da dor latejante de sua cabeça. Pensando, afinal, se seria melhor não acordar no próximo dia.
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Nota: Então fim do inicio. Olhem, eu peço com todo o carinho que me digam a opinião sincera de vocês. Porque se não tiver opinião não tem leitor, e então não precisa de fic, certo?! Então, vamos lá.. Força pra Fufu aqui ;)
Beijos e até mais gatinhos.
