Disclaimer: Mesmo no natal precisam jogar isso na minha cara?! Sim, eles não são meus, o Papai Noel não atendeu aos meus pedidos… São da J.K. Rowling, mas isso todo mundo já sabe.
Quem Não Acredita em Papai Noel?
Por July Evans
Capítulo 1 – Discussões Natalinas
Neve; o primeiro sinal da aproximação de um intenso inverno nos campos de Hogwarts. Sinal também do fim de mais um exaustivo período de aulas, que era a rotina daquele castelo. Mas, principalmente, sinal do início da época mais marcante e festiva da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. A época de Natal. Passeios, brincadeiras, presentes, abraços, tudo fazia parte dessa magia maior que encantava a todos no final do último mês do ano. Um grande misto de alegria e comoção que conseguia unificar quase todas aquelas pessoas, residentes do castelo em uma só festa.
Para muitos alunos seria o primeiro Natal passado em Hogwarts. Para outros, apenas mais. Mas para os setimanistas era o último, fato que os deixavam muito emocionados, saudosos e também esperançosos, na expectativa para o próximo ano, este já fora da escola. Então, neste último ano, o Natal teria que ser inesquecível e todos tentariam fazer para que assim fosse.
No primeiro dia das férias de Natal, um burburinho fora do comum havia se instalado pelo salão principal na hora do café da manhã. O motivo para tamanha algazarra era a decoração natalina que já se fazia presente nas paredes, colunas, pendentes do teto; que deixavam todos os alunos cheios de excitação, principalmente os mais novos.
Um grupo de alunos do primeiro ano, da casa de Grifinória, falava sobre as tão ansiadas festividades.
- Vocês sabiam que são deixados os presentes de Natal nas nossas próprias camas durante a noite de véspera de Natal? – segredou um aluno de cabelos negros e olhos azuis ao restante dos amigos.
- Mas como é que isso acontece? – Perguntou um outro aluno, também moreno e com os olhos verdes, ao colega de turma.
- Eu não sei – ele respondeu.
- Foi o meu irmão mais velho que me disse que isso acontecia quando ele estudava aqui.
- É, só que é preciso uma explicação de como é que esses presentes vão parar lá – disse uma garota de cabelos ruivos preso em um rabo-de–cavalo. – é preciso saber quem mandou para quem e como é que eles chegam aqui.
- Então, esses presentes chegam através do Papai Noel – manifestou um garoto loiro, muito pequeno, que estava mais afastado dos outros alunos, mas que também participava da conversa.
- Quem? – foi o que muitos dos outros meninos pronunciaram.
- O Papai Noel – repetiu o garoto – Um velhinho muito gordinho e simpático que vive no Pólo Norte e que entrega presentes no dia de Natal.
- Velhinho?
- Presentes?
- Gordinho?
- Vive no Pólo Norte com esse frio?!
Muitos daqueles primeiranistas tomaram atenção ao que aquele garoto iria dizer.
- Vocês não sabem da história do Papai Noel? – perguntou o garoto aos amigos.
- Não. – responderam muitos deles, e uma garota de ascendência oriental acrescentou – Você é filho de trouxas?
O garoto assentiu.
- E você pode nos contar a história desse Papai Noel?
- Sim, eu conto - e ele fez um ar muito sério, como se estivesse prestes a revelar um dos segredos mais importantes do mundo. – Como eu já disse, o Papai Noel é um velhinho muito legal e bondoso que vive no Pólo Norte e que distribui presentes para as crianças de todo o mundo na época do Natal.
- Distribui? Mas como é que ele viaja pelo mundo todo? – perguntou o rapaz moreno de olhos azuis.
- O Papai Noel viaja em seu trenó voador, que é guiado por suas renas – esclareceu o garoto – Existe até uma de suas renas que possui um focinho vermelho.
- E onde é que o Papai Noel leva os presentes? – inquiriu a garotinha de cabelos ruivos.
- Em um saco vermelho.
Alguns daqueles alunos ficaram admirados com aquela nova história, mas os outros ainda se demonstravam um pouco céticos ou desconfiados.
- Então, se é assim, como é que esse Papai Noel sabe o quê, para quem e onde é que ele deve entregar o presente? – quis saber aquele menino, de olhos verdes.
- Através das cartas com pedidos que as crianças lhe enviam – respondeu o garoto simplesmente.
- E como as cartas chegam até ao Papai Noel?
- Basta apenas que entreguemos a carta aos nossos pais, dizendo que é para o Papai Noel, ou então, mandamos para ele próprio – esclareceu com muita convicção o garoto.
- E se ele não ler? – perguntou a garota de ascendência oriental.
- O Papai Noel sempre lê as cartas que as crianças mandam para ele.
Não muito longe dali, quatro jovens que tomavam o seu café-da-manhã acabaram por ouvir a conversa daqueles garotinhos.
- Esses pirralhos, inventam cada uma – observou Sirius com descaso, enquanto passava geleia em uma torrada. – Papai Noel… com franqueza!
- Não seja mau, Padfoot – pediu Remus, mas havia uma sombra de divertimento em seu rosto.
- O Padfoot deve ter algum trauma de infância, talvez por nunca ter recebido a visita do Papai Noel em casa – brincou James com um meio sorriso.
Sirius fechou a cara e Remus riu. Porém, Peter apenas franziu o sobrolho e disse:
- Mas então, existe ou não existe esse tal de Papai Noel?
- É claro que não existe, Wormtail – pronunciou Sirius, com um pouco de maldade. – Tudo isso não passa de presentes que os pais das crianças compram para dar a eles dizendo que foi esse velho gordo e debochado.
- Realmente, eu não sei como você não foi parar na Sonserina, Black – uma voz feminina soou atrás de Sirius – Quando você quer, consegue ser tão idiota e insensível quanto eles.
Sirius inclinou o rosto um pouco para o lado e deu de caras com uma garota morena, com os braços cruzados diante do peito e a encará-lo com os olhos ligeiramente estreitados.
- Só porque nós estamos em espírito natalino, McKinnon, eu vou me reter de te dizer que a sua opinião para mim não interessa – disse Sirius, com um sorriso irónico. – Ops, não era pra ter dito isso…
Marlene olhou feio para Sirius e depois sentou-se ao lado Remus para tomar seu café da manhã, sendo acompanhada por suas três melhores amigas, Lily, Alice e Emmeline.
- Vocês estavam falando sobre o Natal? – perguntou Alice, que se sentou ao lado de James.
- Estávamos – respondeu o apanhador de Grifinória. – Mais precisamente sobre o Papai Noel.
- Sobre o Papai Noel? – inquiriu Lily, um pouco surpreendida. - Não me diga que você ainda escreve cartinhas ao bom velhinho, Potter?
- Não, Evans, eu não acredito em Papai Noel – esclareceu James – Mas aqueles garotos sentados ali acreditam, só que infelizmente um dia eles perceberão que o Papai Noel não existe.
- Oh, e você está preocupado com eles, Potter? – a ruiva indagou com uma falsa comoção.
- Eu não nego, Evans, que me deixa muito chateado ver o desapontamento das crianças ao descobrirem que o Papai Noel não existe – afirmou o maroto.
- E quem disse que não existe Papai Noel? – replicou Lily.
- Você acredita em Papai Noel, Evans? – desafiou James, pondo mais lenha na fogueira.
- A questão aqui não é a minha crença, Potter – sibilou Lily entre dentes. - Mas confesso que é isso mesmo que faz a magia do Natal, a crença que as pessoas possuem.
- Concordo plenamente com a Srta. Evans.
Todos estavam tão absortos na discussão que acontecia entre James e Lily que nem perceberam a presença de Dumbledore muito próximo a eles. Olharam todos em simultâneo para o diretor e ficaram em silêncio. Dumbledore sorriu perante o constrangimento daqueles alunos.
- Então eu vejo que a imagem do meu semelhante também é assunto entre os alunos mais velhos – disse Dumbledore.
As garotas entreolharam-se sem perceber muito bem o que o diretor quis dizer com aquilo, até que Marlene perguntou:
- Desculpe, professor, mas o que o senhor quer dizer com "meu semelhante"?
- É como diz o vosso professor de poções – comentou Dumbledore – o Horace tem a mania de dizer que o Papai Noel, assim como eu, é um dos velhinhos mais conhecidos e com a barba mais branca que se pode encontrar – e o diretor começou a rir com os olhos a cintilarem.
As meninas, assim como os rapazes, mais uma vez se entreolharam e sorriram. Era evidente que Dumbledore, mesmo com toda a sua excentricidade, era uma pessoa muito admirada entre todos aqueles alunos.
- Mas, sabem, o que a Srta. Evans diz faz todo o sentido – continuou Dumbledore – O Natal é aquilo que nós fazemos dele, o sentimento que há em nossos corações e, principalmente, a força com que nós acreditamos nas coisas boas.
"Realmente, o professor Dumbledore é uma lição de vida",pensou Lily, sentindo uma profunda calma dentro de si. Já James, sorriu de uma forma enigmática, provavelmente pensando em algo, quando o seu olhar cruzou com o olhar da ruiva. Lily corou e desviou o olhar para baixo, sentindo o seu rosto esquentar e seu coração bater mais acelerado. James, apenas alargou um pouco mais o seu sorriso.
- Posto isto, caros alunos e alunas, eu peço-vos licença, mas agora vejo que realmente tenho muitas coisas para fazer até esta data tão especial que é o Natal – e o diretor levantou o dedo indicador para cima em forma de uma observação – Olhem, eu até fiz uma rima – acrescentou Dumbledore e saiu, rumo a mesa dos professores.
- Gente, eu acho o professor Dumbledore uma pessoa excepcional – comentou Emmeline.
- É verdade – concordou Marlene, colocando seus cabelos negros atrás das orelhas com os dedos – Ele consegue fazer com que até as mais duras realidades sejam encaradas de uma forma mais positiva.
- Ah, então você admite que o Papai Noel não existe, McKinnon? – inquiriu Sirius, sorrindo de uma forma triunfante.
- Não foi isso que eu disse, Black.
- Mas foi o que pareceu – ele opinou
- O que McKinnon quer é arranjar uma forma de consolar os pobres menininhos da dura realidade que é a inexistência do bom velhinho – explicou James, trocista.
- Olha que você pode acabar por se surpreender, Black – sentenciou Marlene a Sirius, e depois, se virou para James – E você também, Potter.
- Deixa isso de mão, Lene – aconselhou Lily – O Potter é uma pessoa suficientemente egoísta para pensar, o mínimo que seja, em alguém para além dele próprio.
- E de Black, que é completamente igual a ele – acrescentou a morena.
Sirius, ligeiramente ofendido, mas tentando disfarçar a todo o custo, lançou um olhar de frieza as duas garotas e levantou-se da mesa, indo embora para o salão comunal. James, num gesto para si próprio, assentiu com a cabeça, como se estivesse absorvendo uma informação importante, levantou-se devagar e quando já estava de pé, olhou para Lily de uma forma desafiadora e disse:
- Continue com a sua tola crença, Evans, e veremos quem realmente sairá surpreendido desta história.
Dizendo isto, seguiu o mesmo caminho que Sirius, sendo rapidamente acompanhado por Remus e Peter. Lily, cruzou os braços com impaciência e Marlene, que já se encontrava com os braços cruzados, começou a tamborilar com os dedos neles, com uma certa brutalidade.
- Idiota! – exclamaram as duas, sem perceberem, em uníssono.
- Quem? – perguntou Emmeline, erguendo a sobrancelha.
- O Potter, claro! – disse Lily.
- O Black, quem mais poderia ser?! – Respondeu Marlene, indignada.
Emmeline e Alice começaram a rir.
- O que foi? - mais uma vez Lily e Marlene disseram ao mesmo tempo.
- Vocês as duas são tão iguais - respondeu Emmeline, após conter um pouco o riso.
- Iguais? – tornaram a dizer em conjunto, mas desta vez entreolharam-se e repreenderam-se com o olhar.
- Sim, iguais – respondeu Alice – Orgulhosas, teimosas, implicantes…
- Mas o principal… - acrescentou Emmeline.
- Ambas amam um maroto – concluiu Alice, abrindo as mãos diante de si em um gesto, como se estivesse a focar um letreiro bem luminoso e grande de um cinema.
- Eu não amo nenhum maroto – ambas bufaram de raiva – Quer parar de falar o mesmo que eu?! – e reviraram os olhos.
Marlene cedeu primeiro.
- Tudo bem, eu e a Lily até podemos ser parecidas, mas mete uma vírgula bem grande aqui, porque a única pessoa que gosta de um maroto aqui é ela.
- O que?! – indignou-se Lily. – Eu não gosto do Potter!
- Não negue, Lily – disse Marlene – E para começar, eu nem disse que era o Potter.
- Ela tem razão, Lily – observou Emmeline – E você própria já nos admitiu que gostava de James.
Lily fez a mesma expressão que o maroto havia feito antes de ter saído de lá.
- Tudo bem – ela começou – Eu não vou negar que, de fato, eu vos confidenciei essa trágica realidade, por confiar em vocês, mas também não precisa jogar isso na minha cara desta maneira.
A ruiva levantou-se rapidamente e jogou seu guardanapo bruscamente em cima da mesa, e saiu dali, a passos rápidos.
Marlene jogou a cabeça para trás e suspirou, cansada.
- Eu não acredito que mesmo depois de ter deixado de negar o que sentia por Potter, a Lily queira continuar fingindo os seus sentimentos – afirmou a morena, voltando a encarar, as amigas.
- É difícil para ela, Lene – disse Emmeline simplesmente.
- Difícil o quê? – quis saber a garota.
- Conviver com o fato de que você ama a pessoa que, supostamente, você não deveria amar. É difícil, não é?
- Por que você está me perguntando isso, Emme? – Marlene não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando.
- Porque você está seguindo pelo mesmo caminho que ela, Marlene – foi Alice quem respondeu.
Marlene não gostou nada do que elas disseram.
- Ora, vocês as duas façam-me o favor - ela exclamou ofendida. – Não comecem essa comigo também – e como nas reações anteriores, ela também se levantou da mesa e seguiu direção para fora do salão principal, deixando as duas amigas sozinhas, sorrindo de forma compreensiva, perante a mais desnecessária cena de teimosia alguma vez presenciada por elas.
James e Sirius estavam lado a lado, andando opostamente de uma direção para a outra, dentro do dormitório masculino, sendo observados por Remus, que se encontrava sentado em sua cama, olhando para a triste figura que seus melhores amigos estavam fazendo.
- Não, ela é muito convencida– praguejou James, indignado. – Quer dizer, eu sei que ela é muito convicta e que sempre quer ter razão, mas daí pensar que mais ninguém pode estar certo…
- Espera aí, e a McKinnon? – pronunciou Sirius – Também é outra que tem mania de que é a dona da verdade.
- Igualzinha à Evans, então – continuou James – sempre se metendo onde não é chamada…
- Querendo que todos concordem com ela. - acrescentou Sirius
- Tentando me humilhar na frente de todos…
- Procurando mostrar que é superior a nós…
- E é por isso que eu gosto tanto dela – concluiu Remus, ironicamente, apoiando a cabeça nas mãos e os cotovelos nas pernas.
James e Sirius pararam de andar e olharam para o amigo.
- O quê, Moony, você gosta de alguém? – perguntou James, após interromper as suas divagações.
- Não, Prongs, eu estou me referindo a você e ao Pads – explicou Remus.
- De mim também? – indagou Sirius, apontando ara o próprio peito – Hey, Moony, a única pessoa que eu sei que está caidinho pela Evans aqui é o pobre do Prongs, não eu.
- No seu caso, eu estava me referindo a Marlene – esclareceu Remus.
- Você pirou, Moony! – constatou Sirius, com os olhos arregalados, demonstrando espanto – Eu não gosto de uma pessoa que me ache totalmente egoísta.
- Você não pode escolher de quem gosta, Sirius – constatou Remus – Ninguém pode.
- Posso sim! – teimou o moreno – Tanto posso como também vou provar para aquela garota que existem muitas coisas que eu sou capaz de fazer e que ela nem imagina.
Remus meneou a cabeça e olhou para James, em busca de saber o que o garoto tinha a dizer. Mas James parecia estar muito distante dali. Não fisicamente, mas sim em pensamentos. Talvez não fosse apenas Sirius que quisesse demonstrar algo para alguém.
Lily se olhava no espelho do banheiro, enquanto penteava os seus cabelos que estavam molhados. A ruiva estava com uma expressão muito pensativa e penteava cada mecha do cabelo com muita calma, olhando fixamente para o reflexo dos próprios olhos. De repente, Lily pousa o pente com muita cautela sobre o lavatório, ainda imersa em seus pensamentos.
- O Potter não tem o direito de fazer pouco caso da opinião dos outros - exclamou Lily, e depois, fechou o punho e bateu a mão com força sobre o mármore frio. - Mas isso não vai ficar assim! O Potter vai ter que aprender a deixar de ser arrogante.
E lançando um último olhar reflexo do espelho, Lily saiu do banheiro. Quando entrou em seu dormitório, descobriu que Marlene estava lá, sentada em sua cama. Porém não havia notado que assim que Marlene vira Lily saindo do banheiro a morena guardara algo rapidamente para debaixo de uma almofada.
N/A: Bem, é isso... Hehehe. Vamos as explicações agora. A idéia sobre essa fic surgiu-me em uma segunda-feira, ao assistir um jornal no canal Record e estava passando uma reportagem sobre os Papais Noéis dos Correios, aquela iniciativa de lerem as cartas que as crianças mandam ao Papai Noel e responderem, se assim for possível, realizando os seus pedidos. Eis que eu e minha mente maluca imaginamos essa idéia para uma fanfic. Deixei tudo de lado e comecei a escrever essa fic. Já estava com planos de fazer uma fic de Natal, mas essa veio mesmo a calhar.
A princípio teria apenas um capítulo, mas as coisas foram tomando um rumo diferente e eu acabei por dividi-la em três capítulos.
Espero que vocês gostem e deixem muitos presentes, digo, reviews!
Beijinhos natalinos,
July Evans
P.s. Estou revisando a fic para concluí-la, por isso a repostagem. rs
