Disclaimer: Eu infelizmente não possua Naruto... Se possuísse, os personagens namorariam mais do que lutariam. xD

SUMÁRIO: Numa primavera francesa do século XV, uma guerra entre o rei e os ciganos está marcada. E neste momento, pessoas se apaixonarão novamente quando menos esperarem. NejiSakuSasuTenShikaIno (eita que esse é potente xD)

Introdução:

A França sempre foi o palco de uma briga constante entre o rei e o povo nômade nada apreciado pelos nobres: os ciganos. Numa primavera, mas precisamente no século XV, os ciganos se encontravam na capital Paris como sempre o faziam. Lá, eles se apresentavam em praças fazendo a graça das camadas mais baixas.

Capítulo I – Caos em Notre Dame

"Vamos Depressa!" a dama de cabelos rosados e olhos esmeralda gritava para o marido que estava demorando a descer a escada.

"Não me apresse! Sabes que não estou apreciando em nada esta nossa saída." O rapaz de cabelos longos castanhos e orbes pérola disse aparecendo na sala.

"És tão rabugento! Não entendo porque odeias tanto os festivais da primavera francesa!"

O marido a encarou de forma impetuosa. A esposa estava linda, como sempre, trajando aquele vestido de rendas verdes claras que a havia presenteado mês passado, porém não admitia que ela lhe respondesse daquela forma.

"Desculpe-me..." ela tratou de pedir ao notar o olhar dele. "Vamos logo, não gostaria de perder o show dos ciganos."

O sangue dele ferveu ao ouvir aquela última palavra. Odiava aquele povo nômade e imundo que insistia em invadir Paris naquela época do ano. O porquê disso, ele não dizia pra ninguém. Balançou a cabeça para afastar os pensamentos que o atormentavam. Então, ajeitou o seu casaco marrom e estendeu o braço cavalheiramente para amada, para depois saírem de casa.

Quando colocaram os pés nas ruas movimentadas da capital francesa, a atenção dos transeuntes se voltou para eles. Isto sempre acontecia. Afinal, o casal era de fato invejável. Bons privilégios, belos e sempre apaixonados, eram assim Neji e Sakura. Não havia muito tempo desde o casamento, mas ,na sociedade, já eram devidamente respeitados.

Neji era filho de uma das famílias mais nobres da França: os Hyuugas, que tinham lugar cativo na corte do rei. E ele, Neji, era nada menos que o general do exército francês. Já Sakura era filha dos famosos burgueses Haruno, donos de grande parte das hospedarias não só no país, mas de toda a Europa.

"Só você mesmo para me fazer vir a Notre Dame e ver esses vândalos fazendo um festival ilegal!" Comentou Neji ao chegarem ao começo do tumulto.

"Ilegal?" Sakura ficou em dúvida. "Se é ilegal porque o festival ainda não foi dilacerado?"

"Este é o meu desejo, mas, no momento, vossa majestade diz que há coisas piores para se preocupar."

"Como?"

"Como os revolucionários. Eles vêm tirando o nosso sono. Todo dia fazemos operações investigando tavernas e cantos esdrúxulos onde nossas informações nos levam. Vez ou outra capturamos alguns, mas o mais cotado está logo ali naquele cartaz." Neji apontou para o local onde coincidentemente estava o rosto do rapaz.

Sakura virou-se para olhar. Uma pintura enquadrada com um rapaz de cabelos negros um tanto rebeldes e um olhar intrigante. Logo abaixo da imagem os seguintes dizeres: Procurado vivo ou morto. Recompensa de até um milhão de moedas de ouro.

"UM MILHÃO?!" ela exclamou perplexa. "Quem é este homem? E o que fez?".

"Sasuke Uchiha, é o seu nome. Líder das maiores manifestações contra a coroa. Só é sabido que ele era filho de novos ricos vendedores de peixe que acabaram sendo assassinados pelo seu irmão mais velho." Neji fez uma pausa e mudou de assunto. "Mas para que ficar falando deste insolente aqui? Vamos, tente me mostrar se no meio destas barracas há algo realmente interessante da cultura cigana!"

Ela sorriu. Sabia que o marido estava se esforçando ao máximo para estar no meio da comemoração do povo que não suportava.


Num tom solitário, o rapaz cigano de cabelos negros presos, brincos e olhar indiferente tocava seu alaúde enquanto esperava suas companheiras se trocarem para a apresentação que em pouco tempo fariam.

"Shikamaru?" uma voz feminina o chamou.

"Sim?" Perguntou sem nem ao menos levantar os olhos.

"Olhe para mim, insolente! É dever de um homem elogiar uma dama quando ela se encontra maravilhosa." Ino, a dona da voz e de belos olhos azuis e cabelos loiros encarava o tocador, que usava uma calça verde musgo e um colete preto. Ela não era uma cigana de verdade, mas fora integrada uma quando demonstrou grande talento em suas cantigas.

Sabendo que ela insistiria até que ele lhe desse a devida atenção, levantou a cabeça com esforço para olhá-la em seu deslumrbantes vestido azul escuro.

"E então? O que achastes?" ela perguntou dando uma rápida rodada.

"Hummm... Ficou bem em você." Shikamaru respondeu e voltou a se concentrar no instrumento em suas mãos.

O pequeno comentário fez a loira ruborizar. Esperava um elogio qualquer, não algo tão simplório. Mesmo assim, as palavras haviam atingido daquela maneira.

"Vocês viram o Sasuke por aí?" de repente outra moça entrou na tenda. Tenten era a dançarina da apresentação. Uma cigana pura, sua aparência não negava. Olhos castanhos e cabelos da mesma cor presos em dois coques, sua marca registrada. Ao ver os dois sozinhos ela resolveu perguntar. "Estou atrapalhando alguma coisa?"

"Ló-lógico que não, Tenten! Que idéia maluca!" Ino respondeu nervosa.

"Ah... certo, mas e Sasuke? Ele já passou por aqui?"

"Não, pensei que já o tivesse encontrado." Ino comentou.

"O pior que não! Já o procurei em todas as barracas da feira e nada! Ninguém ao menos o viu."

"Ele deve estar armando mais uma de suas rebeliões fajutas." Shikamaru respondeu sem encarar ninguém. Não conseguia engolir a admiração de Tenten por aquele revolucionário metido.

"Não fale assim dele! Sasuke deve já chegar..."

Na mesma hora o falado adentrou a tenda respirando forte. O cabelo estava mais desarrumado do que o normal e o seu traje tipicamente burguês de calça preta e camisa vermelha semi-aberta não estava diferente.

"Sasuke!" Tenten não conteve o grito e o abraçou.

"Desculpe o atraso. Parei para comprar-te isto!" e, então, a entregou um pacote.

Tenten, surpresa, abriu o presente cheia de energia. Geralmente ele só trazia flores. Desta vez, ele a havia presenteado com uma corrente dourada.

"É linda! Muito obrigada!" Ela agradeceu sem esconder suas emoções.

Sasuke era um velho conhecido do povo cigano. Sua família costumava ajudá-los a se apresentarem no domínio francês. Depois que os Uchihas foram assassinados pelo seu irmão mais velho, que havia se tornado um súdito da coroa, Sasuke viveu por um tempo com os ciganos. No fim, acabou voltando a Paris com o objetivo de derrubar aquela monarquia corrupta e sem valores.

"Olhando agora, digo que a corrente ficará perfeita com esta sua roupa." Sasuke comentou olhando a jovem com uma saia roxa e uma blusa branca. "Use-a na apresentação de hoje."

A morena ficou ainda mais admirada com o rapaz. Ele nunca sorria, nunca falava sobre seus sentimentos. Porém, mesmo assim, sabia ser gentil, principalmente com ela, sua amiga de infância.

Shikamaru não estava aguentando a cena. Sentia um pouco de ciúmes de Tenten. E Ino percebeu.

"Bom, é melhor irmos logo para o palco não acham?" Ela quis logo que tudo acabasse.

"Sim... sim." Tenten concordou saindo do transe. "Shikamaru? Pode chamar o resto do grupo? Eu e Ino vamos esperaremos aqui."

"Certo..." Shikamaru respondeu e saiu raivoso da tenda.

"O que há com ele?" Tenten perguntou, tendo em vista que Shikamaru era sempre caloroso com ela.

"Quem sabe? Homens!" a loira respondeu para logo puxar a companheira.

"Boa Sorte, meninas... ou melhor, Merde!". Sasuke se despediu.


"Ah! Neji! Não acredito que ficastes com ciúmes daquele simpático cigano que ficou acenando para mim!".

"Por Deus! Ele ficou a encarou o tempo todo durante aquela apresentação de contorcionismo dele! Sem falar que sua aparência era tosca, com aquelas sobrancelhas grossas e cara de oriental!"

"Chama-se ciúmes. É só admitir!"

Ele a encarou com a mesma intensidade de quando ficara bravo pela manhã. Neji odiava brincadeiras.

"Desculpe-me..." Ela falou com a cabeça baixa.

"Estava com ciúmes mesmo." Ele respondeu e puxou-a para perto para beijá-la.

Um típico beijo francês em frente à catedral e no meio da multidão. Sem dúvida, uma bela cena.

"Que maravilha! Um casal apaixonado!" uma cigana de cabelos aloirados e decote arrasador se aproximou.

"O que queres?" Neji perguntou de mau-humor pela interrupção.

"Ora, toda vez que vejo belos jovens enamorados, faço questão de ler suas mãos para confirmar um 2 futuro!" respondeu, ignorando a "sutileza" do rapaz.

"Você pode ler nossas mãos?" Sakura perguntou encantada, sempre quisera tentar algo do tipo.

"Não peça, Sakura. Com certeza essa cigana cobrará algo por... Ei! Solte-me!"

Sem se importar com o que belo homem de cabelos compridos falava, ela agarrou a mão dele.

"Não cobrarei nada, bom jovem!"

"Viu, Neji? Vá! Deixe-a tentar!" Sakura pediu de um jeito que ele não pode recusar.

"Com certeza o futuro de vocês é promissor, deixe-me ler..."

Sakura estava empolgadíssima com aquilo. Queria que a cigana falasse tudo sobre o amor deles e quantos filhos teriam. Porém, foi só uma música começar que sua atenção foi logo desviada para o palco.

"Vai começar uma apresentação de dança! Vamos ver!" Sakura falou e foi rapidamente para perto do palco.

"Certo, vamos." Neji respondeu e iria atrás da esposa se a adivinha não estivesse segurando sua mão.

Ele estava prestes a reclamar com ela. Foi aí que notou sua expressão perplexa.

"O que houve?" ele quis saber. Não acreditava em adivinhação ou qualquer atividade relacionada a magia pagã, mas o jeito que a mulher encarava a sua mão estava o deixando assustado.

"Bom, parece que nos veremos em breve, Hyuuga!" ela exclamou e, como num passe de mágica, desapareceu na multidão sem deixar nenhum rastro. Será que aquela feiticeira realmente havia previsto o seu futuro? E como será que ela soube que ele pertencia à família Hyuuga?

"Neji?" Sakura voltou quando percebeu que o amado não a havia seguido. "Está tudo bem? Onde está aquela cigana?"

"Foi embora... No final ela não falou nada. Era uma charlatã como imaginei."


"Acha mesmo seguro ficar neste local lotado de gente enquanto existem milhares de cartazes em volta querendo a sua cabeça?" Kiba, um dos companheiros revolucionários de Sasuke que sempre estava com seu cachorro perguntou.

"Na verdade, não... Mas não poderia deixar de vir a este festival e ver Tenten dançar."

"Por que não dizes logo que a ama?" Kiba o provocou.

"Eu não a amo, quer dizer, amo sim, mas não como uma amante. Para mim ela é uma irmã mais nova." Sasuke queria acabar logo com aquela conversa. Não gostava de falar de seus sentimentos, principalmente com relação a Tenten. Ela era especial.

"Conheço essa história de irmã... daqui a pouco vai comer ela atrás do palco!".

"KIBA!" Ele exclamou incrédulo com a resposta do rapaz. Ele era nortenho e um tanto bárbaro, mas não deveria tratar os sentimentos dos outros assim. "Pare de falar asneiras e preste atenção no show."


"Ai que emocionante! Adoro ver dança cigana!" Sakura disse empolgada.

Shikamaru já tocava em seu alaúde uma melodia calma enquanto os outros dois integrantes da banda subiam ao palco. Quando a loira de vestido azulado subiu, arrancou várias exclamações da platéia. Era sempre a mesma reação ao verem Ino. Sua beleza germânca sempre deixava todos embasbacados.

De repente, a música se transformou. Da calmaria, virara algo energético e Tenten apareceu no canto do palco dançando com um véu. Então, Ino começou a cantar.

Silent she rose (silenciosamente ela despertou)
From the cold desert sands (das areias gélidas do deserto)
Painted in shadows (pintada em sombras)
A dark caravan... (uma carava negra)

Quiet as a whisper (silenciosa como um sussurro)
With moves like a cat (com movimentos de um gato)
She ruled like a storm cloud (ela reinou como uma nuvem tempestuosa)
Her eyes glowing black... (seus olhos brilhando negros).

A atenção antes voltada para ambas as presenças no palco, os tocadores e Tenten, passou a se fixar apenas na última.

Com a chegada explosiva do refrão, começou-se uma sequência majestosa de rodopios e movimentos com o véu roxo que carregava.

Oh, and they cried Malagueña (Oh! Eles choraram, Malagueña)
Wait for me Malagueña (espere-me, Malagueña)
I remember it well...(eu me lembro bem)

Oh, and they cry Malagueña
Wait for me Malagueña
I remember it well...
Oh, too well... (tão bem)

And so they rode (e então eles montaram)
On the wings of a song (nas asas de uma música)
Spinning in silence (girando em silêncio)
The world was their own... ( o mundo era deles)

Two lovers locked in the arms of the dance (dois amantes presos nos braços da dança)
Freedom begins with the game of chance (liberdade começa com o jogo da sorte)

Ao belíssimo som da banda, Tenten agora mexia com as mãos de um jeito tipicamente cigano. A combinação era tão perfeita que quando Ino voltara à música, Notre Dame foi ao delírio. Até Neji aparentava estar encantado com tudo aquilo.

And now they rise (e agora eles levantam)
Like a wave on the seas (como uma onda dos mares)
Lost in a rhythm (perdidos num ritmo)
And ever they'll be... (e sempre estarão)

Oh, and they cried Malagueña (Oh! Eles choraram, Malagueña)
Wait for me Malagueña (espere-me, Malagueña)
I remember it well...(eu me lembro bem)

Oh, and they cry Malagueña
Wait for me Malagueña
I remember it well...
Oh, too well... (tão bem)

E, então, com o último acorde, a dança terminou seguida de uma explosão de aplausos.


"UAU!" Kiba exclamou! "Sasuke... como você pode deixar uma mulher dessas dando sopa por aí?"

"Não consigo entender essas palavras bárbaras da sua boca."

"Acho que você joga no outro time..."

"Olha aqui…" Sasuke iria protestar, quando notou uma movimentação estranha na multidão. "O que está acontecendo?"

Kiba virou-se para seguir o olhar de Sasuke. Avistou guarda francesa atravessando a ponte para a ilha, onde o festival estava acontecendo.

"Kiba, vista seu uniforme de guarda e se infiltre. Provavelmente resolveram acabar com o festival."

"Ou descobriram que você estaria aqui!".

Kiba podia ser um bárbaro nada sutil, mas sabia ser bastante inteligente quando necessário. O rebelde mais procurado pela coroa estava ali. Os ciganos também.

Parecia que o rei mataria dois coelhos em uma cajadada só.


"A apresentação foi estupenda, não achas?" Sakura perguntava ao marido enquanto ainda passeavam pelo festival.

"Foi... para um padrão cigano." Neji falou e para o espanto dela, com um sorriso.

De repente um grito ecoou pelo local.

"O que foi isso?" a moça perguntou abraçando Neji.

Preocupado, o rapaz observou com cuidado o que estava acontecendo. Estava tão entretido com sua amada que nem percebeu que a guarda francesa havia aparecido, assustando várias pessoas presentes.

Decidido, ele segurou a mão de Sakura e andou em direção a um dos soldados para ter explicações.

"Senhor Hyuuga? Que bom encontrá-lo. Mandamos um mensageiro a sua casa, mas o senhor se ausentara. "

"Homem, diga-me o que está havendo! Estava a passear com minha esposa e agora está tudo em caos.".

"Vossa Majestade ficou sabendo por meios desconhecidos que o Uchiha estaria aqui, já que este é cúmplice deste povo sujo. Mandou-nos, então, procurar o dito cujo. Se não o acharmos, a ordem é prender todos os ciganos."

Demorou alguns segundos para processar o acontecido. Não esperava que a tarde agradável terminaria em tamanha movimentação.

"Certo, façamos o que vossa majestade ordenou." Depois se virou sua para mulher. "Sakura, corra! Fuja o mais rápido que puder. Tudo isso acabará logo, mas não quero que se fira."

Ela apenas concordou assustada e saiu correndo em direção a sua moradia.


Sasuke corria o mais rápido que podia para tentar ajudar seus companheiros ciganos. Porém, quando chegou à tenda onde estivera mais cedo, viu que era tarde demais. Todos já tinham sido capturados. Só Tenten ainda lutava contra os soldados.

"Soltem-na, seus imbecis!" ele gritou tomado pela fúria, para depois perceber a besteira que tinha feito.

"Ora, ora... Itachi realmente estava certo sobre o irmão rebelde idiota!"

Sasuke ficou pasmo pelas palavras proferidas pelo brutamonte que segurava a sua amiga de infância. Sabia o nome dele. Era Kabuto. E Kabuto era um de seus seguidores! Todo este tempo estava sendo enganado? Teria que repensar várias estratégias no futuro.

"Sasuke, corra!" A ordem de Tenten o acordou do choque. Sem pestanejar, começou a correr.

"Peguem-no!" Kabuto gritou.


Sakura se esforçou ao máximo para correr com aquele vestido de, pelo menos 7 kg. Agradeceu por nada ter acontecido a ela quando chegou ofegante em sua casa e a adentrou.

Só não esperava ser surpreendida com uma faca em seu pescoço logo em seguida.

"Não grite e nem tente relutar. Não quero feri-la." uma voz masculina ordenou.

"SENHORA SAKURA!" Outra voz gritou do lado de fora.

"Por favor, diga que me viu indo em direção ao norte e nada lhe irá acontecer!" a voz ao seu lado falou.

Sakura estava morrendo de medo, mas resolveu olhar para o rosto do agressor. Então veio o espanto.

"Sasuke!" Ela exclamou.

"Shhhhhh! Responda os guardas."

Como uma marionete, ela abriu a porta. Um guarda estava prostrado na frente de sua casa.

"AH! Que bom que a senhorita está bem. Por acaso viu um homem de cabelos negros passando por aqui?"

"Sim... eu o vi. Passou por mim feito uma flecha voando para o norte.". As palavras saíram sem que ela acreditasse.

"Oh! Obrigado, iremos para lá. Por favor, exile-se em sua casa por enquanto. Esse rapaz é muito perigoso.".

Deveria ter agradecido ao guarda, mas a palavra "perigoso" ficou zumbindo em sua cabeça deixando-a ainda mais atordoada. Fechou a porta e esperou algum tempo para depois indagar.

"Sasuke... você v-vai me ma-matar?"

"Por que eu faria isso? Você me ajudou." Ele respondeu. "Irei-me agora. Pode chamar os guardas, se quiser. Terei muito tempo para fugir." Ele disse, dirigindo-se a janela. Foi aí que uma dor aguda atingiu seu braço esquerdo. "Ai!" Ele gritou sem querer.

"O que houve?" Sakura esqueceu-se dos guardas e se aproximou do rebelde.

"Quando corria para cá, trombei em um muro de pedra, devo ter deslocado o braço..."

Em um súbito movimento que assustou Sasuke, a dona dos cabelos rosados levantou-se e tratou de examinar o braço ferido, por um rasgo que agora havia na manga esquerda. Quis se afastar, porém não o fez. As mãos dela eram tão macias quanto plumas.

"Não está deslocado, mas há um corte profundo. Deixe-me cuidar disso." Sakura esqueceu-se completamente de quem Sasuke realmente era. O corte não era muito grande, porém precisaria ser devidamente tratado ou poderia culminar numa infecção. Saiu em direção a cozinha e voltou com álcool e algumas ataduras. Limpou o corte com cuidado. Estava prestes a fazer o curativo, quando percebeu que, para isso, o rapaz precisaria tirar a camisa. Levantou a cabeça e encontrou os olhos ônix de Sasuke.

Sakura se surpreendeu com a intensidade do olhar dele. Pela primeira vez, notou o quanto o rapaz era belo. Então, veio a consciência de como o havia tocado de maneira vulgar, totalmente errada para uma mulher casada. O rubor subiu à sua face de tal modo que teve de abaixar a cabeça, na tentativa de disfarçar.

Sasuke não entendeu nada. Só sabia que precisava de sair logo dali, pois os ciganos já deveriam estar presos e suas execuções, próximas.

"Obrigado pela consulta médica e desculpe pelo transtorno da faca."

Dito isso, o jovem pegou gentilmente a mão da dama e beijo-a educadamente.

"Tenho que ajudar os meus amigos ciganos agora." Sasuke foi até a janela, onde se apoiou com braço direito. Iria pular e começar a correr quando foi surpreendido com as palavras da enfermeira.

"Volte amanhã, neste mesmo horário... Deixe-me cuidar do seu braço."

O Uchiha apenas deu um sorrisinho enigmático e tomou seu rumo até as prisões francesas. E Sakura? Seu coração batia tão forte que mal conseguia respirar. Apenas ficou a acompanhar o rebelde sumindo entre as ruas.


"AH! TIREM A GENTE DAQUI!" Tenten gritava para o nada com a esperança de que alguém aparecesse para salvá-los daquela prisão imunda.

"Não adianta gritar, pode piorar a nossa situação..." Ino disse.

Tudo tinha acontecido de repente. O espetáculo terminou e a guarda francesa entrou em cena. Metade da caravana cigana havia sido capturada. A outra metade estava morta.

"Como eles puderam? Isso não se faz com ninguém..." A morena falou mais baixo. "Não acredito que nos atacaram desse jeito!" Terminou sentando-se ao lado da companheira.

"Pois é… Foi um ataque violento." A cantora disse, encarando Shikamaru desmaiado em seu colo. Um soldado francês o havia socado forte na cabeça.

"Acha que ele vai ficar bem?" Tenten perguntou preocupada.

"Acredito que sim... principalmente porque sei que logo Sasuke e outros nos tirarão logo daqui. Em breve estaremos em casa!" Ino sorriu, o que fez o sorriso de Tenten transparecer também.

"ESCUTEM TODOS!" Uma voz masculina tomou o local fazendo todos prestarem atenção. "Vossa majestade, o rei da França, mandou-me aqui para esclarecer suas questões." Então o dono do timbre surgiu da escuridão.

Neji, que fora escoltado para anunciar as palavras do rei, não estava nada feliz em estar ali com aquela "gentalha". Não tivera tempo para passar em casar e ver como Sakura estava, nem para trocar as roupas que agora poderiam ser facilmente chamadas de trapo. Na pressa, havia largado seu fino casaco alemão em algum lugar, sua blusa branca estava rasgada e os sapatos, um lixo. Ele não estava digno para botar ordem em ninguém.

"Não é nossa pretensão matá-los. Apenas queremos que colaborem na localização do grande procurado, Sasuke Uchiha. Caso essa colaboração não aconteça, talvez tenhamos que extrair essa informação à força." Forçando um sorriso, ele continuou. "E, independendo dos resultados, fiquem avisados que não terão mais nenhuma permissão de pisar no solo francês."

Essas palavras foram o suficiente para Tenten enfurecer-se novamente. Levantando-se rapidamente e, tomada de raiva, parou na frente do "cachorro-francês", deixando todos, inclusive Neji, espantados.

"Nunca falaremos nada, entendeu?" Ela o desafiou atrás das grades.

Logo ele reconheceu a moça; era a bela dançarina da apresentação mais cedo. Agora, em vez da roupa arrumada e cabelos presos, suas vestes estavam completamente estraçalhadas. A saia roxa a possuía um grande rasgão lateral, o cabelo se encontrava solto e todo desgrenhado. A camiseta branca estava pela metade. Provavelmente ela havia relutado muito antes de ser capturada. Avistou cantora loira logo atrás da dançarina. Ela não se encontrava naquele estado avançado de desgaste.

"Você é muito ousada, sabia?" Neji retrucou chegando mais perto.

"Você não sabe de nada!" Tenten o encarou com raiva e o olhar dele foi recíproco.

Ino que estava observando a troca de farpars, reparou em algo que lhe chamou a atenção .

"O olhos dele... São iguais o da Hinata..." Ino comentou inocentemente. Mal ela sabia o quanto Neji se surpreendeu ao escutar aquele nome feminino.

"Ah! Por favor, podem até ser parecidos, mas nem de longe Hinata teria parentesco com esse porco!" Tenten comentou.

"Você disse, Hinata?" Neji perguntou desesperado, segurando o braço de Tenten.

Na mesma hora uma explosão tomou conta da prisão. E quando a poeira baixou, todos os presos já haviam fugido como num passe de mágica.

CONTINUA...

AAAAH! Finalmente! Nem sei o que dizer, estou tão emocionada! Esse fic está pra sair desde o ano passado, mas como eu sou meio enrolada...

Bem, espero que tenham gostado desse primeiro capítulo, que por sinal foi bem difícil de fazer. Afinal, ele desencadeará toda a trama futura.

A música usada se chama Spanish Nights de uma das minhas bandas preferidas ever: Blackmore's Night. Aliás, outra música deles foi que me inspirou a fazer essa história e por sinal elas levam o mesmo nome: Was Written on the Stars.

Como puderam perceber, o estilo dela será completamente diferente de "Mundo das Estrelas". Espero que curtam! D

No próximo capítulo comentarei mais sobre esse novo projeto!

Dúvidas, reclamações ou até um alô? REVIEWS, PLEASE!