Capítulo 1
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- Eu estou doente, ok? - Eu falei, emergindo descabelada das cobertas.
- Ah, tenha dó Lily, é só uma gripe à toa. Não seja dramática.
- Você fala isso porque não é você que está fanha, com o nariz entupido e vermelho, e com o corpo dolorido.
- Tá, uhum. Eu estou saindo pra caminhar, e se eu ouvir alguma coisa sobre você não ter ido à aula, nós conversaremos depois. Trate de levantar e ir. - Ela disse, com aquele ar superior que só as mães conseguem ter, e depois saiu do quarto.
Pra minha mãe, "Nós conversaremos depois" é sinônimo de "Lily uma semana sem telefone", ou "Lily sem computador por tantos dias" ou "Lily sem shopping com as meninas". Bom, provavelmente nós iríamos ao cinema na sexta-feira, então... Acho que era aconselhável eu ir para o colégio. Eu me levantei e fui pro banheiro, tirando meu pijama pelo caminho. Eu parei pra me olhar no espelho, e com um ruído de desgosto, liguei o chuveiro e entrei no box. Céus, eu estava pior do que eu pensava. Meu nariz parecia até inchado. E estava bem vermelho. Trancada, fanha, feia e podia jurar que estava com febre. Minha pele ardia quando eu a tocava com a bucha. Eu terminei, vesti minha blusa roxa de decote canoa, minhas calças jeans favoritas, peguei minha mochila e desci para esperar meu irmão.
- Ora, nada mal pra quem está doente - Minha mãe me disse me olhando de cima a baixo, quando pus os pés na cozinha.
Ah, tá. Só porque eu estou doente não significa que vou usar trapos ou algo assim.
- U-hum - Eu murmurei enquanto escolhia uma maçã na fruteira.
Eu fui até a sala de estar e sentei no puff, peguei o jornal que minha mãe tinha recolhido há pouco e estava folheando-o, olhando as notícias de como o nível de criminalidade está subindo consideravelmente nos bairros de classe média baixa da cidade. Eu tinha medo de que, do jeito que as coisas iam, daqui a pouco Green Village - assim como qualquer outro bairro de "classe alta" da cidade - fosse conhecer toda essa 'criminalidade urbana'.
- Filha, você vai se atrasar querida, já são 7:45.
Grande coisa, eu nunca saio de casa antes das 7:50, porque de casa até o colégio, de carro, eram dez minutos. Cinco, se for considerado o fato de que é sempre James ou meu irmão quem dirige.
James é o melhor amigo do meu irmão. As nossas famílias são amigas há... Sei lá, mais tempo do que os meus longos e vividos dezesseis anos. Eles são nossos vizinhos e, hum, digamos que eu tenho uma queda enorme por ele. Enorme mesmo, tipo, UAU, quase uma vala, ok. Ele é lindo, gostoso, tem o sorriso mais perfeito do mundo, e graças a Deus, eu convivo diariamente com ele. Bom, ele e Steve passam o tempo todo juntos, sabe, e eu sou - pode-se dizer - a melhor amiga do meu irmão. E eu posso dizer com certeza que ser amiga do seu irmão de dezoito anos, quando ele tem os amigos mais gatos do mundo, é bem legal. Pois é, Sirius e Remus também são 'amigos-irmãos' do meu irmão. Sirius mora numa mansão aqui no Green Village também, e ele é tão gostoso e atraentemente sexy como James, mas er, não há como existir alguém melhor que James. Remus também é gato, sabe. Todo largadinho e ao mesmo tempo todo composto, super bonito e sexy também. Er, Steve, onde é que você arranjou esses amigos, querido? Remus mora num bairro vizinho. Não é exatamente uma mansão, mas é muito legal, a casa dele.
Voltando. Enfim, eu realmente NÃO estava atrasada. E afinal, o que é que minha mãe ainda estava fazendo em casa? Ela não ia caminhar?
- Sempre saímos tarde, mãe. E por que você está demorando tanto?
- Quer se livrar depressa de mim por que, hein Lily? Eu estou me alongando. - Ela respondeu, esticando o braço atrás das costas.
Eu virei a página do jornal.
- Filha, Steve já foi. - Ela me disse, olhando pra mim com um ar de descrença e riso no rosto.
- Como assim?! Ah, mãe! Se vai me obrigar a ir pra aula nesse estado, poderia pelo menos ter me acordado à tempo!
- Lily, eu fiquei te chamando lá no quarto, lembra? - Ela levantou uma sobrancelha pra mim. Um gesto muito usado, e que eu herdei, por sinal. - Já fazia uns dez minutos que eu tinha te acordado quando você resolveu cobrir a cabeça com o edredom. Steve te esperou até Sirius chegar, e aí eles foram.
Ok, acho que eu demorei mesmo, porque geralmente NÓS é que passamos na casa de Sirius para buscá-lo, porque ele não é nada pontual.
Eu levantei, larguei o jornal no puff, coloquei a mochila no ombro e fui para a porta.
- Hum, sim, eu estou atrasada. Você vai pra que lado? - Eu perguntei à minha mãe, enquanto saíamos juntas de casa. Ela apontou a direção oposta ao do ponto de ônibus, nós nos despedimos e eu segui pesarosamente até a parada, para esperar o odioso-veículo-de-transporte-público.
Eu realmente odeio pegar ônibus porque eca, eles são nojentos. Falando sério, sempre tem um velho tarado ou um cara fedido quando eu pego. E dessa vez não foi diferente. Eu entrei no ônibus, cumprimentei educadamente o cobrador e o motorista, e coloquei o dinheiro cuidadosamente na mão do cara, pra que as moedas não caíssem e se espalhassem pelo ônibus em movimento. Como eu já estava atrasada, o ônibus estava cheio. Eu cheguei próximo à primeira porta de desembarque e segurei com uma das mãos no apoio de cabeça de um banco, enquanto fechava a minha mochila e abria um pouquinho a janela que tinha na minha frente. Com certeza eu não era a única doente ali dentro. De ônibus até o colégio demora, no mínimo, uns quinze minutos. Eu coloquei meus fones de ouvido, liguei o iPod e esperei, tentando ignorar o cara imbecil que estava sentado no banco em que eu estava me segurando, e pensando em como James estaria lindo hoje. Como sempre estava.
E de repente eu fui retirada dos meus pensamentos com James pelo cara folgado do banco. Ele estava encostando cabeça dele na minha mão! Qual é, será que não ensinaram que quando tem alguém ocupando um espaço você não pode ocupar o mesmo? Ou será que ele gostava da sensação da cabeça dele roçando nas costas da minha mão? E eu nem podia tirar a mão, porque ele estava literalmente ENCOSTADO nela, sabe. Era como se eu não estivesse com a mão ali, como se não houvesse nada ali, a não ser o apoio para a cabeça.
Eu abaixei o olhar para ele, e ele estava com os olhos fechados, como se realmente não sentisse minha mão ali, ou sei lá, não se importasse. Eu o fitei até sentir que estava o incomodando, e ele abriu os olhos. Eu lancei aquele olhar básico de 'morra seu desgraçado' e ele levantou a cabeça na hora, NEM SEI PORQUÊ. Ele sentou rígido, e depois de algum tempo encostou a cabeça na janela, mas manteve-a longe da minha mão. Finalmente, depois de longos dezessete minutos, eu estava em frente à University and High School Clinton Stewart. Eu atravessei a rua, vasculhando com os olhos a entrada do colégio. Os garotos não estavam lá. Mau sinal. Significava que eles estavam em algum canto, sendo tentadoramente perturbados por aquelas oferecidas oxigenadas. Minha mente foi invadida por flashes da última festa, na casa de Laurency, em que aquela vaca da Pandmurf se jogou em cima de James, derrubando-os – agarrados - na piscina. Ai, que ódio. Ainda bem que James odeia essas oferecidas tanto quanto eu as odeio.
Eu fui caminhando pela entrada do colégio, tentando achar algum rosto conhecido.
- Hey, Lily! - Frank me chamou, acenando em direção a mim.
- Oi Frank - eu respondi, o abraçando. - Tudo bem?
- É, certo. - Ele respondeu, abaixando a cabeça.
- Ah, vamos. O que é agora?
- Er, acho que o de sempre ainda.
Hum, Alice é o de sempre. Frank carrega O caminhão por ela sabe, mas pff, Alice anda mais nas nuvens do que na Terra.
- Nós daremos um jeito - eu disse sorrindo pra ele.
- Mas você não parece normal, também.
- É, estou gripada, um saco. Viu alguém? Preciso falar com Lene.
- Lá dentro - ele disse, e nós seguimos para o interior do colégio.
Eu queria falar com Lene, mas não era bem ela que meus olhos procuravam discretamente. Eu ainda não tinha tido a minha dose diária de James. Nem um pouquinho sequer.
- Ele está lá em baixo, Lily. Com Sirius, Remus e seu irmão.
- Uh, certo.
Frank é o cara mais compreensivo que pode existir. E o mais querido também. Ele te escuta, te entende (ou pelo menos, finge muito bem) e te ajuda sempre que pode. E o melhor de tudo: ele sabe guardar segredos.
- Lils! - Marlene veio correndo até mim - Credo, você está com uma aparência péssima. - Ela me disse, enquanto me afogava naqueles cabelos pretos.
- Obrigada Lene - eu respondi, saindo do abraço de urso. - Acho que estou morrendo, mas minha mãe disse que é só uma gripe. Então, ela me obrigou a vir. De qualquer jeito, - eu continuei, enquanto largava minha mala em cima da minha carteira - eu não acho que vou poder ir à sua casa hoje.
- Ow, droga. - Ela disse, se sentando em cima da minha carteira e se apoiando com a cabeça no peito de Frank.
- Vocês estão muito desanimados pro meu gosto - Alice chegou na sala, largando a mochila ao lado da minha e correndo para abraçar Marlene. Ela passou sorrindo de Lene para Frank, e depois veio me abraçar. Não antes de me dar uma boa olhada de cima a baixo, e sorrir compreensivamente. - Hum, acho que temos uma doentinha hoje. Como está se sentindo?
- Mal, eu acho. Mas é só a dor no corpo e o incômodo no nariz. Acho que eu sobrevivo.
- Ela não está morrendo coisa nenhuma. É só que ela não viu seu motivo de viver ainda. - Marlene disse, sorrindo para mim com um olhar maroto.
- Oh, Lene, se contenha. - Eu disse, revirando os olhos e dando um sorriso enviesado.
- Bom dia, bom dia. - O professor entrou na sala. Ótimo, quarta-feira é o pior dia de aula. Filosofia nas duas primeiras aulas, ninguém merece. O professor tem jeito de padre, e até um sotaque meio latim, mas tem uma cara de pedófilo que não nos engana: ele é tarado. Mas até agora ele se mostrou inofensivo. E as aulas dele são patéticas. Qual é, o cara não sabe nada de filosofia. Só o que ele faz é montar umas aulas no Power Point e passar pra nós, lendo o que ele mesmo escreveu. RIDÍCULO, qualquer um faria isso. E o pior é que quando alguém pergunta alguma coisa pra ele, ele nunca responde. Ou responde errado. Imbecil, eu sei. Todos sabem, mas ok, ninguém presta atenção na aula dele mesmo. O ruim é que como ele passa as aulas no multimídia, fica tudo muito silencioso, então, nós temos que ficar quietos também. Mas se você corre o olhar pela sala toda, você encontra meninas lixando a unha, garotos tacando bolinhas de papel pelas canetas, todos passando bilhetes ou qualquer coisa do gênero, menos algo relacionado à filosofia.
- Hoje será debate.
- Oh não! - Eu ouvi Calvin, um garoto da minha sala, reclamar em voz alta.
E internamente, eu fiz coro a ele. Debate. PATÉTICO. Ele nos faz sentar em semicírculo e fica olhando para cada rosto - esperando que alguém se manifeste sobre qual for o assunto que ele pensa que está sendo abordado - e apoiando as pernas da carteira na parte de cima dos próprios sapatos. Ele tem sérios problemas mentais, eu tenho certeza.
- Ah, qual é? - Marlene também bufou, enquanto nós ajeitávamos as carteiras no semicírculo.
- Nem fala - Eu suspirei, terminando de posicionar a minha, e me sentando.
- Vou sair - Alice falou no meu ouvido, enquanto se sentava do meu lado esquerdo.
- Tá. - Eu respondi, enquanto me ajeitava na carteira para passar uns quinze minutos torturantes naquela sala, com aquele homem.
O professor sentou, levantou a carteira e apoiou os pés dela nos seus próprios. Ugh, que cara problemático.
- Então... Quem leu O Príncipe, de Maquiavel, que eu tinha pedido? - Ele perguntou, olhando esperançosamente de uma cara entediada para outra, no semicírculo.
Alice tossiu. De repente, virou um acesso de tosse. Ela olhou com uma cara de quem pede desculpas ao professor, ele sorriu com o que ele esperava que fosse um sorriso compreensivo e ela se retirou às pressas da sala, sob pretexto de não atrapalhar a aula. Ok, mais uns dez minutos e eu já podia ir atrás dela, sem ninguém desconfiar. Quer dizer, todos já sabiam, né, então não tinha do que desconfiar, porque eu e Alice sempre fazíamos isso. Mas o professor era tão tapado, que er, ele nunca percebia. Marlene e Frank tinham outra teoria: Ele era tão tarado, que ele deixava passar.
- Lily, - Ele começou, olhando com aquele eterno ar de riso na cara. Do que diabos ele achava tanta graça? - A senhorita poderia comentar sobre o livro, para os seus colegas?
Hum, professor, eles não são meus colegas. Mas ok, que livro é? O Príncipe, isso? O que eu poderia dizer? "Eu li nas últimas férias, professor. Não me lembro completamente da história, mas posso afirmar que é fascinante! Todo o contexto filosófico no qual ele se enquadra...Uau, é uma coisa para se pensar, mesmo." É, aulas de filosofia são boas só por esse motivo. Você não faz a mínima idéia do que o professor está falando. Nem ele, pra falar a verdade, mas todo mundo finge que sabe, e você inventa algumas baboseiras, ele concorda, pede a opinião dos outros, as pessoas falam que foi uma boa análise, e pronto, dispensados. Ou alguém se opõe, e quando isso acontece é melhor, porque o professor se finge de fascinado, e fica perguntando sobre a teoria dessa pessoa até o resto da aula.
- Eu li faz algum tempo, professor, nas últimas férias, eu acredito. Não me lembro completamente da história, mas posso afirmar que é fascinante! Todo o contexto filosófico no qual ele se enquadra...Uau, é uma coisa para se pensar, mesmo.
- Uhum, com certeza que sim. Alguém discorda ou gostaria de comentar algo sobre? - Ele perguntou, escolhendo a próxima vítima para perguntar alguma coisa.
- Com licença professor, um minuto - Eu falei, interrompendo seu momento autista, enquanto ele apertava a caneta várias vezes seguidas, a ponta aparecendo e desaparecendo, e reaparecendo depois de meio milésimo de segundo.
Ele acenou com a cabeça e eu saí rapidamente pela porta. Eu dei uma passadinha no banheiro, só por costume, mas me arrependi de ter entrado e me olhado no espelho. Meu nariz estava mais vermelho. Aw, que droga. Eu saí pelo corredor indo até a cantina, onde eu sempre me encontrava com Alice depois escapar da sala.
- Até que enfim. - Ela reclamou, rindo. - Ele perguntou?
- Sim. - Eu revirei os olhos, respondendo o sorriso. - Sobre Maquiavel, e o livro lá. Ui, raiva. Ainda bem que na próxima aula é minha vez de sair primeiro.
- Tanto faz, ele nunca me pergunta nada mesmo. - Ela riu.
- Odioso.
- Desculpe, Lil. - Uma voz disse, sexy e zombeteira.
- Hey, Sirius. - Eu respondi. Ai. Que. Gato.
Ele deu uma passada até nós com aquele abraço empolgado. Às vezes a empolgação de Sirius me irrita. Mas só às vezes.
- Desculpe pelo quê, Sirius? - Alice perguntou, enquanto soltava-se do abraço.
- Por ser tão odioso. - Ele disse, sorrindo.
- Besta. - Nós duas falamos juntas.
Nós nos sentamos em volta de uma das mesinhas da cantina, e Alice fez a pergunta que estava lutando pra sair da minha boca:
- E James, onde está?
Er, ela foi tão boazinha comigo, né, eu tive que retribuir:
- E meu irmão? - Eu perguntei, fingindo real interesse em Steve.
Mas nós não precisamos esperar as respostas, porque meu irmão e James apareceram na cantina. Juro que meu irmão é bonito, mas hum, na hora eu só consegui reparar foi no sorriso enlouquecedor de James.
- Para a alegria geral da nação, - ele começou, indo na nossa direção de braços abertos, com um Steve risonho do lado - eu estou aqui! - Ele terminou, alcançando a mesa e me puxando para abraçá-lo.
Oh Deus, muito obrigada.
Ele me largou, abraçou Alice e se sentou entre nós duas, pra dar espaço pro meu irmão passar. Steve me beijou na bochecha, apertado e barulhento como ele sempre faz, abraçou Alice, e se sentou entre mim e Sirius.
- Já falou com elas? - James perguntou para Sirius.
- Sobre...? - Eu quis saber.
- Ah. Não, ainda não deu tempo. - E virando-se para Alice e eu, ele comunicou: - Temos festa pra os Marauders no sábado. Já arranjamos tudo.
- Onde? - Nós Duas perguntamos ao mesmo tempo.
- Casa da Isabelli. - Steve nos disse receoso, aguardando a explosão.
E ela veio.
- PANDMURF?! - Eu guinchei. Um segundo depois e eu tapei a boca com a mão, mas ainda olhava abismada de Sirius para James e de James para Steve.
Ah, qual é!? Isabelli Pandmurf representa tudo o que eu mais desprezo na vida!
- Hum, - Alice começou - Eu sei que vocês já sabem, não só vocês, na verdade, que nós não somos exatamente fãs da Pandmurf, então qual é o objetivo? - Ela parou, olhando para mim com a mesma expressão de 'Qual é a deles?!" que eu estava no momento.
- Pandmurf tem contatos. - Respondeu James, com a voz de quem apela, mas pede desculpas ao mesmo tempo.
- Gente, seria muito egoísmo da minha parte se eu dissesse que simplesmente não vou? - Eu perguntei, meio incerta.
- Seria! - Sirius respondeu. - Brincadeira, Lil. - Ele concluiu, sob o meu olhar de repulsa total.
- Mas er, você não pode fazer essa forçinha, maninha? - Steve perguntou com a cara mais derrotada impossível. Incrível como todos os marotos conseguiam fazer aquilo com a gente.
Alice olhou pra mim, e eu tinha certeza de que os nossos pensamentos eram exatamente os mesmos agora. Exceto que ela estava derretida pela cara pidonha de Steve e eu não (ele é meu irmão, oras). Ela se manifestou calmamente, mas olhava séria pros garotos.
- Vocês podem perceber que, se atingirmos o nosso objetivo, Pandmurf terá atingido o dela também?
- Isso aí. - eu acrescentei.- Nós teremos que ser "eternamente gratos" a ela por isso. E é exatamente isso o que ela quer.
"Sem tirar o fato de que ela vai querer se aproveitar FISICAMENTE de James, também" Eu queria dizer, mas me contive, óbvio.
- Isso é o que ela quer de nós, - Alice falou, gesticulando na minha direção e na dela própria. - Mas de vocês, vocês sabem o que ela espera.
- Ah, sem ess-
- Sem essa você, Sirius! Não tente fingir que isso é história da nossa cabeça, porque você sabe que não é. Você sabe do que aquela vaca é capaz de fazer. Pandmurf quer agradar vocês, e, de quebra, nos fazer ter que ser gentis com ela.
- É. - Alice concordou. E eu podia ouvir os pensamentos anti-abusos-físicos dela em relação à Steve fazendo coro aos meus em relação à James - Nos forçar a ter um pretexto para não demonstrar o nosso desafeto por ela.
- OK, vocês não estão dispostas. Vamos cancelar então, com a Pandmurf...
Ah, na verdade isso é muito injusto, porque como é que eu posso recusar alguma coisa à James quando ele faz essa cara de cachorro-sem-dono (eu aqui James, me escolhe!), falando com essa voz maravilhosa e ainda chamando aquela abominável só pelo sobrenome?
- Nós vamos pensar, ok? - Eu disse para eles, tentando focar meu olhar na mesa. E voltando-me para James, eu continuei: - E saiba que isso é muito injusto.
Mas na verdade eu acho que ele já sabe. E se aproveita disso. Alice soltou uma risada pelo nariz, Steve me deu um sorriso meio cansado/meio cúmplice, James me olhou com cara de quem não entendeu e Sirius olhava pra nós, completamente perdido. Antes que um dos dois pudesse perguntar qualquer coisa, Alice se levantou e me puxou junto.
- Banheiro. - Ela se explicou para os meninos e nós saímos pelo pátio.
- O que a gente faz? - Ela me perguntou, e eu podia ver todas as possibilidades passando pelos seus olhos.
- Er, estou confusa. - Eu desabafei. Não que eu precisasse, porque minha cara era uma confusão só. - Como ela pôde...?
- Eu sei! Aquela sebosa nojenta... Mas er, acho que vai ser bom mesmo pra banda.
- É. Aquela vaca nos paga. Ela é cruel cara, fez tudo de caso pensado. Ela ofereceu a isca e era tão óbvio que os meninos morderiam... E aí ela sabe que no fundo a gente vai ceder, porque como é que eu vou resistir à Jay falando daquele jeito? - Eu reclamei, fazendo careta. - Não que ela saiba sobre eu não resistir, mas você entendeu.
- E eu? Steve joga sujo também. - Ela falou, simplesmente.
Nós duas pensamos por um momento.
- Mas acho que foi aquela Terency, sabe - Alice torceu a boca - porque Pandmurf é tão burra!
- U-hum - Eu concordei, derrotada. Idiotas calouras da faculdade. Por que elas tinham que se atirar para cima dos meus amigos, do meu irmão e de James? Do meu James?
N/A: Olá pessoas! :D mais uma fic, essa foi a última que eu começei a escrever, logo, ela é a última a estar sendo postada. Bom, espero que gostem. (:
Obg Pam, que betou pra mim, te amo best (L)
