Escrito por Stephen Tsai (koc@ml.usagi.org)
Traduzido por Verythrax Draconis (verythrax@myrealbox.com)

Tradução Autorizada pelo Autor

23/11/2001 Script ver. 1.1


Episódio 1 - Admirável Mundo Novo

[Muda para a cena de uma universidade, no centro da cidade; de manhã cedo, no começo
da primavera. As ruas e calçadas estão repletas de estudantes, pais e professores,
que se preparam para o novo semestre.]

Narração de Kasuga:
Ayukawa e eu fomos aceitos na faculdade, e uma nova vida nos aguardava pela frente.

[No meio da multidão agitada, um casal familiar é visto andando pela rua.]

Narração de Kasuga:
Eu havia chegado à essa cidade fazia apenas uns poucos dias, e minha mente havia
voltado a vários anos atrás - para a última vez em que eu havia me mudado para outra
cidade. Eu não podia evitar de me lembrar com eu havia me sentido.

[Os pés de Kasuga se aproximam do começo de uma escadaria, e ele pára por um
instante.]

Narração de Kasuga:
Aquelas expectativas e ansiedades que eu havia sentido antes voltaram, mas desta vez,
eu estava otimista. Desta vez, eu não estava sozinho.

[Os pés de Ayukawa se aproximam da escadaria também.]

Ayukawa:
Então?

Kasuga:
Podemos...?

Ayukawa:
Juntos...?

Kasuga:
[Concorda com a cabeça.] Passo à passo. [Simultaneamente, eles pisam no primeiro
degrau da escada.]

Kasuga e Ayukawa:
[Juntos, subindo a escada.] Um... dois...

[Eles sobem a escada até chegar ao alto de um pequeno morro. Viram-se, e tem a vista
de todo o campus à frente. Eles param para aprciar a vista, de mãos dadas.]

Narração de Kasuga:
Hoje era o primeiro dia que Ayukawa e eu passamos no campus, como calouros. As aulas
da primavera começariam em três dias, e havia muita movimentação nos prédios da
universidade e nas livrarias ao redor do campus.

[A cena muda para a livraria do capus. Ayukawa e kasugaentram, deixando suas
mochilas no guarda-volumes.]

Ayukawa:
Vamos nos encontrar na estante de revistas, depois que você achar os seus livros.

Kasuga:
Ok. [Ayukawa acena e sai.]

[Kasuga caminha por entre duas enomers estantes de livros e apostilas. Ele consulta
a sua lista de material e começa a procurar por em uma fileira de livros, até que
ele encontra o livro que ele está procurando.]

Kasuga:
Ahá!

[Quando ele o segura, outra mão simultaneamente o alcança e também pega o livro.]

Aluna:
Uh-oh! [O livro que os dois estão segurando é o último. A garota vira-se para olhar
Kasuga. Ela é baixa, ruiva e bonita. Seu rosto se abre num sorri e ela ri.] Parece
que eles acabaram. Você está estudando Matemática também?

Kasuga:
Ahh... sim. [Sorri. e oferece o livro.] Aqui, pode ficar com ele. Haverão mais amanhã.

Aluna:
Não! Isso não seria justo! [Pensa por um instante.] Diga, qual é o seu professor?

Kasuga:
Umm... [Pega sua guia de matrícula e olha.] Oinuma Hisato.

Aluna:
Verdade? [Sorri mais ainda.] É o meu também! Acho que seremos colegas! Eu sou Kimura
Keiko!

Kasuga:
Prazer em conhecê-la. Eu sou Kasuga Kyosuke.

Kimura:
Diga, Kasuga-san! Já que temos o mesmo professor e apenas um livro, o que você acha
de estudarmos juntos? Eu sempre preciso de alguma ajuda com matemática.

Kasuga:
Ahh... claro. Acho que sim. [Faz uma pausa para considerar a proposta, e então força
o livro contra ela e sorri.] Você fica com ele. Quando as aulas começarem, nós
podemos usá-lo juntos, até eles receberem mais.

Kimura:
Sério? [Abraça o livro com os dois braços, apertando-o contra o peito, como se fosse
um tesouro precioso.] Obrigada! Isso é muito gentil de sua parte! Você é um 'darling'!

Kasuga:
Ahh... [Fica paralisado por um instante, e então sorri.] Disponha.

[A cena muda para um café de esquina. Já é uma hora mais tarde, e Ayukawa e Kasuga
estão fazendo um lanche. Seus livros novos e outras compras estão em uma sacola ao
lado deles, na mesa.]


Ayukawa:
...então eu estarei ocupada com as aulas de música depois da aula. Diga, você decidiu
qual vai ser a sua cadeira principal?

Kasuga:
Ahhh... bem... Eu estou quase decidido a fazer Literatura.

Ayukawa:
[Parece surpresa.] Literatura? Você quer se tornar escritor?

Kasuga:
[Parecendo um pouco mais confiante.] Claro! Quero dizer, eu tenho muita coisa sobre
o que escrever.

Ayukawa:
Como o quê?

Kasuga:
Bem, ficção científica, pelo menos! Eu poderia escrever uma história bem convincente
sobre ESPers!

Ayukawa:
[Sorri.] Isso é verdade.

[A cena muda para uma rua, seguindo morro acima. Ayukawa e Kasuga estão andando pela
calçada. Kasuga parece estar tendo dificuldades em carregar toda a sua carga de
livros morro acima.]

Ayukawa:
[Um pouco irritada.] Falta muito para chegarmos?

Kasuga:
É logo depois deste morro.

Ayukawa:
[Após mais alguns passos.] Por que você escolheu um lugar - como é o nome mesmo?

Kasuga:
Yujou-kan.

Ayukawa:
Isso, por que um lugar tão longe?

Kasuga:
[Um pouco irritado.] Bem... era o único lugar que eu achei que eu poderia pagar.

Ayukawa:
Bem, é culpa é toda sua. Você não devia ter deixado para procurar um lugar praficar
na última hora. Eu comecei a procurar logo depois que nós passamos no Junken*. Foi
assim que eu achei a minha casa.
*Exame de admissão

Kasuga:
[Resmunga.] Me diga, por que você não continuou morando em casa?

Ayukawa:
Minha irmã está se mudando de volta para lá. Ela... deve chegar lá pelo fim do ano.
Então já que a família dela está aumentando, nós decidimos procurar algum outro lugar
para eu morar.

Kasuga:
[Pensa um pouco sobre aquilo.] Família, hein?

Ayukawa:
[Suspira.] Se eu soubesse que teríamos que andar tanto, eu diria para virmos de moto.

Kasuga:
Nós já chegamos.

[Kasuga e Ayukawa se aproximam do prédio de um pensionato, com dois andares. O prédio
está um tanto mal conservado, mas ainda parece se capaz oferecer uma moradia adequada.
Eles entram e, tirando os sapatos, sobem a escada à direita do prédio. Kasuga pára à
frente do quarto no. 5 e pega a sua chave. Mesmo do corredor é possível ouvir o
barulho de caixas e mobília sendo movidas atrás da porta. Após destrancá-la, Kasuga
abre a porta e congela ao ver Jingoro voando em direção ao seu rosto.]

Kasuga:
O QUÊ É ISS-?

Kurumi:
AHHH-! CUIDADO!

[Seu aviso vem tarde demais, sendo que a entrada súbita de Ayukawa e Kasuga quebrou
a concentração de Kurumi, derrubando uma pequena avalanche de caixas na cabeça de
Kasuga. Felizmente, Ayukawa estava atrás dele e não foi soterrada. Dentro, o
apartamento está uma bagunça - caixas empilhadas, embrulhos, mobília no meio do
quarto, etc - e o resto da familia Kasuga está ajudando a terminar a mudança. A
maioria das coisas ainda estão encaixotadas, mas o seu futon e o material de cozinha
já estão arrumados. O resto do quarto parece estar sob um efeito poltergeist, sendo
que várias caixas o objetos estavam, até um momento atrás, flutuando no ar. Ayukawa
se curva para frente para ver se Kasuga está bem.]

Ayukawa:
Kasuga-kun?

Kasuga:
[Sua cabeça aparece, saindo do meio da pilha. Ele se vira para Kurumi e grita.] O
QUÊ VOCÊ ESTÁ TENTANDO FAZER, QUER QUE ME EXPULSEM DAQUI ANTES DE TERMINAR A MUDANÇA?

Kurumi:
[Gritando de volta.] COMO É QUE VOCÊ ESPERA QUE A GENTE ARRUME TODA ESSA TRALHA,
ENQUANTO VOCÊ FICA VAGABUNDEANDO POR AÍ!?!

Kasuga:
EU NÃO ESTAVA VAGABUN-!

Manami:
[Faz sinal para os dois se acalmarem.] O que vocês acham de mantermos isso quieto
enqunato podemos?

Takashi:
Certo, Kyosuke, O que está feito, está feito. Não precisa deixar deixar as coisas
piores, contando o nosso segredo para o resto dos vizinhos.

Kasuga:
[Se levanta, tirando o pó da roupa. Ele fecha a porta e murmura, mais para si mesmo.]
Certas coisas nunca mudam!

[A cena muda para uma hora depois. Ayukawa e o resto da família Kasuga já foram
embora. Kasuga está deitado em seu futon; uma peça bem nova, em comparação com o seu
velho quarto de pensão. Ele respira fundo e suspira, como um alívio depois de todo o
seu esforço físico.]

Kasuga:
[Pensando consigo mesmo.] Bem, aqui estou eu. Longe de toda aquela loucura e desastre
sem fim. [Sorri.] Eu consegui. [Fecha os olhos e suspira novamente. De repente, ele
abre os olhos num salto. Ele fareja o ar e seu nariz se retrai ao sentir uma onda de
odor invade o quarto. Ele se levanta, anda até a frente do quarto e abre a porta.
Para a sua surpresa, ele vê fumaça saindo pela soleira da porta do quarto ao lado.]
O que é iss...? Uma explosão estremece o chão e uma nuvem de fumaça inunda o
corredor.] O que está acontecendo?! [Corre em direção ao quarto ao lado.]

Voz vinda do quarto ao lado:
Oops! Desculpe! [Um rapaz sai do quarto ao lado. Ele tem cabelos loiros, e parece
ser da idade de Kasuga. Ele põe a mão atrás da cabeça e ri. Kasuga sorri, apesar de
não estar entendendo nada. O rapaz estende a mão para cumprimentá-lo.] Você deve ser
o cara novo do No. 5. Acho que nós somos vizinhos. Eu sou Katsu Ritsu.

Kasuga:
[Cumprimenta-o.] Eu sou Kasuga Kyosuke. Prazer em conhecê-lo. [Olha dentro do quarto
de Katsu, agora com a porta aberta.] O que você está fazendo?

Katsu:
Ah, Entre! [No meio do quarto há uma grande mesa retangular. Debaixo da mesa há um
pequeno tanque de propano, alimentando dois bicos de Bunsen. Espalhados pela mesa,
há a maior variedade de vidros e aparatos de química que Kasuga já viu. Num canto da
mesa, há alguns vidros quebrados e uma poça de líquido escuro, com cheiro estranho.]
katsu pega uma vassoura e uma pá do canto do quarto e varre os cacos de vidro para
dentro da pá, para então despejá-los numa lixeira.] Eu estava tentando passar um
pouco de café.

Kasuga:
Ehh? [Olha em volta, pelo quarto.] Onde?

Katsu:
[Aponta para um grande becker] Aqui. [À direita há um Erlenmeyer com água fervendo.
Instalado encima dele, há uma coluna de destilação, cheia de pó de café. O vapor
condensado desce por um tubo conectado, chegando até o becker que Katsu apontou.] Eu
estava tão distraído observando isso, que acabei deixando um dos tubos de ensaio
secar. Uma vez que fluído acabou, a sulfa secou formando um...

Kasuga:
[Acena com a mão, dispensando a explicação técnica.] Ei, está tudo bem. Eu também
sou bem distraído, de vez em quando. [Admirando o aparato de química.] Isso não é
pouca coisa!

Katsu:
[Sorri.] Quando eu era criança, eu ganhei um daqueles kits de química como presente
de aniversário. Desde então eu tenho adicionado mais coisas, peça por peça. Antes
mesmo de sair do primário, eu já sabia o que eu queria estudar. [Ele pega dois
beckers de uma prateleira e serve um pouco do café escuro do becker maior nos dois
menores.] Me acompanha?

Kasuga:
[Pega o vidro que lhe foi oferecido.] Claro. [Arrisca experimentar um gole, e então
sorri.] Bem, nada mal! Gosto bastante suave!

Katsu:
Bom, não acha? Isso é o ácido!

Kasuga:
[Pára de beber.] Ácido?

Katsu:
[Sorri.] Neutraliza a base alcalina.

Kasuga:
[Abaixa o becker.] Onde?

Katsu:
[Parece confuso.] Como? No café, é claro!

[Kasuga cospe um jato de café pela boca. Ele tosse e cospe.]

Katsu:
Ei, não se preocupe! Ele está com pH balanceado!

[A cena escurece, enquanto Kasuga arrisca novamente um gole de café.] A cena muda
para um conjunto de prédios residenciais, eum uma parte diferente (e obviamente mais
nova) da cidade; o campus da universidade pode ser visto a algumas quadras de
distância. O conjunto é relativamente novo; há uma piscina e várias quadra de tênis
ao redor. A irmã de Ayukawa a ajuda a tirar as últimas caixas do carro. Quando elas
terminam, o carro vai embora, enquanto Ayukawa fica em pé, observando o carro partir.
Quando o carro desaparece ao longe, ela levanta a primeira de suas várias caixas e
sobe um lance de escadas até o segundo andar. Aproximando-se de uma das quatro portas
existentes, ela puxa uma chave e a destranca. Quando ela entra, ela vê uma sala
impecavelmente limpa, mas um tanto espartana na decoração.]

Ayukawa:
Ikemoto-san!

[Sem resposta. Como está com os braços ocupados, ela não se preocupa em fechar a
porta. Entrando em seu quarto, ela põe a caixa] sobre a escrivaninha e dá uma olhada
à sua volta. Há várias caixas semi esvaziadas, a escrivaninha e a cama, mas o quarto
parece estar em bom estado e bem arrumado; as caixas estão cuidadosamente alinhadas
no chão. O barulho de uma porta se fechando quebra interrompe sua concentração. Ela
anda até à porta do apartamento e encontra uma mulher alta, aproximadamente dez anos
mais velha, vestindo um traje social, que está parada junto à porta já fechada.]

Ikemoto:
[Alisando seu cabelo para trás.] Já que você está se mudando para cá hoje, eu te
perdoarei desta vez. [Ela lenvantou a cabeça abruptamente, olhando-a nos olhos como
se quisesse enfatizar o que estava dizendo.] Mas no futuro eu preferiria que você
mantivesse a porta da frente fechada.

Ayukawa:
[Surpresa pelo cumprimento um tanto áspero.] Ahh... claro. [Pensa consigo mesma.]
Não havia necessidade de se indispor tanto por algo tão trivial. Talvez ela só esteja
tendo um dia ruim. [Para Ikemoto.] Diga, você poderia me dar uma mãozinha?

Ikemoto:
[Pegando um telefone celular.] Desculpe, mas eu tenho que sair. Eu tenho que encontrar
alguém em meia hora. Eu só passei para pegar a minha bolsa. [Enquanto começa a falar
no telefone, Ikemoto vai para o seu quarto.] Ela pega uma pasta, termina a conversa,
desliga o telefone e sai.] Eu estarei de volta em algumas horas, Ayukawa-chan.

Ayukawa:
[Para si mesma, com sarcasmo.] Mal posso esperar. [Enquanto a porta se fecha, Ayukawa
afasta uma mecha de cabelo de olhos.] Ela não era assim quando me entrevistou. [Pensa
por um instante.] Bem, mas daquela vez nós também só conversamos por alguns minutos.
[Pega o telefone e disca o número que Kasuga lhe deu. Ela deixa o telefone chamar
por um minuto, e então desliga.] Droga! Ele deve ter saído. [Olha para a porta da
frente, lembrando-se do comportamento brusco de Ikemoto. Ela então olha para o
telefone, pensando no Kasuga.] Talvez tivesse sido melhor se eu tivesse alugado um
quarto na pensão, também.

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[INTERVALO COMERCIAL.]

[A cena muda para uma sala mal iluminada, forrada de pergaminhos antigos, frascos
cheios com substâncias estranhas, faixas vermelhas com caracteres chineses escritos
em dourado, etc. Uma garota de cabelo roxo está despejando ingredientes dentro de um
caldeirão, cheio de líquido borbulhante.]

Shampoo:
Cauda de lagartixa, cogumelos venenosos... olhos de rato...

Narrador:
Enquanto existir a magia e o mistério...

Shampoo:
[Lendo um livro a ntigo, cheio de orelhas-de-burro.] Ferver todos os ingredientes e
mexer com um osso ao bater da meia-noite...

Narrador:
Enquanto o riso e a alegria viverem em nosso corações...

Shampoo:
Coloque na bebida da vítima...

Narrador:
Enquanto na juventude houver vigor e na idade a sabedoria...

Shampoo:
E então Ranma será meu! Todo meu! A-HA-HA-HA-HA!

Narrador:
Enquanto o amor for verdadeiro e apaixonado...

[O líquido marrom-escuro do caldeirão começa a borbulhar intensamente.]

Narrador:
O Café Melita será gostoso até a última gota!

[Nota do Autor: disclaimer padrão.]

[FIM DO INTERVALO COMERCIAL.]
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[A cena muda para o quarto de Kasuga. Já está na metade da tarde e Kasuga já está
com metade de seus pertences desempacotados. Ele olha para o telefone, e faz uma
pausa para pensar.]

Kasuga:
[Para si mesmo.] Nah. Ela provavelmente está muito ocupada arrumando sua mudança.
[Ele continua a arrumação por mais alguns instantes e então pára. Ele olha para o
telefone, pensa por um instante e tira o telefone do gancho.]

[A cena muda para o apartamento de Ayukawa. Ela está carregando a última das caixas
que havia deixado na calçada, levando-a escada acima. Mesmo com o seu preparo físico,
o trabalho de carregar aquelas várias caixas pesadas escada acima, em várias viagens,
era pra lá de exaustivo. Entrando no apartamento, ela largou a caixa no chão próximo
à porta e arrumou o seu cabelo para trás. Seu cabelo e seu rosto estavam úmidos com
sua transpiração, enquanto ela se deixava cair no sofá de Ikemoto. Ela fecho os olhos
por um instante e recuperou seu fôlego. Então, quando abriu seus olhos, ela notou a
luz vermelha da secretária eletrônica piscando.]

Ayukawa:
Hã...? [Ela apertou o botão 'play' e fechou seus olhos novamente.]

Secretária eletrônica:
Ikemoto-san, aqui é Namba-san. Por favor me ligue para conversarmos à respeito da
apresentação de amanhã. Sachiko, aqui é a sua mão quem está falando. Me ligue quando
ouvir esta mensagem, tchau. Ayukawa, aqui é o Kasuga. Eu só liguei para...

Ayukawa:
[Ignora o resto da mensagem e pega o telefone.] Droga! [Fala para si mesma e digita ao
telefone.] Eu me esqueci dele...

[A cena muda para o quarto de Kasuga. Kasuga desliga depois de deixar a sua mensagem
na secretária eletrônica.]

Kasuga:
Ela deve ter saído. [Deita-se em seu futon. Então, ele ouve um bater forte à porta.
Ele levantou-se rapidamente e abriu a porta. para em frente à porta, estava um homem
careca, baixinho e encarquilhado. Ele tinha olhos pequenos e redondos, e parecia
estar bravo. Kasuga o reconheceu imediatamente.] Ah, Oouya-san*! O que...
*Senhorio

Egami:
No meu escritório! Agora! [Vira-se e segue tropeçando pelo corredor, batendo em outra
porta.]

Katsu:
[Abrindo a porta.] Sim? Ah, Egami-sa...

Egami:
Você tambêm! Lá pra baixo! Agora! [Virou-se e desceu a escada rapidamente.]

Katsu:
Uhm...

Kasuga:
[Parecendo um pouco preocupado.] O que está havendo? Nós já fizemos alguma coisa errada?

[Katsu balançou a cabeça, com uma expressão intrigada. Kasuga sai do quarto, fecha a
porta atrás de si, e desce as escadas junto com Katsu. Atrás da porta fechada, o
telefone de Kasuga começa a tocar.]

[A cena muda para o pé da escadaria. O quarto de Egami Isamu é conjugado com seu
escritório. Do lado de dentro, Egami começa a gritar com Kasuga e Katsu.]

Egami:
Já que vocês dois se recusaram a participar da reunião de orientação aos
pensionistas, eu vou ter que gastar o meu precioso tempo ensinando pra vocês as
regras que eu espero que os meus pensionistas sigam! Eu quero receber o aluguel em
todo o primeiro dia! Nenhum dia depois! Se vocês não cumprirem, toda sua mobília vai
para fora até que que você pague! A multa é de 2000 por dia! Todo dano feito pelo
clima será consertado quando for avisado. Mas se foi você que quebrou alguma coisa,
isso vai direto para a sua conta. Nada de festas grandes e barulhentas, também!

[Ele se vira, pega o seu livro-caixa e começa a escrever.]

Kasuga:
[Para Katsu.] O que é isso?

Katsu:
[Para Kasuga.] Ele nos arrastou até aqui para nos dizer isso?

[Egami para e escrever e olha para frente. Ele percebe que Kasuga e Katsu ainda estão
parados à sua frente, com uma expressão intrigada em seus rostos.]

Egami:
Bem, o quê vocês estão esperando? SAIAM JÁ DO MEU ESCRITÓRIO!

[A cena muda para o lado de fora da porta do escritório. A porta se abre de repente
e Kasuga e Katsu saem, quase caindo, do escritório.]

Kasuga:
Iau! [Conseguindo se manter em pé e tentando parar, fala para si mesmo.] Nossa! Que
cara nervoso!

[A cena muda para Ayukawa. Ela tenta ligar novamente, mas não obtem resposta.
Frustrada, ela desliga.]

Ayukawa:
Pra onde será que ele foi tão rápido? [Levanta-se e vai até a cozinha. Ela pega um
copo do armário, põe uns cubos de gelo e o enche com água. Toma um gole e então põe
o copo sobre a mesa. Em seguida, ela abre a geladeira e dá uma olhada nas
prateleiras, procurando algo para comer. Sua busca é interropida por um barulho
atrás dela.] Ikemoto-san! Eu não ouvi você...

Ikemoto:
[Pega o copo de Ayukawa e põe um descanso para copos debaixo dele.] Por favor,
Ayukawa-chan, [Fala com um tom condescedente.] você com certeza deve saber para que
[Aponta para o descanso de copos.] servem estes aqui.

Ayukawa:
Ah...

Ikemoto:
[Vai para sala, mas continua falando.] E você faz idéia de quanto custa para mandar
limpar este sofá? Procure não se sentar nele quando estiver suada!

Ayukawa:
[O aperto de sua mão na maçaneta da geladeira começa a aumentar.] Certo...

Ikemoto:
E, Ayukawa-chan?

Ayukawa:
[Tirando uma cenoura; com um tom estressado em sua voz.] Sim?

Ikemoto:
Não beba direto da garrafa!

Ayukawa:
[A cenoura se quebra entre os seus dedos.]...

[A cena muda para o quarto de Ayukawa. Ela entra nervosa no quarto, com uma
expressão de raiva nos olhos, devido a atitude de Ikemoto.]

Ayukawa:
Se eu tiver que escutar mais um minuto disso, eu vou gritar... ou bater em alguma
coisa. Ou em alguém. [Pausa.] O que mais me irrita é que ela está certa - mas aquele
tom... [Pega o telefone.] Kasuga-kun, por favor atenda desta vez!

[A cena muda para o quarto de Kasuga. A porta se abre e Kasuga volta de sua
'orientação' dada por Egami. Ele começa a esvaziar outra caixa quando é interrompido
por alguém batendo à porta.]

Kasuga:
[Faz uma careta.] Quem poderá ser? [Levanta-se e abre a porta, ficando então
paralisado.] Kimura-san!

Kimura:~
[Sorri.] Oi, Kasuga-san! Eu fui à outra livraria e encontrei mais cópias do nosso
livro! Eu peguei um para você!

Kasuga:
[Embaraçado, põe a mão atrás da cabeça e sorri.] Er... muto obrigado! Mas você
não precisava ter se incomodado em vir até aqui Você podia ter esperado até as aulas
começarem para me entregá-lo. [Pára, e então seu embaraço acaba virando curiosidade,]
Bem, mas como foi que você me encontrou?

Kimura:
[Mostra uma lista de alunos e sorri ainda mais.] Fácil! Eles lançaram isso aqui!

Kasuga:
Ah... [Ele dá uma folheada pelo livro.] Sim, Yujou-kan. Mas espere aí, aqui não
consta o número do meu quarto!

Kimura:
Ah, um rapaz me disse que você estava no número cinco!

Kasuga:
"Um rapaz"?

Kimura:
Sim, o rapaz do quarto ao lado, Katsu-san. Ele parece bem legal.

Kasuga:
[Assente com a cabeça.] Um. [Devolve o livro.] Aqui está.

Kimura:
[Empurra-o de volta.] Você pode ficar com ele! Eu estava contando para os meus amigos
o quanto eu tive sorte de conhecer um cara legal como você! Então eles disseram que
eu deveria convidá-lo para jantar junto com a gente!

Kasuga:
Uhh... [Gotas de suor comoeçam a se formar em seu rosto. Antes que ele pudesse
responder, seu telefone toca e ele se vira para Kimura.] Só um instante! [para si
mesmo.] Salvo.... [Atende o telefone.] Alô?

Ayukawa:
[Pelo telefone.] Kasuga-kun! Graças à Deus eu finalmente consegui falar com você!

Kasuga:
Ahhh... sim! [Gotas de suor agora estão escorrendo pelo seu rosto.] Então, como está
indo com a mudança?

Kimura:
[Sussurrando, mas não consegue conter uma risada.] Quem é, Kasuga-san?

Ayukawa:
Tem mais alguém aí?

Kasuga:
Hã... sim. Apenas um... colega. Nós estávamos vendo alguns livros de matemática.

Ayukawa:
[Pondo o pensamento de lado.] Diga, Kasuga-kun. Eu estou um pouco cansada de carregar
todas estas caixas, e eu estou precisando dar uma sair um pouco desse apartamento. O
que você acha de sairmos para jantar? Eu pago!

Kasuga:
Ahh... claro! Isso seria muito bom! Onde nos encontramos?

Ayukawa:
Eu vi uma casa de okonomiyaki* á esquerda da rua do campus. Que tal nos encontrarmos
lá em uma hora, mais ou menos?
*Comida japonesa; um tipo de panqueca recheada

Kasuga:
Sem problema, eu estarei lá... Uh-huh. Tchau. [Desliga.] Desculpe, Kimura-san. Era só
um amigo meu, hã... ligando para me lembrar qie tínhamos marcado de jantar juntos
hoje. O que você acha de eu te levar para almoçar amanhã? Eu pago.

Kimura:
[Parece surpresa, e sorri.] Seria ótimo! Vejo você amanhã, então! [Vai embora.]

Kasuga:
[Para si mesmo.] Essa foi por pouco!

[A cena muda para o Okonomiyaki-Maru. O restaurante é um lugar casual, cheio de
estudantes. Dentro, o barulho de conversas e o cheiro de boa comida dá ao lugar um
clima de café universitário. Kasuga dá uma olhada ao redor ao entrar, e vê Ayukawa
sentada à uma mesa. Ela acena para ele, ele vai até lá e se senta.]

Ayukawa:
[Sorri para ele.] Eu estou impressionada. Você chegou na hora!

Kasuga:
{Ri.] Isso não foi tão difícil. [Pausa.] Então? como estão indo as coisas no seu
novo apartamento? [Para de sorrir quando percebe que Ayukawa desvia o olhar por um
instante.] O que foi? Alguma coisa errada?

Ayukawa:
[Sorri forçosamente.] N-não, não há nada errado! E você?

Kasuga:
Bem, eu tenho um vizinho que gosta de beber em frascos de química, e um senhorio que
adora gritar e jogar a mobília dos pensionistas para fora. [põe sua mão atrás da
cabeça, rindo do que ele tinha acabado de falar.]

Ayukawa:
[Distraidamente.] Há algum quarto vago?

Kasuga:
Ehh? [Pára de rir e se dá conta da expressão deprimida no rosto Ayukawa, enquanto
ela está com a guarda baixa.] Bem, na verdade não. o número 5 era o último. Por que
você quer saber?

Ayukawa:
[Balança a cabeça e sorri.] Nada, só estava divagando. [Kasuga se levanta.] Hã? Você
vai a algum lugar?

Kasuga:
Só vou ao banheiro. Já volto! [Sai.]

[Kasuga vai até o fundo do restaurante e entra no banheiro.] Ele joga água em seu
rosto e seca-se com uma toalha de papel. Ele suspira aliviado e sorri, pensando em
quanto a sua tarde está se desemrolando bem. Ele então se vira para jogar a tolha no
cesto de lixo - e fica paralisado.

Kasuga:
Katsu-san! O que você está fazendo aqui?

Katsu:
Ah, Kasuga! Engraçado te encontrar por aqui! Nós estamos aproveitando nossos últimos
dias antes de começarem as aulas.

Kasuga:
Nós?

Katsu:
Claro! Você sabe, aquela garota que estava procurando por você hoje... Kimura Keiko.

Kasuga:
O quê?!?

[A cena muda para a área de mesas do restaurante. Ayukawa está sentada sozinha,
esperando Kasuga voltar. Uma vez que os dois já fizeram os seus pedidos, ela não
parece preocupada com a demora de Kasuga. Enquanto ela aproveita o ambiente, Kasuga,
do seu lugar de observação próximo ao banheiro, dá uma olhada por todo o salão,
tentando localizar Kimura.]

Kasuga:
Droga! De todas as pessoas... oh não! [Vê Kimura andando entre as mesas, conversando
com várias pessoas. Depois de terminar uma conversa com um dos calouros, ela vai
andando direto na direção de Ayukawa.]

Kimura:
[Sorrindo para Ayukawa.] Ei, você também é caloura, não é?

Ayukawa:
[Olha para ela e sorri.] Sim, eu sou! [ergue uma sombrancelha.] Como você adivinhou?

Kimura:
[Sorri.] Por causa do seu jeito! Você está acompanhada?

Ayukawa:
Sim... [Desvia o olhar de Kimura, com uma expressão sonhadora.] Alguém especial.

Kimura:
[Senta-se na cadeira de Kasuga.] Eu sei como é isso. Eu conheci alguém hoje que
sinto como se fosse alguém especial. [Parece sonhadora por um instante.] Eu queria
que ele estivesse aqui agora.

Kasuga:
[Fecha os punhos e fecha os olhos, temendo o pior.] Vai ser agora!

Ayukawa:
[Concorda com a cabeça.] Bem, espero que você encontre este alguém especial!

Kimura:
[Sorri.] E eu vou! [oferece sua mão.] bem, meu nome é Kimura Keiko!

Ayukawa:
[Aperta a mão de Kimura.] Eu sou Ayukawa Madoka. Prazer em conhecê-la!

Kasuga:
[Observa Kimura se dirigir para outra mesa.] Ufa!

[A cena muda para a casa de Kasuga, no corredor em frente ao quarto número 5. Ayukawa
aguarda enquanto Kasuga destranca e abre a porta. Já é de noite e os dois estão cansados
devido aos acontecimentos do dia. Eles entram no quarto e sentam-se sobre o futon de
Kasuga.]

Kasuga:
[Percebendo que Ayukawa parece cnsada.] Dia duro?

Ayukawa:
[Concorda e sorri.] Sim. [Espreguiça-se.] Carregar todas aquelas caixas...

Kasuga:
A sua irmã ou a sua colega de quarto não ajudaram você?

Ayukawa:
Minha irmã está grávida!

Kasuga:
Ohh! Eu esqueci!

Ayukawa:
E minha colega de quarto... bem...

Kasuga:
[Preocupado.] Alguma coisa errada?

Ayukawa:
[Pára por um instante.] Bem... ainda não sei. [Se espreguiça novamente.] Não vamos
pensar nisso agora - a noite ainda é uma criança. Me diga, você se lembra disto?
[TIra uma garrafa que trazia escondida. É uma pequena garrafa negra de licor com
o nome "Napoleon" escrito no rótulo.]

Kasuga:
[Surpreso.] Claro... acho que nunca vou esquecer isso. Onde você o conseguiu?

Ayukawa:
Eu roubei da adega dos meus pais antes de sair da cidade.

Kasuga:
Como da última vez? [Sorri, diante da lembrança.] Aquela noite foi especial, não foi?

Ayukawa:
[Concorda e oferece a garafa para Kasuga.] Você tem copos aí?

[Kasuga oferece à ela dois beckers de 100ml. Ayukawa olha para os beckers com uma
expressão de curiosidade, e então serve a bebida. Eles experimentam o licor, e então
põem os beckers de lado. As luzes diminuem à medida que um se aproxima do outro.]

Narração de Kasuga:
Eu me lembro, a alguns anos atrás, me mudando para uma outra cidade. Eu me lembro da
sensação de novidade e aquele sentimento de insegurança. Tudo era diferente e eu me
sentia sozinho. Desta vez, eu tinha alguém comigo - e eu espero que isso torne a
transição mais fácil. Aqui, nesta nova cidade, nós teremos a chance de fazer alguma
coisa em meio a contra este monte de mudanças.

[Quando seus lábios iam se tocar, Kasuga de repente dá um salto para trás. O nariz de
Ayukawa se retrai assim que ela sente o cheiro, também.]

Voz vinda do quarto ao lado:
Desculpe!

Narração de Kasuga:
Bem, algumas coisas não mudaram tanto, afinal!


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CRÉDITOS
Design dos Novos Personagens/Escritor Stephen Tsai
Co-escritor Andy Combs
Vladimir Zelevinsky
Pré-leitores Ravi Konchigeri
Derek Work
Christian Gadeken
Scott Bolland
Agradecimentos especiais a Hitoshi Doi
Tradutor para a língua portuguesa Verythrax Draconis

Uma tirada de chapéu e uma grade reverência para Matsumoto Izumi por ter
começado tudo isso.

Se eu deixei alguém de fora, minhas desculpas. Quaisquer enganos/gafes são de inteira
responsabilidade minha. Se há algo aqui de que você deseje reclamar, reclame para mim,
e apenas para mim. Obrigado por despender do seu tempo lendo este episódio da minha
série. Eu tenho o próximo episódio em desenvolvimento.

Espero que você tenha gostado e obrigado novamente!

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Comentários sobre esta tradução podem ser enviados para Verythrax Draconis.
verythrax@myrealbox.com

O original en inglês deste fanfic pode ser encontrado em www.dhc.net/~stsai/koc/.
Sua tradução para a língua portuguesa foi autorizada pelo autor. Sinta-se à vontade
para disponibilizar este fanfic em seu site. Apenas peço que dê o crédito da obra aos
seus devidos autores/tradutores. (e nos avise para darmos uma olhadinha! -_^)

Verythrax Draconis,
23/11/2001

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