Fanfic Seiya e Shiryu.
para que a mulher possa permanecer no Japão, sendo ela naturalmente Grega, ainda que seu "avô" fosse japonês.
Seiya e Saori possuem um casamento de fachada.
Shiryu acabou de perder a esposa em um acidente nas cachoeiras.
Como o destino pode brincar tanto com duas almas, fazendo-as sofrer para achar o amor?
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– Seiya, venha agora para a cama!
– Saori, eu vou dormir no quarto de hospedes! – repetiu exasperado para a esposa. Já não suportava mais ter de dividir a mesma cama com ela apenas para manter as aparências.
– E o que você acha que os empregados irão pensar se virem isso, Seiya? – ela respondeu outra vez, possessa com aquele assunto. Ajeitou nervosamente a alça fina da camisola de seda e encarou o homem à sua frente. Homem que amava, mas que lhe era indiferente.
– Por favor, Saori... Eu to pouco me fodendo para o que eles vão achar. – respirou fundo, passando as mãos pelo rosto insistentemente. – Já é tarde, eles nem devem estar acordados mais...
– Mas amanhã uma cama de hospedes estará revirada e com você por cima dela. Eles irão ver isso Seiya! Por que toda essa cena para dormir ao meu lado? Assim até parece que lhe chuto para fora da cama!
– Não, mas sempre tenta me agarrar. Saori, nosso casamento é de fachada, lembra? Casei com você para que pudesse permanecer no Japão e só. – reafirmou pela enésima vez, vendo o mesmo brilho magoado nos olhos bonitos da esposa.
– Por que não pode ao menos tentar me amar? Honrar nossos votos e se deitar comigo? O que está de tão errado assim comigo Seiya...? – ela desesperou-se tapando os lábios com as mãos finas para não gritar de frustração.
Fechou os olhos com força. Frustrado.
Aproximou-se da cama da esposa a passos lentos, sentando-se ao lado dela. – Sa-chan... Você sabe qual o problema! Não posso amar você. Não assim.
A moça prensou os lábios irritadamente ao ouvi-lo, prendendo seus olhos aos dele com rancor. – Gay, gay, gay, gay, gay. Eu sei, eu sei! Gay, veado, frutinha! Eu te odeio! Te odeio por não me amar como amo você, seu idiota! ODEIO!
– Sa-...
– Saia do quarto! Saia já desse quarto e da minha frente! AGORA! – e levantando sobressaltada, arrastou-o para fora do espaçoso cômodo de casal e fechou a porta com um estrondo violento.
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–... Eu... Sinto muito por ela... – o homem mais velho disse, consternado. – Ela era a alegria deste lugar...
– Eu... – suspirou desolado, levantando a vista para seu mestre de artes marciais e amigo de longa data. – Vou embora da China mestre.
– Embora? Shiryu... O que houve com ela foi uma tragédia, mas um acidente. Não deve ficar se culpando por isso. – o homem falou, surpreso. Passou as mãos ansiosamente pelos cabelos castanhos e suspirou também.
– Mestre Dohko... Eu tenho de ir. Este lugar está me sufocando. Cada canto me lembra a ela e a seu sorriso. E eu a fiz tão infeliz...
– Isto não é verdade. Ela o amava muito e cada dia parecia mais radiante, Shiryu!
– Eu não a amava com ela a mim. Enganei-a com meu carinho, mas seu coração sofria com isso, eu sei. E agora ela se foi. Não posso ficar aqui mestre. Por mim. Não posso mais... – cobriu o rosto com as mãos para que seu mestre não tivesse de presenciar as lágrimas amargas que desceram por seu rosto, mesmo que essas escorressem por sua palma e manchassem suas roupas escuras.
O mais velho não fez cerimônia em abraçá-lo fortemente. Sabia a dor de seu discípulo e respeitava-a. – Para onde irá então meu pequeno?
– Falarei com Shun. Sei que ele me ajudará... – sussurrou cansadamente, sem conseguir deixar de corresponder àquele carinho paternal de que tanto precisava. – Vou para o Japão.
Continua.
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