NARUTO,NÃO ME PERTENCE, NEM A HITÓRIA! CAPITULO UM

Uma voz masculina fluiu pelo ar como mel quente e doce, e aquele tipo de carícia preguiçosa fez com que Hinata soltasse sua caneta e olhasse confusa para a ja nela.

Nato, Sarada — disse a voz novamente. — Maressü

A voz de um grego. Sem sombra de dúvida. Doce, macia e profunda.

Hinata sentiu o rosto arder, até que parou de fazer associações. O fato de ter tido um amante grego não significava que devesse ter um ataque do coração toda vez que ouvisse a voz de um compatriota dele falando, certo? A angústia que ela sentiu foi instintiva, mas mo mentânea, e ela pegou a caneta de novo.

Então, Hinata ouviu a voz outra vez, mas agora ele estava rindo, e ficou gelada.

Uma gargalhada é algo muito pessoal, não é? Vozes mudam, se confundem com outras que você já conhe ce. Mas uma gargalhada?! Ah, não. Uma gargalhada é diferente, e aquela fez com que ela voltasse para um local que estava proibido.

Hinata andou até a janela com o coração disparado pela expectativa de uma visão que certamente debo charia dela, dizendo que era uma boba sentimental.

Os fartos cabelos de ébano do homem que tirava uma caixa do carro com facilidade não foram suficien tes para lhe garantir que seus pensamentos tinham sido loucos e ridículos. Afinal, o que ela estava esperando, que o dono da voz fosse louro? Porque se o homem fosse grego — como certamente era —, é evidente que teria os cabelos negros como carvão, a pele brilhosa e uma força que poucos homens que conheceu tinham.

Ele bateu a porta do carro e, como se sentisse que estava sendo observado, começou a erguer a cabeça na direção da casa, e Hinata saiu da janela, precipitada mente. Que tipo de impressão isso criaria? O estereóti po de vizinha fofoqueira, que espia por trás da cortina para ver o tipo de família que se mudou para a casa ao lado.

Mas uma vaga sensação de inquietude colocou seu coração em disparada e ela ouviu a porta da frente da casa ao lado se fechando. Quando Hinata pegou a cane ta novamente, notou que seus dedos tremiam.

Esqueça isso, ela falou para si mesma. Ou relaxe.

Mais tarde, decidiu, quando recomeçou as anota ções, que seria isso que faria isso.

Sasuke colocou a bolsa no chão do hall enquanto sua filha se surpreendia com a altura do teto, com as janelas imensas e a vista dos fundos para um belo jar dim inglês. Ele sorriu:

— É uma casa boa, não é?

— Ah, é uma casa maravilhosa, papai.

— Você quer escolher um quarto?

Sarada olhou para o pai com uma expressão de sur presa.

— O quarto que eu quiser?

Sasuke lançou para ela um sorriso permissivo que por um instante suavizou as linhas duras e perfeitas de seu rosto moreno.

— O quarto que você quiser — concordou, olhando preguiçosamente para uma pilha de correspondências que estava sobre a mesa do hall. A maioria eram contas e circulares, mas havia um envelope branco grande en dereçado aos "Novos Moradores".

Ele sorriu levemente e derrubou toda a pilha de car tas, sem abri-las, e em seguida passou uma hora desfa zendo as malas. Guardava roupas de linho e seda em vários armários e gavetas com o tipo de eficiência au tomática que adquiriu depois de muitas viagens ao ex terior. Quando acabou de colocar seu computador na escrivaninha do quarto que pretendia usar como escri tório, a campainha tocou, fazendo com que franzisse a testa.

Nenhum de seus contatos de trabalho viriam à sua casa. Ele tinha alguns amigos na cidade, mas pretendia telefonar para eles só depois que tivesse se instalado. Sobrava então um vizinho, pensou. Quem mais poderia ser além de alguém da vizinhança que o vira chegar?

Ele sinceramente esperava que este vizinho não fos se o primeiro de uma fila de pessoas a desejar-lhe boas-vindas — embora talvez este fosse um desejo ingênuo. Tudo tem um preço, e ele tinha escolhido uma casa em uma área residencial, principalmente pensando em Sarada. Os vizinhos normalmente garantem segurança e normalidade, coisa que não se consegue nos hotéis. Mas o lado negativo de ter vizinhos é que eles têm uma tendência a se meter, a tentar se aproximar.

E Sasuke Uchiha não deixava ninguém se apro ximar.

Ele desceu as escadas e abriu a porta com um sorriso simpático, se preparando para saudar o vizinho e se despedir logo em seguida. Mas o sorriso morreu em seus lábios e algo desconhecido e esquecido mexeu com ele quando se deparou com a mulher morena e pequena que estava parada à sua porta com uma garrafa de vi nho na mão e uma incrível expressão em seu rosto, como se tivesse visto o mais terrível dos fantasmas.

Foi necessário um ou dois minutos para que ele se desse conta do que via, e quando isso ocorreu, sentiu a mesma incredulidade que fez com que os lábios exube rantes da mulher se abrissem em um "O". Porém, ele se manteve calmo e impassível. Precisava de tempo para pensar, assimilar os fatos, e não reagiria. Apren deu isso. Sasuke nunca deixava ninguém saber o que estava pensando, pois o conhecimento representava poder, e ele gostava de manter o jogo a seu favor.

Olhou fixamente para a mulher.

— Olá — disse suavemente, como se estivesse fa lando com um estranho. Sim, ela era estranha, não era? E talvez sempre tivesse sido.

Hinata o encarou de volta, com a respiração rápida e superficial. Era como se, de repente, se visse no topo de uma montanha sem perceber que a escalara. Ela sentiu uma fraqueza. Por causa do choque. Da descrença. E somente pela pura consciência de que, sim, era Sasuke. Sua fantasia de ter ouvido aquela gargalhada maravi lhosa e profunda não fora, na verdade, uma fantasia. Um homem do passado — o homem do passado — estava ali com o mesmo tipo mortífero de carisma sexual que já a fisgara uma vez. E que agora a estava fisgando, pois tudo que gostaria de fazer era devorá-lo, como uma mulher faminta que nunca tivesse tido ho mens.

A pele dele era dourada e luminosa, os olhos negros como azeitonas emolduradas por cílios grossos como floresta de pinheiros. Ele tinha perdido um pouco de cabelo, é claro, mas não como acontece com a maioria dos homens de trinta e poucos anos. Não havia gordura sobrando para fora do cinto nem nenhuma prega de pele ao redor do queixo denotando um estilo de vida preguiçoso, sem a prática de exercícios. Não, Sasuke era aprumado, tinha músculos trabalhados e as calças de linho claras com a camisa de seda leve realçavam cada detalhe de seu corpo.

Os cabelos pretos estavam menos desgrenhados que antes e havia um toque de prata em suas têmporas, mas a boca era exatamente como Hinata se lembrava — e como se lembrava dela: uma boca sensual e carnuda que parecia ter sido feita especialmente para o prazer de uma mulher.

Mas os olhos... Ah, os olhos! Esta era a diferença, a grande diferença, a diferença reveladora. Antes, aque les olhos brilhavam para ela não com amor, embora ela tenha sonhado com isso, mas com um afeto feroz e pos sessivo.

Agora esses olhos reluziam tão friamente quanto gelo. Eles não transmitiam nada, e não esperavam nada em retorno.

Ela soltou um suspiro que veio bem do fundo dos seus pulmões secos, que pareciam queimar por dentro.

— Sasuke — falou. — É você mesmo?

Sasuke ergueu as sobrancelhas com ar de dúvida, sentindo com o desconforto de Hinata quase o mesmo prazer que olhar para ela lhe provocava. Mas isso ele sempre sentira. Mulheres como Hinata Hyuuga eram ra ras. O mais perto da perfeição física que alguém pode encontrar na vida. Os cabelos eram como o céu de uma noite sem nuvens com a luminosidade de estrelas e os olhos completavam como duas luas enormes e brilhantes que poderiam parecer frios, apesar de Sasuke já tê-los visto mais quentes que o fogo, incendiados de paixão e desejo.

Enquanto se preparava para dar a resposta, o que era desnecessário e inútil, ele deixou seus olhos percorre rem o corpo dela vagarosamente. Que corpo! Mesmo tendo mudado, como natural, na passagem da adoles cência para a idade adulta. Naquela época, ela era tão delgada quanto um limoeiro novo, tão delgada que às vezes ele tinha medo de quebrá-la quando faziam amor. Mas, agora, ela tinha adquirido a firmeza de uma árvore madura. Seus quadris ainda eram arredondados , seus seios eram fartos, firmes e luxuriantes, e Sasuke tinha que se esforçar para parecer impassível, manten do um olhar indiferente. Ele tinha menos controle de seu corpo do que nunca.

— Talvez eu tenha um irmão gêmeo idêntico — de bochou. — O que você acha?

Parte dela esperava que aquele fosse realmente um engano, apesar de a outra parte rezar para que não fos se. Porém, qualquer sombra de dúvida se foi quando ele começou a falar, com aquela mistura de doçura e firme za que ela jamais esquecera.

Hinata só podia fazer duas coisas. Ficar ali parada, arfando como um peixe fora d'água, ou ser ela mesma, a mulher brilhante, independente e de sucesso que se tomara após muito trabalho duro para vencer a timidez e conseguir de destacar em seu trabalho.

Ela sorriu, mesmo sentindo que sua boca estava co lada.

— Meu Deus! — exclamou, com a dose certa de surpresa. — Não posso acreditar!

— Eu também não estou acreditando — murmurou Sasuke, pensando que isso era pura fantasia transposta para a vida real. Os olhos dele observaram os dedos de Hinata. Não havia aliança. Isso significava que ela esta va solteira? Sem compromisso!

— Já faz tanto tempo.

Muito tempo, mas não o bastante. Certamente o tem po deveria poupá-la do impacto sensual causado por Sasuke. Mas por que não era assim? Por que ela se fora tomada pela fraqueza ao se ver diante de seu primeiro amante grego? Ela respirou um ar seco, enquanto se lembrava dele pressionando seu corpo nu na areia úmi da e fofa.

— O que você está fazendo aqui? — Hinata pergun tou.

— Eu agora moro aqui.

— Por quê?

Antes que Sasuke respondesse, ela ouviu uma voz falando em grego. Uma voz feminina. E caiu na real. E claro que ele tinha uma mulher. Provavelmente filhos também. As casas grandes daquela parte de Londres eram habitadas por famílias, e sem dúvida alguma ele havia trazido a dele.

Mas se ela já esperava por isso, por que lhe doía tanto?

E então ela olhou incrédula e deslumbrada para a criatura mais linda que já tinha visto, descendo as esca das na direção deles.

Os cabelos eram negros e brilhantes, cortados em camadas. Sua calça jeans e sua blusa escondiam uma figura esbelta, com jeito de menino, e realçavam um par de pernas que pareciam bem longas. Seu rosto era uma opala perfeita, com olhos negros profundos e do minadores, uma boca marcante e sorridente.

A determinação de Hinata de não parecer desconcer tada quase a traiu quando a moça se aproximou. Porque ela parecia jovem demais para ser... Ela sorriu com um sorriso amarelo. Ele teria se tornado um desses homens que desfilam acompanhados por meninas com idade para ser sua filha?

— Papai?

A menina era sua filha.

Hinata se pegou fazendo rápidas contas em sua cabe ça, enquanto Sasuke respondia à menina em grego. Ela parecia ter dezessete anos, talvez dezoito. Mas isso sig nificava... isso significava... Ela balançou a cabeça. Não compreendia. Será que Sasuke tivera uma filha na mesma época que a conheceu. Seria possível? Ou ela estaria errada sobre tantas coisas?

De repente, ela se sentiu tonta, desejando simples mente desaparecer, mas como? Em vez disso, ficou lá, parada como uma boba, com uma garrafa de vinho na mão e com os últimos sonhos de juventude se estilha çando conforme a adolescente se aproximava deles.

Apesar de relutante, Sasuke falou. Ela divertia-se assistindo ao rosto amável de Hinata atrapalhado de emoções que tentava desesperadamente esconder o que sentia. Era uma situação muito peculiar, e sua origina lidade para um homem como Sasuke era quase tão pra zerosa quanto a visão de Hinata Hyuuga indefesa.

— Sarada! — ele sorriu. — Temos uma visita.

E os olhos negros se viraram para Hinata, com alegre indiferença. Para você, o olhar parecia dizer "inútil". Falar parecia mais difícil do que nunca.

— Eu moro na casa ao lado — disse Hinata rapida mente. — Eu... Eu vi quando vocês chegaram e pensei em trazer isso... para dar as boas-vindas. Bem-vindos — concluiu. Ela levantou a garrafa fazendo uma careta, mas a menina sorriu amigavelmente e pegou a garrafa de Hinata, lançando um discreto olhar de censura para o pai.

— Muito gentil de sua parte — disse Sarada, com um inglês levemente carregado. — Entre, por favor.

Nem pensar em entrar ali!

— Não, não, honestamente...

— Ah, por favor, disse Sasuke com uma voz macia. Eu insisto.

O olhar de Hinata cruzou com o dele e ela viu malícia e deboche. Como ele ousava? Ele não tinha o mínimo de sensibilidade? Será que não notara que para ela seria difícil encontrar com a mulher dele? Mas por que ele a convidaria, pensou Hinata? Talvez esta situação fora do comum não fosse tão absurda assim para um homem como Sasuke. Quantas outras mulheres já estiveram ali como ela, circulando pelo local, sem jamais consegui rem esquecer suas habilidades doces e sensuais?

E ela notou que ele não os apresentou. Será que isso significava que ele tinha esquecido o nome dela? Ele também não falou para a filha que já conhecia Hinata.

Mas talvez isso também não fosse tão surpreendente. O que ele diria?

"Hinata e eu éramos amantes."

Colocando assim, não parece nada, mas foi alguma coisa, foi. Ou ela passou esses anos como uma boba pensando que seu primeiro amor tinha sido especial, e apenas tinha terminado mal? Quantos anos tinha a filha dele? Mesmo se ela fosse mais nova do que aparentava, isso ainda significava que ela nascera logo depois que Hinata deixara a pequena ilha...

Ela não podia pensar direito.

E talvez tenha sido por isso que sentira que entrar naquela casa seria o mesmo que entrar na jaula de um leão. Seria melhor deixar algumas lembranças intoca das. Partes do passado eram tratadas com carinho, e talvez permanecessem assim se você não deixasse o presente se meter com elas.

Ela balançou a cabeça, debochando de volta com um sorriso sem sentido.

— Vocês são muito gentis, mas tenho que trabalhar. Ele deu uma olhada no caro relógio de ouro que car regava no pulso grosso.

— Às quatro horas? — perguntou, suavemente. — Você trabalha em turnos?

Ele ainda pensava que ela era uma garçonete?

— Trabalho em casa — explicou Hinata — ela disse, já aborrecida por explicar-se para aqueles olhos negros e brilhantes de interesse, que a fizeram se sentir tão vulnerável.

— Por favor — disse a menina, segurando sua mão. — Você deve achar que somos muito mal-educados. Meu nome é Sarada Uchiha, e este é meu pai, Sasuke.

— Hinata — ela retrucou. Que outra alternativa ti nha? — Hinata Hyuuga.

Ela apertou a mão de Sarada e a soltou, mas Sasuke a pegou e, com um sorriso casual, pegou seus dedos e os apertou na palma de sua mão.

Em outra situação, seria um aperto de mão como outro qualquer, mas ela pôde sentir a força dele, e sua pele se arrepiou, numa espécie de reconhecimento te meroso, como se o toque de todos homens devesse ser assim.

— Oi, Hinata — ele murmurou. — Eu sou o Sasuke. Só o jeito dele falar provocou um frio na barriga de Hinata, e ela ficou imaginando se ele podia sentir como seu coração batia acelerado. Ela tentou liberar seus de dos, mas ele não deixou. Não antes dela fitar seu olhar negro penetrante. E ela percebeu que enquanto era real mente afetada por tudo aquilo, Sasuke parecia sentir apenas um vago prazer. Como se assistisse a uma par tida de um novo jogo. Como se não houvesse nada de embaraçoso nisto tudo e ela devesse se sentir grata por ele ao menos lembrar o nome dela.

O sorriso de Hinata estava ficando mais esperto, e ela sentia que estava se saindo melhor agora.

— Bem, como eu disse, só vim aqui brevemente para dar as boas-vindas a vocês. Espero que todos se jam muito felizes aqui — disse.

Ele percebeu a ambigüidade na palavra "todos", mas deixou para lá. Seria interessante, pensou. Muito interessante.

— Tenho certeza de que seremos — respondeu Sasuke, com um sorriso leve e maroto. Seus olhos pisca ram de leve na direção dos seios dela, realçados como duas peras macias por uma blusa de seda azul-clara que combinava com seus olhos.

— Este lugar é muito bonito.

Fazia tempo que um homem não a olhava daquela forma e ela sentiu a pulsação pesada e lenta da inconsciência, como se seu corpo estivesse em um sono muito profundo e apenas um pontinho de luz fosse capaz de trazê-lo à vida novamente. Ela teria que se retirar antes que ele notasse isso, se, é claro, já não tivesse notado.

— Eu realmente preciso ir — disse.

— Obrigado pelo vinho — ele disse, suavemente. — Talvez algum dia... quando você não estiver tão ocupa da trabalhando... você possa vir e tomar um drink com a gente.

— Talvez — ela disse. Mas os dois sabiam que ela estava mentindo.

Finalmente encontrei!

Fiz melhor que isso, achei três histórias, uma será uma ItaHina que no momento que vocês lerem este capitulo, já estará postado o primeiro capitulo dela e uma Gaahina, mas que ainda não adaptei, foi a primeira vez que li a história, então precisava me certificar que ficaria bom.

Mas tenho um pequeno problema, a GaaHina tem uma cenas um pouco mais "calientes" do que as que costumo postar, então depende de vocês, posso postar assim, posso não postar e posso cortar as partes, pois apesar de ser bem romantico e lindo, é mais detalhado que o conveniente para menores de idade, principalmente neste mundo tão precoce.

Espero que gostem delas!

Essa história é uma adaptação do livro "Um amor secreto" de Sharon Kendrick!