Meu casal favorito de Basilisk. (L)
Talvez porque eu pareça extremamente com a Hotarubi e amo o Yashamaru, oi.
Cuidado caso esteja ainda assistindo o começo do anime.
Vazio
Fazia já um bom tempo que permaneci ali parada. Mas por quanto? Realmente, eu gostaria de poder responder essa pergunta. O violeta de meus olhos fitava fortemente o céu cinzento, como se procurasse insistentemente por alguém. Não deixava de ser verdade. Eu procurava fielmente por ele, a figura fisicamente inexistente, porém emocionalmente existente. Não o esquecia, e não o faria isso tão depressa. Igual à tempestade que rondava os bravos céus de Iga, meu subconsciente também gritava. O som de minha ira interior coincidia com os estrondosos trovões. Lágrimas escorriam com alta freqüência pela minha pele alva, sem minha devida autorização. Minhas mãos percorriam o nada querendo o seu caloroso abraço que certamente eu não teria. Apenas me iludia. Ele se fora e eu, cedo ou tarde precisaria me conformar. Meu Yashamaru se fora. Culpa daqueles malditos Kougas. Mas eu não podia reclamar. Estávamos em guerra novamente, e guerras exigem sacrifícios. Além disso, nada o traria de volta, exceto minhas eternas lembranças guardadas a sete chaves.
Éramos o típico casal água com açúcar. Nunca ocorreu nada de muito interessante em nosso relacionamento, porém, eu o amava da mesma forma. Amava-o sem fronteiras. Estava disposta a abandonar tudo apenas para ficar ao seu lado. Seus cabelos negros semelhantes à escuridão que abrange meu interior vazio, longos e levemente bagunçados. Era gostoso acariciar seu couro cabeludo e fitar seus brilhantes olhos azuis celeste em tom escuro. Conduzir meus pequeninos e avermelhados lábios até seu sorriso mirabolante, mesmo que fizéssemos isso pouquíssimas vezes. Era altamente agradável sua presença. Ainda sinto seus toques. Ainda ouço sua doce voz. Sempre rindo comigo.
Minhas mãos esticaram-se e tomaram formato de concha. A água pluvial lentamente fazia uma poça nelas. Trouxe-as de volta e consegui me ver refletida. Olhos vermelhos e inchados de tanta tristeza a ser posta pra fora. Olhos doloridos. Teimavam pra ser coçados. Mas conseguia ouvir de alguma forma uma voz masculina sussurrar em meus ouvidos. Sorri. Era ele. Reconheceria em qualquer lugar. Imediatamente deixei a água escorrer por meus finos e longos dedos para tocarem o chão. Foi como se eu jogasse todas as minhas mágoas pra fora.
Descanse em paz, Yashamaru.
