Título: Tears will hold me until you came back
Autoras: mile, Julia, Lilith
Shipp: Draco Malfoy / Harry Potter
Fandom: Harry Potter
Pov: 3ª pessoa / 1ª pessoa alternando
Essa historia não aconteceu, os personagens não me pertencem e eu não ganho nada com isso, embora eu realmente gostaria de receber reviews *O*
Cap. 1
Harry tentava se concentrar ao máximo enquanto preparava aquela poção bizarra no banheiro com Rony. Por mais estranho que fosse pensar em Ginny com seu irmão sentado a seu lado, era impossível não fazê-lo. Afinal de contas, a poção era destinada a ela. Era para ela que ele se esforçara para fazer aquela poção impossivelmente difícil, que ele jamais conseguiria fazer sozinho.
Foi arrancado de seus devaneios por um barulho vindo do lado de fora do banheiro da murta-que-geme – muito usado pelos dois – que fez com que guardassem os ingredientes antes mesmo de sequer pensarem em algo. O último ingrediente foi guardado de qualquer jeito na cabine – enfeitiçada para ter prateleiras – alguns segundos antes de Hermione entrar no local, bufando. Sua raiva denunciada no rosto absurdamente vermelho. Sentou-se entre os meninos, cruzando as pernas.
- O que aconteceu com você? – Indagou-lhe Ron, arregalando um pouco os olhos enquanto a via dar um soco no chão.
- Snape, aquele filho de uma puta. – respondeu. Seu cabelo arrepiando conforme mexia a cabeça ao falar. – como me irrita tudo que se refere a ele e seus malditos sonserinos.
- Sim, imaginei que fosse relacionado a isso, mas pode nos explicar exatamente o que aconteceu? – Harry disse, cansado. Não queria realmente saber, mas sentia que a menina precisava contar aquilo a alguém. O ruivo a abraçou pela cintura, a mão acariciando seu joelho distraidamente.
- Malfoy esbarrou em Neville na porta da sala de poções, quando viu em quem havia esbarrado, começou a rir e a falar impropriedades. – começou, respirando fundo enquanto falava. – Ele não agüentou ficar ouvindo e o empurrou. Malfoy nem chegou realmente a cair e Crabbe já havia acertado o maxilar de Neville com um soco. Ele mal teve tempo de se recuperar antes de Goyle lhe dar um soco no nariz.
- Mas Neville está bem? – Harry indagou, preocupando-se com o amigo. Sabia que já tinham passado por coisa pior, como o ministério no ano anterior, mas, ainda assim, aquele ainda era Neville Longbottom.
- Seu nariz quebrou. Foi quando Snape chegou à cena. Tirou dez pontos da Grifinória e somente cinco da Sonserina e não queria deixar que eu levasse Neville à enfermaria. Tive que ameaçar chamar Mcgonnagal para que ele nos deixasse ir. – explicou, fechando as mãos com força. – deixei-o com Madame Pomfrey e vim direto para cá.
- Esquece isso, Mione, todo mundo sabe como aquele babaca é. Não vale a pena ficar assim por causa dele. – Rony declarou. Segurou as mãos da namorada, relaxando o aperto antes que as palmas sangrassem. Roçava o nariz e os lábios pelo pescoço e bochechas da menina, acalmando-a.
- Mas então, o que vocês dois tanto fazem aqui? – indagou depois de algum tempo. A voz soava desconfiada enquanto olhava de um rosto culpado para o outro. Esperava uma resposta e ela estava demorando.
- Estávamos apenas conversando em um lugar onde existe a certeza de que ninguém vai nos incomodar. – o moreno respondeu, dando uma olhada no relógio de pulso, buscando algo para mudar o assunto. – acho melhor irmos logo ou vamos perder o jantar. Eu realmente estou com muita fome.
- Tudo bem. – a menina respondeu, levantando-se e esperando os outros dois. – Mas ainda vou querer saber a verdade depois. – concluiu quando saiam do banheiro, deixando claro para eles que não acreditara na resposta e que faria o possível para saber o que realmente faziam num lugar tão suspeito.
Caminharam lentamente pelos corredores vazios na direção do salão principal. Depois de seis anos em Hogwarts já conheciam todos os atalhos do castelo – o mapa do maroto tivera papel importante nisso – assim, conseguiram chegar com cinco minutos de adiantamento.
Sentaram-se a mesa da Grifinória próximos a Ginny, Neville, Seamus e Dean, como de costume. Não sentiam muita vontade de falar, só o fazendo quando eram chamados por alguém. Uma hora depois de terem chegado ao salão, já se sentiam satisfeitos e cansados o suficiente para saírem de lá e irem para o salão comunal.
Ainda ficaram umas duas horas sentados nas poltronas. Tentavam terminar os trabalhos de astronomia e transfiguração. Depois de apagar magicamente e reescrever três vezes o último parágrafo do trabalho que faltava, Harry declarou estar cansado demais para raciocinar. Deu boa noite aos amigos e subiu para o dormitório.
Trocou de roupa mecanicamente e arrumou-se com certa lentidão, seguindo para sua cama em seguida. Enfiou-se embaixo dos lençóis e cobertas, protegendo-se do frio absurdo que fazia naquela noite de inverno. Fechou os olhos, ouvindo alguém entrar no quarto pouco depois. Como a pessoa não parava de se mexer na cama, fazendo barulho, resolveu olha-la.
- Algum problema, Rony? – indagou, observando o outro suspirar e apertas as mãos, parecia estar apreensivo.
- É que... – o menino mordeu o lábio inferior, ainda sendo encarado pelo amigo. O moreno achava graça na expressão do ruivo, mas não se atrevia a rir dele. – será que isso vai dar certo? – indagou, parecendo completamente inseguro.
- Mas é claro que vai. – respondeu, descontraído. – você e a Mione estão numa fase boa do relacionamento. Além disso, nós nos esforçamos naquela poção, fizemos tudo direito, ela ficou perfeita. Vai dar tudo certo para vocês dois.
- Certo. – disse, parecendo se acalmar um pouco. – Mas e você e a Ginny? Não tenho visto vocês juntos. – refletiu.
- É complicado, Ron. – disse. Passou uma das mãos pelo cabelo, dando uma olhada para a lua através da janela. Sua expressão triste preocupou o amigo.
- O que aconteceu? Mais uma briga? – indagou, encarando o outro. O ruivo sabia que eles estavam brigando bastante ultimamente. Só havia concordado que Harry desse a poção desinibidora pra irmã, após prepararem-na juntos, na esperança de que, assim, as brigas fossem terminar de uma vez.
- Sim, acho que foi a pior briga que já tivemos. – disse, tentando esconder a tristeza em sua voz. – A gente costumava se dar tão bem. Divertíamos-nos juntos, éramos realmente felizes e ter um ao outro parecia ser suficiente para ficarmos bem. – explicou, piscando para a lua. Recusava-se a chorar. – Mas não é mais assim. Nada parece ser suficiente e os menores problemas são motivos para briga. Ginny nunca está satisfeita com o que eu faço para tentar agradá-la. Não sei mais o que fazer.
- Vai ficar tudo bem, cara. Mulheres são assim, não dá para entendê-las e agradá-las sempre. – Ron tentava consola-lo, mas não obtinha muito sucesso nisso. – Acho melhor irmos dormir... – disse, puxando as cortinas de sua cama, no que Harry o imitou mecanicamente. – Boa noite.
- Pra você também. – o ruivo fechou a cortina, mas ele permaneceu olhando a lua.
Harry Potter estava triste e não conseguia dormir.
Mais do que isso, Harry Potter estava completamente desmotivado e sem vontade alguma de seguir em frente e lutar.
Mas Harry Potter sabia que era o único fudido garoto que não tinha o maldito direito de ficar assim, pois a merda do mundo, tanto bruxo, quanto trouxa, estava em suas mãos e nas de mais ninguém.
Ou pelo menos era isso que Harry Potter e o resto do maldito mundo bruxo pensava.
-
Em algum lugar do castelo outro aluno também não conseguia dormir. Andava de um lado para o outro decidindo, por fim, sentar-se. Afinal, era totalmente deselegante ficar todo suado e vermelho. Não que isso realmente importasse no momento, mas se alguém o visse, poderia vir a suspeitar que estivesse extremamente confuso e até com medo.
E Draco Malfoy, como poderia se deduzir pelo nome, era um Malfoy. E Malfoys não sentiam medo ou ficavam confusos, isso era para os fracos e tolos. Se ficassem assim, não deixavam absolutamente ninguém perceber, principalmente outro Malfoy.
"Mas que merda o lorde fudido das trevas estava pensando quando designou essa maldita função para mim?" – era o pensamento de Draco. Enterrou seu rosto nas mãos. Precisava fazer alguma coisa para se distrair um pouco. Atormentar Potter parecia ser uma ótima idéia, mas sabia que teria que esperar até o dia seguinte para isso.
Decidiu que já estava tarde demais para que fizesse qualquer coisa. Pegando seu distintivo de monitor e a capa sobre uma cadeira, deu uma última olhada para aquele armário antes de sair da sala precisa para ir para seu dormitório.
Quando deitou em sua cama naquela noite, Draco Malfoy sentia-se estranho. Alguma coisa atormentava seus pensamentos. Algo que ia além das ordens do lorde ou do perigo que ele e sua família correriam se não as cumprisse. Uma sensação de que as coisas ainda ficariam piores, de que algo grande aconteceria. Ele não fazia idéia do que poderia ser.
E Draco Malfoy realmente odiava não saber as coisas.
Odiava mais ainda não conseguir dormir, o que ele literalmente não conseguia naquele momento. Acordaria com olheiras, o que ele odiava mais ainda, se é que isso era possível. Pôs-se a olhar a lua, deitado de bruços em sua cama. Tinha a impressão engraçada de que não era o único que a olhava naquela noite.
Talvez a outra pessoa que a olhava tivesse uma vida menos complicada que a sua, longe de Hogwarts, do lorde das trevas e do maldito testa rachada que, afinal, era o culpado de seus problemas, por não morrer logo.
-
Harry se levantou cedo na manhã seguinte, mal havia conseguido dormir durante a noite. Para seu nervosismo, já era dia dos namorados. Acordou Ron para que terminassem de arrumar os bombons, já recheados com a poção desinibidora, nas caixinhas, prendendo os cartões no fundo das mesmas.
Terminavam de arrumar os laços quando uma Hermione sorridente com os braços as costas saudou-os da escada, correndo para juntar-se a eles. Deu um selinho no namorado, sem mostrar-lhes o que trazia nas mãos. Sorria de orelha a orelha.
- Vim te dar o seu presente. – falou, os olhos brilhando de ansiedade. O ruivo lhe correspondeu o sorriso, pegando a caixa e uma rosa e estendendo-lhes a namorada. Esta lhe entregou o que trazia, pegando seus presentes e abrindo a caixa. Pegou o cartão para ler. – Abra e veja se gosta do que bolei para você.
O menino obedeceu, abrindo o pequeno pacote dourado com curiosidade. Ao visualizar o conteúdo da caixinha, seus olhos se arregalaram e o queixo caiu. Um pequeno relógio de ouro com mais ponteiros do que o normal, cada um com o nome de um Weasley gravado. Onde deveriam estar os números, havia palavras indicando o local ou a situação em que aquela pessoa se encontrava. Uma versão de bolso do que harry vira em sua primeira visita a toca, no segundo ano de escola.
O moreno sabia o quanto aquele presente significava para o amigo naqueles tempos de medo em que se encontravam. Olhou para o amigo, percebendo o quão embasbacado este estava ao encarar a namorada. Abria e fechava a boca sem conseguir emitir som algum. Seus olhos brilhavam quando desistiu de falar.
- Ah, Rony! – Mione disse por fim. Acabara de ler o cartão e observava sua reação. Abraçou-o. O ruivo correspondeu, enfiando o rosto em seu pescoço, por entre os fofos cabelos castanhos, de modo que fosse impossível ver sua expressão. – Eu te amo tanto.
- Eu também te amo. – foi a única coisa que ele conseguiu falar enquanto mantinha seus braços firmemente em volta da menina.
Harry já se sentia um invasor na alegria dos dois amigos, portanto, pegou a caixinha que daria a Ginny e saiu do salão comunal. Andava distraidamente pelos jardins da escola, imaginando, ou pelo menos tentando imaginar se ficaria tudo bem entre ele e a menina depois que ela recebesse os bombons.
Ele tinha certeza de que transariam e de que todo o tesão dela seria destinado a ele, afinal, era a saliva dele na poção para ela. Ron e ele pesquisaram muito antes de decidirem usar aquela poção em especifico. Queriam ter certeza de que as meninas não sairiam por ai transando com qualquer um que aparecesse. Descobriram que elas não conseguiriam fazer isso com mais ninguém enquanto o efeito da poção ainda durasse.
Estava tão absorto em seus pensamentos que nem percebeu quando Draco Malfoy cruzou se caminho, também distraído. Chocaram-se com tanta força que ambos caíram sentados na grama. A caixa de bombons de Ginny acabou repousando na barriga de um Malfoy desorientado. Harry estranhou a ausência do séqüito de sonserinos que normalmente acompanhava o outro, sentindo-se ligeiramente desconfortável por estarem sozinhos nos jardins enquanto a maior parte das pessoas do castelo ainda dormia.
