Quem escreve, não o faz pra si mas para os outros então eu vou gostar de receber comentários dizendo se vai bem, se vai mal se está no ponto, se desandou, ou se não achou o ponto : até um esculacho bem dado, pode ser proveitoso.
Bem, isso dito, vamos à história:

Par - gsr.

Desclaimer - Os personagens de CSI não me pertencem (quem me dera!). Os demais são frutos da minha imaginação.

Sinopse - Vamos adiante 15 anos no tempo, para reunir os CSI's,num funeral. Como estarão? Quem será que morreu?

Capítulo 1

Sara olhava sua figura no espelho. Franziu a testa aborrecida por achar mais uma ruga. Os cabelos presos começavam a branquear, aqui e ali. Engordara uns quilinhos, mas não ficara balofa: só perdera seu ar de magreza. Segundo Grissom, os anos a deixaram mais apetitosa.

Grissom se chegava ao espelho com a gravata torta. Estava com a cabeça completamente branca, mas era um homem charmoso ainda. O desgosto de Sara residia na barba, que ele insistia em usar. No mais, ambos se olhavam com olhos da primeira vez, ignorando o passar dos anos e apaixonadíssimos um pelo outro.

Sara foi arrumar-lhe a gravata:

- Tantos anos, e você ainda se atrapalha, com isso!

- Ora, Sara! Ele não se incomodava com essas coisas naquela época, menos ainda agora!

Sara suspirou. Estava para completar 50 anos e já não via a turma há quanto? Uns 15 anos, ou quase isto. Pensou com carinho em cada um deles. Virou-se para Grissom, às voltas com o cadarço do sapato.

- Sabe que sinto saudades de todos?

- Eu também, Sara, eu também!

Sara suspirou. Pena que a situação não era festiva. Seria muito bom, revê-los em outras circunstâncias. Olhou para Grissom, amorosamente e achou que ele estava muito bem, naquele terno preto, com a gravata cinza. Aquela era a gravata do seu casamento. Foi o que bastou, para trazer-lhe aquele dia, à memória.

"O casamento foi muito simples, numa daquelas pequenas capelas de Las Vegas, sem festas que não combinavam, com o perfil dos noivos. Brass tinha feito questão de conduzi-la até Grissom.

- Ora vamos, Sara! Gosto de você como de uma filha, e talvez essa seja minha última chance! Não creio, que Ellie vá se casar, um dia!

O padrinho foi o Dr. Robbins, muito orgulhoso do seu posto. Ela lembrava de um Grissom muito nervoso, esquecendo-se do simples "eu aceito!". E, não foi para causar suspense, como disse Greg; foi nervosismo, mesmo.

Quanto a ela, estava calmíssima. O que tinha perseguido por tantos anos, estava para se realizar. Seria a feliz e orgulhosa Sra. Grissom. Lembrava-se, muito bem, que usara um conjunto branco (por insistência de Catherine, pra quem noiva que não usa branco, não é noiva).Tinha uma espécie de casquete, na cabeça, de onde saía um pequeno véu, que lhe cobria o rosto.

Sorriu ao lembrar que Grissom embaraçou-se nele, para beijá-la, o que provocou o riso dos presentes. Grissom estava tão atrapalhado naquele dia!

A lua-de-mel fora em Paris. "Por todas as férias que não tiramos, e por todas as horas-extras que fizemos", dissera Grissom. Foram 10 dias espetaculares. Passeios inesquecíveis preenchiam os dias: Torre Eiffel, Museu do Louvre, Notre Dame, passeios de barco sobre o Sena, etc., e as noites... tórridas de amor. Fora tudo perfeito e inesquecível.

Ela gostaria de visitar Paris na primavera, mas foram no meio do verão. Isto por causa da mudança deles, para Chicago. Foram para lá, tão logo voltaram da viagem: Grissom recebera e aceitara, um convite, para lecionar, numa Universidade, daquela cidade, no outono.

Ainda tiveram uns dias para arrumar tudo e, se adaptar à nova cidade. Um pouco mais tarde, se abriu uma vaga e Sara também foi incorporada ao corpo docente. A saída deles do CSI, trouxe uma grande guinada a suas vidas, mas ela não se arrependia. Sentia saudades de sua antiga vida, da adrenalina, dos amigos... Mas era só; não faria nada diferente.

Ter uma vida normal, horários normais, conversas normais, foram muito úteis, quando vieram os gêmeos. O nascimento deles foi muito planejado. É evidente que a gravidez dupla não fora planejada e, não reprimiu uma gostosa gargalhada, ao lembrar do ar apatetado, que Grissom fez, quando ela chegou do obstetra, naquela tarde e contou a novidade, para ele:

- Eu fui o autor de tal proeza?

- Ora, Gil, quem mais? – Perguntou ela, fingindo uma indignação que estava longe de sentir.

Nunca pensara em ser mãe, mas até que não se saíra tão mal, afinal. Hoje, não imaginava sua vida sem as crianças. Grissom a surpreendera: era um pai amoroso, paciente e carinhoso. Não lembrava em nada, aquele supervisor sisudo e secarrão, do CSI.

Na verdade, muitas vezes ela tinha de intervir, para as crianças não o fazerem de gato e sapato. Sua vida tivera seus bons e maus momentos, mas no geral, tinha sido muito boa. Ela não tinha do que se queixar. Depois de tanto sofrimento, a sua vida com Grissom fora um mar de rosas."

- Sara... Sara...

De repente ela se viu parada, sentada na banqueta da penteadeira, com uma expressão idiota no rosto, um sorriso pregado nos lábios e o batom na mão direita. Quanto tempo ficou rememorando? Grissom se aproximou e beijou-lhe os cabelos.

- Pensativa minha querida?

- Estava lembrando de nossa vida, desde que saímos de Vegas – respondeu com sinceridade, enquanto passava o batom. – Acho que o momento leva a isto.

- Suponho que sim! – Deu um profundo suspiro, antes de continuar. – Arrependida?

Ela pegou sua mão e apertou-a.

- Faria tudo de novo!

- Eu também! Só que faria antes!

Ela sorriu e abaixou os olhos