N/A: Altas doses de drama, palavrões, abuso de drogas e cenas de sexo. Essa é uma fanfic YAOI/SLASH.
Esteja avisado.
- DONATELLA -
ATO I
Eu sou tão fabulosa
Dê uma olhada, sou loira, sou magra, sou rica
E sou um pouco vadia
(Donatella - Lady Gaga)
Capítulo I
Quem é belo deve ser sempre belo, nada menos se pode aceitar – era o que ele sempre dizia. E hoje, ele sabia pelos olhares incontidos, ah, sim, ele estava belo. Quer dizer, olha só para ele.
Jeans skinny – Calvin Klein, perfeitamente surrados, dobrados até os calcanhares. Nos pés, Nike blazer high vintage – pretos, esgotados nas lojas (ha-ha-ha!). Pulseiras de couro pretas e camisa de botões slimfit abotoada até o colarinho, estampa liberty (pequenas rosas num fundo preto). A roupa perfeita para o corpo perfeito. Ele quase passou a mão nos cabelos loiros antes de se lembrar que estava usando-os soltos, penteados para trás e com gel, o tão falado wet look.
É claro, ele tinha tirado uma foto e postado no lookbook e no instagram antes de vir. Afinal, por que limitar o que vestia aos seus seguidores do mundo real se havia curiosidade também nas redes sociais? Hashtags: #SWAG #PartyThrandy #ThranDiva #KingOfParty. Sabia que um bando de gente feia, que jamais teria a vida que levava, estaria lá, curtindo e adorando uma foto, stalkeando cada passo seu. Isso era assustador. E excitante.
Avistou os amigos. Galion trouxe Glorfindel, que estava passando uma temporada por ali. Huh. Bem, que seja. Além deles, Alagnir, outro silvan.
Antes de chegar, estudou cuidadosamente como cada um estava. Glorfindel, aliás, estava bonito. Aqueles cachos loiros devidamente bagunçados. Vestia uma camiseta com estampa galaxy, sneakers brancos e uma calça saruel preta de malha, até o joelho, além de wayfares sem lente. Alagnir não estava nada mal, todo de preto, com um boné branco de aba reta e um blazer vermelho (ele já tinha visto aquele estilo em algum lugar e riu internamente quando deduziu que o amigo copiou uma página da internet). E Galion... oh, para, sério que Galion tinha dobrado a barra da calça exatamente como ele?
"Thrandy!", Galion sorriu, abrindo os braços.
Thranduil sorriu de volta, seu pequeno sorriso sacana de sempre, inclinando a cabeça e olhando de canto de olho para a calça do elfo.
"Desdobra isso agora. Tá querendo me copiar, vadia?"
O outro mostrou o dedo do meio, mas, enquanto o King of Party cumprimentava os demais, não pode deixar de reparar, com satisfação, que o elfo ajeitou a barra da calça.
"Gostou do perfume?", perguntou ao abraçar Glorfindel.
"Parece de vadia."
"Oh, obrigado", ele disse com um sorriso sacana, lisonjeado. Era exatamente essa a intenção, afinal.
Na boate, eram vips. Não precisavam passar pela fila.
"Eu estou animado para voltar com as Quartinhas na 'Donatella', detesto ir em boate concorrente.", Thrandy comentou com eles quando subiam para o mezanino, separado do público normal."
"Ah, vamos pedir champanhe pra comemorar?", sorriu Galion.
"Claro!"
Pediram as bebidas. O clube estava enchendo de gente. A música eletrônica tocava e as pessoas dançavam. Na ala vip, estavam apenas os elfos mais bonitos, dançando como celebridades de um clipe pop. Os olhares devoravam-se. As bocas tentando conversar. O escuro e as luzes. O espetáculo da noite se iniciava.
Ainda não, vamos ao que tem que ser feito antes de tudo. Thranduil sabia que faltava algo para que a cortina se abrisse. Porque, por mais que aquilo já fosse rotina, essa também era uma parte do show.
"Vou ao banheiro."
"Sei", riu Glorfindel.
No banheiro, olhou para o próprio rosto. Estava bonito? Os olhares lá de fora diziam isso. Homens e mulheres, humanos e elfos, querendo lhe despir com os olhos. Sua obrigação nada mais era que apreciar e fazer o mesmo. Por isso, deixemos que os jogos comecem.
Poucos estavam ali, alguns com a mesma intenção, ele sabia. Ele conhecia aquele olhar que também era o dele. Por isso, na meia luz, num lugar discreto, ele sabia que ninguém se importava. Numa superfície plana, tirou a carteira do bolso. Da carteira, um cartão de crédito e um pequeno embrulho, contendo alegria instantânea. Linhas brancas que indicavam o caminho da noite.
Pronto. Agora ele também fazia parte do elenco. Agora ele acreditava no teatro. E logo, logo, também ele jogaria o jogo e cumpriria o seu papel.
Olhou para o espelho. Limpou o nariz. Como ele ousava, por um momento, duvidar de si mesmo? Não tinha direito de fazer isso! Sorriu, cheio de certeza, para o reflexo, que agora fazia sentido. O queixo alto e o olhar por cima, azul e dilatado, um ar de pura arrogância, como se fosse o dono do mundo. Sim, ele era.
Quando saiu, os sons do ambiente pareciam mais bonitos. As pessoas pareciam mais bonitas. As luzes pareciam mais bonitas. Alegria instantânea, eu disse.
Pediu um mojito no bar. Dançou freneticamente, sorriu, provocou. Logo um grupo de elfos e elfas juntavam-se aos seus amigos, bebendo, rindo e se divertindo com eles. Esse era o espírito! Hoje ele queria sair dali carregado! Até cogitou a possibilidade de pegar as duas garotas que colaram nele e vez ou outra davam um jeito de se esfregar nas suas calças. Talvez. Não era sua praia, mas, porque não variar de vez em quando?
Na pista, tocava Fancy, da Iggy Azalea. Oh, god! Ele amava essa música.
Mas a verdade é que, mesmo sabendo que era desejado, seu maior prazer da noite começou mesmo quando um elfo lindo de cabelos pretos e olhos azuis subiu o mezanino. Beijando uma delas, olhou de canto de olho, percebendo que o belo estava secando Glorfindel. O elfo loiro estava de costas e bastava Thranduil lhe dar um pequeno toque e apontar para o rapaz.
Mas por que ele ia fazer isso? Não... tinha uma ideia muito melhor. Largou a menina, indo ao encontro daquele corpo lindo de ombros largos, tão alto quando ele. Galion, que também tinha visto o elfo moreno lançando olhares para Glorfindel, levantou as sobrancelhas ao contemplar, naquele sorriso deturpado, as intenções do King of Party. Mas, também ele, não avisou a Glorfindel, em vez disso, quando Thranduil se afastou, apenas mexeu os lábios, em tom de brincadeira:
"Você é tããããão vadia!"
Mas o Sindar deu de ombros, se afastando para falar com o boy.
"Mas foi ele quem disse!", respondeu, também apenas mexendo os lábios, com cara de quem estava prestes a aprontar. É, foi Glorfindel quem falou que ele cheirava como vadia. E nunca um adjetivo lhe coube tão bem.
Um beco escuro, fora da boate, na escuridão de um poste queimado. Isso era o suficiente.
Beijou o elfo, sentido o gosto de sua própria bebida. Ele cheirava bem. O outro correspondeu sem demora. As línguas se enrolando úmidas e afoitas. Thranduil sugou o lábio inferior do moreno e ele gemeu.
Encostado na parede, entre as pernas dele, o loiro sentia a ereção e o desejo do outro. E, naquele beijo demorado, ele mesmo ia ficando cada vez mais excitado.
Desceu para o pescoço e, com delicadeza para que não marcasse, deu beijos lentos, sentindo as mãos que passeavam pelas suas costas. O elfo moreno puxou sua mão em direção ao próprio pênis. E, sem recusa, o loiro começou a massageá-lo por cima dos jeans, voltando a beijar a boca dele. Sentia as mãos do outro, incontidas e indecentes, que também lhe apalpavam a bunda e o pênis por cima da calça.
Gemeu num prazer antecipado quando desabotoou a calça daquele cara. Puxando o zíper para baixo e afastado a cueca, liberou a ereção dele. O pênis duro e úmido na ponta. Delicioso.
Olharam-se nos olhos um ao outro.
Sem dizer uma palavra, pegou a camisinha de dentro do bolso e colocou no outro, sendo auxiliado por ele. Mas suspiros e gemidos vindo de ambos. Massageou o membro, deliciando-se com os gemidos e a respiração profunda que recebia em resposta. Sem vacilar, o devorou.
A simples ideia de enlouquecer alguém que nem estava a fim dele, mas de outra pessoa, quase o fazia perder a concentração. O deleite de fazer desejado acima de tudo o excitava e fazia com que sua respiração faltasse.
O ritmo era lento, suave, provocativo. Ajoelhado no concreto, os olhos azuis miraram a face alaranjada pelas luzes da cidade, delirando com os gemidos contidos que vinham da boca do outro.
Quando percebeu que o moreno estava entregue, perguntou: "Você tá a fim do meu amigo, o loiro? Pode dizer."
"Ahn... sim.", o outro disse, no meio de um gemido e uma respiração ofegante.
"Não, não, não. Goza não. A noite ainda está começando. Guarde pra ele, querido."
Com isso, levantou-se. Ele sabia que o rapaz faria tudo que ele mandasse, afinal ninguém gosta de ter blueballs no final da noite.
"Agora é sua vez."
Sem protestos, o lindo elfo abriu a calça de Thranduil, abaixando-a um pouco, junto com a cueca, para revelar a indecente ereção.
Abriu uma segunda camisinha, delicadamente, enquanto sentia as mãos do outro lhe masturbando em estocadas firmes, porém lentas. A embalagem foi jogada no chão. Tampou a própria boca com a mão, ao sentir o primeiro toque da língua dele.
"Ahh... isso.. chupa, gostoso. Ahh..." gemeu, com a mão na cabeça do outro, mantendo o contato visual. "Depois... Quando... quando você subir vá lá falar com ele. Eu vou adorar ver aquele veado te beijando enquanto eu sei que ele tá... tá provando do meu pau."
O elfo moreno riu e continuou chupando, aumentando o ritmo a ponto de fazer o Sindar fechar os olhos e jogar a cabeça para trás em êxtase, mordendo a mão para não gemer. Uma leve camada de suor cobria seu rosto fazendo-o brilhar na noite.
Lamentou ter que usar camisinha. O que não daria para gozar naquela boca e ver Glorfindel provando, não apenas do pau, mas do próprio esperma do Sindar? Riu, entre um suspiro e outro. Se o moreno achou estranho, não comentou.
Agora gemia baixo, e não foi a chupada que o fez gozar, mas a ideia de que logo Glorfindel estaria beijando aquela boca e que sim, o Sindar podia ser desejado por qualquer um. Glorfindel devia ter ficado em casa. Glorfindel devia para de querer fazer parte de um mundo que não era dele. Glorfindel não devia ter mentido e espalhado fofocas pelas costas de Thranduil e depois feito a sonsa. Que pena, Glorfindel.
Finalmente se afastaram.
"Muito bom, querido.", disse, com a respiração entrecortada, sorrindo. "Agora vai lá que sua diversão está garantida."
O outro o beijou e só então percebeu que ainda estava com pênis para fora, ereto. Arrumou-se, ofegante, respirando o ar da noite e sorriu, pronto a atender a travessura daquela mente pervertida. Despediram-se num selinho.
"Espera.. qual o seu nome, lindo?" perguntou, enquanto Thranduil jogava num canto a camisinha e fechava as calças.
"Thranduil, prazer".
"Você me passa o seu telefone?"
Ele riu. Sério, Glorfindel ia faturar aquela noite e mesmo assim o boy queria o dele celular dele? Dessa vez até Thranduil achou que tinha passado do limite. Não, mentira. Ele não achou, não. Quem sabe seria bom manter aquele contato para uma próxima vez? Anotou o número na agenda do outro e deixou que ele fosse embora.
Ainda no beco escuro, puxou um cigarro do bolso da camisa. Entre a fumaça, observou a lua cheia, ouvindo o barulho dos carros e o brilho dos faróis adentrando a escuridão.
Quando voltou, tocava "Bad", de David Guetta e a pista fervia. Vislumbrou com prazer quando o cara realmente foi falar com Glorfindel. Não pensou duas vezes antes de se entregar à dança fora da área V.I.P., num raro momento, como um rei entre os plebeus. E quase gozou pela segunda vez quando viu os dois se beijando. Por que era tão bom... oh, por que tão bom ser tão mau?
Continua...
*David Guetta & Showtek - Bad ft. Vassy: tá no tutube - /watch?v=oC-GflRB0y4&i
*Wet look: penteado feito com feito gel de cabelo para dar a aparência de molhado. Bastante usado nos anos 90. Agora parece que voltou à moda.
*Blueballs: dor nos testículos, semelhante a câimbra, causada pela falta de ejaculação.
N/A: Sim, eu criei um monstro! What a bitch! E eu adorei isso xD. Depois das cenas de briga, as cenas sacanas são as que eu mais gosto de escrever. Eu vejo muito fanfic em inglês Thorinduil, mas encontrei nada em português. Por isso decidi fazer a minha. Eu não sou nenhuma megaconhecedora do universo Tolkien (li o Hobbit e tô terminando LOTR), então prefiro não arriscar e ficar no UA. O que você acharam do primeiro capítulo?
Eu quis fazer o Thranduil dos menes, o King of Party (que eu sei que é um pouco OOC). É claro que ele tinha que ser um baita filho da puta! Mas, não priemos cânico, a história tá só começando e muita coisa vai rolar por baixo dessa ponte. Sim, vai ser uma história em ritmo lento, e as pessoas às vezes mudam (as vezes, nem tanto). Aguardem e confiem!
Reviews são sempre bem aceitas! :)
