Precisa-se de uma babá!
Escritor de sucesso procura pessoa discreta e experiente para cuidar de uma garotinha.
Rumores apontavam Edward Cullen como o misterioso pai de Susie, e Isabella sentiu-se tentada a descobrir a verdade. Para isso, candidatou-se ao emprego de babá que ele oferecia. Fascinado por Isabella e pela forma como tratava a menina, Edward teve certeza de que ela poderia ser muito mais que uma babá. Mas os segredos não duram para sempre, e o cerco estava se fechando contra Isabella. Não demoraria e teria de revelar por que estava trabalhando ali...
* Fanfic adaptada- Os direitos autorais pertecem à Kathryn Ross pela história e à Stephenie Meyer pelos personagens *
CAPÍTULO I
O sol brilhava na Cote D'Azur. Isabella estava deitada numa espreguiçadeira à beira da piscina do hotel. Passar um feriado na parte oriental do litoral francês es tava sendo maravilhoso. Era uma chance de relaxar, já que seu trabalho num jornal londrino era muito estressante.
— Mademoiselle Swan, telefone — o garçom avisou-a.
— Para mim?
Isabella franziu a testa e sentou-se de pernas cruzadas, chamando a atenção de dois homens que estavam passando.
— Tenho certeza de que sim, mademoiselle — o garçom afirmou.
— Tudo bem, obrigada. — Isabella prendeu uma mecha de cabelos atrás da orelha e pegou o tele fone. — Alô?
— Bella, aqui é Mike. Tenho boas notícias.
Aquele era o editor do jornal, Mike Newton, um homem de quarenta e cinco anos de idade, rabugento e tão duro quanto uma pedra.
— Tomara que esse telefonema valha a pena — ela falou com aspereza, pois não queria ouvir falar de trabalho.
Todos têm direito a um descanso, pensou.
— Aposto que já está entediada e ansiosa para voltar — Mike disse.
— Com certeza — ela murmurou com sarcasmo.
— Tenho um furo de reportagem.
Bella lutou contra o impulso de perguntar o que era. Mordeu o lábio inferior para controlar-se, mas não resistiu:
— Diga.
— Edward Cullen está na Cote D'Azur.
— E daí? Isso é novidade? Ele é um escritor de sucesso. Deve passar longas semanas aqui.
— A filha de Tania Denali está com ele. Essa informação é exclusiva, e nenhum dos outros jornais...
— Informação segura?
— Muito segura. A pequena Susie chegou na casa de Cullen esta manhã.
Isabella tivera seu interesse aguçado. Tania Denali fora notícia nos jornais recentemente, pois sofrera um acidente automobilístico. Era uma talentosa atriz. Loira e de beleza estonteante, fre quentemente era o centro das atenções da mídia, principalmente depois de ter dado à luz uma criança, sem revelar o nome do pai.
Muitas especulações surgiram. A revista Cê Va fotografara a atriz nos braços de Jasper Whitlock, um político casado, e o escândalo quase arruinara a carreira dele. O outro nome ligado à atriz fora o de Edward Cullen.
Edward era um enigma. Ninguém sabia muito a respeito daquele homem de trinta e sete anos de idade, a não ser que era um escritor de sucesso, sempre com seus livros na lista de best-sellers. Isabella vira a fotografia dele poucas vezes, quando os paparazzi conseguiam flagrá-lo na saída de restaurantes ou hotéis.
Ele não concedia entrevistas e mantinha os jornalistas a distância. Preservava-se muito bem. Não havia informações sobre sua vida, na contra capa dos livros que escrevia, e nenhuma foto, ape sar de ele ter fabulosos olhos dourados, que faziam Isabella pensar no deus grego Adônis. Quando mais ele se recusava a aparecer em público e dar en trevistas, mais atiçava o interesse do público e da imprensa.
Seria ele o pai do bebê de Tania Denali? A pergunta ecoou pela mente de Bella.
— Está interessada? — Mike perguntou.
— Estou, mas isso não faz meu estilo. Gosto de notícias, não de escândalos,
— Emily está em Nova York. Você é a repórter mais próxima dele — Mike declarou com rispidez. — E, de qualquer maneira, os vôos estão cancelados, porque os aeroviários entraram em greve. Eu não conseguiria mandar alguém a tempo. Tem de ser você mesmo. Vá até lá e consiga uma entrevista.
— Espere um pouco! Esse escritor acha que uma sessão de autógrafos é uma invasão de privacidade. Como vou conseguir uma entrevista
— Use sua iniciativa. Você é boa nisso. Oh, e não se esqueça de tirar fotos. Dependo de você. Seu emprego depende de você.
Mike desligou o telefone.
Que maravilha, Isabella pensou. Nada melhor do que terminar uma conversa por telefone, ouvindo um ultimato. Mike deve estar rindo, só de me imaginar tentando entrar na casa de Edward Cullen.
Uma hora depois, Bella dirigia o carro alu gado ao longo da rua, à procura da casa de Edward Cullen.
Ela perguntara no hotel onde era a casa do famoso escritor, e uma das recepcionistas informara que ficava na rua principal de uma vila muito afastada de Antibes. Tratava-se de uma casa escondida por um grande portão de ferro com dois leões de bronze, um de cada lado.
Bella desceu a rua devagar, notando que a maioria das casas era escondida por portões ou grandes copas de árvores. Então, avistou o portão de ferro e os dois leões. Estacionou o carro do outro lado da rua e olhou para os leões com o coração batendo acelerado. Agora, tinha de pensar em como entrar.
Um ponto positivo era que não havia concor rentes. Os outros membros da imprensa ainda não tinham conseguido chegar ou a informação de Mike era falsa.
Isabella observou o portão atentamente. Era operado eletronicamente e havia duas câmeras, uma em cada pilastra. Não seria nada fácil entrar.
Mordeu o lábio. Não podia tentar uma aproximação direta. Talvez pudesse usar a tática da mulher angustiada. Olhou-se no espelho retrovisor. Grandes olhos marrons num rosto perfeito e cabelos castanhos ondulados que, no escritório, fizeram-na ganhar o apelido de "Boneca". Aquele apelido irritava-a profundamente. Às vezes, pensava que por ser bonita e ter um corpo em boa forma, seu trabalho não era levado a sério.
Contudo, ter uma boa aparência tinha suas vantagens, e ela podia utilizar-se daquilo naquele mo mento. Apertaria o botão do interfone, diria que seu carro estava com problemas e pediria para usar o telefone.
Não, não podia agir tão sorrateiramente. Conseguiria aquela entrevista de uma maneira limpa. Determinada, ligou o motor do carro, virou-o na direção do portão e foi em frente. Como suspeitara, as câmeras imediatamente focalizaram-na.
— Por favor, identifique-se — uma voz masculina pediu através do interfone.
Por uma fração de segundo, Bella hesitou, mas recuperou-se e disse confiante:
— Estou aqui para ver o sr. Cullen.
Houve um momento de silêncio, então, para completo espanto de Bella, o portão abriu-se.
Aqui estou, ela pensou. A honestidade é a melhor política.
Mesmo contente por ter conseguido passar pela primeira etapa, sentia que algo não estava certo. Fora fácil demais. Com cautela, dirigiu o carro pela alameda até que avistou a casa.
Não havia nada de extravagante na fachada, mas, mesmo assim, o lugar era bonito, um oásis de tranqüilidade, cercado por árvores e lindas flores. A porta da frente encontrava-se convidativa mente aberta.
O que mais Isabella poderia pedir? Estacionou o carro perto de onde floresciam gerânios e alfazemas. Desceu do veículo, passou as mãos no vestido branco, alisando-o, e caminhou na direção da porta.
Agora, tinha de pensar em como a entrevista teria início. Começaria perguntando ao sr. Cullen se ele era ou não o pai da filha de Tania Denali? Ou era melhor perguntar se a talentosa atriz nomeara-o tutor da criança? Seus pensamentos foram interrompidos ao ver Edward Cullen em pessoa.
Ele era muito atraente. Todos os pensamentos de Isabella relativos a trabalho desintegraram-se. Edward tinha mais ou menos um metro e oitenta de altura. As poucas fotografias que Bella vira não a prepararam para o fato de ele ser um ho mem sexy, muito menos para o magnetismo dos olhos dourados.
— Onde esteve? — ele indagou furiosamente. — Estou esperando por você há horas.
Bella não pôde fazer nada além de fitá-lo, to talmente apanhada de surpresa.
— É da agência, não? — Edward perguntou com impaciência, franzindo a testa e observando-lhe
o corpo atentamente.
Ela movimentou a cabeça afirmativamente, embora não estivesse gostando nem um pouco daquilo, só que também não queria estragar sua chance de entrar na casa.
— Graças a Deus! — ele exclamou. — A menina não pára de chorar.
Bella procurou algo inteligente para dizer, mas não encontrou. Tudo no que conseguia pensar era que Edward tinha acabado de confirmar que havia uma criança na casa. Em silêncio, atravessou a porta da frente e observou Edward fechá-la.
— A agência informou-lhe os detalhes? — ele indagou.
Isabella estava ficando com os nervos à flor da pele, sem saber do que ele estava falando. De todo modo concordou, movendo a cabeça.
— Muito bem — ele declarou. — Vou levá-la até Susie. Falaremos de negócios depois.
Isabella seguiu por uma escada em espiral. Mike não iria acreditar na sorte que ela estava tendo. A informação que ele dera estava correta. A filha de Tania Denali estava naquela casa.
Edward guiou-a por um longo corredor, onde, de repente, Bella ouviu o choro de uma criança. Conforme aproximavam-se do final do corredor, o choro tornava-se mais alto.
Ele abriu a porta de um quarto pintado de amarelo-claro. As cortinas brancas esvoaçavam na bri sa suave que entrava pela janela. No centro do aposento, estava um homem de meia-idade, que tentava confortar um bebê no berço. Quando en traram, o senhor fitou-os, aliviado.
— Au secours, ça suffitl — ele exclamou em francês, olhando de Edward para Bella.
— Não se preocupe, Henri. Fez o que podia e estou grato. A babá está aqui e cuidará de tudo.
O tom de voz de Edward era extremamente autoritário. Isabella olhou por sobre o ombro para ver onde a babá estava. Qualquer um que conseguisse fazer aquela criança calar-se ganharia sua admiração. De súbito, tomou consciência de que a babá era ela!
— Bem, não fique aí parada! — Edward exclamou.
Bella pensou em contar a verdade, dizer que não entendia nada de bebê e que era jornalista. Olhou fixamente para os olhos dele e concluiu que a verdade podia esperar. Antes que saísse daquela casa, tentaria descobrir algo a respeito de Edward e do bebê.
Assim que o senhor de meia-idade saiu do quarto, Isabella aproximou-se do berço e olhou para a menininha, tentando descobrir o que estava causando-lhe desconforto.
Ela, havia pouco tempo, escrevera um artigo intitulado "Como ser mãe nos dias de hoje". Havia feito muita pesquisa, mas, infelizmente, fora muito mais teoria do que prática.
— Só chora, desde que chegou — Edward contou.
— Estou preocupado. — Aproximou-se do berço. Tentei segurá-la nos braços de diversas maneiras, alimentá-la, trocá-la, mesmo assim, ela continuou chorando. Nunca me senti tão inútil.
Bella ergueu as sobrancelhas. Era engraçado ver um bebê tão pequenino fazer um homem tão poderoso e autoritário ficar sem saber o que fazer. Ela podia apostar que ele nunca havia se defron tado com aquela sensação.
Inclinou-se e passou a mão na barriguinha do bebê. Como num passe de mágica, a criança parou de chorar. Bella inclinou-se ainda mais e sussurrou:
— Qual o problema, querida?
Susie fitou-a, mas voltou a chorar segundos de pois, com um renovado vigor, levando as mãozinhas aos olhos. Pobre criança. Esperara ver o rosto da mãe, porém deparara-se com o de uma completa estranha.
— Quer sair desse bercinho e sentir o calor dos meus braços? — Isabella sugeriu.
Acariciou os bracinhos e as perninhas de Susie. Então, com cuidado, ergueu-a do berço. O choro parou quase que imediatamente. O alívio de Bella e Edward era quase palpável.
— Por que todo esse choro? — Bella indagou com carinho, pousando o dedo indicador no queixo do bebê.
Susie tinha apenas nove meses e era linda. Segurou com firmeza o dedo de Bella, como se es tivesse com medo de ser abandonada de novo. A mãe, Tania Denali, estava em coma, num hospital em Paris, e talvez nunca se recuperasse.
Isabella devia ter pego Edward num momento de estresse, pois do contrário, nunca passaria daquele portão. Com um pouco de sorte, admitiria que não era a babá e que ficaria grata se ele concedesse uma entrevista.
— Parece que ela gostou de você, senhorita... — Bella hesitou.
— Swan... Isabella Swan — respondeu. Edward franziu a testa.
— O nome que a agência informou era... Eu esperava Jéssica... Ou algo assim — disse.
Seguiu-se um breve silêncio.
— Jéssica é meu nome de batismo, mas nunca o uso — Bella mentiu. — Não gosto dele, você gosta?
— Francamente, prefiro não dar minha opinião. O que me interessa é que seja tão qualificada quanto me informaram.
Isabella comentou consigo mesma que era qualificada para escrever uma história que mostraria ao público o verdadeiro Edward Cullen. Se ficasse mais algum tempo naquela casa, conseguiria informações suficientes para alegrar o rabugento Mike.
— Oh, sou muito bem qualificada — afirmou. Susie puxou-lhe uma mecha de cabelos.
— Ui! — Bella exclamou, abrindo um sorriso. Olhou para Edward e percebeu como ele olhava carinhosamente para a criança.
— Por que não se comportou assim comigo ou com Henri? — ele indagou. — Por que só parou de chorar no colo dessa mulher?
A criança balbuciou e fitou-o como se compreen desse cada palavra.
— Talvez eu lembre a mãe dela — Bella sugeriu, sorrindo. — Será isso?
Edward fitou-a com frieza. Não fez nenhum es forço para responder. Se queria intimidá-la, não estava conseguindo, pois ela estava convicta de que só sairia daquela casa com boas informações.
— Eu... eu sei que não sou tão estonteante quanto Tania Denali — disse. — Susie é parecida com ela, não acha? — Ajeitou a criança no colo. — Ou acha que se parece mais com o senhor?
Tentou perceber algo na expressão dele, mas era difícil dizer o que se passava na mente de Edward. Ele apenas encolheu os ombros e respondeu laconicamente:
— Se é o que diz, srta. Swan...
— Mas o que o senhor acha? — ela insistiu, franzindo a testa.
Ele ergueu uma sobrancelha, com ar irritado.
— Acho que não tenho tempo para ficar discutindo essa bobagem com uma empregada — declarou.
Bella chegou a conclusão de que Edward Cullen não apenas mantinha-se afastado da imprensa, mas também de todas as pessoas, dependendo da classe social delas, claro. Ele era um esnobe, um arrogante que erguera barreiras sociais, um homem que não queria ser importunado pelos empregados. Bella ficou furiosa.
— Seu quarto é ali — Edward falou, apontando para uma porta que ligava o aposento do bebê a
outro.
— Posso pedir a Henri que pegue sua bagagem no carro?
Aquela pergunta fez com que Bella se conscientizasse da situação. Certamente que a babá moraria na casa, e Edward suspeitaria de alguma coisa, se descobrisse que ela não trazia nenhuma bagagem.
— Oh, não... Posso trazê-la sozinha, obrigada — ela falou.
Pensou em quanto tempo ainda continuaria com aquela farsa, antes de a verdadeira babá chegar.
— Tudo bem — Edward concordou, então olhou para o relógio de pulso. — Cuide de Susie, depois
vá se encontrar comigo em meu escritório em... dez minutos. Desça a escada, primeira porta à direita.
Assim que ele saiu, Bella sentou-se numa cadeira, pois suas pernas estavam trêmulas. Não gostava do que estava acontecendo e se recriminava por ter chegado tão longe.
Não era uma pessoa fria e calculista. Nunca fingira ser outra pessoa para conseguir uma matéria, mas aquilo parecia irresistível. Além do mais, sua curiosidade ficara aguçada.
Olhou para o bebê, que observou-a com seus enormes olhos azuis e de repente riu.
— Pode rir à vontade — Bella murmurou.
Pensou em desistir de tudo, contando a verdade, pois enganar um homem como Edward Cullen era arrumar encrenca. Mas já estava dentro da casa, onde nenhum outro repórter tinha conseguido en trar. Colocou Susie no berço, abriu a bolsa e pegou a máquina fotográfica.
