Lembranças
Ela sabia que a cada noite, assim que fechasse os olhos, ela veria os olhos castanhos e frios que um dia pertencera a ele, Tom Riddle. Aquele que sempre assolaria seus pesadelos, e que lhe tiraria a paz.
Gina acomodou-se sobre o travesseiro e fechou os olhos.
Esqueça, ela pensava, simplesmente esqueça. Ela desejava esquecer, ansiava pelo dia que seus sonhos não a levassem há anos atrás, anos nos quais ela não se lembrava de seus atos, que não era dona de si mesma, que conhecera aquele que destruíra a sua infância e que mudara toda a sua perspectiva de vida.
O sono lhe dominava...
E viu-se novamente andando cegamente por um corredor que não conhecia e ao chegar no final o viu, Tom Riddle, mais vivo do que nunca, mas temível do que jamais o imaginara. Ela lembrava-se de sentir sua vida esvaindo lentamente de si, e enquanto uma dor descomunal a invadia e impedia que qualquer pensamento coerente se formasse em sua mente, ela o ouviu rindo. Rindo de seu desespero, rindo dos seus gritos de dor, rindo pelo simples prazer de ver o seu sofrimento.
Ela tremeu.
Tudo que sentira naquele fatídico dia era nítido em suas lembranças. Era como se ainda pudesse sentir a dor, ver os olhos frios olhando-a com desprezo, ouvir as palavras que ele lhe dissera enquanto tirava-lhe a vida. Não eram lembranças que gostaria de lembrar, mas sabia que nada poderia fazer, já tentara antes, há anos tentava esquecer.
Sentiu os olhos úmidos por baixo das pálpebras.
Eram dolorosas aquelas lembranças a assolando, ela estava farta disso, farta de ter que aturar todas as lembranças lhe comovendo, lhe perturbando! Por que não poderia se ver livre disso?
Você é uma tola, Ginevra. Fora tola em acreditar em mim, em me contar todos os seus pensamentos, e eu sou grato a sua tolice, agora espere a morte chegar como a boa garota que você se mostrou ser.
Ela abriu os olhos.
A voz de Tom ecoava em sua mente. Eram claras, como se estivessem mesmo ali, flutuando até seus ouvidos, sendo sussurradas de perto.
Você é uma tola, Ginevra. Ela sempre se lembraria disso.
Não confie em outra pessoa, Gina, confie em mim. Ela irá se arrepender por ter confiado nele pelo resto de seus dias.
Você seria capaz de se perdoar, Ginevra? Ela nunca foi capaz de tanto.
Encolheu-se debaixo dos cobertores.
As lágrimas caíam de seus olhos lentamente, e marcavam o seu rosto pálido, até que de repente ela sentiu um braço lhe abraçando por traz.
- Esqueça. – sussurrou Harry, em seu ouvido. – Não há nada mais para temer, meu amor.
Ela refugiou-se nos braços dele e fechou os olhos.
As lembranças de Tom sempre a atormentariam, mas lhe confortava saber que, mesmo assim, Harry sempre estaria ali para lhe salvar.
Adormeceu.
N/A: Bem, eram 01h10 da manhã quando eu escrevi, então dêem um desconto a melancolia! É pequenininha, I know, mas eu gostei dela. É a primeira Harry/Gina/Tom que eu escrevo e espero que tenha ficado tão boa quanto as fics Tom&Gina que eu ando lendo. Espero que tenham gostado dela! Um obrigada especial para a Lola Potter Weasley por betar a fic e me dizer que estava boa o suficiente para postá-la! Obrigada, Lola, te amo muito Autora! *-* Beijos, Lys.
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