N/A: Não sei se vocês sabem, mas a JK disse esses dias atrás que o Draco sempre amou a Hermione escondido e quase desistiu de ficar do lado do Voldemort na guerra por causa dela. Então, depois dessa declaração maravilhosa de que DRAMIONE É CANON, eu decidi escrever essa fanfic baseada nesse contexto. Ela vai ser uma shortfic, na verdade, e ainda não sei quantos capítulos vai ter, mas imagino que entre 5 e 6. Espero que vocês acompanhem e gostem e aproveitem cada pedacinho disso aqui. Eu pelo menos já estava com saudade.

Disclaimer: Esses personagens não são meus. Se fossem, eles teriam ficado juntos no final do último livro.

Ship: Draco/Hermione.

Censura: Vai ter cenas de sexo e vai ser saudável e bacana. Se você curte, você pode ler.


Capítulo 1

— Você tem certeza disso?

Harry ainda estava segurando as malas de Hermione no ar. Ela não tinha pensado em pedir para que ele a ajudasse com a mudança, mas ela tinha insistido. Ele parecia um pouco relutante em soltar a bagagem dela, como se as malas no chão fossem concretizar alguma coisa.

Mas a decisão de Hermione já era concreta o suficiente.

— Tenho.

Harry colocou as malas no chão e suspirou ao endireitar a postura.

— Eu não quero forçar a barra... — ele começou. — Mas Ron me ligou ontem à noite.

Hermione continuou o que estava fazendo. Ela arrastou o criado-mudo para o lado da sua cama de casal.

— Para você me contar hoje que ele te ligou ontem? — ela quis saber em um tom neutro.

Harry franziu o cenho.

— Eu não sei. Não tinha pensado nisso, mas acho que agora que você falou faz sentido.

Hermione assentiu. Aquilo era típico de Ronald.

— Ele tem tentado me fazer sentir culpada faz um tempo agora.

— Eu sinto muito — Harry começou, atravessando a sala pequena para chegar até Hermione. — Eu não teria te contado se soubesse que era isso o que ele queria, mas é que ele parecia tão ruim. Acho que ele estava bêbado.

Hermione arrumou o seu abajur em cima do criado-mudo.

Ela ainda continuava sendo da classe-média, então tinha conseguido para ela um apartamento pequeno e respeitável na Londres trouxa. Ele tinha aquele conceito aberto de sem paredes dividindo a cozinha da sala do quarto de qualquer outro cômodo, exceto o banheiro. Ela estava bem orgulhosa de como tinha planejado a decoração perfeitamente sozinha.

Hermione não queria exatamente ouvir o que Harry tinha a dizer sobre Ron, mas sabia que ele ficaria culpado se não dissesse. Ela se sentou na cama e deu uma palmadinha no colchão ao seu lado, indicando para Harry se aproximar.

Harry se sentou do lado dela, olhando para suas mãos.

— O que ele te disse? — Hermione perguntou.

— Ele sente a sua falta. Disse que não queria que o casamento de vocês acabasse. Ele chorou muito e disse que não sabia o que tinha feito de errado. — Harry fez uma pausa, então a olhou. — O que ele fez de errado, Hermione?

Ele parecia a ponto de chorar, então Hermione respirou fundo e tentou não fazer uma lista das coisas que Ronald Weasley tinha feito de errado. Ela tocou o ombro de Harry, tentando consolá-lo. Ela se importava com Harry e não queria que o fim do casamento dela com Ron o tivesse afetado tanto. Toda vez que ele olhava para ela era como se ele estivesse de coração partido.

— Ron e eu não funcionávamos mais juntos — ela esclareceu, tentando ser gentil e ter muito tato sobre a situação toda. — A gente nunca funcionou muito bem... e a convivência diária que veio com o casamento piorou um pouco as coisas. Eu não podia mais continuar lá.

Hermione percebeu que as coisas estavam erradas quando ela notou que estava aturando Ron. E não era isso o que se fazia com maridos — você deveria gostar da companhia deles, não apenas aturá-los. As brigas eram diárias e eles estavam se desgastando emocionalmente. Ela, especialmente, estava se desgastando emocionalmente. Estar com Ron era como ter uma criança irresponsável e um pouco mimada em casa e Hermione não queria ter que se comportar como uma mãe — pelo menos não como a mãe do seu marido.

Ela não deveria se sentir responsável por Ronald da forma que estava se sentindo no casamento deles.

Harry comprimiu os lábios.

— Mas ele fez alguma coisa para você?

Várias coisas. Pequenas coisas todos os dias.

— Não desse jeito.

— De que jeito, então?

— Nós dois não conseguíamos conviver juntos sem brigar, Harry — Hermione tentou explicar. — Não era uma relação saudável.

— Eu e a Gina também brigamos.

— Mas aposto que a parte boa do seu relacionamento compensa a ruim.

Harry assentiu.

— E a do seu não compensava — ele concluiu o raciocínio dela.

— Não — Hermione respondeu simplesmente. Pelo menos não mais e pelo menos não para ela.

— Eu sinto muito por estar sendo tão... insistente sobre esse assunto. É que a separação de vocês quebrou o meu coração, sabe? Vocês eram as minhas duas metades, Hermione.

Hermione pegou a mão dele.

— Eu sei.

Harry ajeitou os óculos.

— E eu também não consigo entender como você pode estar tão calma sobre isso tudo.

Ela estava mesmo calma. Agora. No começo tinha sido difícil e depois tinha sido pior, mas as coisas tinham melhorado depois de Hermione finalmente tomar uma decisão. Ela tinha voltado a ficar em paz consigo mesma.

— É que eu sinto que tomei a decisão certa. Sei que não parece assim agora, mas é porque ainda é muito recente. Ron está machucado, você está machucado... e acho que até a Gina me odeia um pouco agora. — Ela deu um sorriso para deixar o clima mais leve, mas sabia que era verdade. — Só que, Harry, a longo prazo as coisas vão se ajeitar. Vai ser melhor para todo mundo, você vai ver.

— Espero que sim — Harry suspirou. Ele esfregou a testa. — Imagino que não seja o momento mais apropriado para isso, mas eu tenho novidades. Não sabia se deveria esperar ou não para contar, mas você ia descobrir de qualquer forma...

Hermione o encarou.

— Descobrir o quê?

— Gina está grávida.

Ela sorriu e apertou a mão dele suavemente.

— Isso é maravilhoso, Harry. De quanto tempo ela está?

Harry estava sorrindo genuinamente pela primeira vez agora.

— Dois meses.

— Mas vocês estavam tentando? Quer dizer, foi planejado?

— Não — ele disse, mas seu sorriso não diminuiu nem um pouquinho. — A gente estava conversando sobre ter um bebê, então na semana seguinte ela descobriu que estava grávida. Foi quase mágica.

Hermione ainda estava sorrindo.

— Foi muito providencial — ela concordou.

Harry assentiu. Então ele ficou em pé e endireitou a postura.

— Se você não for mais precisar de mim, Hermione, eu tenho que ir. Hoje é a minha vez de fazer o jantar em casa.

Hermione sorriu para ele.

— Claro. Obrigada por ter me ajudado, Harry. Teria sido meio estranho usar magia para me mudar para a Londres trouxa. Não queria ser a vizinha estranha desde o começo, você sabe. — Ela riu.

— Sem problemas, amigos servem para essas coisas.

Hermione assentiu. Ela colocou a mão no bolso da sua calça e tirou a chave com um chaveiro dali e estendeu para Harry.

— Imagino que você vai ver Ron em breve — ela murmurou. — Será que você pode entregar para ele por mim?

Seria mais fácil do que vê-lo pessoalmente. Ronald não estava tentando facilitar os encontros dele. Ele sempre tentava fazer Hermione se sentir mal e fazer com que ela voltasse para ele e ele chorava muito. Hermione entendia que ele estava magoado, mas os dois estavam em pontos distintos da vida agora e ela não queria mais ter que lidar com aquilo.

— Ele sabe o que é?

— É a chave de casa — ela disse. — Meu advogado provavelmente vai entrar em contato com o dele em breve para discutir isso, mas eu estou disposta a abrir mão da casa. Ele pode ficar nela em vez de continuar morando em um hotel.

Tinha sido Ron que saíra de casa quando Hermione decidira que queria o divórcio. Ele tinha achado que seria mais fácil convencer Hermione a deixar ele entrar na casa do que convencê-la a voltar para casa uma vez que ela já tivesse saído. Ele tinha ficado em um hotel o tempo todo, esperando por uma reconciliação que não aconteceria. Agora que Hermione estava instalada em um novo lugar, ele podia voltar para lá. Hermione nunca quis destruir a vida de Ron — ela sabia que o divórcio estava sendo difícil para ele, então queria facilitar as coisas.

Ela sabia quanto ele gostava da casa, então ele podia ficar com ela.

Harry assentiu e segurou a chave na palma da mão.

— Ainda tem alguma coisa sua lá?

— Não, eu fiz a mudança completa das minhas coisas hoje. O Ron pode ficar com tudo que eu deixei lá.

— Eu vou dizer para ele — Harry murmurou. Então ele abraçou Hermione antes de chegarem até a porta dela. — Fique bem, Hermione. Me chame se precisar.

— Vou ficar — Hermione prometeu. — Diga a Gina que estou feliz pelo bebê.

Ela sabia que não era a pessoa predileta de Gina agora, mas achou importante mostrar que o bebê seria querido.

— Eu vou dizer — Harry garantiu.

Ele entrou em seu carro e dirigiu pelas ruas da Londres trouxa como se fosse um trouxa. Era um dos benefícios de ter crescido entre trouxas: você conseguia se misturar bem sem muito esforço.

Hermione quase tinha se desacostumado, mas uma semana foi o suficiente para que ela se sentisse em casa. Ela tinha ido visitar seus pais, que tinham voltado da Austrália fazia um tempo e que agora se lembravam dela. Ela tinha ido fazer compras num supermercado e limpado suas coisas sem usar magia.

Ela não sabia por que tinha escolhido voltar para a Londres trouxa, já que era uma bruxa, mas depois de um tempo as coisas ficaram mais claras para ela. Ela era uma nascida-trouxa, afinal de contas. Aquele era o seu mundo tanto quanto o mundo bruxo e Hermione queria uma pausa para pensar. Ela não se lembrava de ser uma bruxa sem Harry e Ron por perto, então ser uma bruxa passou a ser algo atrelado a imagem deles. Ela precisava de um pouco de espaço.

Achava que ser uma bruxa no mundo trouxa iria colocar as coisas em uma nova perspectiva para ela.

Esperava que colocasse, pelo menos. Ela não sentia mais como se fosse a Hermione de Hogwarts ou a Hermione de um ano atrás... e não tinha nada a ver com ela ter 24 anos agora. Algo dentro dela tinha mudado e ela queria saber o que era.

Ela gostava de Ron. Ela tinha amado Ronald, na verdade, mas a eu dela de 19 anos jamais tinha imaginado que eles pudessem não dar certo. Ela tinha imaginado que Ron fosse amadurecer e eles pudessem ficar juntos e construir uma vida estável e feliz. Mas os anos tinham passado e Ron tinha continuado o mesmo e Hermione descobriu que não queria se comportar como se fosse a mãe dele. Nem a eu dela de 19 anos queria ser a mãe dele, ou cogitava essa hipótese. A Hermione de 19 anos queria um pouco de romance e uns amassos.

E acabou que a eu de 24 anos de Hermione também queria isso.

Hermione era mais ela do que jamais fora.

Ela tinha acabado de chegar a essa conclusão quando esbarrou em Draco Malfoy.

Ele estava parado do lado dela na calçada, pronto para atravessar a rua. Primeiro ela pensou em se esconder, mas aí imaginou que não seria uma atitude muito madura. Então ela apenas manteve a postura firme e esperou que ele não a visse.

Mas foi um desejo inútil, porque não tinha como Draco estar perto de Hermione sem notá-la. E não tinha nada a ver com o cabelo dela, que continuava todo cacheado e volumoso e selvagem. Não tinha nada a ver com a roupa dela, que era perfeitamente normal. Jeans, camisa xadrez azul-pastel e um cardigã amarelo por cima. Não tinha nada a ver com os tênis velhos que ele jamais imaginou ver nos pés de uma garota como ela. Não tinha nem mesmo a ver com a sacola enorme que ela carregava com algumas compras.

Tinha apenas a ver com ela e com quem ela era e a forma com que ela o fazia se sentir.

Porque Hermione tinha sido tudo o que ele conseguira pensar por muito tempo, tudo o que ele se recusara a pensar por muito tempo e falhara, e ele não podia estar perto dela sem olhá-la. Ele não conseguia estar próximo a ela sem notá-la.

Era ridícula a forma como ele conseguia distingui-la pela forma de andar ou pelo barulho da respiração ou pelo cheiro. Era de se esperar que esse tipo de coisa acabasse quando a adolescência passasse e os hormônios se acalmassem. Era de se esperar que ele nem mesmo tivesse olhado para ela, mas a verdade é que Draco não conseguia fazer outra coisa.

Os carros pararam e agora seria a hora deles atravessarem a rua, mas Draco apenas atravessou a distância entre eles.

— Hermione — ele disse. — Oi.

Hermione franziu o cenho um pouco. Ela não estava esperando que ele tentasse puxar assunto.

— Oi — ela disse de volta. Porque não sabia o que dizer e porque era isso o que se dizia ao encontrar alguém que se conhecia.

Ele franziu um pouco o cenho e ajeitou seu casado muito... pomposo.

— Jamais imaginei que fosse esbarrar em você justamente aqui — ele tentou soar muito casual, mas Hermione não percebeu que ele precisava se esforçar para conseguir isso. Ela não percebeu que ele escondeu suas mãos no bolso do casaco porque elas estavam tremendo. — Eu imaginei que você estivesse casada.

— Não estou mais — ela respondeu, porque era algo automático. Então franziu o cenho. — Isso significa que se eu estivesse casada não poderia estar aqui?

Draco agitou a cabeça rapidamente.

— Não. Sinto muito, o que eu disse não fez muito sentido.

Não fazia mesmo e foi por causa disso que Hermione riu.

Ela jamais tinha esperado encontrar Draco Malfoy e certamente jamais tinha esperado esbarrar em um Draco Malfoy incoerente.

Ela assentiu e tentou manter o rosto sério.

— Mas o que você disse é recíproco — ela murmurou. — Eu também jamais imaginei que fosse esbarrar em você justamente aqui. — Então ela franziu o cenho. — Também nunca imaginei que você fosse tentar puxar assunto.

De repente Draco estava constrangido.

— Sim, eu sei. Mas a questão é que eu te devo desculpas. Eu sei que você provavelmente acha estranho eu te abordar dessa forma, mas imaginei que seria uma das únicas oportunidades que eu teria para falar com você.

Havia muitas coisas pelas quais Draco Malfoy deveria se desculpar, mas Hermione não sabia a qual delas ele estava se referindo agora.

Ela franziu o cenho.

— Eu...

— Por tudo — ele explicou antes que ela pudesse perguntar. Draco respirou fundo, criando coragem para continuar. O ar parecia muito tenso em volta deles. — Gostaria de te pedir desculpas por tudo. Desde o primeiro ano de Hogwarts. Eu sinto muito. Sei que esse não é o lugar mais apropriado para iniciar essa conversa, mas... sim, eu sinto muito.

Hermione ainda estava com o cenho franzido.

— Isso significa que você gostaria? — Talvez agora fosse a vez dela ser incoerente. Ou talvez inconsequente fosse uma descrição mais apropriada.

— Do quê?

— De iniciar essa conversa. Você gostaria, Draco?

Ela percebeu então que tinha usado o nome dele e percebeu que ele não a tinha chamado de "Granger" nenhuma vez. Apenas Hermione.

Ela teve que respirar fundo porque de repente seus joelhos estavam menos firmes.

— Se estiver tudo bem para você, sim. Seria muito importante e significativo para mim.

Ela olhou para suas mãos, então para os olhos de Draco. Eles tinham se afastado da beirada da calçada para darem espaço para os pedestres.

— Você está morando na Londres trouxa? — ela perguntou de repente.

— Não — ele respondeu de modo automático. Os Malfoy jamais deixariam a mansão deles, eles respeitavam a tradição. — Mas você está? — ele perguntou. Na verdade meio que adivinhou.

Não sabia por que estava fazendo aquilo. Por que estava se dispondo a conversar com Draco e deixá-lo pedir desculpas. Talvez porque ele tivesse hesitado até o limite em entregar Harry para Voldemort. Talvez porque ela tivesse visto o rosto dele enquanto Belatriz marcava "Sangue-Ruim" no seu braço. Talvez porque, no final, ele não tivesse participado da batalha. Ele não estivera a favor dela, mas também não tinha ficado contra ela. Draco parecia alguém que buscava por redenção — ou por si mesmo.

E a verdade é que ela não odiava Draco — não mais.

— Estou.

Isso significava que ela o estava convidando para ir até a casa dela? Draco engoliu seco.

Você quer conversar?

— Eu não sei — Hermione confessou.

Em uma situação comum ela não iria querer, mas ele tinha pedido desculpas. Ele queria conversar. Ele parecia mudado e ele a tinha chamado de Hermione. Ele parecia estar com a guarda baixa.

Ela estava curiosa e, o mais importante, também estava disposta a baixar a guarda como ele.

É uma situação difícil... e meio embaraçosa — ele admitiu. — Talvez fosse uma decisão mais fácil se não tivesse tido uma guerra.

Ele tinha tentado deixar o clima do ambiente mais leve.

Hermione não sorriu, mas ela concordou com um aceno de cabeça.

— Mas você foi embora — ela lembrou. — No final — esclareceu quando Draco franziu o cenho —, você foi embora em vez de ficar do lado de Voldemort.

— Eu fui — ele disse.

Ele estava surpreso que ela soubesse disso. Era meio difícil prestar atenção nos outros quando, você sabe, tinha uma guerra acontecendo. Mas fazia sentido. Hermione não teria parado para falar com ele se não soubesse que ele tinha abandonado o lado de Voldemort no final. Nem mesmo ele poderia ter ido até ela se isso não tivesse acontecido. Draco estava arrependido, mas isso não significava que Hermione soubesse disso. Draco tinha mudado.

Ele tinha mudado, mas, de certa forma, continuava o mesmo.

Ele estava noivo de Astoria porque isso seria benéfico para a família Malfoy. Ele estava seguindo a tradição e fazendo o que sua mãe tinha aconselhado e o que seu pai teria feito se estivesse no lugar dele.

Mas agora ele estava de frente para Hermione e não sabia o que dizer porque ele queria dizer tantas coisas — uma vida de esclarecimentos.

Então Hermione disse por ele.

— Eu moro aqui perto — ela disse, apontando vagamente para o outro lado da rua. — Se você quiser, nós podemos...

— Não hoje — Draco disse apressadamente. Ele não conseguiria lidar com essa conversa hoje. Ele precisava colocar alguns de seus sentimentos no lugar antes. Draco precisava pensar. Ele precisava conversar com sua mãe e pensar mais ainda. — Mas talvez em breve? Depois de amanhã? — sugeriu, se agarrando à oportunidade.

Isso daria dois dias a ele.

Ele esperava que fosse o suficiente.

— Pode ser — Hermione concordou. — Então eu te dou o meu endereço?

Draco assentiu. Ele não tinha nenhum lugar para anotar, mas Hermione era uma mulher prevenida. Ela tirou um bloco de notas e uma caneta de dentro da bolsa. Ela escreveu rapidamente e entregou para Draco. A mão dele tremeu um pouco quando foi pegar e ele viu que Hermione tinha notado.

— É o frio — ele se desculpou.

Hermione assentiu. Ambos sabiam que não estava frio, mas Hermione não insistiu naquilo.

— Eu acho que a gente se vê daqui dois dias então?

— Sim — Draco concordou. — Obrigado por me dar a oportunidade para me desculpar, Hermione... e obrigado por deixar que eu tente esclarecer algumas coisas. Isso é muito importante para mim e eu não vou me esquecer.

Ela soube que ele estava falando a verdade porque Draco sabia que estava falando a verdade.

Não existia uma forma — com ou sem magia — dele conseguir se esquecer de Hermione.


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