O menino conhecido como Raito Yagami não era de meios-termos, para ele era tudo ou nada, e isso também poderia se aplicar ao Kira.
Travavam batalhas árduas, muitas vezes sem um ganhador.
Kira ou Raito? Raito ou Kira?
A confusão aumentava cada vez mais e piorou com a chegada de L, para um, apenas o seu primeiro e melhor amigo, para o outro, o seu pior inimigo.
Matar ou perdoar?
A questão era que não importava qual decisão os dois tentassem tomar sempre haveria discórdia e perda para os dois lados logo ficou decidido que o que era mais importante para os dois era o dever.
O Novo Mundo!
Mas como matar a única pessoa que o compreendeu? L era Raito e Raito era L, como poderia traí-lo? Como poderia ter paz com seu inconsciente gritando para o eu consciente matá-lo?
Ele apenas não queria que as coisas chegassem a esse ponto, o poder do caderno afetara a sua mente mais do que desejara, matara inocentes e continuaria matando, o seu castelo desmoronava a todo instante, quanto mais Kira tentava tomar o controle, quanto mais tentava manter as coisas sobre o seu poder, as coisas ruíam para Raito, não tinha mais volta, ou abraça o demônio ou o exorcizava!
Mas como?
Como se livra de algo que é você desde sempre?
A verdade era que Kira sempre esteve ali presente, quieto, mas sempre presente, quando sua vida chegou ao ápice do tédio e da mesmice, quando o Death Note entrou na sua vida, o Kira finalmente acordou e parecia não querer dormir novamente.
As coisas andavam cada vez mais perto de um fim trágico, Raito finalmente se conformou do vazio que o esperaria quando morresse, o que seria rápido, afinal, não existiria vitória para um sem a morte de ambos.
Era uma sensação estranha, à medida que Raito se submetia ao Kira tudo ficava mais leve ao mesmo tempo em que mais pesado, o deixava tomar cada vez mais o seu lugar e suas decisões, não precisava sofrer ou temer, era simples, finalmente estava aceitando tudo, bem... quase tudo.
Menos aquilo
A morte de L ainda era uma questão delicada, Raito se esforçava cada vez mais para tentar retardar Kira nessa questão, sim retardar, pois sabia que quando Kira decidia algo virava decreto, sua palavra era a lei, não adiantava evitar algo que já era certo, por isso Raito criava cada vez mais empecilhos para o Kira, mas eles eram infelizmente inteligentes demais, perceptíveis demais, logo Kira arranjou uma oportunidade através de Remo e Misa.
Como odiava aquela mulher
Para Raito ela era uma pessoa que só atrapalhava os seus planos e objetivos, para Kira ela era sua salvação, a usando exterminaria seu maior inimigo e consequentemente a única pessoa a quem sua mente sã se importava, o matando mataria Raito e ele finalmente obteria o poder completo.
Seria ele o Deus do Novo Mundo
Kira soube ser paciente, se aproveitou de quando a mente de Raito estava vulnerável, soube aproveitar o momento, quando Raito percebeu o que estava fazendo já era tarde.
L estava morto
Queria gritar, mas também comemorar.
Queria chorar, mas também rir.
Queria destruir aquele caderno estúpido como também o queria protegê-lo com a sua vida.
Estava vivendo uma dualidade dentro de si. Estava finalmente enlouquecendo.
Quando o médico virou o monstro e quando os dois se tornaram um?
Raito apenas não se importava mais, sua consciência morreu ali sem nunca descobrir a resposta para aquelas perguntas, agora olhando o corpo do detetive, Kira finalmente usurpara o lugar de direito para terminar aquilo que sempre ambicionou.
Se tornaria um deus.
E o médico? Nunca mais se ouviu falar nele, o monstro fez questão de cuidar disso.
Afinal agora eles eram um como deveria ser e como sempre foram.
