Parte I
O fim de uma guerra traz consigo a esperança dorida do reencontro com os perdidos no tempo não medido, em um sentimento tortuoso de dias incertos. Porém, alguns sobreviventes não provocam este tipo de laço, sendo preferível estarem mortos ou sem alma para aliviarem os fustigados por eles.
Gina sentiu-se nesta contradição ao ver ex-Comensais chegando ao St. Mungus. Debilitados, desmemoriados, agonizando, em coma, desfigurados e até loucos, não conseguiram causar-lhe pena. Afinal, eles alimentaram muitos sentimentos odiosos nela. Porém, o medo a dominou inteiramente quando os médi-bruxos resolveram distribuir os pacientes, de acordo com seu estado, pelo hospital.
- Sr. Yukihara, seria perigoso deixar essas pessoas juntos dos demais pacientes!
- Sra. Malfoy, Comensais ou não, continuam sendo bruxos que necessitam de assistência. Não posso mantê-los dentro de uma unidade especial, isso atrapalharia os especialistas.
- E se eles fizerem algum mal? Melhorarem e atentarem contra alguém?
- Há bruxos competentes aqui para impedir isto. E se estiveram em hospitais espalhados pelo mundo sem causar problemas, por que o fariam aqui?
O japonês de baixa estatura e cabelos pretos que caíam nos olhos fazia anotações em uma grande caderneta, e não se importava em olhar para Gina. Isto irritou-a mais.
- Se houvesse competência, ninguém inocente teria morrido nesta porcaria de guerra. E só para lembrar, esses bruxos são ingleses. O interesse deles está aqui, não em outra parte do mundo.
Finalmente, ele a encarou.
- Recomponha-se. Não leve o trabalho para o lado pessoal. Não foi somente a senhora que perdeu pessoas queridas. E se estivesse tão preocupada com Comensais, não teria se casado com um.
- Eu não vou discutir a minha vida com o senhor! Nem permitir que fale de meu marido desta forma!
- Também não pretendo discutir a minha decisão com a senhora. Volte a trabalhar e me deixe cuidar de quem precisa de um cura do corpo. Qualquer coisa, procure um analista, Sra. Malfoy. Infelizmente, detesto psiquiatria.
Ela iria dizer alguns palavrões novos que Fred e Jorge lhe ensinaram, mas se conteve. Ele tinha poder para demiti-la ou trocá-la de cargo. Engoliu o desaforo, vermelha e inchando de ódio, e voltou para curar queimaduras de uma criança que gostava de brincar com plantas urticantes. O garoto retornava nas férias de verão para tratar ferimentos.
- Você, de novo?
- Eu é que pergunto, mocinho! Não se cansa de brincar com sua amiguinha?
- Ah, é difícil esperar um mês para ela não me queimar.
- Mas você sabe que durante um mês ela solta essa substância. Ela deve se sentir culpada por lhe machucar. Seja paciente.
- Agüentei vinte dias!
- Um mês não tem vinte dias – disse-lhe docecemente.
Sorrindo, começou a curar-lhe as feridas. O menino teimoso e amante da botânica lembrava-lhe Neville Longbottom. O amigo prometera visitá-la em casa desde seu noivado, mas nunca apareceu. Talvez ela não precisasse perguntar porquê, visto que dormia com o motivo. Desde então, eles se viam quando ela estava n'A Toca ou ele vinha visitar os pais. Ela procurava rir da situação ao invés de realmente se preocupar com isto.
No dia seguinte à discussão com Yukihara, Gina preferiu não encontrar-se com o médico, a fim de preservar seu bom humor. No entanto, a calma e a vontade de não vê-lo cessou rapidamente, ao início da tarde.
Inocente como um anjo negro adestrado, Narcisa focava o infinito e obedecia à lei da inércia. Nem esta imobilidade garantiu a Gina força suficiente nas pernas e sangue nas maçãs do rosto. Apoiou-se na cama da sogra e olhou para os Longbottom. O medo de que acontecesse algo a eles acabou com qualquer reação que ela pensara, pois não conseguia se mover.
- Esquece os biscoitos, Luna!
- Você vai ficar magro demais se continuar a recusar comida.
- Comida eu não recuso, mas custa fazer alguma coisa diferente de biscoitos?
O receio é amigo do desespero, que tem laços fortes com os ímpetos sem explicação. E nesta corrente inquebrável, Gina cobriu o rosto de Narcisa de modo tão brusco que acertou o nariz desta.
- Gina! – gritou Luna, fazendo Neville suspirar, inconformado e risonho.
- Oi, Luna. Oi, Neville... – disse, desanimada.
- Não gostou de nos ver?
- Que pergunta é essa, Neville? Enlouqueceu? Claro que estou feliz.
O sorriso sem graça dela deixou-o cismado. Luna, por sua vez, voltou à sua voz etérea:
- Esse que está deitado aí ao seu lado, está morto?
- Morto? – ela tirou a mão trêmula do cobertor branco, assustando-se por tocar no sangue que o maculava – Ah, sim. Mo-mortíssimo.
- Mas está sangrando.
- É que... ela... ele... acabou de morrer. Isso! – afirmou, satisfeita consigo. – Falaceu agora há pouco.
- Morreu de quê?
- Falência múltipla dos órgãos, Nev.
- Oras, mas aqui não é lugar somente para bruxos...?
- Ocorreu um engano – interrompeu ela. – O meu superior é um imbecil. Um baixinho imbecil.
- É por causa dele que você está esquisita desse jeito?
- Sim. Ele vive me desafiando. Mas... como vocês estão?
- Ótimos. Agora vou dar uma olhada em papai e mamãe...
O semblante abatido dele revelou-se de súbito. Luna começou a brincar com Alice e Neville tentou, em vão, ser reconhecido pelo pai. Sempre restava uma pequenina esperança ao ver Frank, e não adiantava conter isto. Gina observava a cena com o coração apertado e cabeça fervendo em pensamentos homicidas contra o japonês. Transfiguraria-o em um peixe cru e o furaria com os malditos palitinhos, quando possível.
Com os olhos marejados e o ânimo abalado, Neville se despediu de Gina com uma pergunta que a arrepiou até os dedos dos pés:
- É verdade que alguns Comensais foram transferidos para cá?
- É – resmungou.
- E onde eles estão?
De repente, Luna tornou-se o ser mais interessante do mundo mágico para Gina. Dormindo literalmente em pé, apoiada no ombro do noivo, inspirou pena na enfermeira.
- Luna está muito cansada, é melhor vocês irem para casa, não?
- Tem razão. Mais um pouco e ela é capaz de roncar – disse, esboçando um sorriso. – Mas, por favor, tome cuidado. Nem falo sobre meus pais porque confio demais em você.
Ela preferiria, naquele momento, receber uma Maldição Cruciatus ou ser simplesmente surda. Porém, não teve coragem de contar quem dormia perto dos Longbottom. Resolveria aquilo sozinha, sem preocupar o amigo. E falhas não estavam inclusas no plano.
- Você sempre poderá confiar.
Observando o casal partir, começou a traçar suas metas. Voltou para a ala dos queimados e, antes de sair, procuraria o doutor Yukihara. Ela não se suportava de ansiedade, ficando com as orelhas vermelhas o tempo todo. Soltando fogo pelos tímpanos, como dizia seu irmão Carlinhos.
Enquanto isso, a enfermeira que curava o nariz de Narcisa esquecera a varinha no criado-mudo, pois um velho começou a brigar com um penico. E a matriarca dos Malfoy mostrou, silenciosa, que estava frágil... lúcida... e dominando seus movimentos.
Furiosa, Gina adentrou a ala dos amputados. O auxiliar do doutor Yukihara, Theo Boot, recolheu um pé indefeso que pulava no meio do corredor depois de adquirir personalidade por intermédio de magia negra.
- Boa noite, sra...
- Eu não vim aqui falar com você. Meu assunto é com aquele irreponsável que você chama carinhosamente de mestre.
- Theo, continue a dar as colheres de chá para ele. Cinco em cinco minutos, até acabar o frasco.
Indiferente, Yukihara se aproximou de Gina lentamente, a fim de irritá-la mais.
- Peço somente que não grite demais, sra. Malfoy. O que quer?
- Como você permitiu que deixassem Narcisa Malfoy no mesmo quarto que os Longbottom? – perguntou, rangendo os dentes.
- Eu não sou o dono do St. Mungus e nem mando em tudo por aqui. Não tomo as decisões sozinho. A senhora poderia reclamar com outros médi-bruxos responsáveis pelos pacientes...
- Já me contaram que você transferiu Narcisa. Por quê? O problema é comigo? Diga logo!
- Sim, a senhora é um problema. Mas não vi mal em deixar uma mulher que não é capaz de se mover junto dos demais. Ela também não nos deu sinais de lucidez, já que a interrogamos. Mal se lembra que tem um filho. Não lhe causa pena?
- Nem um pouco. E não acredito que ela esteja tão debilitada assim. Uma hora ela vai se recuperar e aprontar alguma.
- Temos gente suficiente por aqui para impedir desgraças.
- Gente que nunca foi Comensal, nem Auror para entender de certas artimanhas!
- Mas a senhora entende disso. Tanto que está me atrapalhando com um assunto encerrado e assustando os doentes.
- Se aquele casal sair daqui assassinado, terei o gosto de achatá-lo com os pés!
Gina era alta, comparada a ele. No entanto, o médi-bruxo não se intimidou diante da ameaça, deixando a mulher e seu olhar feio para trás. Quando virou-se e foi de encontro a Boot, a curandeira perdeu a paciência e pegou a varinha para enfeitiçá-lo. Habilmente, ele disse:
- Tenha amor ao seu emprego, Ginevra Malfoy. Ou à vida.
- Igualmente, seu japonês estúpido!
- Já chega, Gina – disse Theo.
- O quê?
- Essa briga de vocês não será produtiva. Por favor, vá embora. Gostando ou não, você não pode fazer nada para tirar Narcisa dali.
- Não se ache o máximo por ter sido amiga íntima de Harry Potter. Isso não conta para a senhora ter voz aqui dentro. Ouça Boot, ele sabe onde é o lugar dele e está lhe ensinando algo.
- Vingardium Leviosa... – sussurrou.
O bruxo ganhou altura suficiente para alcançar o teto. E antes que pudesse rebater, caiu com o movimento da varinha de Gina, que saiu do local imensamente satisfeita. Mas foi correndo para não sofrer retaliações, pois já o desafiara demais e não queria interromper aquele momento célebre.
Trabalhando animada no início da madrugada, saiu avoada e quase saltitando ao chegar próxima da saída do St. Mungus. Notando um movimento estranho nos corredores, pensou novamente em Narcisa. Nisso, parou no caminho para a saída. Não calculando o tempo que dedicou ao devaneio, imaginando o que a sogra poderia fazer se ela não estivesse presente para tentar impedi-la, ficou com o olhar desfocado sem perceber quem passava por ela.
Somente acordou do devaneio quando uma voz arrastada e taciturna chegou aos seus ouvidos:
- Vamos embora daqui, Gina.
- O quê? Draco, como você...?
- Ninguém manda em mim naquele Ministério, nem esconde nada – afirmou, com ares de arrogância. – E eu não podia deixar você sozinha nessa hora.
- Dá pra você me explicar o que está acontecendo?
- Não tenha pressa, minha ruiva.
- Então eu vou descobrir.
Ela tentou livrar-se dos braços dele, mas não conseguiu.
- Você não vai querer fazer isso.
- Ah, eu vou. A sua mãe deve ter aprontado alguma e não estou gostando nada de ver como você a protege!
- Não dê uma de Weasley agora. Eu não protejo aquela mulher.
- Então está poupando quem?
- Alguém teimoso e que vai ouvir tudo o que não precisa se continuar aqui perdendo tempo!
Cansado de discutir, Draco a agarrou e colocou-a nos ombros, segurando suas pernas. Gina se debatia e gritava nomes irrepetíveis, mas ele não se importou.
Deixando os palavrões de lado, ela viu alguém os seguindo lentamente. Reconhecendo a fisionomia do homem vagaroso, parou de reclamar. Draco sabia o que isso significava e suspirou entediado, colocando Gina em pé novamente.
- Eu já discuti com aquele verme gordo. E ele não poupou elogios a você, o que me tirou do sério mais ainda. Não chegue perto dele.
- O que Narcisa fez, exatamente? – disse ela, não tirando os olhos do amigo, que ainda andava em direção a eles.
- Importa?
Vendo a tristeza dela, esqueceu sua pergunta inútil.
- Quer ir, não vou mais te segurar. Mas não envolva uma noite de sono nisso.
- Dane-se o sono. Ele é meu amigo.
- Eu sempre acreditei que o mundo mágico está perdido, não precisa me confirmar isto.
Fuzilando-o com o olhar, Gina deixou-o para ir até Neville, que tremia. Os dois amigos se encaravam como se a aproximação fosse dorida. Neville parecia ensaiar uma fala, porém não tinha auto-controle para formar frases longas. As únicas coisas que ele pôde dizer, a muito custo, não foram agradáveis para Gina. Draco manteve-se distante, fingindo não ver a cena.
- Malfoy – sibilou ele.
- Ela pagará por isso, Nev...
- Malfoy. Você é Malfoy. Como ela. E como ele.
- Eu fiz o possível pra tirar ela dali! Não me permitiram arrancar aquela mulher de perto dos seus pais... Eu...
Ele balançava a cabeça, lentamente, em negação, não crendo nas palavras dela. Gina queria argumentar, entretanto as justificativas fugiram. O olhar dele a arrasava.
- Obrigado por ajudar Lestrange a completar a desgraça que é minha vida. Muito obrigado. Seu marido tá esperando ali. Corre e o console pela mãe assassina dele que vai pra Azkaban. É provável que ele facilite uma fuga, você tem que ajudá-lo a fazer mais um serviço direito.
A impotência e culpa a invadiram cruelmente. Aquele momento tornou-se sua insônia.
O "pomposo" cargo de Escrivão dos Delitos de Prisioneiros fazia Draco nutrir uma vontade de obrigar seu sogro a limpar as privadas dos banheiros existentes no Ministério, sem magia. Ouvir a maravilhosa história dos futuros habitantes de Azkaban não era algo à altura de Draco Malfoy. Por isso, tentava constantemente ocupar lugares vagos que lhe interessavam. No entanto, os bruxos tinham dificuldade em confiar nele, o que bloqueava qualquer progresso almejado.
Nesta frustração e consciência de que deixara de ser rico e superior aos Weasley, chegou em casa jogando tudo em cima do sofá, como se ele tivesse alguma culpa de seus sentimentos. Jogou-se em sua poltrona predileta, tirou os sapatos com auxílio de magia e não se incomodou com o vôo descrito por eles, rindo de seu próprio deslize, pois eles sumiram.
- Não tinha idéia de como você era relaxado. Gina sempre me conta, mas eu preferia acreditar que você era mimado e insuportável, somente.
- Minha amada sogra – disse, saudoso falsamente. – Gina ainda vai demorar um pouco, mando-me uma coruja e vai cobrir a manhã que passou em casa, trabalhando de madrugada hoje.
- Ótimo, porque eu não vim falar com minha filha.
- Veio falar com quem, então? – ele não gostava do rumo daquela conversa.
- Com alguém que anda com idéias homicidas.
- Ok, ninguém aqui atende...
- Ah, atende ao que estou dizendo, sim. Que história é essa de você querer matar sua mãe?
Molly, não tão cheia quanto antigamente, fitava o genro com severidade maternal, fato que deixou-o inquieto.
- Não tem história nenhuma.
- Por que você quer se tornar como seus pais? Lutou tanto para provar o contrário e agora desistirá?
- Minha amada sogra Weasley – ele não se livrou de velhos costumes... -, se eu precisasse de conselhos da senhora, não seria para um assunto deste tipo. Quando eu quiser a receita para convencer minha mulher a parir sete filhos sem me chamar de famigerado e irresponsável pelo resto dos dias, aceitarei sua opinião.
Levantou-se, alterado por dentro, e demonstrando frieza à mulher. Esta, não permitindo abalar-se pela reação previsível dele, disse:
- Eu não pretendo ouvir você admitir, mas entendo sua preocupação com Gina, a revolta que pode estar lhe atormentando por ela não ser a mesma desde aquele maldito dia. Mas, Narcisa pagará por isto sem que você precise intervir.
Ele virou-se para deixá-la falando sozinha. Contudo, ela continuou:
- Ela não tem caráter, decepcionou-lhe muito. Não tente pagar no mesmo galeão. Porque independente do que aconteceu, você a ama. E isso vai pesar em sua consciência, mais do que qualquer delito que tenha cometido na vida.
Mantendo-se indiferente, caminhou lentamente ao seu quarto, com o costumeiro nariz empinado. Molly comparava-o incessantemente a Lúcio, e a semelhança entre os dois fisicamente era inegável. Porém, ela esperava que isto não se estendesse ao psicológico, ao passo que sentiu-se aliviada ao aconselhar-lhe. No íntimo, sabia que ele a ouviu. Mas não reconheceria isso nem para si.
À noite, Gina voltou calada e resignada. Monossílábica, despertou mais a indignação de Draco em relação à mãe e a Neville, fazendo-o tentar uma aproximação que não incluísse diálogos, pois a conhecia o suficiente para saber o quanto ela queria continuar quieta.
- Gina, você está acordada?
- Não – resmungou.
- Venha aqui – disse, debochado.
- Deixe-me quieta, Draco.
Ela se encolheu ainda mais na cama. Curioso e se rendendo ao suposto doce dela, virou-a de frente a ele à força.
- Solte-me!
- Olhe para mim, Gina. Vamos! – ele não se livrou de seu sarcasmo inicial.
- Não!
Prendendo as mãos dela no travesseiro, pôde ver seus olhos inchados.
- Você está chorando de novo por causa do Longbottom, não é?
- E se estiver, não é da sua conta!
- Entenda que isso é um caso resolvido há mais de uma semana. Aconteceu e você não tem culpa. O japonês já se demitiu, assumiu o erro.
- Mas eu podia ter feito mais alguma coisa... – ela mal conseguia pensar, tal era sua confusão mental – O Neville confiava em mim...
- Você não precisa da amizade do Longbottom. Porque ele teria acreditado na sua palavra se merecesse esse drama todo! – revoltado, a largou e encostou-se emburrado na cama.
- Você nunca vai entender o que é uma amizade, Draco! Você não sabe o que é remorso! Não tem noção nenhuma de responsabilidade, de bem querer, de união! Nem família de bem você teve pra entender o que o Neville sentiu! Quem aprende a passar por cima dos outros, como sua querida mamãe...
- Se o problema é esse, pare essa merda de choro.
Os olhos cinzas pareceram mais sombrios que outrora. Gina conhecia aquele olhar, e tinha consciência de que fora longe com sua declaração infestada de raiva. Não suportava ouvir Draco falar mal de Neville, Rony, Luna, sua família. De Harry ela já se conformara, pois o amigo poderia morrer três vezes e de formas mais cruéis, porém Draco nunca acharia bom o bastante para cessar os elogios a ele.
Arrependida, engatinhou-se até ele e buscou novamente seu olhar. Sua resposta foi simplesmente o barulho incômodo do desaparatar, vendo apenas as paredes claras do quarto mal iluminado.
