O Primeiro Amor De Tiago Potter

Capítulo 1 – O Começo

Uma mulher alta, magra, de cabelos negros segurava a mão de um menino de uns dez anos, cabelos negros arrepiados e óculos redondos pretos. Estavam cercados por outras crianças e adultos.

"Tiago, meu filho" Disse Liz Potter "Tome cuidado, e não fale com os Malfoy. Comporte – se e não se meta em encrencas. Obedeça...".

"Ao professor Dumbledore e ao diretor ou diretora da minha casa. Sei, mamãe, já sei!" Disse Tiago, ansioso.

"Cuide – se" Liz beijou o rosto do filho e Tiago subiu num vagão. Lá estavam um menino de cabelos vermelhos lendo um gibi; um menino de cabelos pretos oleosos e um menino de rosto redondo.

"Oi" disse Tiago.

"Oi" Disse o menino de cabelos vermelhos e de rosto redondo.

"Tiago Potter"

"Arthur Weasley" disse o de cabelos vermelhos.

"Frank Longbottom. E Severo Snape" disse o rosto redondo.

"Oi" sorriu Tiago. Severo nada falou.

A porta do vagão se abriu e por ela entraram duas meninas: uma magrinha de olhos verdes e cabelos acaju. Sua companheira era mais baixa, de olhos e cabelos castanhos. Logo atrás, apareceu um menino loiro de olhos azuis e rosto fino.

"Oi! Podemos sentar? Tudo cheio" disse a de cabelos acaju.

"Claro!" Disse Tiago "Eu sou Tiago, esses são Arthur, Frank e Severo".

"Sou Lílian Evans" disse a que falou primeiro.

"Molly Carter" disse sua companheira, timidamente.

"Malfoy!" Severo manifestou – se pela primeira vez. Os outros viraram o rosto para Severo e o viram fitando o garoto loiro, que, por sua vez, engolia a garota de cabelos acaju com os olhos.

"Ah!" Disse Molly "Esse é Lúcio Malfoy, filho de Oliver Malfoy".

"Vamos sair daqui, Severo" disse Lúcio "Não devemos mesclar – nos com sangues ruins".

Tiago, Arthur, Frank e Molly empalideceram. Severo e Lúcio riam – se das expressões dos outros. Já Lílian, filha de trouxas, olhava – os sem compreender. Ela lançou um olhar confuso a Molly.

"Lílian..." disse Molly ofegante de susto "Sangue ruim é a pior ofensa que um bruxo pode receber".

"Ah!" Disse Lílian, surpresa. Lúcio e Severo desapareceram depressa, pois estavam em desvantagem numérica. Se os outros decidissem reagir, estariam com problemas.

Os garotos logo acolheram mais outros em seu vagão: Sirius Black, os gêmeos Remo e Renata Lupin e Pedro Pettigrew. Sirius era bagunceiro e gozador. Renata era uma menina esperta, de cabelos negros e olhos azuis. Remo era magrinho, de olhos escuros e cabelos castanhos. Pedro era baixinho, franzino e assustadiço.

Chegaram a Hogwarts e desceram, misturando – se à massa de alunos. Um homem imenso chamava:

"Alunos do primeiro ano, sigam – me! Rúbeo Hagrid!".

Frank, Tiago, Arthur, Molly, Lílian, Sirius, Remo, Renata e Pedro dividiram – se em três barcos: em um, embarcaram Lílian, Tiago, Molly e Arthur. Remo, Renata, Sirius e Frank ocuparam o outro. Pedro ficou num terceiro barco, ao lado de Lúcio, Severo e Vitório Crabbe.

Após meia hora de travessia, desembarcaram e foram entregues por Rúbeo a uma mulher de cabelos presos em um coque, olhar severo e óculos, professora Minerva MacGonagall.

O Professor Flitwick, um anãozinho, trouxe um banquinho e um velho chapéu esfarrapado. Em outros tempos, devia ser feito de feltro preto. Agora, não tinha cor definida. A Profa. MacGonagall desenrolou um pergaminho grande e muito branco.

"Black, Sirius".

Sirius deu um passo adiante e sentou – se. O Chapéu foi colocado em sua cabeça e logo falou, a voz fininha e esganiçada:

"Grifinória!".

A mesa na extrema esquerda irrompeu em vivas e Sirius correu até lá. A cerimônia foi correndo até que chegou a vez de...

"Carter, Molly!".

Molly correu para o banquinho, com o rosto rosado de vergonha, e sentou – se. O Chapéu ficou uns quinze segundos sobre a cabeça castanha de Molly e berrou:

"Lufa – lufa!".

A mesa à esquerda da mesa da Grifinória irrompeu em vivas, e Molly sentou – se ao lado de um garoto hindu, que apresentou – se como Eddie Patil.

Algum tempo depois, Lílian foi chamada. O Chapéu mal tocou sua cabeça e berrou:

"Grifinória!".

Ela sentou – se ao lado de Sirius. Frank foi para a Lufa – Lufa; Tiago, Arthur e Remo para a Grifinória; Renata para a Corvinal, Pedro, Severo e Lúcio para a Sonserina.

Os meses correram rápido demais. A turminha de Tiago era inseparável, e agora estava acrescida de dois novos membros: além de Tiago, Lílian, Molly, Arthur, Sirius, Frank, Pedro, Remo e Renata, também estavam as gêmeas Nimue e Nathalie Bordeline.

As férias de Natal vinham se aproximando e Tiago fez questão de ficar, pois Lílian não iria para Londres. Os pais dela iriam visitar a irmã trouxa, Petúnia, no internato. Remo e Renata ficaram por diferentes razões: uma tia que eles não suportavam iria visitar os pais deles. Sirius ficou para fazer companhia a Tiago, Lílian, Remo e Renata; Severo ficou também. Lúcio, Molly, Arthur, Nimue, Nathalie, Frank e Pedro foram para casa.

Naquela manhã fria e nevada, Tiago, Lílian e Sirius estavam no salão comunal. Lílian escrevia uma carta para sua mãe, a ser mandada do jeito trouxa, pelo correio. Sirius e Tiago armavam uma brincadeira para cima de Severo, aproveitando a viagem de Nimue, apaixonada pelo sonserino.

"Que tal tentarmos afogá – lo no lago?" Sirius propôs. "Aquele desgraçado merece, me entregou para o professor Locke, na prova de Poções. Eu o esgano!".

"Sirius, está doido? Se nós afogarmos Snape, somos expulsos e Nimue vai atrás da gente até no inferno!" Disse Tiago, afastando – se. Sirius estava ficando chato com aquela mania vingativa contra Severo.

"Eu sei... Vou dizer a ele que, para parar o Salgueiro Lutador, é só ele apertar o nó!" Sirius falou, com um ar vingativo.

"Terminei!" Lílian falou alto "Vou pedir ao professor Dumbledore que entregue a carta ao correio!".

"Por que não manda via coruja?" Perguntou Sirius.

"Meus pais foram visitar Petúnia no internato, não tem como as freiras receberem a carta via coruja!".

Sirius assentiu, tranqüilo. A Mulher Gorda apareceu e disse:

"Grifinorianos, almoço!".

Os professores já estavam todos devidamente instalados. O jantar era peru, farofa, tortinhas de abóbora e caramelo, creme de chocolate e mousse de morango com chocolate.

O almoço correu tranqüilo. De tarde, Tiago passou por perto da biblioteca e ouviu Sirius falar:

"Sabe, Snape... Descobri como parar o salgueiro lutador!".

Tiago viu os olhos escuros de Snape brilharem e parou, gelado.

"Aperte um nó na segunda raiz da esquerda para a direita" Sirius continuou. Tiago viu Severo sair correndo para onde o salgueiro lutador ficava e não teve dúvidas: correu atrás do sonserino. Enquanto isso, amaldiçoava até a quinta geração do amigo. Onde Sirius estava com a cabeça?

Lílian estranhou ver Severo correr para fora, seguido por Tiago, mas o amigo puxou – o rapidamente pela mão e explicou tudo. Lílian ficou mortalmente pálida e seguiu Tiago. Eles viram Snape tentar apertar o nó, ser atingido por um ramo da árvore e desmaiar.

"Oh, Deus, vamos correr! Severo vai ser morto!" Lílian gemeu, quase em pânico.

"Eu mato Sirius! Eu juro que mato!" Tiago sussurrou e disparou para onde Severo estava. Tomando muito cuidado, ele apertou o nó e o salgueiro lutador parou. Tiago fez um sinal e Lílian correu até eles, os cabelos acaju ao vento.

'Ela é tão linda!' Pensou Tiago 'Com esses cabelos acaju, esses olhos tão verdes e esse sorriso... O que eu estou pensando! Estúpido!'.

Lílian conjurou macas e eles levaram Severo até a enfermaria. Madame Pomfrey garantiu que Severo estava bem, mas teve que contar a Dumbledore o que Sirius tinha feito.

Sirius Black foi punido com uma detenção – ajudar o professor Lime, de Aritmancia, a polir seus troféus de mais belo sorriso da Inglaterra –, perdeu valiosos 35 pontos e recebeu um berrador de seu pai. Dumbledore convocou – o a sua presença, e Sirius teve que suplicar por sua permanência em Hogwarts. Dumbledore ficou com pena, e permitiu.

No Natal, no entanto, a pilha de presentes de Sirius estava do tamanho de sempre. A de Lílian estava alta, assim como a de Tiago.

Lílian ganhou uma caixa de balas de Frank, um buquê de flores de Pedro (Tiago ficou uma fera); uma escultura de Arthur. Tiago lhe deu chicles de baba bola de Hogsmeade. Sirius, um chapéu invisível. Molly presenteou – a com presilhas de cabelo. As gêmeas Bordeline deram uma grande caixa de maquiagem mágica, e os gêmeos Lupin um livro sobre herbologia – a matéria predileta de Lílian.

Na tarde do Natal, no entanto, Lílian recebeu um grande pacote envolvido em papel camurça e celofane. Abrindo – o, viu que era A Caixa Presente Especial da Dedosdemel. Chicles de baba bola, picolés ácidos, feijões de todos os sabores, sapinhos de caramelo e chocolate formavam a caixa. Entre os doces, um envelope cor de creme sobrescrito para ela. Lílian abriu – o, curiosíssima.

Lílian, feliz Natal.

Saiba que você é a menina mais encantadora da Escola de Bruxos e Bruxedos Hogwarts. Um beijo do seu...

Admirador Secreto

Tiago chegou da prática de quadribol pouco depois, e encontrou Lílian absorta, examinando a caixa. Quando se aproximou e viu os doces, Tiago sussurrou baixinho:

"Uau!" Lílian, ouvindo – o, virou – se para trás e assustou – se ao reconhecê – lo.

"Tiago, faz tempo que está aí?" Ela perguntou, com um sorriso límpido no rosto. Suas bochechas estavam da cor do fogo e ela parecia sem jeito. O envelope estava a seu lado, e Tiago apanhou – o depressa, risonho.

"Não. De quem é?" Tiago abriu o envelope, leu o bilhete e o riso desapareceu de seu rosto. Ele empalideceu mortalmente "Quem é ele, Lílian?".

"Quisera eu saber. Quer um sapinho?" Lílian sorriu, vermelha.

"Posso amassar?".

"Fique à vontade. Sirva – se" Lílian acalmou – se. Com certeza, a caixa era presente de Dumbledore. Em minutos, os dois devoraram os doces da caixa. Quando Tiago subiu, no entanto, Lílian recolheu o papel amassado e alisou – o cuidadosamente.

Os amigos de Lílian e Tiago que haviam viajado voltaram, e Lílian, depressa, reuniu Nimue, Nathalie, Molly e Renata. Lílian leu a mensagem para as meninas, e ficaram alvoroçadas. Nimue falou:

"A Caixa Presente Especial é bem cara. Quem a comprou deve ser rico. E não foi Dumbledore. Isso eu tenho certeza. Só se... Não pode ser!".

"Não pode ser ele!" Renata falou, horrorizada.

"Ou é ele, ou um dos asseclas dele" Nimue sorriu.

"Ele quem?" Molly, Lílian e Nathalie perguntaram, juntas.

"Lúcio Malfoy" Renata sussurrou. Nimue e Renata ouviram um "oh" coletivo de surpresa.

"Tá brincando! Malfoy me odeia! Só falta me bater, quando dá de cara comigo!" Lílian falou, boquiaberta.

"Quem sabe, Li" Molly sorriu, romântica "Isso não é para camuflar a paixão que ele tem por você".

"Ora, Molly, vá tomar banho" Lílian reagiu, furiosa.

"Mas pode ser verdade!".

"O que pode ser verdade?" Disse Tiago. Nimue ia contar, mas Lílian tapou – lhe depressa a boca e sorriu.

"Nada, Tiago. Não ligue, são coisas de menina!".

"Você é uma péssima mentirosa. Fale a verdade" Remo apareceu, assustando ainda mais as meninas.

Lílian, Molly, Nimue, Nathalie e Renata entreolharam – se.

Lílian estava vermelha e sem jeito. Como contar a Tiago que Malfoy era suspeito de lhe dar a caixa? Nathalie percebeu o constrangimento da amiga, e começou a falar.

"Bom, a Lílian recebeu uma coisa cara de presente de Natal".

"É, bem cara" disse Nimue.

"E ela não sabe de quem ganhou" disse Molly.

"Que coisa?" Disse Remo, curioso.

"A Caixa Presente Especial da Dedosdemel" Tiago falou, começando a se irritar.

"Nossa, que caro!" Remo assombrou – se. Tiago deu um olhar furioso a Lílian

"Eu contei a elas" Lílian falou sem encarar Tiago.

"E Nimue acha" disse Renata

"Na verdade, eu e Rena achamos" disse Nimue.

"Que só alguém milionário poderia dar a caixa à Li" disse Renata.

"Pensei primeiro em Dumbledore" Lílian falou depressa, para acalmar Tiago.

"Mas Dumbledore não pode presentear alunos, isso seria favoritismo" disse Remo, prontamente.

"Sabemos disso, Remo" falou Renata, com uma paciência de Jó.

"Então passamos a pensar em alunos de Hogwarts" Molly falou, desconfortável.

Fez – se silêncio por um instante. Tiago começou a ficar vermelho e seus olhos brilhavam furiosamente. Lílian começou a ficar com medo. Tiago não era um monge budista, mas também não o enfurecesse, porque ele perdia o controle.

"Eu sei quem vocês pensaram" Tiago gaguejou, começando a tremer em fúria.

"Calma Tiago" Lílian choramingou.

"Quem?" Disse Remo.

"Está óbvio, Remo" disse Tiago.

"Para mim não" respondeu Remo.

"Está bem, se quer saber mesmo...".

"Não conte, Tiago, por favor!" Lílian desesperou – se.

"Ele tem que saber, assim como eu, você, Molly, Nathalie, Nimue e Renata sabemos".

"Oh, droga!" Lílian sussurrou "Então conte".

"Elas pensaram em Lúcio Malfoy!".

"O quê?" Remo gemeu, horrorizado. "Lúcio Malfoy? Oh, meu santo Deus!".

Tiago estava tão furioso, que disparou do lugar onde as meninas estavam. Lílian desesperou – se, pois sabia para onde ele iria. O corujal. As meninas tentaram impedí – la, mas Remo impediu – as. Lílian estava desesperada, e precisava acalmar Tiago.

"Tiago!" Lílian berrou em pânico, enquanto corria atrás dele "Por favor, não faça isso!".

"O que vai me parar?" Ele gritou de volta.

"Eu!".

"Você? Vai me parar? Por quê? Não vou matar seu namorado, Lílian Evans. Ele vai estar bem vivo, para que você se despeça dele antes que o pai dele o mate" Tiago falou, tão fria e ironicamente que Lílian, tão doce e tranqüila (até um pouco pateta), se enfureceu.

"Não seja idiota! Nunca pensei que eu veria um homem tão enfurecido por causa de um presente estúpido".

"O quê?".

"É verdade. Você se enfureceu porque eu ganhei um presente que dividi com você. Se eu fizesse questão do presente, teria comido os doces sozinha. Mas não. Dividi com você e com nossos amigos! Eu não quero nada com Malfoy. Nem com sonserino nenhum".

"E por que não? Ele é rico e bonito".

"Primeiro, ele é sonserino. Segundo..." Lílian corou até a raiz dos cabelos "Eu amo outro".

"Quem?" Tiago disse, trêmulo.

"Ninguém especial" Ela reagiu, vermelha. Ele se aproximou dela e suplicou:

"Diga, Li, por favor".

"Oh, bom Deus" Ela sussurrou. Abaixou os olhos, sem jeito. Tiago ergueu seu rosto pelo queixo e sussurrou:

"Li...".

"O quê?" Ela sussurrou também.

"Eu te amo".

Ela prendeu o fôlego, pega de surpresa. Depois abriu um sorriso, enchendo Tiago de esperança. Lílian ergueu o rosto, fitou – o de frente e abraçou – o pelo pescoço, enquanto Tiago abraçava – a pela cintura.

"Que bom ouvir isso de você, Tiago Potter".

"Por quê, Lílian Evans?" Ele ergueu uma sobrancelha.

"Porque eu te amo também".