CAPÍTULO 1 – Um rebelde incomoda muita gente, uma escola de rebeldes incomoda muito mais.

30/Julho/1991 Rua dos Alfeneiros No. 4, pouco depois de meia-noite

"Senhor Hagrid, o senhor não precisava ter vindo até aqui e destruir nossa porta. Nós recebemos a carta de Hogwarts. Aliás, recebemos centenas delas. Não sei por que insistir tanto, e sabendo que eu moro com pessoas normais em um bairro normal, essa quantidade de corujas à nossa volta ficou muito estranha." Explicou o garoto com a cicatriz em forma de raio na testa. "Agradeço sua visita, mas não tenho intenção de estudar em Hogwarts. Só não os avisei antes porque vocês não facilitaram em nada para alunos que moram em casas normais como eu... nenhum telefone para contato, endereço para correspondência normal, nem mesmo uma caixa postal. Eu não tenho uma coruja e nenhuma das que aqui estiveram parou tempo bastante para que eu pudesse mandar minha resposta."

Hagrid não conseguia acreditar no que estava ouvindo. Não querer ir a Hogwarts? Hogwarts era sua vida, ele simplesmente não conseguia imaginar alguém, e mais ainda o último dos Potters, recusar a oportunidade, por isso tentou novamente.

"Mas... Harry, você é um bruxo! Um bruxo famoso em nosso mundo. É claro que você deve ir a Hogwarts. Seus pais..."

"Meus pais morreram quando eu era pequeno demais. Não tenho lembranças deles. Tudo o que sei deles é o que minha tia pôde contar e o que descobri nos diários de minha mãe. Sabia que ela passou o tempo todo dela em Hogwarts sendo maltratada por ter pais normais? Sabe o número de vezes que ela desejou abandonar tudo e regressar ao mundo normal? Eu não quero nada com esse povo preconceituoso e esnobe! Eu já tenho meu futuro planejado e garanto que não envolve nenhuma relação com essa sua sociedade!" retrucou o garoto com veemência.

Harry então pegou uma carta endereçada à Minerva McGonagall, diretora substituta da Escola de Magia e Bruxaria Hogwarts, que ele tentara enviar sem sucesso de várias formas, e entregou ao gigantesco homem à sua frente.

"Aqui está minha resposta, senhor Hagrid. Lamento que tenha perdido sua viagem. Sugiro que encontrem uma forma mais simples para que pessoas normais possam contatá-los no futuro."

30/julho/1991, Grande Hall de Hogwarts, durante o almoço

"Tem certeza de que não quer mesmo que eu visite o pequeno Potter, Alvo?" perguntou Minerva a seu superior.

"Não se preocupe, Minerva. Eu cuidarei pessoalmente desse assunto. Por favor, marque a presença de Harry como confirmada" respondeu o diretor.

01/setembro/1991, Grande Hall de Hogwarts, à noite

Minerva encerrou sua participação no sorteio de casas para os novos alunos, vendo Zabini dirigir-se para a mesa de Sonserina, e tendo pulado um dos nomes, a pedido de Dumbledore. Ela virou-se então para o velho mago, pedindo instruções sobre o que fazer agora, mas ele limitou-se a apontar para a cadeira vazia a seu lado, convidando-a a sentar enquanto ele levantava-se para falar aos alunos.

"Temos ainda um último aluno para ser selecionado a sua casa em Hogwarts. É com prazer que lhes apresento... Harry Potter." Disse ele enquanto usava sua varinha para abrir uma porta ao lado da mesa dos professores e fazer um pequeno garoto de cabelos negros revoltos flutuar até o banquinho, onde foi colocado sentado e com o chapéu seletor sobre sua cabeça.

'Hum, onde estará a mente desse garoto?' Harry ouviu em sua cabeça, se bem que 'ouvir' não era a palavra certa aqui, era uma forma de sentir diferente de tudo o que ele já havia experimentado.

Não recebendo nenhuma resposta do menino, o chapéu resolver tentar um truque simples para obter alguma reação dele que indicasse em qual casa coloca-lo.

'Sabe, Alvo não está nada contente com seu comportamento, recusando vir a Hogwarts e tudo. Você deve ter muita coragem para desafiá-lo assim tão abertamente. Tal coragem seria típica dos alunos de Grifinória.'

O chapéu esperou, atento a qualquer reação do menino, mas não encontrou nenhuma, então prosseguiu.

'Não é tarefa fácil para alguém tão jovem conseguir se esconder de mim como você está. E vivendo com trouxas, sem contato com o mundo mágico? Notável! Você deve ser um gênio mirim para ter aprendido tanto sozinho. Nesse caso Corvinal seria o lugar ideal para você, eles prezam o conhecimento acima de tudo, sabe?'

De novo o chapéu esperou, e de novo não notou nenhuma reação do menino.

'Bem, você é duro na queda, garoto. Tamanha determinação e vontade de provar seu valor certamente assegurariam um lugar em Sonserina. É a casa ideal para as pessoas ambiciosas e que não medem esforços para obter o que desejam.'

Depois de outra espera infrutífera, com os alunos e professores aguardando ansiosamente o desfecho dos fatos, curiosos com a demora na seleção, o chapéu resolveu fazer uma escolha por si mesmo.

'Vejamos, terei que escolher entre essas três casas. Não há como colocar alguém como você em Lufa-Lufa.'

'Onde?' respondeu finalmente o garoto.

'Lufa-Lufa' repetiu o chapéu, feliz que finalmente obtivera algum contanto.

'Onde?' repetiu o garoto. 'Fale alto, não consigo ouvi-lo.'

"LUFA-LUFA" gritou o chapéu e o menino, antes que o chapéu pudesse se dar conta do que ocorrera, levantou-se, depositou o estranho artefato no banquinho e correu para a casa assinalada, que estava pasma com o resultado da seleção.

Sentando-se, o garoto olhou para a mesa dos professores, e ficou feliz com o olhar estupefato deles, e ainda mais com a expressão enfezada do diretor. 'Ótimo' pensou ele, 'Vamos ver quanto esse bode velho aguenta antes de me expulsar. Ele vai aprender de um jeito ou de outro a respeitar as pessoas e a não raptar mais ninguém.'

02/setembro/1991, manhã, Hogwarts

"Quer dizer então que há mais de quarenta anos Lufa-Lufa não ganha a Copa das Casas?" perguntou Harry para confirmação.

"Não." Respondeu a ruivinha à sua frente. "Mas quem sabe você possa mudar isso agora, afinal você é o famoso Menino-que-Sobreviveu."

"Oh, não conte com isso esse ano. Estou aqui contra minha vontade, e farei tudo que puder para que me mandem embora. É melhor que nem percam tempo tentando ganhar pontos, porque vou provavelmente perde-los muito rápido."

"Como assim, contra a vontade?" perguntou um aluno mais velho um pouco mais afastado.

"Simples. Eu tinha planos de ir para outra escola, por isso recusei o convite de Hogwarts. No entanto, seu renomado diretor, aquele velhinho com sorriso de papai Noel, mas maneira de ditador resolveu simplesmente raptar-me e trazer-me aqui à força."

Aquilo chocou a todos ao redor, mas já não havia mais tempo para conversas. A primeira aula estava para começar, e todos se retiraram apressadamente. Todos exceto Harry, que terminou com calma seu desjejum e foi para a biblioteca, ver o que havia de interessante por lá.

Foi lá que uma irada professora McGonagall encontrou-o hora e tanto mais tarde.

"Senhor Potter, o senhor não está na sala de aula!"

"Senhora McGonagall," respondeu o menino no mesmo estilo, "a senhora está correta!"

"Vinte pontos serão retirados de Lufa-Lufa por sua ausência em classe, mais dez por sua resposta desrespeitosa, e detenção hoje à noite em meus aposentos. Agora acompanhe-me!"

"Não" respondeu calmamente o menino, enfezando ainda mais a diretora substituta.

"Como assim, não? Eu estou ordenando, senhor Potter" retrucou ela.

"Estou bem aqui, e aprendendo mais do que se estivesse em aula. De qualquer modo, você já retirou pontos pela minha falta, de modo que não há motivo para acompanha-la à classe, já que seria injusto punir-me duas vezes pela mesma falta."

"Não lhe dei autorização para tratar-me informalmente, e espero obediência quando lhe dou uma ordem, senhor Potter. Mais vinte pontos e outra detenção!"

"Que, como a primeira, eu não irei cumprir" assegurou o menino, sorrindo maliciosamente para a professora.

"Sabe que pode ser expulso se faltar a uma detenção sem motivo, senhor Potter?" perguntou Minerva.

"Oh, por favor, expulse-me já então" pediu o garoto, fazendo uma carinha de cachorrinho sem dono.

Minerva parou estupefata. O menino queria ser expulso? Estranho! E como Alvo fizera para convencê-lo a vir para Hogwarts? Algo não estava certo ali, e ela decidiu que era hora de Dumbledore oferecer algumas respostas, antes que ela agisse precipitadamente e causasse a partida do garoto já no primeiro dia de aulas. Confusa e irritada, ela virou-se e caminhou a passos rápidos para o gabinete do diretor, abandonando o menino sem mais explicações.

Pouco depois, gabinete do diretor

"VOCÊ O QUÊ?" gritou Minerva, ao ouvir que Dumbledore havia simplesmente trazido o garoto à força para Hogwarts.

"Não havia outra opção, Minerva. Tentei todas as formas para persuadir o garoto a estudar aqui, mas ele foi irredutível. Harry Potter é importante demais em nosso mundo, não podemos permitir que ele se vá."

"Mas, Alvo, ele vai tentar fugir..."

"Ele já tentou três vezes durante a noite. Não se preocupe, ele está sendo monitorado e será capturado sempre que deixar o castelo sem permissão."

"Ele fará de tudo para ser expulso! Aliás, já começou a fazer."

"E nós não o expulsaremos. Não se preocupe, já tenho um plano para força-lo a assistir as aulas que porei em prática amanhã na primeira aula do dia. Deixe-o aproveitar o dia de hoje para conhecer o castelo. Essa rebeldia dele é temporária, Minerva. Logo ele verá seus companheiros usarem magia, e estará fisgado. Não há como uma criança tão jovem e curiosa não se interessar pela magia. E talvez tenha sido para o Bem Maior que ele tenha sido selecionado em Lufa-Lufa. Logo ele fará amizades, e tudo se resolverá."

"Não sei, Alvo, realmente não sei. Espero que você esteja certo, mas acho que o senhor Potter pode muito bem terminar de tornar grisalho meu cabelo antes de ajustar-se a Hogwarts."

"Harry é apenas uma criança mimada que precisa ser corrigida. Nós iremos educa-lo. Por favor, convoque uma reunião com os professores para depois do jantar. Preciso orientá-los sobre como proceder com o garoto."

03/setembro/2016, Grande Hall, manhã

"Que estranho!" declarou Susan Bones a Harry após receber uma carta. "Recebi uma resposta de minha tia Amélia sobre a carta que enviei ontem. Ela respondeu a todos os tópicos, exceto ao fato de você estar aqui contra sua vontade. Ela é chefe do Departamento de Execução da Lei Mágica, ela certamente deveria ter dado importância a seu caso, Harry."

"Será que sua carta foi censurada?" perguntou Sally-Anne a seu lado.

"Como faremos para avisá-la, se eles estiverem monitorando a correspondência?" perguntou Ana Abbot.

"Parece que não poderei contar com ajuda externa" respondeu Harry. "Mas não se preocupem, fico feliz de contar com o apoio de vocês aqui."

"É o mínimo que podemos fazer" comentou Ernie. "Rapto é crime. Você não deveria estar aqui contra sua vontade."

"Vai assistir alguma aula hoje, Harry?" perguntou Megan curiosa.

"Não se eu puder evitar. Vejo vocês no almoço" respondeu o garoto de olhos verdes, vendo seus novos amigos partirem.

Harry estava feliz com sua escolha de casa, e não entendia como Lufa-Lufa podia ser tão mal vista por todos. Bastou explicar sua situação a eles à noite para imediatamente obter o apoio de toda a casa para sua situação. Aquele era um grupo muito unido e cooperativo de pessoas, com um forte senso de justiça e solidariedade. Tudo o que eles precisavam para brilhar era de um bom líder e, se Harry não conseguisse arranjar um jeito de livrar-se de Hogwarts logo, ele estava propenso a tomar o papel de líder para si.

No entanto, seus pensamentos nessa direção tiveram uma pausa causada pelo diretor.

"Harry, meu garoto, por favor, acompanhe-me até sua sala de aula."

"Não, obrigado" respondeu ele, preparando-se para um longo debate.

"Lamento muito, meu garoto, mas você não tem opções aqui" respondeu Dumbledore usando sua varinha para petrificar e flutuar o menino à sua frente. "Sua rebeldia já não é mais aceitável. Sei que pode parecer que minhas ações estão sendo um pouco drásticas, mas no futuro você compreenderá e irá me agradecer."

"Se acha que vou cair na síndrome de Estocolmo está muito enganado, diretor."

"O que é síndrome de Estocolmo, Harry?" perguntou Alvo curioso.

"Se acha que algum dia irei perdoá-lo pelos crimes de invasão de propriedade, rapto e cárcere privado, está muito enganado, criminoso." Respondeu Harry sarcasticamente. "Vai também me torturar?"

"Não, diretamente não, com certeza, mas se persistir com esse comportamento inaceitável eu talvez precise tomar algumas medidas desagradáveis" respondeu o diretor. "Espero que não precisemos chegar a esse ponto. Você manifestou seu interesse em estudar, Harry. Hogwarts é uma das melhores escolas de magia do mundo. Você pode aprender muito aqui. Ah, chegamos!"

E aquilo marcou o início de uma rotina desagradável para Harry, com Dumbledore flutuando o menino a cada sala de aula, silenciando-o e restringindo-o ao seu assento pelo período de cada aula. Nos períodos sem aula, Harry ficava confinado à biblioteca, com um feitiço impedindo-o de sair do recinto antes do prazo. Não havia como forçar o garoto a prestar atenção ou fazer seus deveres exceto pelo imperdoável feitiço Império, mas Alvo esperava que, sendo confinado em classe com seus pares, o menino viesse a participar das aulas, quando muito como remédio contra o tédio.

05/setembro/2016, manhã, Laboratório de Poções

Uma falha no plano de Alvo foi não levar em conta a animosidade de seu professor de poções contra os Potters. Severo Snape não acreditou que um primeiro-anista seria capaz de criar-lhe qualquer dificuldade em classe, e por outro lado estava ávido para que o menino lhe desse qualquer chance de castiga-lo com rigor, por isso, tão logo o diretor saiu da sala, Snape cancelou os feitiços mantendo o garoto silencioso e restrito, e usou já a própria chamada para atacar a nova 'celebridade'.

Por uma estranha mudança de horários de última hora, Lufa-Lufa tinha o desprazer de compartilhar a classe com os alunos de Sonserina, que os tratavam com imenso desprezo como um grupo de bobos perdedores. O pior é que o professor, que deveria por um ponto-final à zombaria, antes incentivava e participava no escárnio.

Harry ouviu calado e calmo a todas as provocações que Snape e os sonserinos fizeram à ele; calado mas não tão calmo quando as provocações atingiram seus pais; e finalmente calado mas furioso quando os atacados foram seus novos amigos em Lufa-Lufa.

Quando Snape posicionou-se diretamente à sua frente, olhando-o de cima para baixo com um sorriso sarcástico, Harry passou a procurar por algo que pudesse fazer contra aquela abominação que dava péssima fama ao título de 'professor'. Infelizmente o malévolo morcego gigante estava com sua varinha na mão, e poderia reagir rapidamente a qualquer ataque do garoto, a menos que...

"Oh, essa é uma questão difícil, senhor Malfoy" disse o 'professor', virando-se para o andrógino elitista que era tratado como uma espécie de príncipe pelo seboso vampiro das masmorras, "Se a idiotia de Potter é resultado de sua péssima genética ou influência dos trouxas com quem viveu todos esses anos é uma questão que... AHHHHH!"

O garoto chegara a seu limite, e aproveitou a chance do professor estar de costas para ele com o braço direito apoiado em sua mesa. Pegando sua faca do kit de poções, o garoto colocou todo seu peso e força em um golpe de cima para baixo no braço daquele ser desprezível. A faca passou entre o rádio e a ulna facilmente, ficando enfincada na madeira da mesa, prendendo firmemente o braço do pretenso professor.

Harry aproveitou a gritaria e pânico para tomar a varinha do professor e quebra-la, e rapidamente fugir do local. Se um ataque direto a um professor não garantisse sua expulsão, nada o conseguiria. Mas Harry não confiava no bode velho que o raptara, e achava que tempos ainda mais difíceis para ele estavam por vir.

05/setembro/1991, gabinete do diretor, início da tarde

"Ah, meu garoto, que decepção vê-lo ceder à tentação das reações violentas!" começou Dumbledore.

"De fato, diretor, é uma decepção ver um adulto abusar tanto de crianças desprotegidas!" respondeu o garoto no mesmo tom de comiseração.

"Harry, estou falando de você e não do professor."

"Alvo, estou falando da aberração que você chama de professor e não de mim."

"Senhor Potter!" interveio McGonagall. "Trate o diretor com o devido respeito!"

"Senhor diretor!" retrucou o menino. "Trate o senhor Potter com o devido respeito!"

Os dois adultos no gabinete trocaram um olhar e suspiraram desanimados. Eles esperavam alguma rebeldia do garoto, já que o trouxeram para Hogwarts contra sua vontade, mas um ataque violento contra um professor? Há mais de três séculos não havia sido registrado um caso semelhante, e o aluno responsável fora imediatamente expulso. Só que expulsão era exatamente o que aquele menino queria, e o que Alvo de modo algum lhe daria.

"Harry, violência é um caminho perverso, que só leva a mais violência e ao lado negro da magia. Precisaremos tomar medidas drásticas para evitar esse caminho..." tentou novamente o diretor.

"Então vamos demitir o abusador seboso? O tipo de provocações que ele fez... tsk, tsk... uma vergonha realmente." Replicou o menino.

"Harry, eu falei com vários dos alunos presentes, e eles confirmaram que seu ataque foi totalmente..."

"Quantos deles eram de Lufa-Lufa?" interrompeu o menino.

"Isso não vem ao caso, Harry, a questão é..." tentou responder o diretor.

"Que você é um bode velho preconceituoso que não quer saber da verdade!" concluiu o menino com veemência, antes de fechar os olhos, colocar os dedos no ouvido e começar a cantarolar alto, recusando-se a cooperar.

05/setembro/1991, Grande Hall, jantar

Se Harry já conquistara a simpatia de seus companheiros em Lufa-Lufa com sua situação de refém, agora ele tinha também aliados em Grifinória e Corvinal, como a exuberante salva de palmas que recebeu ao entrar no Grande Hall para jantar o provou.

Dumbledore estava prestes a levantar-se e repreender os alunos por sua conivência com um ato de violência contra um professor, mas McGonagall o interrompeu com um único comentário.

"Alvo! Quer realmente ter toda a escola contra você nesse instante?"

06/setembro/1991, Grande Hall, manhã

Para consternação da maior parte dos alunos, Severo Snape, após recriar os nervos decepados pelo garoto, estava novamente presente ao desjejum, e Dumbledore estava no limite de sua paciência com o irado professor que queria por todo jeito uma chance de castigar severamente o menino antes de expulsá-lo da escola. Por segurança, o pequeno Harry não mais seria forçado a comparecer às aulas de Poções, e Severo, contrariado, acabou concordando em manter-se longe do garoto.

Mas os problemas de Dumbledore não paravam por aí. Seus professores já haviam partido para suas respectivas classes matinais e, apesar de já avisados por duas vezes, a maioria dos alunos de Hogwarts ainda permanecia alegremente conversando em suas mesas. E, para espanto do cansado diretor, isso incluía até mesmo alunos de Sonserina. Não que os sonserinos estivessem defendendo o garoto, apenas que eles eram favoráveis à sua expulsão pelo ataque a seu chefe de casa. Pela primeira vez na história da milenária escola, Hogwarts estava enfrentando uma rebelião geral dos estudantes, e Alvo não sabia o que fazer.

06/setembro/1991, Grande Hall, almoço

Dumbledore chegou correndo ao Grande Hall e respirou aliviado ao ver Quirino iniciando calmamente seu almoço. 'Menos mal', pensou ele, 'Voldemort não conseguiu a pedra. Mas onde estará ela? E com quem?'

Alvo acabara de rever as proteções colocadas para proteger a pedra filosofal, e fizera uma preocupante constatação: a pedra não estava mais no local onde ele a deixara.

O pior é que, exceto pela porta de acesso à primeira das proteções, o Cérbero que Hagrid batizara Fofo, não havia nenhum sinal de que alguém tivesse percorrido o caminho que ia do corredor proibido do terceiro andar à sala onde a pedra fora escondida. Se já não bastasse os problemas causados pelo pequeno Harry, agora mais esse ainda por cima! Por um momento Dumbledore sentiu todo o peso de sua idade centenária, e pensou se não seria hora de aposentar-se. Pena que não houvesse ninguém a quem ele pudesse confiar o futuro da sociedade mágica.

07/setembro/1991, Grande Hall, manhã

Após um dia inteiro sem aulas por recusa dos alunos em participar, Alvo estava feliz por ser sábado. Isso lhe daria dois dias para pensar no que fazer.

Como forma de punição pelo comportamento dos alunos o diretor selara as portas do Grande Hall de forma que os alunos passaram o dia todo ali, exceto pelas inevitáveis idas ao banheiro. Se Dumbledore contava com o tédio de não ter nada para fazer esmorecendo a determinação dos alunos, saiu bastante decepcionado.

O que se viu durante todo o dia foi a maior confraternização entre as casas na história de Hogwarts, tendo como centro a mesa de Lufa-Lufa e a figura do menino-que-sobrevivera. Até mesmo parte dos elitistas alunos de Sonserina participou da aventura, embora decididamente mantendo-se afastados dos grifinórios. Alvo viu com preocupação algumas das amizades que Harry estava travando, e chegou a pensar em forçar os alunos a permanecerem em seus lugares como punição adicional, mas após Severo ter sido abertamente ignorado ao fazer demanda semelhante, mesmo com a chuva de deduções de pontos e ameaças de detenções que se seguiram, ele achou por bem poupar sua já degradada imagem ao invés de tentar o mesmo sem boas chances de sucesso.

Mas os gêmeos Weasleys, a esperta demais para seu próprio bem Hermione Granger, as herdeiras das poderosas famílias Greengrass e Moon, o quieto mas preocupante Zabini, importantes famílias estrangeiras como os Chang, Li, Patil, Roskhov, Mounier, Zabarettos e Gutierrez; somando-se à sua amizade com a sobrinha de madame Bones e ao filho do importante banqueiro trouxa Finch-Fletchey, aquilo não parecia nada promissor para os planos do renomado diretor de Hogwarts, que sonhara com Harry Potter assumindo o típico papel de grifinório.

Mesmo sendo sábado, Dumbledore decidiu trancar as portas do Grande Hall após todos os alunos terem entrado para o desjejum. Fazia um lindo dia lá fora, certamente um dos últimos do curto verão escocês, e o diretor decidiu que perder a oportunidade de aproveitar um tal dia seria uma punição adequada para os seus rebeldes alunos. Pena que eles não pareciam importar-se muito, conversando como estavam com seus pares em outras casas, todos misturados, exceto pela metade da mesa de Sonserina mais próxima da mesa dos professores, onde os alunos mantiveram-se isolados e olhando com desdém, quando não ódio aberto, para a assombrosa miscigenação de seus pares com a 'gentalha' de Hogwarts.

As considerações de Dumbledore foram subitamente interrompidas pela chegada de madame Amélia Bones com alguns aurores, abrindo as portas do salão e rumando em direção à mesa de Sonserina, onde Susan estava sentada ao lado de Harry Potter. Alvo imediatamente levantou-se e postou-se no caminho da irritada senhora.

"Amélia, a que devemos a surpresa de sua visita? Gostaria de acompanhar-me até meu gabinete?"

"Não, Alvo, estou aqui para ver minha sobrinha..." começou a responder Amélia mas, ao finalmente localizar Susan e ver a garota apontando freneticamente para um menino a seu lado, completou "...e um amigo dela."

Dumbledore não precisava olhar ou perguntar para saber qual era esse amigo. Com certeza ele poderia usar o fato de ser o guardião mágico do garoto para proibir que ele acompanhasse Amélia, mas além de desrespeitosa essa atitude seria suspeita e poderia indispor Amélia contra ele, além do que ele não saberia o que elas discutiriam e não poderia contra argumentar de pronto. Tomando rapidamente uma decisão, ele convocou as duas crianças e guiou o caminho até seu gabinete. Amélia até tentou conversar sozinha com as crianças, mas Alvo jogou a carta do 'guardião interessado' para incluir-se na conversa. Assim que todos se acomodaram nas cadeiras oferecidas, Amélia iniciou o diálogo.

"Susan, por que não recebi nenhuma carta sua nos últimos três dias? Você prometeu escrever diariamente nas primeiras semanas."

"Eu precisava fazê-la vir até aqui para conversarmos, tia, já que o diretor andou censurando a correspondência" respondeu a menina.

"Alvo?" inquiriu Amélia, olhando irada para o diretor.

"Apenas foram censuradas informações acerca de Harry Potter. Como seu guardião..."

"Raptor, você quer dizer, não é?" interferiu o menino.

A conversa seguiu tensa por muitos minutos, enquanto Amélia descobria aos poucos que o menino-que-sobrevivera não queria estar em Hogwarts, mas fora forçado por Alvo e estava rebelando-se como podia contra o que chamava de crimes do ancião. Amélia simpatizava com a situação do menino, e estava satisfeita com a solução que a sua sobrinha encontrara para trazê-la a Hogwarts e a forma como defendia o menino, mas a lei era clara nesse ponto.

"Harry," disse ela ao menino. "Infelizmente, na posição de seu guardião legal, Dumbledore tem o direito de mantê-lo aqui, e não há nada que eu possa fazer, a menos que de alguma forma ele contrarie a lei."

O menino pensou por algum tempo, antes de perguntar: "E se o diretor viesse a morrer em consequência de um acidente, como ficaria minha situação?"

A pergunta dele chocou as três outras pessoas na sala. Alvo estava pasmo, e começou a retrucar em seu melhor tom bonachão: "Harry, você não pode estar pensando..."

Mas foi interrompido pelo garoto com um cínico "Quer apostar?"

07/setembro/1991, gabinete do diretor, tarde

Amélia realmente não podia interferir na situação específica em que Harry Potter se encontrava, mas uma escola confinada ao Grande Hall e sem aulas? Ela tinha certeza que Fudge gostaria de saber disso e não tardou em avisá-lo.

Dumbledore levantou-se lentamente, sentindo dores nos joelhos, apesar da almofada que conjurara para amenizar seu desconforto ao conversar com o Ministro da Magia pela lareira pelos últimos quarenta minutos. O teor da conversa tão desagradável quanto a posição em que a mantivera. Em resumo, Hogwarts estará funcionando normalmente na segunda-feira ou terá um novo diretor no dia seguinte.

Harry Potter era o principal líder do motim, e não estudar em Hogwarts era sua principal reinvindicação. Aqueles eram os dois pontos em que basear um plano.

07/setembro/1991, Grande Hall, noite

"Atenção! Atenção todos!" exclamou Dumbledore antes que o jantar começasse a ser servido.

"Apesar de contrariado, resolvi ceder à pressão que vocês alunos exerceram em prol de um de seus companheiros. Embora o resultado não me agrade particularmente, e eu considere que alguns excessos foram cometidos por parte de vocês, fiquei orgulhoso em ver que puderam esquecer por um momento suas diferenças pessoais e antagonismos para juntarem-se em prol de uma causa comum."

"Harry Potter não é mais um aluno de Hogwarts! Como podem ver, ele já não está mais aqui entre nós, e vocês não mais o verão ser carregado de uma sala de aulas para outra. Em resumo, vocês venceram! Amanhã então retomaremos normalmente nossas atividades, mas antes disso... sirvam-se!"

O diretor ouviu com um sorriso nos lábios a comemoração dos alunos, e contemplou contente o efeito que a falta de um líder carismático fazia sobre seus estudantes. Aos poucos os alunos, antes misturados pelas mesas, começaram a voltar para a mesa de sua própria casa. Enquanto isso, Alvo recebeu com felicidade os acenos cordiais de seus professores. Alunos e professores estavam satisfeitos, e não desconfiavam que Harry Potter não voltou para seu lar, mas encontrava-se confinado a aposentos em uma ala pouco utilizada do quinto andar.

08/setembro/1991, gabinete do diretor, manhã

Se Alvo Dumbledore esperava um domingo calmo e relaxante, com sua escola de volta à normalidade, decepcionou-se muito.

Seu mundo ideal começou a ruir tão logo chegou a correspondência. O Profeta Diário publicava, com manchete em primeira página, uma carta aberta de Harry Potter contando, em um ponto de vista bastante desfavorável, toda sua experiência com o mundo mágico e o diretor de Hogwarts em particular.

Mais ainda, embora o aluno rebelde tenha se recusado a participar das aulas, ele certamente prestara atenção ao que ocorria à sua volta e às reclamações dos outros alunos, e incluiu em sua carta pesadas críticas ao currículo, cursos e professores de Hogwarts.

A petulância daquele pirralho principiante, atacando e condenando práticas centenárias e apontando defeitos na escola que Alvo Dumbledore, Ordem de Merlin primeira classe, Bruxo Chefe do Wizengamot, Grande Feiticeiro da Confederação Internacional de Bruxos, dirigia há décadas! E com argumentos racionais e bem embasados, ainda por cima!

E tão logo as crianças começaram a ler o artigo, começaram novamente a mesclar-se em pequenos grupos conspiratórios que terminaram com a formação de um comitê com um prefeito de cada casa mais o casal de representantes do corpo discente exigindo uma reunião com ele. E eles queriam saber de um plano de implementação das mudanças que o menino-que-sobrevivera prescrevia, ameaçando greve imediata até que tal plano estivesse aprovado! E o prazo que Fudge lhe dera ainda correndo!

08/setembro/1991, residência dos Bones, manhã

Amélia terminou a leitura do Profeta Diário com um sorriso maroto nos lábios. O grande Alvo Dumbledore aparentemente encontrara um rival à altura! E na figura de um garoto de apenas onze anos, não mais! Admirável!

O mais notável é que o menino não havia se aproximado dela o suficiente para colocar a carta em seu bolso. Teria ele convencido Susan a fazê-lo? Parecia o mais provável, o que a deixava um pouco preocupada. O garoto era esperto, talvez até esperto demais, e sua sobrinha era uma menina ingênua com um longo histórico como fã do menino-que-sobrevivera. Amélia teria que vigiar de perto o relacionamento dela com o famoso garoto, para proteger o coração da sobrinha de alguma futura decepção. Talvez uma nova visita a Hogwarts precisasse ser marcada com urgência, Amélia precisava dar alguns conselhos a Susan, e explicar-lhe algumas 'diferenças'.

08/setembro/1991, borda da Floresta Proibida, início da tarde

Rita Skeeter estava nas nuvens, tamanha sua felicidade. Ela fizera uma aposta arriscada... e ganhara! Custara-lhe cobrar um favor de um Inominável, algo difícil de obter, mas os lucros mais que compensaram o preço. Ela conseguira contatar e entrar em acordo com o menino-que-sobrevivera, a maior fonte atual de notícias no mundo mágico britânico!

Tudo começara com uma carta do garoto chegando à redação do Profeta Diário, acompanhada de uma gota de sangue e um fio de cabelo para comprovar a sua autenticidade. Rita percebeu de pronto a oportunidade jornalística com que se deparava. Duas das mais famosas e importantes personalidades do mundo mágico estavam medindo forças, e ela queria saber e publicar sobre cada passo daquela disputa.

Ninguém a vira apropriar-se do fio de cabelo do menino, com o qual o Inominável sobre o qual ela conhecia alguns segredos foi capaz de localizar exatamente a posição do garoto dentro do labirinto tridimensional que era Hogwarts.

Dispensando seu relutante ajudante, Rita voou como besouro até a janela dos aposentos onde Harry Potter estava aprisionado, e conseguiu conversar com ele. Foi uma negociação dura, ela esperava encontrar um menino assustado e ingênuo, sedento pela oportunidade de contar seu lado da estória. Encontrou um pequeno rapaz calmo e racional, em perfeito controle das suas emoções e da situação.

Ainda assim o acordo que conseguiu foi vantajoso para ela. O garoto iria fornecer-lhe atualizações diárias sobre os acontecimentos na escola, na forma de perguntas e respostas que Rita prometeu publicar como entrevistas exclusivas sem nenhuma edição ou alteração por parte dela. Magoou-a ter que aceitar essa limitação, mas o garoto fez questão de que era isso ou nada. Como isso era tão melhor que nada...

09/setembro/1991, Grande Hall, manhã

Dumbledore não acreditava no que estava ocorrendo. Ele sempre tivera tamanha habilidade em controlar as massas com meias verdades e promessas vagas! Mas os alunos receberam seu pequeno discurso sobre possíveis futuras mudanças em Hogwarts com um desdém inicial que logo se transformou em vaias e protestos, terminando com a decisão pela greve geral de estudantes.

Se a situação já estava feia para seu lado, a entrevista de Rita Skeeter com Harry Potter no Profeta Diário revelando que o menino ainda estava confinado em Hogwarts foi o estopim para a revolta. Uma parte dos alunos agora marchava ao quinto andar, para libertar o garoto, enquanto outra parte criava interferência para deter os professores no Grande Hall. Será que esses alunos eram incapazes de compreender que estavam indo contra o Grande Bem Geral?

Enquanto isso, Harry Potter desfrutava de sua recém-adquirida amizade com os elfos de Hogwarts. Ele só descobrira sobre a existência dessas interessantes criaturinhas no dia anterior, quando uma delas apareceu para trazer-lhe comida e verificar suas necessidades. O menino imediatamente percebeu a importância de transformar em aliados aqueles seres capazes de fazer magia sem varinhas; saltar de um lugar para outro do castelo sem preocupar-se com banalidades como muros, portas fechadas e proteções mágicas; e uma infinidade de outros truques mágicos impressionantes.

Os elfos eram muito amistosos, e sentiram pena do menino trancafiado sozinho, revezando-se em fazer-lhe companhia e respondendo todas as suas perguntas sobre o mundo mágico e os próprios elfos em particular. Era tão difícil que um bruxo lhes desse atenção que os elfos ficaram muito felizes em ajuda-lo em tudo que podiam.

No entanto, naquela manhã sua aula sobre magia élfica foi interrompida pelo súbito aparecimento de vários outros elfos em enorme agitação.

"Mestre Harry Potter, senhor, Hogwarts precisa de herói e velho diretor ordenou não ser importunado. Hogwarts precisa de herói agora!" disse um deles.

"Mestre Harry Potter, senhor precisa de roupa de herói" disse outro enquanto estalava os dedos fazendo o garoto ser coberto por uma armadura como as que ornavam os corredores do castelo.

"Mestre Harry Potter, senhor precisa de escudo para proteger-se" disse o terceiro, e um escudo apareceu preso a seu braço esquerdo.

"Mestre Harry Potter, senhor precisa de arma para matar fera gigante" disse outro ainda, e uma espada ricamente ornada, com o nome 'Godrico Grifindor' gravado na lâmina, apareceu em sua mão direita.

"Mestre Harry Potter, senhor precisa agora salvar donzelas em perigo" concluiu outro elfo, e o confuso garoto sumiu de seus aposentos reaparecendo no fim de um corredor, à frente de um grupo de garotas primeiro-anistas que incluía suas amigas Susan e Dafne. À sua frente, um trasgo montanhês adulto, quase quatro metros de uma massa poderosa e malcheirosa de músculos, avançava lentamente em sua direção com um porrete de madeira maior que sua perna nas mãos.

Pego de surpresa, o garoto incorporou seu papel, deu um urro e avançou correndo para a fera, tentando acertá-la com um golpe da espada. Errou feio! A espada era tão pesada que ele a deixou baixar antes de ter se aproximado o suficiente, mas ainda assim o trasgo não saiu imune. Embora a espada tenha errado o peito do monstro, sua ponta acabou caindo sobre o dedão da besta, decepando-o. Enquanto o trasgo uivava, Harry rapidamente desvencilhou-se do escudo e da maior parte da armadura, que apenas o atrapalhavam.

Mais leve e solto, Harry voltou a olhar para o trasgo e teve uma ideia. Correu até a besta e, aproveitando que uma das pernas do trasgo estava flexionada, pulou sobre sua coxa e, com as duas mãos, empurrou a espada pela boca aberta da fera de baixo para cima. A espada furou o céu da boca do trasgo e penetrou-lhe o cérebro, matando-o.

Nem bem o enorme trasgo despencava ao solo e seus amigos elfos reapareciam.

"Mestre Harry Potter, senhor venceu trasgo gigante e salvou donzelas!" exclamou um.

"Mestre Harry Potter, senhor precisa agora vencer bruxo malvado também!" gritou outro.

"Venha, Mestre Harry Potter, senhor está atrasado!" disse o terceiro que estalou seus dedos, fazendo o menino desaparecer do corredor e aparecer em um quarto onde três elementos destacavam-se: uma harpa tocando sozinha, um imenso cão de três cabeças e o gaguejante professor Quirrel.

"Harry Potter! Você não irá me deter dessa vez! Vou mata-lo de uma vez por todas" esbravejou o não mais gaguejante professor antes de disparar um feitiço em sua direção.

Harry abaixou-se para evitar o feitiço que acabou destruindo a harpa. O menino percebeu o espanto nos olhos do professor, que olhou assustado para o cão, que imediatamente mostrou sinais de estar acordando.

O garoto notou sua posição, atrás do enorme cão, e a do professor, diretamente em frente da cabeça central da fera, e agiu por impulso novamente, desferindo um potente chute no traseiro do cachorro infernal.

O cão acordou de súbito e, vendo o adulto diretamente à frente, atacou-o de imediato. Enquanto isso, o menino fechava seus olhos para não ver a carnificina, pensando 'Vou ser a sobremesa!'

Por sorte, seus amigos elfos, satisfeitos com seu desempenho, o tiraram dali antes que a fera terminasse o prato principal.