DISCLAIMER: Essa fanfic foi baseada na série "Sherlock", da BBC, que já é baseada na obra de Sir Arthur Conan Doyle. Mas o universo da fic pertence às mentes brilhantes e malignas de Steven Moffat (a.k.a. The Great Brilliant Devil) e de 3 Mark Gatiss(imo) 3.
Os trechos em itálico e negrito são SMSs.
HOLIDAYS
DEZEMBRO DE 2010
D.I. Lestrade largou a caneta sobre o relatório finalizado e enterrou o rosto nas mãos com um suspiro. Estava exausto, absolutamente exausto. Aquela semana havia sido infernal; três assassinatos brutais ligados à máfia russa, um caso esquisito envolvendo um par de luvas de pelica e um chicote de três pontas – que Sherlock anunciara ser "dolorosamente óbvio" e não valer "nem mesmo um 5" – e uma pilha infinita de relatórios para preencher. Como ele odiava a parte burocrática de seu trabalho.
A cereja do bolo ficara para aquela manhã: um oficial de justiça viera até a Yard com os papéis do divórcio para ele assinar. O policial estava dividido entre um alívio absurdo e uma tristeza abissal. Ele realmente amara Eve, e fizera de tudo para equilibrar seu trabalho exigente com seu casamento; mas ela destruíra seus esforços ao colecionar uma série de amantes ao longo dos seis anos de casamento. Greg fingia não saber de nada, mesmo quando os rumores atingiram a Yard. Mas então viera a gota d'água que transbordara o cálice da paciência do inspetor: Eve fora presa por atentado ao pudor, junto com um jovem professor de educação física. Foi quando Greg decidiu parar de fingir e tentar consertar algo que estava além da capacidade de conserto, e entrar com o pedido de divórcio.
Agora, ali estava, em suas mãos, sua carta de alforria. Mas a verdade é que ele se sentia péssimo, e sentia que aqueles papéis eram apenas o atestado de seus fracassos na vida pessoal. Ele não falara com ninguém desde a partida do oficial de justiça; trancara-se em seu escritório, tirara o telefone do gancho e desligara o celular. Passara o dia inteiro imerso até o pescoço em relatórios, e já eram sete da noite. Decidiu ligar o celular antes de sair da Yard e se enfiar em um pub bem longe dali, onde não houvesse chance de topar com alguém conhecido, a fim de afogar suas lembranças em quatro ou cinco pints. Talvez oito ou nove.
Havia três chamadas perdidas de sua filha caçula, cinco da filha mais velha e uma de seu irmão. Greg suspirou, aborrecido. Ele realmente não estava no humor para conversar com ninguém naquele momento, nem mesmo com as filhas. Sua caixa de mensagens também estava atulhada. Ele decidiu apaga-las depois de ler quinze ou vinte variações de "Você está bem? Me ligue!" da sua família e de alguns colegas da Yard. As duas últimas mensagens recebidas chamaram sua atenção, e depois de responder as mensagens de sua família com um seco "Amanhã eu ligo", ele tratou de ler os textos de seus (na sua opinião) dois melhores amigos.
Greg, uma cerveja amanhã à tarde? – John
Bom e velho Doutor John Hamish Watson. Ele sabia muito bem que Greg precisava arejar a cabeça, e sábado à tarde o pub que eles normalmente frequentavam passava reprises das partidas do campeonato de críquete. Além do mais, John sabia que as noites de sexta-feira eram quase sempre ocupadas pelo seu outro improvável melhor amigo.
Gregory, jantar hoje? Me ligue. – MH
Mycroft Holmes. Irmão mais velho do gênio insuportável que atendia pelo nome de Sherlock Holmes. O Governo Britânico. O homem mais perigoso do Reino Unido - quiçá do mundo. E, nos últimos anos, o amigo mais próximo de Gregory Lestrade. O policial ainda se espantava que a forma como os dois se conheceram levara à amizade, e não ao assassinato. E, obviamente, tudo acontecera por causa de Sherlock.
