Dean e Sam nunca ficariam em comum acordo sobre algo maior que uma caçada impessoal; não até eles começarem a ouvir um ao outro, como dissera Garth, o apóstolo mais firme do velho Singer.
Garth não ia ser Bobby, não poderia e nem deveria, mas podia aconselhar, e ele parecia estar evoluindo nisso.
Dean e Sam precisavam ouvir um ao outro e nada podia ser melhor.
Mas quando é que eles iriam fazer isso? Pareciam tão teimosos em manter aquela muralha da China separando seus continentes emocionais, ouvindo suas próprias vozes ecoarem o que eles achavam da vida e simplesmente ficavam nisso, achando que dava para levar assim.
Contudo, eles sabiam que isso só seria o adiamento de mais uma discussão e de mais uma briga que não seria levada a lugar nenhum.
Ouvir um ao outro...Quando é que eles fizeram isso pela última vez?
Garth só esperava que isso um dia acontecesse. Amava-os como irmãos dele próprio, não queria que sua família...por assim dizer, ficasse daquela forma, cheia de rachaduras e abaláveis a qualquer influência psíquica externa.
[ o título é uma brincadeira, ouvir é um verbo tão transitivo como amar, mas fiz uma brincadeira, da mesma forma que Mário de Andrade o faz, mesmo que talvez seja por objetivos diferentes.]
[Primeira fic não romântica 'o']
