Meninas, obrigada pelas reviews da fic passada. Aí vem mais uma série da mesma autora. Esse episódio é pra passar raiva mesmo, porque ninguém merece essa mulher do Roxton!

Bjos e... review!



Episódio 4: A Caçadora

(Capítulo um)


Quando o brilho do sol inundou o platô, um largo sorriso atravessou o rosto de Marguerite, ao pensar naquele dia. Ela já podia imaginar-se voltando para a casa da árvore e vendo a reação de Lord Roxton por ela ter saído pela floresta - sozinha. Ele sempre era tão protetor que às vezes chegava a ser agradável, e às vezes também, a incomodava. Mas nessa manhã, ela riu com o pensamento de sua constante necessidade de protegê-la. Ela gostava de jogar com ele, flertar um pouco também, e sua saída para dar um mergulho faria parte de seu plano naquela manhã.

Ela já havia notado as pequenas coisas que lentamente começaram a mudar. Desde sua aventura recente na aldeia, seu relacionamento com John tinha atingido um nível totalmente novo. Eles ainda guardavam o segredo dos outros na casa da árvore, mas agora não paravam de flertar um com o outro e trocavam olhares que a faziam sentir como se fosse derreter. E a melhor parte de tudo isso... os olhares não eram totalmente cheios de desejo e de emoções selvagens, ao invés disso, continham também outra coisa... uma outra emoção suave que só aquele homem era capaz de retratar. E para ela, estava cada vez mais difícil não tê-lo a seu lado todas as manhãs, ao despertar. Respirou fundo e sorriu ao recolher seu chapéu e sua arma, e começou a voltar para a casa da árvore.

Enquanto estava perdida em seu devaneio, Marguerite ignorava completamente os olhos que a seguiam. Caminhando, continuava a sorrir, olhando para baixo. De repente, ela tornou-se consciente do silêncio e percebeu um pequeno barulho vindo de um arbusto atrás dela. Girando lentamente, não viu nada, os olhos varrendo a área rapidamente. Como não viu nada, voltou a seguir a trilha. Entretanto, sua respiração tornou-se ofegante e as cores desapareceram de seu rosto ao perceber o olho de um raptor a observando a um pé de distância. Ele a olhava como se decidindo se a provocaria um pouco antes de atacar. Também ouviu ruídos na outra direção e viu a sombra do que parecia ser mais um raptor com o canto dos olhos.

"Ótimo, dinossauros" ela sussurrou ao voltar sua atenção ao raptor à frente dela e lentamente começou a se mover para trás. Ela começou lentamente a retirar a arma do cinto, mas o raptor a atacou antes que ela pudesse terminar. Caiu para trás sobre um tronco pequeno, e quando ele estava se preparando para morde-la, uma mulher apareceu do nada e disparou contra o raptor com uma arma que não fazia muito barulho. O raptor vacilou por um momento e depois caiu, mas continuava a respirar. Marguerite encarou por um momento o animal e, em seguida, voltou sua atenção para a mulher loira que a ajudou.

"Você está bem?" Perguntou a mulher.

"Sim" Marguerite respondeu ao levantar-se e a mulher correu até ela. "Obrigada."

"De nada" respondeu a mulher amigavelmente. "Isso é um dinossauro de verdade?"

"Sim, um raptor" Marguerite disse olhando para o animal "e, aparentemente, não está morto."

"Bom, é só um dardo paralisante" respondeu a mulher. "Eu não queria matá-lo sem saber o que era." Marguerite sorriu diante da lógica da mulher e, em seguida, olhou para ela. Suas roupas pareciam ter o toque conservador de Londres, roupas de caça, e ela falava com um leve sotaque que ela identificou como britânico. Marguerite não sabia como, apenas sentia que a mulher lhe parecia familiar.

"Talvez devêssemos sair daqui antes que ele acorde" disse Marguerite.

"É uma boa idéia" respondeu a mulher e começaram a andar.

"De onde você veio?"

"Vim em um avião de Londres" respondeu a mulher. Quando ela disse isso, um grande sorriso se acendeu no rosto de Marguerite. "Você parece já ter estado lá."

"Eu sou de Londres" Marguerite respondeu. "Vim para cá com uma expedição e estamos presos aqui desde então, há anos."

"Uma expedição? Não seria a expedição Challenger?"

"Sim!" Marguerite exclamou.

"Foi por isso que eu vim aqui" respondeu a mulher. "Eu pretendia encontrar meu marido".

"Marido?" Marguerite perguntou ao parar de andar e olhar para a mulher, intrigada.

"Sim... John Roxton" respondeu a mulher. Marguerite olhou para ela em estado de choque, muito pior do que quanto esteve cara-a-cara com o raptor. Todas as cores desapareceram de seu rosto, ficando inexpressivo, com a mulher olhando confusa para ela. "Ele ainda está vivo, não é?"

"Hum..." Marguerite respondeu enquanto tentava encontrar as palavras e retirava o nó gigante que havia se formado em sua garganta. "Hum, sim, é, ele... ele está vivo."

"Graças a Deus" respondeu a mulher. "Onde ele está?"

"Ele está na casa da árvore" Marguerite respondeu com um tom de raiva e tristeza ao mesmo tempo. "Eu estou indo para lá agora, se quiser... e se puder vir."

"Obrigada" a mulher respondeu com um sorriso. Marguerite deu um sorriso falso e elas começaram a caminhar para a casa da árvore, dando início ao que seria um longo dia.


A casa da árvore

"Bom dia a todos" Lord Roxton disse ao ir até a mesa para um café da manhã tardio. Ele havia ficado limpando suas armas e adiou sua refeição para quando terminasse.

"Bom dia" todos responderam absortos ao que faziam. Challenger foi para seu laboratório; Malone estava tentando escrever alguma coisa, mas Finn o mantinha distraído. E Verônica estava fazendo o café da manhã.

"Onde está Marguerite?" Perguntou ele. "Ainda dormindo?"

"Não, na verdade, ela saiu mais cedo" respondeu Finn. Os outros olharam para ela com surpresa e preocupação.

"O que?" Verônica perguntou.

"É" Finn respondeu. "Eu a vi sair mais cedo. Ela disse que estava indo dar um mergulho." Os outros trocaram um olhar, preocupando-se por Marguerite estar lá fora sozinha. Eles sabiam que ela provavelmente poderia cuidar de si mesma, mas todas as vezes em que ela se meteu em problemas, estava sozinha.

"Há quanto tempo ela saiu?" Roxton perguntou preocupado.

"Eu não sei" respondeu Finn. "Ela apenas disse que estaria de volta em pouco tempo. Qual é o problema?"

"Talvez eu deva ir procura-la" Roxton respondeu levantando-se. Ele parou quando o som do elevador subindo inundou a casa na árvore. Todos os outros pararam e esperaram que Marguerite saísse do elevador. Quando este chegou, finalmente a viram, mas ela não parecia muito feliz.

"Marguerite, onde você...?" Verônica lentamente começou a perguntar antes de Marguerite interrompe-la.

"Esteve? Saí para dar um mergulho" Marguerite respondeu irritada.

"Não foi uma boa idéia sair sozinha" Roxton respondeu num tom ligeiramente mais astuto, começando a flertar com ela.

"Oh, não se preocupe, eu não estava sozinha!" Respondeu ela em tom agressivo. Só então, eles notaram a mulher loira atrás dela sair do elevador. "Eu fiz uma amiga!" Todos olharam para a mulher e, em seguida, notaram o olhar de Roxton. Ele olhava para a mulher totalmente surpreso.

"Johnny" disse a mulher ao reconhecer Roxton. Um grande sorriso atravessou o rosto dela quando viu a expressão de surpresa dele.

"Claire?" Roxton perguntou. A mulher sorriu, caminhou até ele e começou a abraçá-lo sem prestar atenção a sua surpresa. Os outros apenas olhavam para ele confusos e se perguntando quem era a mulher. Marguerite, muito frustrada, colocou o cinto e o chapéu no gancho junto à porta e caminhou até a mesa.

"Claire... é a esposa de Roxton!" Marguerite disse ao olhar para trás e ver Roxton, ainda em choque, com a mulher abraçando-o. Quando ela finalmente o soltou, ele olhou entre ela e Marguerite com uma surpresa tão grande que nenhuma palavra se formava em sua garganta, totalmente incrédulo pela forma como as coisas haviam mudado...