"Venha até aqui, Alice"
Ela ouve alguém chamar.
Desperta sua atenção.
Corre seus olhos atrás desse alguém.
"Venha até aqui, Alice."
Corre seus olhos atrás desse alguém.
Atrás de mim.
"Venha..."
Desperta seu interesse. Vem atrás de alguém.
Atrás de mim.
"...Alice..."
Não sabe aonde está indo.
Não sabe aonde estou a levá-la.
"Alice..."
Vejo em seus olhos as sombras da pura curiosidade e da doce inocência.
"Venha até aqui..."
Ela me segue. Criança ingênua.
"Mais rápido, Alice..."
Criança desobediente. Vi seus pais lhe falarem para nunca sair de casa à noite.
"Mais rápido..."
Porque poderia encontrar estranhos, não?
"Mais rápido..."
Estranhos perigosos.
"Rápido..."
Estranhos que não tinham boa intenção.
"Alice..."
Poderia encontrar a mim.
Ela vem sem nenhuma suspeita. Fazendo o melhor que pode.
Entra dentro da floresta. Segue-me.
"Estou te esperando."
Ela vai mais rápido.
Sua inocência quase me dá remorso.
"...te esperando..."
Remorso do que estou prestes a fazer.
"...Alice..."
Quase.
Finalmente. Ela está à minha frente.
Seus grandes olhos azuis inocentes. Curiosidade.
Sempre curiosidade.
"Estou te esperando, Alice."
Estendo minha mão a ela.
Ela parece pensar.
"Estou te esperando."
Estaria agora se lembrando dos conselhos dos pais?
"Venha até aqui."
Ela sorri. Seu sorriso inocente. Não sabe meu intento.
"Alice..."
Criança inocente.
Criança desobediente.
Criança ingênua.
"Vamos jogar um jogo, Alice?"
Confia no meu sorriso.
Segura a minha mão.
Não tem mais volta.
Adeus, Alice.
