E aí, pessoal?
Continuando com as postagens de fics que já postei no Nyah, essa é mais uma tradução que fiz :)
Essa é uma das perfeições escritas pelo perfil Roxystyle, que me deu a devida permissão para traduzi-la! Então todos os créditos para ela, não só por essa história, mas também por ser uma das melhores autoras de fics faberry!
Espero que gostem!
Qualquer coisa só mandar inbox ou ask /FaberryLover
Capítulo 1 – Happy New Year
Eu nunca deveria ter me apaixonado por ela. Pessoas nessa idade não se apaixonam e esperam que dure. Quer dizer, pelo menos a parte racional dos seus cérebros não permite que elas esperem que dure. Nós éramos diferentes, sempre fomos. Amores de colégio deveriam seguir o padrão, o esperado: macho alfa e namorada troféu, os que ganham os votos no último ano do ensino médio. São aqueles que são nomeados para Rei e Rainha do Baile e que podem ganhar. É o casal que todo mundo odeia amar. Corredores se abrem como o mar vermelho para eles. Eles são invejados até se formarem. Eu deveria ter sido uma das partes dessa relação.
Eu não lembro nem sequer o que fez com que minha ficha caísse, quando foi que eu comecei a perceber o inimigo sob uma luz diferente, quando eu comecei a me policiar sempre que ela estava por perto. Eu fui surpreendida, da forma mais bonita que alguém pode ser. Foi realmente uma loucura, sentir o chão sob os meus pés desaparecer. Eu culpo o álcool que estava correndo em minhas veias naquela noite. Foi uma ideia estúpida beber, especialmente na companhia de Noah Puckerman. Não que ele ousasse fazer alguma coisa com os olhos atentos de Sam Evans assistindo a todos os seus movimentos. Eu não sei quem tinha dado ao Sam a impressão de que eu era algo que ele poderia clamar para si, talvez tenha sido quando eu aceitei o anel que ele me ofereceu. Era uma segurança que eu não poderia dar ao luxo de recusar.
E então eu a vi. Eu a conhecia praticamente minha vida toda, mas pela primeira vez eu realmente a vi.
Isso me atingiu como se houvesse morfina em minhas veias, como quando Finn havia atropelado o carteiro. Todas as evidências estavam lá, haviam sempre estado lá. Meu avô morreu quando eu era mais nova, ainda muito criança para lembrar do homem horrível que ele era com as outras pessoas, mas eu me lembro de perguntar à minha mãe o que acontece quando se morre. Ela me deu a estúpida explicação católica padrão, querendo facilitar para a minha pequena e sonhadora mente. Minha irmã, no entanto, me disse que quando se está prestes a morrer, você vê toda a sua vida passar como um filme diante de si. O que aconteceu com a minha mente naquele momento foi exatamente isso. Coisas que eu sequer lembrava que tinham acontecido estavam passando diante das minhas pálpebras fechadas, coisas que eu nunca quisera relembrar.
Ela era linda.
Faltavam alguns minutos para a meia noite e os casais estavam se procurando mutuamente enquanto mais um Ano Novo se aproximava. Algumas pessoas estavam usando estúpidos óculos feitos especialmente para a ocasião, enquanto outros estavam usando chapéus de papel alumínio. Algumas pessoas tinham potes e panelas, se preparando para batê-los ao ar da noite. Tina tinha dado apitos para todos. Você podia sentir o clima de antecipação. Por uma noite, era permitido sermos infantis à vontade. Era permitido fazer barulho à vontade porque haviam vizinhos que certamente fariam mais barulho do que nós.
O Glee Club estava sob o mesmo teto, o Glee Club original, de onde nós havíamos começado. Kurt estava de volta e Matt havia feito uma viagem para rever seus velhos amigos. Ambos trouxeram alguns de seus novos amigos e, claro, todos gostaram deles.
Santana estava flertando com Puck enquanto Brittany estava sentada no colo de Artie. Tina e Mike estavam travando uma luta de polegar enquanto Kurt e seu amigo estavam conversando animadamente com Mercedes. Finn e Rachel estavam sentados no sofá de frente para mim e Sam, os meninos compartilhando dicas de levantamento de peso. Tudo parecia tão normal. Dois anos atrás isso não pareceria tão normal assim.
O álcool era a minha camuflagem. Era flagrantemente óbvio que eu estava silenciosamente a observando, preguiçosamente sentada naquele sofá verde escuro. Sem me importar se aquela postura não era a que uma jovem garota deveria apresentar. Eu estava muito bêbada para me importar, mas, por algum motivo, eu estava muito bêbada e me importando com o fato de que Rachel estava chateada com alguma coisa.
Ela era tão linda e era tão óbvio que ela estava muito triste.
"Me deem licença." Ela falou educadamente antes de sair do sofá. Seu copo pareceu estar vazio e ela fez seu caminho em direção à cozinha.
Finn nem se incomodou em virar e olhar para ela. Para alguém que estava tentando voltar as graças com sua namorada, ele estava falhando sem nenhum esforço. Eu podia ver Rachel pelo canto dos meus olhos, sempre consciente de onde ela estava por alguma razão. Ela não voltou e já haviam se passado alguns minutos.
"Baby? Onde você está indo? Você vai perder a meia noite." Sam, sempre tão curioso e cuidadoso.
Meus olhos estavam na entrada da cozinha, eu só podia ver metade do cômodo de onde eu estava e alguma coisa em mim implorava para ver a outra metade.
"Só vou pegar mais bebida" Eu respondi distraidamente.
Ele não respondeu, voltando a conversar com Finn sobre o que ele comia aos sábados depois de malhar.
Rachel não estava na cozinha, mas eu realmente peguei mais bebida e virei meu copo quase que instantaneamente. O álcool havia parado de queimar já a alguns copos, minha garganta anestesiada ao veneno líquido que sempre me botou em mais problemas do que eu deveria permitir. Tive um palpite e saí pela porta lateral, sem saber o que eu iria encontrar.
Claro, era Rachel. Ela sempre fora previsível. Se nós estivéssemos na escola, ela estaria no auditório.
"Quinn" Ela enxugou os olhos furiosamente, obviamente assustada com a minha presença. Eu também estava um pouco assustada com a minha presença.
"Você está bem?"
Ela assentiu. "Só tomando um ar fresco. O que você está fazendo aqui fora?"
"Eu umm, Finn me pediu para ver onde você estava." Eu menti.
O olhar triste em seus olhos estava de volta.
"Certo, os céus o proíbem de verificar isso por ele mesmo." Ela resmungou. Eu me repreendi mentalmente.
"Uh, eu menti."
Ela levantou o olhar de repente, confusão e preocupação facilmente estampadas em seu rosto. Para alguém que queria ser uma atriz, ela expressava suas emoções muito claramente.
"Ele não me pediu para vir aqui ver onde você estava."
Seu queixo caiu instantaneamente.
"Eu uh, eu só queria ver se você estava bem."
Ela mostrou um pequeno indício de sorriso com a minha confissão. Eu não deveria ter sentido coisa alguma por esse sorriso, não era da minha conta.
Ela bufou, seu hálito quente fazendo uma fumaça branca naquele ar congelante. "Essa é a minha primeira festa de Ano Novo."
Eu não fazia ideia da onde ela queria chegar com aquilo. "Sério?"
"É."
"Você não está se divertindo?"
Eu não pude evitar o tom fraco de defesa na minha voz. Se você foi convidado para uma festa do Puck, então você tem sorte o suficiente. Todo mundo se divertia em suas festas.
"Não é isso." Ela disse sofregamente. "É só que..."
Eu olhei para dentro da casa através da porta, todo mundo estava rindo ou conversando animadamente, sem que eu ouvisse nada. Ainda me surpreendia o quão bem as pessoas podiam se dar quando elas não estavam nos corredores do McKinley. Eu voltei meu olhar para Rachel, ela parecia que estava sentindo uma dor física.
"Bota pra fora, Berry. Eu não tenho a noite toda, é quase meia noite."
Ela estava torcendo suas mãos nervosamente. Ela estava me deixando nervosa só de observá-la.
"Você sabe que você passa o ano da mesma maneira que você passou a véspera dele, certo?"
Eu costumava dizer para mim mesma exatamente a mesma coisa, mas como eu poderia acreditar nisso depois de tudo que tinha passado até aquele momento? Costumava ser a coisa mais importante na minha cabeça quando eu estava decidindo o que fazer no Ano Novo. Mas não importava, eu sempre acabava vindo para a casa do Puck.
"Você realmente acredita nisso?" Eu perguntei.
"Eu gostaria."
"Então qual é o problema? Você está com o Hudson, porque você está triste aqui fora?"
Ela cruzou os braços em seu peito protetivamente, era bem diferente de como ela normalmente cruzaria seus braços. Ela pareceu afundar dentro do seu próprio corpo, um sinal de que suas defesas estavam caindo.
"Esqueça, Quinn. Volte para o Sam. Eu tenho certeza de que ele está te procurando."
Eu não tinha certeza se isso era pra ser um insulto a ela mesma ou não. Que o meu namorado provavelmente estava procurado por mim enquanto o dela não pareceu perceber a óbvia tristeza em que ela se encontrava a noite toda.
Ela se afastou de mim, virando as costas.
"Eu não quis dizer isso." Eu disse. Teria sido tão mais fácil ter simplesmente voltado para dentro da casa e fingir que eu nunca me importei com ela para começar. Mas eu me importava e ultimamente essa parte de mim estava vencendo. "Isso tudo é sobre o quê?" Eu gesticulei para ela e os arbustos que estavam em volta, não que ela pudesse ter me visto.
Ela encolheu os ombros, suas costas ainda viradas para mim. "Eu não sei se essa é a maneira que eu quero passar o resto do ano."
"Você está se referindo ao Finn?"
Ela assentiu silenciosamente e finalmente se virou para mim novamente. Eu mordi meus lábios e olhei para baixo.
"Eu deveria querer passar essa noite com o meu namorado, eu deveria querer beijá-lo à meia noite e eu deveria estar olhando para este novo ano com ele."
Eu não sabia o que responder, metade de mim implorava para eu descobrir o porquê dela não querer essas coisas e a outra metade sentiu um estranho alívio que era inexplicável. Então eu ignorei.
Eu entendia, eu realmente entendia. Eu só não tinha nada a oferecer a ela.
"Eu nunca fui beijada à meia noite." Ela continuou depois do meu longo silêncio.
"Um monte de pessoas também não." Eu contrapus, esperando fazer com que ela se sentisse melhor.
"Eu não quero que a minha primeira vez seja com ele."
Eu não me senti confortável para perguntar se ela estava se referindo ao beijo ou a ter relações sexuais. Nós até poderíamos ser consideradas amigas, mas certas coisas estavam acima do nosso nível de amizade.
De repente a música ficou mais alta e uma explosão de calor correu ao lado do meu corpo. Eu me virei para dar de cara com Sam.
"O que você está fazendo aqui fora?"
Eu limpei minha garganta e olhei pra ele antes de permitir que meu olhar se voltasse para Rachel.
"Umm a Rachel não está se sentindo bem. Eu estou fazendo companhia pra ela." Eu menti.
Rachel estava fora da linha de visão de Sam e eu podia ver pelo canto dos meus olhos que ela estava confusa assim como ele.
"Me dê alguns minutos." Eu disse a ele, segurando minha irritação.
"Faltam uns 30 segundos para meia noite." Ele choramingou.
"Sam, por favor."
"Ok." Ele suspirou antes de finalmente fechar a porta.
"O que você está fazendo?" Ela perguntou quando eu me virei para olhar pra ela.
Eu encolhi meus ombros, eu não tinha ideia do que eu estava fazendo.
"Eu não quero que você se arrependa por começar o ano fazendo algo que você não quer fazer." Eu respondi. Me surpreendeu que essa explicação pudesse sair da minha boca tão facilmente.
"Você vai perder a meia noite." Ela replicou, incerta do porquê de eu estar me importando tanto.
Eu podia ouvir todo mundo lá dentro começando a contar. Não me pareceu que eu estava perdendo muito.
"A meia noite é superestimada." Eu respondi, direcionando a ela um pequeno sorriso.
Nós ficamos quietas ouvindo os gritos dos nossos amigos, nós podíamos ouvir as outras casas fazendo o mesmo barulho.
Eu não podia negar a estranha e inesperada atração que eu senti por ela aquela noite e eu não podia realmente explicar a necessidade de ficar com ela enquanto a meia noite se aproximava.
Ambas as cabeças viraram para a casa quando os gritos atingiram o topo.
"Bem, Feliz Ano Novo, Quinn."
"Pra você também."
Os potes e panelas começaram a fazer barulho na rua, que ficava cada vez mais alto quanto mais pessoas se juntavam a ele. De repente a porta abriu mais uma vez.
"Rach?"
Eu engoli o desgosto que eu senti ao ouvir o seu nome saindo pela boca dele. Depois de aprender sobre os verdadeiros sentimentos de Rachel por ele, eu não pude evitar de o culpar inteiramente por arruinar o Ano Novo dela. E talvez o meu se ele realmente importasse.
Ela olhou para mim em pânico, os olhos arregalados.
"Finn, por que você não..." Eu comecei.
Era tarde demais. Ele já havia atravessado o limiar e começado a espreitar seu caminho em direção à pequena, sem sequer perceber que eu estava tentando falar com ele.
Ela desapareceu em volta dos seus braços enormes e seu corpo alto, eu olhei para baixo para evitar a cena.
"Sam disse que você estava se sentindo mal." Ele disse.
Eu não pude ouvir a resposta que ela resmungou para ele, mas eu já havia visto o suficiente.
"Eu vou..." Eu comecei, mas Finn continuou a me ignorar enquanto olhava para Rachel cuidadosamente. "Indo." Eu finalizei.
Eu não sabia o que havia de errado comigo.
"Quinn." Rachel chamou enquanto eu fazia meu caminho para a porta. Ela de alguma forma escapou do abraço daquele gigante e estendeu a mão, apertando as minhas enquanto olhava para mim. "Obrigada." Ela sussurrou.
Eu dei a ela um sorriso fraco e com ele veio um compreensivo silêncio.
Sam me achou alguns minutos mais tarde na cozinha. Eu me recusava a pensar sobre Rachel e Finn ainda estarem lá fora juntos e era mais fácil esquecer sobre isso se eu somente bebesse.
"Aí está você, amor." Ele esgueirou-se atrás de mim e por alguma razão eu me senti suja quando ele circulou suas mãos em torno da minha cintura.
Eu deixei com que ele me beijasse, porque quando eu fechava meus olhos, eu podia quase fingir que não era ele.
Eu tinha levado aquela festa longe demais para morrer na praia e isso poderia provavelmente ser creditado ao fato de que não havia um toque de recolher no Ano Novo. As pessoas ainda estavam bebendo e ainda estavam se divertindo aproximadamente três horas depois.
Meus olhos estavam em Rachel praticamente pelo resto da noite e eu não tinha certeza se ela estava ciente disso ou não. Ela era na realidade uma inacreditável atriz quando ela precisava ser e essa era a única coisa que acalmava meu estômago quando eu ouvia sua risada por alguma coisa que Finn havia dito.
Era completamente o oposto de mim estar tão encantada por alguém e ser tão aberta sobre isso. O que era inteiramente devido ao refrigerante diet com vodca que eu estava bebendo desde que havia chegado.
"Você beijou a Berry à meia noite, não beijou?"
Eu tinha sentido o sofá afundar ao meu lado alguns segundos antes, mas eu não havia me virado para ver quem era. Mas eu deveria. Talvez assim eu pudesse ter controlado meu flagrante interesse pela diva do outro lado da sala. Eu havia sido pega no flagra.
"Do que você está falando, Santana?"
"Não brinque comigo, Q. Vocês se beijaram e eu acho que foi de língua."
Meu rosto traiu minha reação interna. "Nojento. Ela não estava se sentindo bem." Eu disse a ela, as mentiras continuavam saindo facilmente.
Eu senti Santana encolher os ombros. "Talvez você devesse ter beijado, porque aí você seria aquela que teria a atenção dela, ao invés daquele ogro."
Eu tentei ganhar tempo bebendo para poder colocar meus pensamentos em ordem e encontrar uma resposta para Santana.
"Você passa o ano como você passa a sua véspera." Ela continuou.
Eu gemi interiormente e rolei meus olhos. "Você também não."
"Eu tenho o pressentimento de que você vai ficar observando a Berry de bem longe pelo próximo ano se você não fizer alguma coisa."
Santana era irritante quase que todo o tempo, ela tinha esse jeito dela, de poder cuspir a verdade e permanecer ilesa. Ela sempre estava convencida de que estava certa. Mas assim que eu me virei para olhá-la, eu percebi seu olhar persistente em direção a algo que ela queria, algo que ela queria já há algum tempo. Eu me senti mal por ela, ela teve a oportunidade de fazer algo sobre isso, mas ela teve medo. Eu poderia ter retorquido com 'você deveria praticar o que você prega', mas alguma coisa me disse que ela estava tentando me salvar de um sofrimento que ela conhecia por experiência própria. Brittany estava sorrindo para outra pessoa agora e isso matava ela.
"E nem me deixe começar pela sua falta de negação." Seu sorriso de satisfação estava de volta.
Ela bateu levemente na minha coxa antes de ir em direção a Puck. Ela nunca aprenderia. Eu desviei minha atenção deles quando eles começaram a se beijar. Meus olhos encontraram Rachel, ela estava olhando para mim e não se importou em ser pega. Eu respirei profundamente e comecei a roer o interior do meu lábio inferior. Se eu fosse adiante com o que eu estava prestes a fazer, não haveria volta.
Eu me levantei do sofá antes que qualquer outra pessoa pudesse se juntar a mim e caminhei em direção ao pequeno grupo que ouvia Finn contar uma história que provavelmente não interessava a ninguém, exceto a ele mesmo. Rachel tinha um sorriso confuso em seu rosto quando me aproximei dela.
"Me ajuda com algo?" Eu perguntei humildemente, já agarrando seu antebraço.
Ela assentiu antes de se virar para o grupo. Quando ninguém tomou conhecimento da sua partida, ela começou a me puxar para longe.
Assim que alcançamos o hall de entrada, ela parou de andar e riu. "Eu não sei andar por essa casa." Ela admitiu. "Você precisava de ajuda com algo?"
"Yeah. Vem comigo." Eu engoli em seco, eu iria fazer isso, independente das consequências. No fim, eu poderia culpar o álcool.
Ela me seguiu pelas escadas que levavam ao segundo andar e pelo curto corredor até que nós paramos em frente a uma porta com um aviso de "Cuidado" pregado. Eu abri a porta, o cheiro de colônia nos atingindo com força total.
Ela fechou a porta atrás dela.
"Nós estamos no quarto do Puck?" Ela perguntou, olhando em volta e claramente corando ao ver a decoração do quarto. As garotas quase peladas me fizeram corar a primeira vez que eu havia entrado naquele quarto também.
"Fique aqui." Eu disse a ela antes de dar a volta na cama e alcançar a mesa de cabeceira.
"Quão bêbada você está?" Ela me perguntou, num tom ligeiramente divertido.
"O suficiente." Eu respondi por cima do meu ombro. "Mas isso não importa."
Eu achei o relógio exatamente onde eu sabia que ele estaria e levei algum tempo para acertá-lo na hora exata em que eu queria.
Suas sobrancelhas franziram assim que ela leu o novo horário do relógio: 23:59.
Eu já estava na sua frente no momento em que a compreensão se espalhou pelo seu rosto.
"Quinn". Ela sussurrou.
Eu perderia minha coragem se eu pensasse sobre isso por mais tempo.
Eu me aproximei dela e quando ela não se moveu, meus lábios pressionaram hesitantemente os dela. Ela ofegou ao mesmo tempo que eu senti sua mão na minha nuca, me puxando para ela. Meus olhos se fecharam assim que eu senti suas unhas cravarem na minha pele, minha mão agarrando sua cintura enquanto eu lentamente a guiava para trás. Eu estava me movendo a pura adrenalina, apesar de sentir meu corpo completamente paralisado enquanto eu o pressionava ao encontro do dela. Como algo poderia ser tão bom? Sua outra mão deslizou para a minha cintura enquanto minha própria mão gentilmente continuava a guiando para trás. Ela deixou escapar um pequeno gemido assim que suas costas bateram na porta do quarto. O movimento acabou por nos separar por alguns segundos.
"Você precisava de um beijo à meia noite." Eu disse a ela sem fôlego enquanto ela se afastava alguns centímetros para olhar para mim.
Eu gemi roucamente quando senti seu aperto ao redor do meu pescoço aumentar, seus lábios indo de encontro aos meus sem qualquer aviso. Seus lábios começaram a se movimentar freneticamente contra os meus, não tendo o suficiente de mim, e esse pensamento fez todo o meu corpo tremer. Eu me pressionei ainda mais contra ela e não pareceu haver qualquer problema em me manter assim ao sentir sua língua contra a minha. Sua boca era quente e eu podia provar o sabor prolongado do álcool que ela havia ingerido mais cedo. Era estranhamente atraente.
"Nós não devíamos estar fazendo isso." Ela respirou contra mim, sem fazer qualquer movimento para me afastar dela, mas sim para me puxar mais pra perto. "Nós duas temos namorado." Ela tentou novamente, as palmas de suas mãos sobre o meu rosto.
"Eu sei." Eu repliquei, minha garganta seca. "Nós devíamos parar." Eu respondi distraidamente, meus lábios viajando pelos cantos da sua boca e ao longo de sua mandíbula.
Eu senti seu gemido quando ele viajou através do seu corpo.
"Ok."
"Ok." Eu sorri contra ela antes de achar meu caminho de volta para os seus lábios inchados.
Nós continuamos a nos beijar, o beijo era muito íntimo para uma simples ficada, mas muito desleixado para algo mais profundo. Era somente eu fazendo um favor a ela e ela recebendo o tipo de beijo que ela sempre quis... E um pouco mais. Muito mais que isso.
Nenhuma das duas ouviu as batidas na porta ou talvez nós tivéssemos ouvido, pensando que vinha de alguma de nós. Até que a batida se tornou mais alta e uma voz a acompanhou.
"Rach? Você está aí?" A voz vinha do outro lado da porta.
Eu podia sentir Rachel tensa sobre mim enquanto eu a tinha pressionada contra a porta que seu namorado estava. Nós estávamos tão fodidas.
Eu gemi fracamente e encostei minha cabeça em seu ombro. Ela não fez movimento algum para me afastar, então eu não fui para lugar nenhum. Além disso, eu precisava dela para me manter em pé, eu tinha a estranha sensação de que eu cairia se ela se afastasse de mim.
"Estou! Eu vou descer num segundo." Ela guinchou. Eu ri contra sua clavícula, seu suéter de gola em V tinha se deslocado um pouco durante nosso beijo improvisado.
Ela inalou bruscamente quando meus lábios moveram-se contra a sua pele, como se fosse uma tela em branco pedindo para que eu a pintasse com a minha língua. Eu estremeci quando ela subconscientemente deixou sua cabeça cair para trás para que eu tivesse um ângulo melhor.
"Você está bem?" Ele parecia nervoso, como se ele estivesse pronto para quebrar a porta.
Eu mordi suavemente a base do seu pescoço.
"Eu estou bem." Ela respondeu.
Ela me empurrou para trás pelos ombros e me segurou, seus olhos lançando facas em mim. Senti meus olhos ficarem pesados enquanto eu assistia suas bochechas corarem depois que eu lhe direcionei um sorriso sarcástico.
"Você tem certeza?"
Ele tinha que escolher aquele momento para começar a se importar?
Ela aproximou seu rosto de mim e eu senti seus lábios se pressionarem contra os meus, talvez me silenciando ou talvez porque ela não conseguiu resistir. Eu realmente não poderia resistir a ela naquele momento, eu tinha provado seu gosto e eu queria mais. A adrenalina estava correndo em minhas veias, seus lábios disparando o meu coração mais uma vez. Eu me senti invencível quando eu percebi que o seu namorado estava do outro lado da porta e ela tinha escolhido continuar me beijando como se ela não tivesse escolha.
"Pare." Ela sussurrou para mim, brincando em provocação. Deus, ela era viciante.
Eu rolei meus olhos e virei minha cabeça para olhar pra o relógio: 00:11.
Ela limpou sua garganta habilmente. "Sim, eu tenho certeza."
"Oh, ok. Hey, a Quinn está aí com você?"
Nossos olhos se arregalaram. Eu não estava esperando ouvir meu nome, foi como um soco na boca do estômago.
"O Sam não consegue achá-la em lugar nenhum." Ele acrescentou.
Eu balancei minha cabeça em negação, esperando que ela me entendesse. A última coisa que eu queria era ver meu namorado, que não conseguia me excitar tanto quanto Rachel acabara de fazer nos últimos dez minutos. Nem mesmo chegar perto disso.
"Está. Nós estamos conversando." Ela respondeu.
Eu suspirei e me afastei dela. Ela aproveitou a oportunidade para arrumar suas roupas e correr os dedos pelo seu cabelo despenteado. Eu deveria provavelmente ter feito a mesma coisa, mas eu estava muito ocupada pensando no que acabara de acontecer. Qual era o meu problema?
"Conversando sobre o quê?" Eu podia praticamente ver sua expressão confusa.
"Umm, coisas de garota?"
"Nojento."
Eu sentei na cama de Puck, minha cabeça em minhas mãos. Eu estava tão ferrada.
"Quinn?" Rachel se aproximou de mim hesitantemente. Eu passei minhas mãos pelo rosto antes de olhar para cima e encontrar sua expressão preocupada. "Eu deveria..." Ela gesticulou na direção da porta com o seu polegar.
Claro. Por que eu pensaria que alguma coisa iria mudar? Eu estava bêbada e ela estava triste.
"Não, é... Vá em frente, eu vou... Eu te vejo na escola daqui alguns dias." Eu respondi.
Ela parecia querer ficar ou perguntar o que tinha acontecido entre nós, mas ela virou para a porta. Eu desviei o olhar quando sua mão alcançou a maçaneta. Eu não tinha o direito de querer alcançá-la, de exigir que ela ficasse, de tentar e convencê-la a ficar comigo. O que não queria dizer que eu não queria essas coisas, eu só não podia desejar por elas. Quando eu tinha me tornado tão desiludida?
"Umm... Obrigada, Quinn... Pelo... Você sabe... Isso."
Deus, aquilo era tão estranho.
"Disponha." Eu respondi, me jogando na cama assim que escutei a porta fechar. "Você é tão idiota, Quinn Fabray!" Eu resmunguei para o teto.
