Essa fic é a continuação de uma outra (Me Voy) e aconselho a quem não leu, ler. Pois não irá entender essa fic.
Também aconselho as pessoas que não gostam de YAOI a não ler, pois esse gênero consta na fic.
Assim como o casal MiloxKamus.
Obrigada por ler.
Teffy-Chan
Desclimer: Os personagens aqui situados não me pertencem e sim ao Massami Kurumada.
Resumo: Após a morte de Kamus. Sua alma vagueava entre os dois mundos. Cabe a Milo salva-lo. Será que ele vai conseguir vencer a Deusa da Ilusão e seu portal do esquecimento?
-OoO-
Angel – Anjo.
De que vale a ação se não demonstra sentimento?
De que vale a intenção se tudo é falso?
Isso.
Falso.
É a denominação do mundo em que vivia.
Viva? Sim.
Hoje já não estou entre os vivos.
Não mais.
Milo...
Queria tanto falar com ele.
O único que me tirava o pouco de sono que ainda deixavam.
Tudo é tão escuro.
Tão... Triste.
Depois que o nada me absorveu eu me tornei...
...Vago.
Não, isso não é o limbo.
Já estive nele, Isso é...
Não sei bem o que é...
Mas,
Algo deve ser.
E eu vou descobrir.
Porque ai poderei revê-lo.
Milo...
-OoO-
Milo subiu as escadarias furioso. Como pode! A deusa zelava por todos seus cavaleiros! E, quando se descuidou um morreu. Justo Kamus!
Como pode?
Entrou ainda no templo de Athena, e fez uma reverencia a deusa em questão. Logo depois se pronunciando:
-Athena, você deve saber que...
Sua fala foi cortada pela de Athena.
-Kamus não está mais entre os vivos. Eu sei.
-Você o deixou morrer? –perguntou, ainda sim incrédulo.
-Sim, deixei escorpião. A vida é feito uma vela. A chama começa pequena, depois se torna forte e por ultimo se extingue. E eu creio que Kamus queria extinguir a chama que vivia dentro de seu corpo.
-Por que...? –Foi a única coisa que saiu de sua garganta.
-Eu sei que agi errado. E sei também que teremos que busca-lo.
-Busca-lo?
-Sim Milo. Ele vagea entre os dois mundos. Uma alma perdida.
-OoO-
Deixei que minhas pernas tomassem meu rumo. A cada passo que dava, minha vista se tornava mais turva.
A claridade ofuscante turvava minha visão, mas logo me deparei com um belíssimo lugar.
Árvores frutíferas, campos floridos e, por ultimo, um clima agradável.
Aos poucos ia esquecendo o que tinha prometido a si mesmo, tinha esquecido o que tinha que fazer.
Milo.
Foi a ultima coisa que lhe veio à mente antes de uma bela luz o rodear e depois o deixar desacordado no chão.
Um pequeno ser com asas tão brancas como a neve.
-OoO-
Saori voltou a falar.
-Milo. Você vai atrás do Kamus, no meio de dois mundos. Mas entenda, que todo ser que entra neste meio esquece o que foi fazer. Esquece de tudo.
-E como eu vou me lembrar?
-Por isso você está levando consigo este pequeno sino, ao mesmo tempo em que ele realça sua memória, ele lhe protege, o impossibilitando de esquecer algo.
-Entendi.
-Mas você assim que achar Kamus, e o convencer e o fazer lembrar de tudo, toque o sino.
-Por que?
-Apenas toque o sino.
-Certo.
-Agora vá.
Após falar isso o báculo de Athena brilhou, deixando o corpo inerte de Milo ao chão, enquanto sua alma tomava o rumo escolhido.
-OoO-
A pequena figura abriu seus olhos com calma. "Quem sou eu? Onde estou?" Foram suas primeiras perguntas.
Sentou-se com calma no meio das flores e coçou os olhos, graças à claridade. Notou então o par de asas atrás de seu corpo. De onde elas vieram?
-São muitas perguntas Kamus!
Virou-se rapidamente, se deparando com uma mulher sorridente, sua expressão demonstrava calma, e seu sorriso alegria.
-Quem é você Moça?
Perguntou tímido, ao mesmo tempo em que curioso.
-Eu? Não importa muito. O importante agora é saber quem é você.
-Então, quem sou eu?
-Você, Kamus, é um anjo.
-Um anjo?
-Isso mesmo.
-E onde estou?
-No paraíso.
-Sério?
-Sim.
-Mas, moça, quem é você?
-Já disse uma vez, não importa muito. Eu tomo a forma que você imagina ser. –aos poucos seu corpo foi sumindo, até não sobrar nada.
Deixando um pequeno "anjo" sem saber de nada.
-OoO-
Milo caminhava por algum tipo de campo. Sentia sua memória se dissipar cada vez mais. E logo não saberia o que tinha que procurar.
Não podia esquecer de Kamus!
De jeito nenhum.
Sua memória voltou. Não iria se deixar abalar. Logo encontrou um campo muito claro. Muito belo também. Suspirou e olhou em volta, notando o silêncio que pairava ali.
O vento bateu contra seu corpo, fazendo seus cabelos azuis levantarem numa leve caricia.
Aquele silêncio. Algo muito estranho estava acontecendo.
-Quem é você?
Uma pequena figura de cabelos azuis esverdeados e asas lhe perguntou, com a voz saindo muito séria.
-Kamus?
-Como sabe meu nome?
-Kamus! O que está fazendo aqui?
Kamus apontou um tipo de báculo na direção de Milo e voltou a perguntar:
-Como sabes meu nome forasteiro?
-Não se lembra de mim?
-E deveria?
-Sou eu! Milo!
-Não conheço nenhum Milo.
-Conhece! Não se lembra de quanto tempo passou lá no santuário?
-Santuário...?
-Sim. Santuário.
Um único pensamento pairou na mente de Milo...
"Ele me esqueceu?".
-OoO-
Sentia leves pontadas em sua cabeça, assim como vários flashs de lembranças.
Santuário.
Tão pouco. Tanta coisa.
Tudo ocorrera tão rápido. As armaduras.
O brilho dourado.
O cheiro.
Aquele cheiro tão semelhante e tão inovador.
Sentia que tinha esquecido algo.
Sentia não. Tinha certeza.
O que estava acontecendo?
Sentia que aquele homem a sua frente tinha alguma coisa a ver consigo...
A...
Amigo...?
Isso também. Mas tinha algo mais.
Tinha que ter.
-Kamus...?
Ouviu novamente a voz lhe chamar, deixou o báculo cair no chão e colocou uma das mãos na cabeça.
Dor.
Sangue.
Ele não era um anjo.
-OoO-
-Kamus...?
Estava preocupado com ele. Dês de que tinha falado no Santuário ele tinha ficado mais pálido. E já não piscava.
-Kamus, está tudo bem?
-Eu... Estou bem. –respondeu com sua voz um pouco fraca.
-Kamus, pode contar pra mim. Sou seu amigo.
-Meu amigo? –sorriu meio fraco com os olhos nublados – Sim. Meu amigo.
-Você não está bem...
Milo se abaixou, ficando na mesma altura que Kamus e tocando a testa dele em sua bochecha, ele não estava bem.
-Fala comigo Kammy...
Era possível perceber a preocupação no tom de voz de Milo.
-OoO-
Sua pele arrepiou ao sentir a pele morena em sua testa.
Tão...
Tão...
Não sabia. Mas este tal de Milo não era seu amigo.
Milo.
Seus olhos lacrimejaram.
Sim. Milo.
Ele era seu amante.
Abraço o pescoço do moreno a sua frente e deixou algumas lágrimas escorrerem. Sim. Este era Milo.
Tudo que me fizeram esquecer um dia.
Mas que eu lembrei com sua ajuda.
Meu maior amor.
Ouviu a voz doce da mesma mulher de minutos antes. E estranhamente sua voz já não era mais tão doce.
-O que pensa que está fazendo Kamus?
Soltou o pescoço do moreno, ainda perplexo, e seguiu de cabeça baixa até a mulher, com uma longa túnica branca.
-Desculpe mestra. Não voltara a se repetir.
Sua "Mestra" , como ficara conhecida, tinha especificado claramente que ele não podia demonstrar emoção alguma e deveria proteger a entrada do paraíso a qualquer maneira.
-O que eu te expliquei Kamus?
-Que eu... Sou um anjo.
-Exato. E o que anjos fazem?
-São felizes?
Sentiu a dor aguda de um chicote em suas costas e caiu no chão, deixando que os cabelos e as asas cobrissem-lhe o corpo dolorido.
-Não. Protegem sua mestra e a entrada do paraíso.
-Não podem ser felizes?
Outra chicoteada foi ouvida.
-Não. Eles são desprovidos de sentimentos. Entendeu?
-Eu não concordo com isso... –ergueu um pouco o rosto, mostrando os olhos brilhantes a Mulher a sua frente.
Outra chicoteada. Agora machucando a bela face alva, e o jogando com força pra trás, fazendo com que seus machucados recentes raspassem no chão.
-Você não tem que concordar. Você tem que ser assim. Sempre.
-Me dê um exemplo de uma pessoa assim...? –perguntou, voltando a se ajoelhar e abaixar a cabeça. Apesar de tudo ainda lhe devia obediência.
-Os anjos. Belos, Traiçoeiros e frios. Assim você tem que ser.
-Eu não quero ser assim.
Outra chicoteada. E mais outra e outra. Os olhos do pequeno anjo lacrimejaram, não choraria, não na frente daquele monstro.
Monstro?
Mas ela não era sua bela Mestra? Que falou que seria tudo que imaginaria ser?
Por que?
-OoO-
Milo sentia aquele abraço calmo do anjinho. Sorriu, ele tinha lembrado de alguma coisa. Estava no caminho certo.
Uma mulher o chamou, sua voz saira um tanto...
...Fria.
-O que pensa que está fazendo Kamus?
Kamus soltou seu pescoço.
Sentia um forte... Vazio.
-Desculpe mestra. Não voltara a se repetir.
-O que eu te expliquei Kamus?
-Que eu... Sou um anjo.
-Exato. E o que anjos fazem?
-São felizes?
Viu e ouviu um chicote de couro bater contra a pele incrivelmente branca e delicada.
Levantou-se possesso, quem aquela mulher pensava que era pra bater no seu Kamus? Colocou uma mão em direção ao corpo encolhido de Kamus e sentiu ela ser detida por um tipo de barreira.
Outra chicoteada.
Já não ouvia nada que diziam, só queria poder defender seu pequeno anjo daquelas mãos malditas e a dor.
Bateu mais forte contra a barreira, fazendo um baque alto. Mas não a rachando.
Viu que conseguira a atenção dos dois seres.
-Pare humano. Você não pode entrar.
-Pare você! Não machuque o Kamus.
-Não faça isso Milo. Ela pode te machucar. – Falou rápido, se levantando e virando pra Milo, estendendo as mãos e revelando o rosto machucado e algumas lágrimas que rolaram graças à dor.
-Kamus...
-Por favor.
Viu o corpo cair pra frente de joelhos, vendo as penas das asas já numa tonalidade avermelhada.
Kamus se machucava cada vez mais.
E Milo?
Nada podia fazer.
Bateu mais vezes contra a barreira invisível, fazendo a mulher se irritar e joga-lo, estendendo uma das mãos, contra uma enorme pedra.
-Humano maldito.
-OoO-
-Humano maldito.
-Por que fez isso? – Ainda estava de pé, ou ao menos tentando.
A dor o corria por dentro, mas não se daria por vencido.
-Ele não passa de um mero humano que te confundiu. E você tem que se lembrar que me deve obediência. – chicoteou o anjo novamente.
-Confundiu? – Perguntou-se sentindo seu corpo cair inerte no chão, tudo doía. Não tinha mais forças pra se levantar.
Seus olhos continuavam enevoados, seu coração dolorido e sua mente confusa.
-Eu vou provar a você como os anjos são bons, vou acabar com seu sofrimento. – pegou mais uma vez seu chicote, pronta para dar o golpe de misericórdia em Kamus.
-Por que...? – Seu corpo nem ao menos se mexeu. Não queria se mexer, Não tinha mais porque se mexer.
Era tudo uma mentira...
...Não era?
-Por que o que Kamus?
-Por que você era tão bondosa?
Ela sorriu.
Não o sorriso terno e doce.
Mas um sorriso maligno.
-Entenda, Nada disso é verdade. Sua alma está vagando entre dois mundos e acabou parando bem aqui, no portal do esquecimento, mas seu coração não abandonou o mundo dos vivos. Um oponente um tanto difícil de se absorver o fluido vital.
-...
-Eu preciso desse fluido para eu continuar com meus poderes. Mas infelizmente eu preciso que a alma que eu retirarei o fluido acredite em mim. E eu posso fazer isso destruindo sua memória anterior e reconstruindo uma nova.
Todas aquelas palavras doíam como escadas cravadas contra seu corpo, mas ainda sim continuou firme. Não se deixou chorar.
-Mas seu coração ainda permanecia com o jovem humano. – apontou o corpo desfalecido de Milo perto da pedra - fazendo com que reencontrar ele trouxesse de volta sua antiga memória. E com isso causar a confusão que estás carregando.
-Por que eu?
-Você É realmente um anjo. Pois sua alma vem caminhando a séculos com os anjos. Por isso tive tanto empenho em confundi-lo, mas logo descobri que podes ser perigoso pra mim. Isso resume o que aconteceu.
-Isso tudo só por que queria minha alma?
-Exatamente.
Levantou-se, com muita dificuldade, levando com sigo o báculo, para se apoiar.
-Quem é você?
-Sou a Deusa da ilusão. Por isso que eu sou o que você acredita ser.
Ergueu o báculo em direção a Deusa, fazendo que o báculo brilhasse, sumindo logo após.
Tudo uma mentira.
Tudo.
Não.
Nem tudo.
Olhou para o corpo de Milo, ele sorria e estava atrás de si, e estranhamente quase do seu tamanho.
-Me desculpe Milo. –murmurou, sem mais forças, e deixou seu corpo, ou alma, cair inerte nos braços fortes do grego.
-OoO-
Milo tinha aberto os olhos e tinha ouvido toda a história. Suspirou cansado e se ergueu, não ia deixar machuca-lo.
Qual foi a surpresa em ver o Kamus acabar com a deusa da Ilusão sozinho?
Ele ainda possuía os machucados e as asas, mas já estava em seu tamanho normal.
Viu que ele lhe murmurou uma pequena frase com muita dificuldade e depois caiu em seu colo desacordado.
Tocou o sino dourado.
-Estamos voltando pra casa anjo.
Falou calmo acariciando os cabelos azuis do outro em seu colo enquanto suas almas eram transportadas para o mundo real.
-OoO-
Abriu os olhos devagar e percebeu que estava em sua cama.
Tudo fora um... Sonho?
Sentou-se rapidamente e olhou seus pulsos.
A cicatriz estava lá.
Milo.
Olhou para o lado e percebeu a cama vazia. Uma subta tristeza o invadiu, mas ainda teve forças de se erguer e ir procura-lo.
As manchas de sangue nas brancas colunas.
O tapete molhado de sangue.
Seu bilhete.
Tudo. Estava tudo lá.
Tudo aconteceu.
-Kamus? Já acordado?
Virou-se rapidamente e viu um grego ainda sonolento e com uma escova de dentes na boca.
Suspirou tranqüilo e abraçou o grego com força.
Estava de volta.
E não iria mais embora.
-OoO-
Saiu do banheiro, ainda com sua escova de dentes e notou que Kamus já não estava na sua cama.
Franziu o cenho e foi andando até a sala.
O viu sério, olhando as coisas e ficou um pouco preocupado, depois de tudo que tinha passado já estava de pé?
-Kamus? Já acordado?
Ele se virou rapidamente e teve a impressão de ter visto duas asas atrás de seu corpo.
Um abraço.
Sim, surpreendido por um abraço.
-Você tinha que estar deitado Kammy.
-...
Milo o pegou no colo, mesmo deixando um certo francês constrangido e bastante corado e o colocou na cama, beijando sua testa.
-Bom dia.
-Bonjour Mon Amour.
Ambos sorriram e depois se beijaram
Fim.
N/a:
O verdadeiro agora!
Gostaram? No caso ai eu achei super fofo combinar o Kamus com um anjinho.
Imagina um pequeno Kamus (como criança) com asinhas e um báculo azul?
Um anjinho!
Adorei! Mesmo. E olha só! Primeira fic atualizada em 2006! (comemorando).
E o melhor, a fic bate com o meu flog "Angel Kamus" fofo né?
E que alias, será onde eu vou responder as reviews da primeira fic e essa!
Www(ponto)flogmais(ponto)com(barra)angelkamus.
Só quero ver quem vai lá comentar! X)
Kissus!
E Review-me!
Teffy Chan. 12/01/06 às 16:18.
