Chased
Disclaimer:A maioria dos personagens pertence a J. K. Rowling, salvo alguns que eu mesma inventei.
Censura: M
Resumo:Quando o pai de Lily morre num estranho assassinato, ela se vê numa situação difícil, morando com o antigo inimigo, James Potter, e perseguida por pessoas que a querem morta.
Nota: Essa é minha primeira fanfic postada, então, dêem um desconto. Podem mandar elogios, críticas, idéias, enfim, a opinião de vocês, o importante é deixarem um review para incentivar a autora. Então é isso, espero que gostem da fic, foi feita com muito carinho. :)
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Lily Evans andava com pressa na rua aparentemente vazia. Apesar do estranho silêncio, quebrado apenas pelo barulho do salto alto contra a calçada, ela sentia que era seguida e observada. Essas duas sensações a acompanhando desde o dia da morte do pai.
Lily estremeceu ao lembrar-se daquela noite e virou-se mais uma vez para trás, desconfiada. Mas não havia nada. Ela sabia que não devia continuar a andar por ruas quase desertas depois do ocorrido, como havia dito o policial, mas não era culpa dela morar num bairro tão afastado do centro da cidade. Ela tinha que trabalhar e, querendo ou não, isso trazia riscos.
Sentiu o alívio invadir seu peito quando finalmente chegou em casa. Olhando para os lados, abriu o portão e praticamente correu para dentro, fechando o portão logo em seguida. Suspirou. Estava cansada de andar sempre com medo depois daquela noite.
Entrou em casa, largou as chaves em cima de uma mesa e atirou-se no sofá. Sentiu-se solitária e não pode evitar o turbilhão de lembranças que invadiu sua mente. Lembrou-se de quando chegava em casa e encontrava o pai sentado diante da TV. Ele sorria abertamente ao ver Lily, e perguntava sobre o seu dia enquanto ela preparava um lanche para eles. Sentiu seus olhos lacrimejarem enquanto as lembranças daquela noite voltaram, sem nada que ela pudesse fazer.
~ início do flashback ~
Lily havia chegado em casa especialmente animada naquele dia, por causa de uma promoção recebida no emprego. Ela estava louca de vontade de contar para o pai a novidade. Já fazia tempo que ela se esforçava ao máximo visando à promoção e finalmente conseguira. Enquanto destrancava a porta pensou ter ouvido vozes, mas assim que entrou, não encontrou ninguém, nem mesmo seu pai.
"Ele deve estar no banheiro ou dormindo, pensou. Mas estava com uma sensação ruim, então resolveu chamá-lo. "Pai? Onde você está?"
Ouviu um ruído em um dos quartos, e sussurros apressados. Andou até o quarto imaginando quem estava ali. Afinal, seu pai não tinha muitos amigos.
Estava quase na porta do quarto quando ouviu. Tiros, cinco ao total. Por um momento ficou paralisada e só não fugiu porque se lembrou que seu pai podia estar lá dentro. Reunindo toda sua coragem, abriu devagar a porta, e se deparou com uma cena que, mal sabia ela, ia passar a atormentar seu sono quase todas as noites.
Seu pai estava em uma cadeira, amarrado e amordaçado, os olhos parcialmente fechados, a camisa cheia de sangue e se contorcendo de dor. Por um momento, ver seu pai naquele estado paralisou Lily, que só voltou à realidade quando ouviu o som de vidro quebrado.
No fundo do quarto, dois homem com máscaras pretas, um com o cabelo loiro, quase branco, o outro, com cabelo castanho, pulavam a janela e fugiam. Em nenhum momento Lily pensou em ir atrás deles, ela estava preocupada demais com o pai para pensar nos assassinos.
Correu em direção a ele, já ligando para a ambulância, enquanto lagrimas escorriam sem nenhum controle de seus olhos. Ela sabia que ele não iria sobreviver, mas tentava com todas as forças ter alguma esperança.
Mais tarde, um bilhete foi achado pelos policiais. A caligrafia deixava claro que quem o havia escrito estava com pressa. Nele só havia uma frase. Uma frase que não saia de sua cabeça. "Você é a próxima."
~ fim do flashback ~
Lily não notou quando começou a soluçar. Na verdade, ela não se importava mais. Podia demonstrar força quando estava perto de outras pessoas, mas sozinha ela não precisava esconder o que realmente sentia. A dor era tanta que parecia sufocá-la e ela não se esforçava para impedir.
Já fazia duas semanas que seu pai morrera e ela ainda chorava toda vez que se encontrava sozinha em casa. Ele era seu único amigo verdadeiro.
Levantou-se devagar e foi tomar um banho. Ela precisava se recompor. Daqui duas horas ela teria que comparecer a delegacia para ajudar nas investigações. Ou melhor, tentar.
Tinha certeza que não poderia ajudar muito, afinal, não tinha prestado atenção nos assassinos. Obviamente, estava mais preocupada com coisas mais urgentes.
Depois de um banho demorado, ligou para um taxi vir buscá-la. Não queria arriscar de novo sair sozinha na rua. Mesmo não querendo admitir, estava apavorada. O bilhete deixava claro que a queriam morta. Ela só se perguntava o porquê.
Quando ouviu a buzina do taxi, levantou-se num salto. Era sempre assim. Qualquer barulho a assustava, por mais inofensivo que fosse. Suspirou pegando as chaves e entrando apressada no taxi.
-o-
Chegando à delegacia, falhou totalmente no seu plano de tentar se manter calma. Se é que podia chamar aquilo de plano. Ela odiava falar em voz alta sobre a morte do pai, mas se quisesse que os assassinos fossem presos, teria que fazer isso. Então, tentando parecer confiante, foi até um policial.
- Com licença, sou Lily Evans. Eu vim para prestar informações sobre a morte do meu pai. - ela disse, surpresa por sua voz não tremer em momento algum.
- Ah, sim. - o policial, um homem baixinho e gordinho, sorria solidário. Lily odiava quando sorriam assim, não gostava que sentissem pena dela. Mas apenas sorriu de volta para não ser mal-educada. O policial só estava tentando ser gentil
- Meu nome é Paul Lewis, por favor, me acompanhe.
Lily seguiu o policial Lewis, respirando fundo para tentar se acalmar. Pararam em frente a uma porta de madeira escura. Acima da porta, havia uma placa branca onde estava escrito 'Investigador Potter'. Assim que leu a placa, teve vontade de fugir. Ela só conhecia um Potter. Aquele Potter. Não podia ser ele, ela disse para si mesma, tentando se convencer. Mas quando ouviu o policial Lewis anunciando sua presença, teve certeza. Ela reconhecia aquela voz.
- Mande-a entrar, Paul. - ele disse com tanta naturalidade que ela se perguntou se ele realmente se lembrava dela ou ao menos sabia que era ela ali.
Com um gesto da cabeça, o policial Lewis mandou que ela entrasse. Lily entrou na sala olhando para os pés. Estava morrendo de medo de encarar aqueles olhos negros. O que ela poderia ver ali? Ódio, frieza, raiva?
- Evans. - disse ele frio. Então ele se lembrava. Oh, é claro que se lembrava. Qualquer um se lembraria depois de tantas brigas e discussões intermináveis por qualquer bobagem.
- Potter. - ela disse, baixinho. Pela primeira vez ela levantou os olhos e tentou não demonstrar a surpresa com o que viu. James Potter não estava lindo, estava maravilhoso. Bom, era de se esperar, já que ele sempre foi bonito. Ele havia crescido, claro. Os cabelos continuavam bagunçados como sempre. Mas agora tinha o peito largo e os braços fortes. As mãos brincavam com uma caneta em cima da mesa. Aquelas mãos... Lily teve que segurar um suspiro. Aquelas mãos grandes e fortes da quais ela mal conseguia desviar o olhar. Mas ela não estava lá para pensar nas mãos dele, não. Quando ela olhou para os seus olhos viu que ele também a avaliava.
Ele finalmente a olhou nos olhos, fazendo com que seus joelhos se derretessem. De repente, tudo que ela sentia na adolescência na presença de James Potter voltou. Desviou rapidamente e deu uma olhada em volta. O escritório dele era impecável. Tudo no seu devido lugar. Então James continuava organizado. Organizado demais.
- Vai ficar aí de pé? - ele perguntou. Lily apenas levantou uma sobrancelha e sentou-se. Ela realmente não imaginava que ele fosse ser muito delicado, mas esperava um pouco mais de profissionalismo. Ele nunca gostara dela, na verdade, sempre a odiara, mas já era hora de superar isso.
- Lily Evans... Faz tempo, não é? - perguntou ele, com uma risada amarga. Ela não ia se deixar levar pela provocação, então apenas o encarou séria e respondeu simplesmente.
- É, faz.
Ela o ouviu suspirar. Ele passou a mão pelos cabelos negros e rebeldes, parecendo nervoso. Lembrou-se de James adolescente, fazendo a mesma. Ela sempre gostara de ver quando ele fazia isso. E agora não era diferente. De novo, teve que segurar um suspiro. Aqueles cabelos, sempre bagunçados, deixavam-na louca.
- Mas não é para falar do passado que estamos aqui. - disse ele, pela primeira vez a voz estava séria, sem sinal de sarcasmo ou brincadeira - Por que não me conta o que aconteceu naquele dia?
Ela se surpreendeu ao notar que o tom dele agora era gentil. Pelo visto, ela estava certa quando pensou que ele iria agir com profissionalismo. Ele apenas tinha se deixado levar pelas emoções pessoais antes, mas agora parecia ter se recomposto.
Lily olhou para baixo e começou a narrar o acontecido. Sua voz estava baixa e rouca, como se fizesse muito tempo que não a usava. Ela não se arriscava a olhar para cima, porque sabia que James poderia ver as lágrimas nos seus olhos. Não que ela fosse chorar. Ela não ia, mas seus olhos sempre ficavam molhados quando pensava no ocorrido, independente do quanto se esforçasse.
Quando terminou o relato, esperou os olhos secarem para ter coragem de encará-lo. James a olhava atentamente, como se estivesse a estudando, o que provavelmente estava fazendo mesmo. Ele não estava com aquele olhar de pena dos outros, mas também não era indelicado. Assim que James notou que ela o observava também, por um segundo pareceu envergonhado, mas logo sua expressão ficou dura.
- Seu pai tinha algum inimigo, Evans?
- Bem, ele nunca teve muitos amigos - ela disse, enquanto se mexia desconfortável na cadeira -, mas nunca fiquei sabendo de alguma inimizade.
- E o resto da sua família? - perguntou ele, vendo uma careta se formar no rosto de Lily.
- Minha mãe já morreu a muito tempo, e realmente não acredito que ela tenha inimigos - Lily pareceu pensar por um momento e continuou -, minha irmã, depois da faculdade, se mudou para o Canadá, e desde então, mal nos falamos. E meu tio, meu pai nunca gostou de falar muito dele. Nem sei se ainda está vivo.
- Não está. - James disse com delicadeza. Mais uma vez, Lily se surpreendeu. James Potter delicado? Ela nunca havia conhecido esse lado dele.
- O que? Como você sabe? - Lily perguntou, não que estivesse abalada com a situação, nem conhecia o tio, mas porque ele parecia saber mais da sua família do que ela mesma. Isso era assustador.
- Nós estávamos investigando os possíveis assassinos, então tivemos que fazer uma breve pesquisa sobre a sua família.
- disse James, dando de ombros - Suspeitamos que seja algo pessoal com a família Evans, porque assim como seu pai, seu tio foi assassinado nas mesmas circunstâncias.
- Oh - Lily disse -, então Petúnia também está em perigo?
- Receamos que sim, Evans. Assim como você. - por um momento Lily pensou ter visto um brilho de preocupação nos olhos de James, mas este desviou o olhar. Ela devia estar ficando louca. James a odiava. - Já entramos em contato com sua irmã e passamos as informações para a polícia do Canadá, que já mandou policiais ao local. E quanto a você, teremos que ser ainda mais cuidadosos.
- O que quer dizer com isso? - perguntou Lily, assustada. Odiava o fato de estar em perigo constante. Odiava ainda mais depender dos policiais para se sentir segura.
- Bom, os assassinos deixaram claro que você é a próxima vítima. Primeiramente, eu gostaria de dar uma olhada na casa.
- Ah, claro. Mas já não olharam tudo? - perguntou.
- Sim, mas dessa vez eu queria dar uma olhada nas correspondências de seu pai, ou algo que nos dê uma pista de quem quer acabar com a sua família, Evans. - então deu um sorriso falso e completou - Se não se incomodar, é claro.
- Não me incomodo. - respondeu em voz baixa, olhando para qualquer lugar menos nos seus olhos.
Um senhor que aparentava ter uns 60 anos, entrou na sala, sem nem mesmo bater. Lily sobressaltou-se, mas tentou disfarçar.
- James - disse ele, que parecia nem notar a presença da garota sentada na frente da mesa -, falei com Phillips, ele não poderá ficar com ela. - então, pela primeira vez desde que entrou no escritório pareceu notar Lily - Oh, senhorita Evans, sou Dumbledore, chefe do departamento de investigação.
- Prazer. - ela disse, simplesmente, perguntando-se como Dumbledore sabia seu nome. Seria seu caso tão conhecido? Dumbledore voltou-se de novo para James.
- Espero que consiga fazer isso sem envolver assuntos pessoais, James. - disse ele sério, enquanto Lily estava perdida, tentando entender sobre o que falavam. - Acha que pode?
James olhou por um mísero momento para Lily, que nem por isso deixou de notar o olhar. Será que o assunto a envolvia? Se fosse, o que significava 'ficar com ela'?
- Não se preocupe, eu cuido disso. - disse James, como se dissesse 'agora pode sair da minha sala'. Dumbledore, dando o assunto por encerrado, deu um último e irritante sorriso de pena para Lily e saiu.
- Deve estar se perguntando sobre o que Dumbledore estava falando, não é? - James disse, enquanto Lily se virava para encará-lo.
- Na verdade, só me perguntava se tinha a ver com o meu caso. - ela disse, dando de ombros. - Tem?
- Sim. Como eu estava dizendo, você vai precisar de proteção 24 horas. - Lily abriu a boca para perguntar o que ele quis dizer com aquilo, mas foi interrompida - Ou seja, alguém responsável pela sua segurança vai morar com você. - James bem que tentou esconder o sorriso malicioso, mas era impossível - E como você mesma ouviu, esse alguém sou eu.
James terminou a explicação com um sorriso triunfante, enquanto Lily, apenas olhou desconcertada para ele, com a boca ligeiramente aberta. Morar com ela? James? Isso com certeza não ia dar certo.
E por último, James se inclinou para frente na mesa e sussurrou:
- Vai ser ótimo para relembrar os velhos tempos, não é, Lily? - perguntou com sarcasmo. Lily estremeceu.
- Ah, sim. Ótimo. - ela murmurou, olhando para qualquer lugar menos nos olhos do moreno enquanto ele continuava a exibir aquele sorriso triunfante, que tanto a irritava.
