N/a: Essa fic não me pertencem. Ela foi um presente de natal da Dé (querida amiga e Beta) Muito obrigada, flor. :D

Obs: Mais uma fic passando por revisão.


Clichê

Eles se odiavam. Ninguém nunca entendera o motivo daquele ódio profundo, nem eles mesmos. Era difícil para eles estarem na mesma sala sem começar uma briga que não levaria a nada, apenas a mais ódio.

Ela foi a primeira a perceber o quão ridículo isso tudo era. Então ela o ignorava, enquanto ele tentava começar uma nova discussão. Até o dia em que ele desistiu.

Os anos passaram, e eles continuaram se odiando. Em silêncio, dessa vez. Até o fatídico dia em que ela não agüentou a masculinidade forçada dele. Ele estava tão feliz! Eles estavam brigando novamente, como nos velhos tempos. Mas tanta coisa tinha mudado que ele a convidou pra sair, sem pensar. Arrependeu-se assim que as palavras saíram de sua boca, mas não tinha mais volta.

Então ele percebeu o que esse ódio era, e ele não gostava nem um pouco disso. Ela continuava alheia, sendo cada vez mais fria com ele. Merlin, como ele a amava! Soava tão clichê pensar assim, do ódio ao amor, como num passe de mágica. Parecia roteiro de novela mexicana. Só faltavam muitas lágrimas e os nomes compostos que não combinavam.

Mais anos se passaram, e ele continuou repetindo o convite. Ela não agüentava mais ter que inventar novas formas de mandar ele pro inferno. Então ela aceitou, só de pirraça.

O que mais a surpreendeu foi que ele era uma pessoa, e não um robô programado para gerar discórdia. Como uma tarde com ele poderia ter sido tão agradável? E por que ela não conseguia parar de falar isso para todas as pessoas que ela conhecia?

Ele parecia um idiota, cantando e sorrindo o tempo todo. Nem mesmo os melhores amigos suportavam tanta felicidade.

Quando ela recebeu flores dele no meio da aula, se descobriu pensando o quão romântico ele conseguia ser, e não o quão babaca ele era por ter interrompido uma aula tão importante.

Ele era tão bonito. Como ela nunca tinha reparado?

De ofensas e caretas eles passaram a sorrisos e bons dias, o que surpreendeu toda a escola.

Não que ela estivesse apaixonada. Claro que não, ela simplesmente tinha visto que ele não era tão ruim assim. Ou será... Bem, não custava ser legal e aceitar ir ao encontro de sábado, e no outro depois desse, e no próximo.

Quando ela finalmente percebeu o que estava acontecendo, já era tarde. O início do namoro foi motivo de fofoca por semanas.

Eles se formaram gloriosamente, casaram numa linda tarde de primavera e tiveram um lindo bebê, da forma mais clichê o possível. Mas a verdade era que eles não se importavam com isso, porque era o clichê deles. Tão igual, mas tão diferente de todos os outros clichês.

Fim.


N/a: Espero que gostem, assim como eu. :D Beijos!