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Esta tradução foi feita por Brighit R. Gauthier – Chequem seu profile para mais fics maravilhosas! Apenas copiem seu nome e coloquem na busca por autores.
Title: Resfriado.
Orihime fitava seu paciente. Estava perplexa - ou talvez extremamente chocada, não sabia o que escolher. Ambas as opções cabiam perfeitamente nos parâmetros daquela situação. Todavia, após alguns minutos de contemplação, escolheu o choque. Um sentimento de torpor corria por suas veias, congelando seu cérebro e sua voz. Seus dedos tramiam, sua mão se fechava e se abria.
Saiu de seu choque e facilmente ficou apreensiva. O tremor em seus dedos parou, seu coração acalmou-se de seu ritmo frenético, indo a um ritmo lento. Os exercícios de respiração ajudaram, acalmando seu espírito e seu medo.
Ela tinha que ser brava e forte. Reprimiu seus risinhos esporádicos que teimavam em escapar de seus lábios. Ela tinha que reprimir – por mais que ela pudesse lidar com isso agora, sabia que mais tarde voltaria, ainda mais se voltasse a recusar o almoço.
"Ulquiorra... Eu disse para usar um cachecol." Ela disse timidamente, as mãos unidas. "A Antártida é muito fria."
Ulquiorra fora esparramado em sua cama, deitado sopre pilhas de travesseiros, as cobertas cobrindo-lhe até o queixo e uma toalha morna em sua testa. Era silencioso, mas sua mente extremamente analítica estava concordando com a humana. Ele realmente deveria ter usado um cachecol, não importando o quão estúpido o item parecia. Ele culpava a mulher e seu cérebro extremamente imaginativo. Era tudo culpa dela.
Orihime levou a colher até o prato de sopa, enchendo-a e levando-a até a boca do arrancar doente. Era frustrante que ela não pudesse rejeitar a pneumonia, mas Aizen a havia ordenado que não o fizesse. Era a punição de Ulquiorra por ficar doente antes de tudo.
Ela alimentou o arrancar e deu-lhe bastante suco, preocupando-se com ele. Era sua culpa de alguma maneira. Ela deveria ter sido mais persistente ao tentar fazer Ulquiorra usar pelo menos um cachecol. Ela não deveria nem ter desejado ir ao continente Antártico. Talvez a Nova Zelândia tivesse sido um lugar melhor para se viajar.
Todos esses "deveria" e "poderia" estavam ecoando em sua cabeça profundamente. Porém já era tarde, as ações haviam sido feitas e eram imutáveis. Pôde apenas oferecer-se para cuidar do Espada, como uma espécie de pagamento pelo tratamento cordial que recebera dele.
Após terminar de dar-lhe a sopa, ela assistiu-o dormir. Havia algo angelical sobre Ulquiorra enquanto ele dormia. Talvez fosse o fato de que seus enormes, penetrantes e inexpressivos olhos não estavam criticando-a. Estavam fechados, não por aborrecimento ou renúncia, estavam apenas fechados em um gesto inocente. Sua boca não estava em uma fina linha, não estava severamente fechada em desaprovação. Agora aqueles lábios eram lisos, não demonstravam expressões felizes, mas também não demonstravam desgosto. Sua pele continuava pálida, algo constante. Seus cabelos são emaranhados, macios ao toque, e o fragmento de máscara em sua cabeça pareceu mais natural à sua aparência.
As marcas lacrimosas pareciam mais ressaltadas, uma cor vibrante em sua pele austera e pálida. Eram marcas curiosas. O que eram elas? Seriam verdadeiras lágrimas secas de quando virou um hollow? Cicatrizes de batalhas ou guerras passadas? Ou talvez fosse apenas um pierrô?
Orihime sorriu triste. Aqui estava, ajudando o inimigo, consolando-o. No entanto, para ela eles não eram os inimigos. Bem, Ulquiorra não era. Aizen era ainda um homem mau que orquestrara muitos dos eventos passados para seu próprio ganho, ferindo Rukia e quase matando Ichigo. Mas com o passar dos dias, aprendeu que preto e branco nunca existiram realmente e que todas as coisas estavam em tons de cinza. Que faria agora? Seus pilares foram batidos sob si, suas morais chafurdando em um mar de sangue.
Queria ser forte como Tatsuki, brava como Ichigo e persistente como Rukia. Queria todos aqueles nobres atributos, mas, sobretudo queria proteger os outros do sofrimento. Mesmo se não pudesse se salvar, salvaria os outros.
Sentou-se à sua cabeceira do arrancar, vigiando, esperando. Szayel dissera que era um vírus acoplado com frio intenso que tinha feito Ulquiorra tão doente assim. Szayel fez a Ulquiorra algo para catalisar sua cura. Haveria efeitos colaterais, e como tal, Ulquiorra estava sofrendo pela doença e pela cura.
Oito horas mais tarde, Ulquiorra sentou-se na cama, seus lençóis caindo. A toalha caiu de seu rosto, caindo nos lençóis. Olhou ao redor e observou que a mulher estava lá, dormindo, provavelmente esgotada, ao lado de sua cama.
Sentiu uma nesga de uma emoção estranha – gratidão? Gratidão por ela ter sentado ao seu lado, confortando-o e alimentando-o com o líquido? A maioria dos Espada, como Grimmjow ou Noitora por exemplo, usariam esta oportunidade para exterminá-lo. Noitora com certeza o faria, já que usa truques sujos.
Porém, se não tivesse sido pelo passeio da garota pela terra congelada que os humanos chamam de Antártida, ele não estaria nessa posição para começar.
Hmph.
"Obrigado, mulher estúpida."
