Rota São Francisco pertence parcialmente a Kasey Michaels! Quanto aos personagens, uns pertencem a Kasey Michaels e outros a J.K. Rowling.
Rota São Francisco
Era um bonito dia de junho. Reclinada em uma cadeira de praia, Lily Potter bebericava sua soda limonada, enquanto assistia uma partida de handball. James, seu marido há três dias, tentava eliminar seu último adversário, um corretor de seguros do Tennessee.
Lily jogara com James um pouco antes, mas ele a derrotara sem piedade, não levando em conta nem o fato de estarem em lua-de-mel. James não conhecia o significado da palavra "derrota". Ela simplesmente não fazia parte de seu vocabulário.
Com um suspiro, Lily recordou o dia em que haviam se conhecido, quatro meses antes. Era dia de jogo de handball no clube que ambos freqüentavam. Lily era sócia há pouco tempo e estava empolgada com a possibilidade de se exercitar fisicamente.
Naquele dia, fatal e maravilhoso ao mesmo tempo, ela havia acabado de derrotar sua última adversária em uma partida de handball, quando James Potter se aproximou com o sorriso mais charmoso que ela já vira em um homem.
— Bela vitória — disse ele. — Mas está pronta a enfrentar um desafio real?
Uma hora depois, ela perdia seu último ponto para James, na derradeira partida do dia.
— Está quase na hora do jantar — James anunciou.— Os perdedores pagam, ou será que esqueci de mencionar esse detalhe?
— Sim, você esqueceu — Lily respondeu, ofegante.
James sorriu para ela. Os olhos castanhos brilhavam com ousadia.
— Nos encontraremos daqui a meia hora no salão principal, ok? — ele sugeriu.
Lily tomara banho e se vestira em tempo recorde. Após avaliar-se ao espelho, aprovara a saia azul e a blusa de seda com delicadas flores lilases. Passara uma leve camada de batom e fora direto para o salão principal do clube.
Esperava encontrar James vestido com um traje formal, mas comum. Entretanto, ficou boquiaberta quando o viu. Ele trajava um uniforme azul-marinho com botões dourados e algumas insígnias na lapela. A seu lado, via-se um chapéu em estilo militar e uma maleta preta de couro.
Quando se aproximou mais, Lily notou que James estava vestido com o uniforme de piloto de uma empresa aérea. O nome Lombard Airways estava bordado no bolso da lapela, pouco abaixo de uma plaqueta metálica com o nome dele.
Lily ficara surpresa e impressionada ao mesmo tempo. Devia ser mesmo verdade que homens de uniforme sempre atraíam uma atenção especial por parte das mulheres.
Ao final da noite, Lily descobrira que James não era apenas um homem bonito, mas também amigável e irresistivelmente atraente. Seu beijo de boa noite, então, tirara o fôlego de Lily mais do que uma tarde inteira de partidas de handball!
Nas semanas seguintes, ficou sabendo que ele era engenheiro de vôo e que adorava voar desde a infância. Passara quatro anos na força aérea antes de ir para a Pensilvânia, trabalhar para a Lombard. Aceitara o cargo de engenheiro de vôo porque na época não havia outro disponível. Todavia, esperava ser promovido para piloto dentro de três anos.
Lily lecionava Matemática e trabalhava como professora substituta em um colégio particular. Embora os encontros tivessem que ser intercalados entre as viagens de James e os compromissos de Lily, os dois sempre deram um jeito de se encontrar durante o namoro.
Tinham, muitas afinidades em todos os sentidos. Lily admitia que, em certos momentos, as personalidades de ambos entravam em choque, devido ao forte impulso de se saírem bem em tudo que faziam; dar aulas, pilotar um avião de passageiros, jogar handball ou mesmo deduzir quem era o assassino em um filme de cinema.
Lily nunca se sentira tão feliz em seus vinte e quatro anos de vida. James também nunca experimentara tanta felicidade, pelo menos foi o que dissera a ela quando a surpreendeu com um belíssimo anel de brilhantes e esmeraldas, no segundo mês de namoro.
Como a mãe de Lily fora morar na Espanha com o novo marido e os pais de James já haviam falecido, os dois optaram por uma pequena cerimônia de casamento, assim que entrasse o período de férias escolares. Sirius Black, amigo de James, e Marlene, a melhor amiga de Lily, foram os padrinhos.
Assim, com apenas três dias de prazo para a lua-de-mel, antes que James partisse para Tampa, os dois viajaram para Nova Jersey.
— E se eu não tirá-lo logo desse jogo, não nos restará muito tempo para desfrutarmos essa lua-de-mel — Lily resmungou consigo.
Levantou devagar e se espreguiçou antes de gritar
— Hei, Sr. Super-Herói, já terminou o jogo?
James interrompeu o movimento da mão e deu-lhe uma piscadela.
— Essa última jogada acabará com ele, querida.
James se posicionou melhor e atirou a bola com grande velocidade, deixando o adversário sem outra alternativa, a não ser ver a bola passar por ele.
— Você não passa de um exibicionista, sabia? — Lily provocou-o alguns minutos depois, quando voltavam abraçados para o hotel.
James lançou-lhe um de seus sorrisos charmosos.
— Aquilo foi apenas para impressioná-la, meu amor — respondeu, beijando-a na testa.
Lily desvencilhou-se do braço dele e correu na frente.
— O último que chegar no chuveiro é mulher do padre! — gritou.
— Ora, sua espertinha...
James correu atrás dela. Deixaram uma trilha de roupas pela sala e no corredor do banheiro. Rindo muito e brincando, foram para baixo do jato de água quente do chuveiro. Seus lábios se encontraram num beijo ardente, despertando a chama do desejo que os unia. Ambos se consideravam vencedores no jogo mais importante de todos. O jogo do amor...
