1: Hunter X Hunter, novamente, não me pertence meu povo.
2: Desta vez, quem narra a história no presente é a Kelly.
3: Fora Gon, Korapaika, Killua, Leório, a família Zaoldyeck e o Genei Ryodan, o restante da galera é de minha autoria.
4: A idade do Gon e do Killua é igual as da Gene e da Kelly, que aqui são um ano mais novos que o Korapaika.
Cap. 1
Uma Viagem de Risco
Cadmio, quinta-feira
1h00min
Eu realmente não imaginei que a minha vida fosse mudar tanto quando saí de casa... Graças ao Killua, meus pais permitiram que ficasse em Tive como uma espécie de trato de pagamento por ele ter me protegido, mas ainda sou um brinquedo sem sentimentos. É o destino de uma assassina!
Meus irmãos mais novos, Soei e Mesuro, detestaram a idéia de não poderem me castigar em nome de meus pais, só que é um gosto que eu faço questão de não dar para eles! Agora, prestes a chegar à cidade natal do Korapaika em um avião com Killua e os outros, me sinto até um pouco livre.
Ainda sim, não consigo deixar de sentir receio em me afastar sem avisar ninguém fora os aldeões sobre a viagem!... Pelo menos o sucessor antigo da aldeia, antes da minha aparição, cuidará de todos. Os outros lobos, claro que não pude trazer, mas a minha querida Bosom vai me seguir.
Felizmente, Excuser e Sinner também podem adquirir um cantinho na reserva ambiental que está próxima da casa do Korapaika, um lugarzinho que nós oito vamos dividir. Nem sei direito por que fui aceitar vir junto, mas se a Gene concordou em vir com as outras, o que mais ia fazer?
Torço somente para que não aconteça mais nada que possa interferir na nossa nova convivência com os estranhos cidadãos deste fim de mundo. Eu não tenho a menor vontade de matar alguém, e com certeza eles também não vão querer!
- Olha só, estamos chegando! – Gene se anima, olhando pela janela ao meu lado. Tento espiar.
- Ah Gene, espera, eu quero ver também! – empurro sua cabeça e daí nós começamos a brigar.
- Vocês poderiam parar de fazer todo este alvoroço?
- Desculpa Liana. – voltamos a nos sentar.
Gene e eu nunca fomos de obedecer, só que a Liana é uma exceção em quase tudo desde que nos conhecemos. Apesar de reclamar muito, ela é interessante quando se conhece melhor. Quando todos acabaram descobrindo sobre meu passado depois da aparição dos meus pais no ritual, ela agiu bem.
Nem estranhei a alegria da Gene quando soube que eu era uma pessoa famosa, mesmo que pelos motivos errados. Ela é outra que mete os pés pelas mãos só por ser sincera, aí acaba sendo enganada facilmente e não assimila muita coisa! Apesar disto, confesso que é muito divertido ficar perto dela!
- Muito bem, antes de tudo nós vamos ter que deixar os animais na reserva primeiro. – Korapaika diz logo quando desembarcamos. As gaiolas com eles passam por nós, carregadas por um homem de uniforme, e vamos atrás.
- Korapaika, eles vão ficar bem lá, não é?
- Eles vão sim Kelly, não se preocupe! As pessoas que trabalham na reserva, cuidando dos animais, são amigos dos meus padrinhos, os que cederam sua casa antiga que tinham comprado para ficarmos instalados.
- Então tudo bem... – suspiro, encarando Bosom.
Logo que os linces e a Bosom são soltos na reserva, ela volta e eu me abaixo para acariciá-la. Neste momento, um lobo negro e com uma cara à espreita de um ataque se aproxima saindo detrás de umas árvores. Excuser e Sinner ficaram olhando na defensiva, mas então o Killua fica perto.
- Oi Tamer, tudo bem com você? – ele afaga sua cabeça.
- Você conhece este lobo mal encarado?
- O Killua já veio me visitar aqui algumas vezes com o Gon, Kelly. O Tamer era um filhote quando ele foi trazido.
- E ele não é mal encarado, o problema é a cor do pêlo dele, que é muito escuro. - Killua o defende.
- Sei... – olho para o lobo – Mas ainda sim, acho estranho.
- Excuser, por que não tenta fazer amizade com os outros animais? – Katrina sugere – Você pode gostar dos felinos da reserva. – ela sai junto do Sinner mais para dentro do lugar.
- Bosom, tome cuidado. – levanto – Se houver algum problema, eu venho aqui te tirar deste lugar! – ela late e se afasta. O tal Tamer também vai atrás dela e os dois somem.
- Aposto que, mesmo com a ajuda do Tamer, ela não vai conseguir fazer amizade com os outros lobos. - Killua já começou a me provocar?
- Está errado, porque a Bosom é ótima nisso!
- A alcatéia dela ficou em Césio! Aqui, é território dele.
- Vocês podem parar de brigar? – Gene se intromete.
- Korapaika, melhor nos levar à sua casa. – Liana pede.
- E é melhor a gente ir bem rápido, antes que eles comecem a brigar sério! – Gon ri.
Korapaika nos leva para uma casa bem diferente do que imaginamos: ela não é enorme, mas é cheia de cômodos e tem, pelo menos, quatro telefones. A pintura não é tão recente, e os móveis estão bem empoeirados, mas fora as teias de aranhas e o som estranho do assoalho, o resto está bom.
- Vamos levar um bom tempo para arrumar tudo.
- Podemos começar amanhã. – Leório responde Liana, os dois dentro da sala – Por enquanto, vamos desfazer as malas e escolher nossos quartos.
- Nós ficamos com os quartos de cima! – Gene e eu falamos juntas e corremos na direção dos corredores acima das escadas do lado esquerdo da cozinha. Gon e Killua vêm logo atrás.
- Espera aí, eu vi esse quarto primeiro! – Killua começa a me empurrar quando empatamos na porta, tentando entrar em um quarto de cama acolchoada e de janela com vista para o jardim recém-regado.
- Nem pensar, eu fico com ele! – aperto sua cara.
- Ei, vocês dois, chega! – Katrina bate em nossas cabeças.
- Qual é o problema? – reclamamos, vendo Gon e Gene entrarem.
- Não tem quartos suficientes para todos. – ela continua.
- Como não tem? – estranho – E as outras portas?
- Eu verifiquei: nesta casa só tem seis quartos, então pelo menos dois de nós terão que dividir o quarto. – Gene explica.
- Eu não vou dividir o quarto! – Killua e eu falamos ao mesmo tempo de novo, virando os rostos.
- Não precisam dividir um com o outro. Gene pode dormir com a Kelly e o Gon com o Killua. – Liana fala do corredor, olhando para dentro.
- E o que vamos fazer com os banheiros?
- Não é possível que também não tenham banheiros o bastante para todos! – encaro Gon.
- Bom... – ele sorri, meio sem jeito – Eu contei e só achei um aqui encima. – levanta um dedo.
- Eu também olhei perto da cozinha e encontrei outro do lado da sala, embaixo da escada. – Leório chega e se encosta perto da porta. Detrás dele sai o Korapaika.
- Gente, parece que, contando com o que tem do lado da varanda, só tem três banheiros disponíveis.
- Acho que podemos separá-los de acordo com os lugares onde estamos acomodados. – Katrina interrompe – Já que a Gene, a Kelly, o Gon e o Killua dormem aqui encima podem usam o que tem no fim do corredor. Liana e eu ficamos com o da sala, que está mais perto dos nossos quartos no andar de baixo, e vocês dois vão ter o da varanda, que é junto com seus quartos. O que acham?
- Mas um banheiro para nós quatro não vai dar!
- É verdade, o Gon não, mas você pode sujar tudo!
- O que quer dizer com isso? – Killua recomeça a gritar comigo, o que irrita Liana.
- Ou vocês ficam com aquele ou todos terão que usar os banheiros públicos da cidade! O que me dizem?
- Certo...! – nós dois concordamos.
- Belo jeito de terminar uma discussão. – Leório ri.
No dia seguinte nossa faxina tem início. É bem óbvio que meu relacionamento com o Killua não é dos melhores, mas tento evitar pensar nisso enquanto ajudo a Gene a lavar os pratos sujos do café. Ele e Gon estão limpando as janelas e o Korapaika e a Katrina tirando o pó dos móveis.
Leório e Liana não demoram muito para voltar do mercado com os ingredientes do almoço: para nossa alegria, Katrina sempre foi boa cozinheira e troca de lugar junto do Korapaika com os dois para ambos prepararem nossa comida. Sem querer, Gene acaba derrubando as roupas do varal.
Gon vai ajudá-la e eu o Killua... Terei que me acostumar!
