Bem, essa é a minha primeira fic de Inu-Yasha. Ela é baseada no filme: Para Sempre Cinderela, mas tem coisas no filme que não apareceram aqui, assim como aqui tem coisas que não aparecem no filme. Espero que gostem!
Capitulo 1- Utopia
O sol iluminava as montanhas grandiosas da região. A vegetação verde começava a ganhar cor com os primeiros raios do sol logo de manhã cedo.
Mais à frente, se estendia uma bela planície. Os campos eram abundantes e a vegetação rica. O vento soprava nas árvores cheias de frutos. No centro de tudo, se via uma casa, que deveria pertencer ao dono do campo.
A construção se erguia alta e imponente. Era uma bela moradia feita de pedra e madeira, tinha as portas feitas á mão e janelas ricamente enfeitadas. Com mais de um andar, a mansão ocupava vários metros do campo.
Se você tivesse permissão para andar por essas terras e se por acaso estivesse passando pela plantação de maçã. Poderia ver através de uma janela no terceiro andar a tentativa inútil de uma babá em vestir uma criança.
-Kagome se acalme!- Ela falou colocando o vestido sobre o ombro em sinal de trégua e encarando a sorridente menina a sua frente.
-Mas vovó Kaede é hoje!- Kagome disse sorridente. Era uma bela garota, tinha longos cabelos negros e brilhantes olhos azuis.
-Sim, é hoje! E você deveria estar preparada.
-Parece Natal! Eu ganhei uma mãe e irmãs tudo em um dia!
-Sim, sim... Com a presença da Baronesa e suas filhas, essa família ficará completa.
-Isso! Eu estou muito ansiosa!- A garota disse dando saltinhos.
-Se acalme.- Kaede disse já impaciente – Seu pai deve chegar logo.
-Quando mais cedo chegar melhor!
-Eu tenho que vesti-la antes! Você tem que parecer uma pequena dama para a baronesa.
-Tudo bem!
Kaede balançou a cabeça negativamente, aquela menina era adorável. Ainda com um pouco de dificuldade, a senhora vestiu o vestido na pequena.
-Estão prontas?- Uma voz disse aproximando-se.
-Bem, ela já está vestida.-Kaede disse olhando para a figura que entrara no aposento. – Só falta o resto.
-Kagome, seu pai chegará a qualquer momento.
-Eu sei Tsame!- A garota disse para a jovem senhora a sua frente - Por isso estou me aprontando!
-Ora essa...
-Kagome!- Uma voz infantil berrou da janela.
-Houjo!- Kagome disse correndo para a janela.
-Eu desisto!-Kaede disse colocando o pente sobre a penteadeira.
-Eu falei para você não vir hoje!- Kagome falou para o pequeno garotinho que a observava da janela.
-Mas eu queria conhecer as suas novas irmãs e mãe!- Houjo disse sorridente.
-Tudo bem! Espere-me aí em baixo.
-Nananinanão!- Tsame disse segurando Kagome - Você tem que se aprontar.
-Tudo bem...-Kagome disse dando um longo suspiro.
Na entrada do campo, se erguia um portão de ferro. Nele um homem imponente avançava em um cavalo negro. Logo atrás dele uma carruagem ricamente enfeitada, avançava.
Os empregados estavam reunidos na porta da casa esperando seu senhor chegar. Kagome saiu da casa e se juntou ao grupo ao lado de Houjo que a cumprimentou com um aceno de mão.
O homem desmontou do belo animal e se aproximou do grupo. Um grande sorriso se formou em sua face ao ver Kagome correndo em sua direção.
Eles se abraçaram por um longo período até que o homem se levantou e foi cumprimentar os empregados, Kagome o seguiu alegremente.
A carruagem parou em frente à fileira de empregados. E dela saltou uma figura esbelta e elegante. Uma mulher jovem, com cabelos castanhos presos em um coque e com um leque na mão seguiu na direção deles.
-Essa é a Baronesa Kagura D'Von Mark - O pai de Kagome disse -Essa é a minha filha Kagome.-Ele continuou colocando a mão no ombro de Kagome.
-Finalmente a conheci minha pequena...-Kagura disse encarando Kagome - Seu pai não fala de outra coisa há não ser você...
-Venham vocês também. Não sejam tímidas.-O homem disse.
Duas meninas começaram a saltar da carruagem. Houjo arrumou o cabelo como pode e colocou a mão em seu casaco. Uma das meninas tinha o semblante sério e parecia com Kagome, à outra tinha cabelos e olhos castanhos. Sorriu alegremente ao ver todos.
-Essas são Kikyou e Sango.- Kagura disse - Cumprimentem a sua nova meia-irmã.
-Mademoiselle.-Elas falaram fazendo reverência.
Algumas horas mais tarde...
Kagome estava pulando em sua cama, sentia uma grande animação dentro de si. Seu pai estava sentado ao seu lado admirando a felicidade da filha.
-Hoje foi um ótimo dia!-Ela falou finalmente se sentando.
-Você gostou?
-Adorei!
-O que achou da sua madrasta?
-Ela é muito bonita... E os modos dela a mesa? Você viu?
-Sim eu vi.-O pai disse rindo do comentário da filha.
-Ela parecia estar tecendo... Fazia tudo tão... Bem.
-É assim que você deveria se comportar a mesa.
-Mas não tem graça comer daquele jeito! Tem tantas manias que dá até vontade de desistir.
-Minha filha... Ás vezes eu acho que criei você como um garoto.
-É qual é o problema?
-Uma garota bonita como você deveria ser uma dama.
-Uma dama? Eu posso ser uma dama.
-Eu sei que pode.
-Mas eu ainda acho que comer daquela maneira é muito... Chato.
-Se você acha... A baronesa lhe ensinará muitas coisas.
-Que tipo de coisas?
-Coisas que eu não posso lhe ensinar.
-O que você não pode me ensinar?
-Ora... Coisas de garotas.
-Eu tenho mesmo que aprender isso?
-Claro! Você é uma garota.
-Aí eu me tornaria uma dama?
-Acho que sim.
-Então eu aprendo...
-Eu trouxe isso para você.-Ele disse entregando um pequeno embrulho nas mãos da filha.
Kagome olhou para o pacote e começou a desembrulha-lo. Parou ao ver o seu conteúdo. Um livro de cada azul muito bonito estava em suas mão. Na sua capa estava escrito em letras grandes e douradas: Utopia.
-Utopia? O que significa?
-Pode ser paraíso.
-Paraíso? Mmm... Gostei dessa palavra.
-Sim é uma boa palavra. Esse livro é meio adulto para você, mas eu resolvi lhe dar logo. Quando você crescer vai adora-lo.
-Eu aposto que sim.- Ela disse colocando o livro na cômoda com carinho. Virou-se e se atirou na cama. Seu pai colocou lhe cobriu com um bonito lençol bordado.
-Pai?– Ela disse.
-O que?
-O senhor vai viajar novamente?
-Sim, eu irei amanhã.
-Mas você voltou hoje!
-Eu sei. Mas eu prometo voltar em duas semanas.
-Promete?
-Prometo.
-Então tudo bem.
-Boa noite meu anjo.-Ele disse beijando delicadamente a testa da menina.
Kagome se acomodou no travesseiro. Ela adorava quando seu pai lhe beijava, adorava sentir a barba dele em sua pele e ouvir o estalo que seus lábios faziam.
-Boa noite.-Ela sussurrou. O sono foi chegando rapidamente e ela acabou dormindo.
Na manhã seguinte. Todos já estavam reunidos na porta da casa aguardando o seu patrão. Ele saiu sorridente da casa, olhou para a sua esposa e filha.
-Não façam essas caras. Eu retornarei em breve.-Ele falou rindo.
Montou em seu cavalo. Uma dor estranha estava incomodando-o. Ele mexeu o braço para ver se a sensação de dormência passava, mas não adiantou nada. Começou a galopar em direção ao portão.
Kagome correu para poder ver seu pai melhor. Ele estava estranho, não galopava em linha reta e seu corpo estava meio retorcido. Ela sentiu um aperto no peito, será que seu pai estava se sentindo bem? Sua respiração falhou ao vê-lo caindo do cavalo.
-PAPAI!-Ela gritou correndo na direção do corpo inerte do pai no chão.
Kagura seguiu-a e se ajoelhou ao lado do corpo do marido. Kagome balançava o pai delicadamente. Um desespero tomou conta dela, será que seu marido havia...? Virou-o.
Ele encarou Kagura, seus olhos estavam fundos. Com dificuldade estendeu a mão em direção a Kagome. Pouso-a na bochecha da garota e olhou-a.
-E-e-u-eu t-e-te am-o...-Ele disse com uma voz fraca antes da sua mão tombar e ele fechar os olhos, entrando num sono o qual nunca mais acordaria.
-Papai!-Kagome continuou a sacudir o corpo do pai. Lágrimas brotavam de seus olhos. Uma dor muito grande tomava conta de seu peito, parecia que seu coração estava sendo espremido.
Kagura fitou a criança inexpressiva e em seguida olhou para o corpo a sua frente, apenas abaixou a cabeça e esperou. Kagome continuava a sacudir o pai, com esperança de que ele acordaria e tudo ficaria bem, mas ela sabia que isso não iria acontecer. Sabia que sua vida jamais seria a mesma novamente.
