CAPÍTULO 1.

Henry acordou cedo, tomou um banho, fez a barba que já estava crescendo e colocou um dos seus ternos azul marinho feitos sob medida para ele.

O céu estava nublado, havia nuvens escuras no céu, talvez choveria mais a tarde. Colocando sua xícara de café na lavadora, Henry pegou sua pasta e saiu. Seu apartamento ficava próximo ao escritório, então ele não se importava de ir à pé até lá, apenas no final do expediente ou quando precisava ir a algum lugar, era que Roger ia busca-lo.

Dobrando a esquina da rua que ficava seu escritório, um moça se esbarrou em Henry que a segurou entre seus braços para que ela não caísse no chão.

~ Me desculpe. ~ ela disse ~ lhe machuquei?

Henry olhou para a mulher em sua frente, branca, ruiva, magra... Ele soltou um riso.

~ Eu que lhe perguntou a machuquei?

Ela balançou a cabeça negativamente.

~ Não, estou bem... Eu tenho que ir. ~ ela sorriu ~ Me desculpe mais uma vez, senhor.

Afastado-se, Henry notou o rebolado de seus quadris e as curvas que possuía seu corpo. Por um momento ele ficou sem fôlego ao imaginar suas mãos deslizando por cada centímetro daquele corpo aparentemente sensível.

~ Esta atrasada ~ gritou Darren do balcão. ~ É a segunda vez nessa semana Amy!

~ Eu sei, me desculpe. Acabei esbarrando num cara vindo para cá. ~ Amy pegou seu avental e o amarrou na cintura.

~ Hoje é folga da Isla e a Lizzy só virá depois do almoço.

~ Depois do almoço? ~ Amy arregalou os olhos. ~ Isso aqui é um inferno NA HORA DO ALMOÇO!

Darren deu de ombros. Amy só estava naquele emprego porque precisava pagar suas contas e a faculdade, ela já havia feito varias entrevistas, mas nunca conseguira um trabalho para tira-la daquele como garçonete.

Estava quase no horário do almoço, o The Conection já estava cheio e Amy sentia seus pés arderem dentro da sapatilha e o cansaço. Era 12:15 quando o movimento na lanchonete cessou e Amy conseguiu tirar algum descanso. Ouviu a porta se abrindo e olhou para trás. Seus olhos fixaram no modelo alto, moreno caminhando até a outra ponta da lanchonete, ela respirou fundo e se dirigiu até onde o desconhecido havia se sentado.

~ Bem vindo ao The Conection, posso anotar seu pedido?

Henry olhou para cima e se deparou com os olhos verdes que havia visto essa manhã.

~ Olá. ~ Henry deu um sorriso torto.

~ Oi ~ Amy retribuiu o sorriso, mas sabia que seu rosto estava vermelho, ela sentia-o queimar.

~ Então você trabalha aqui senhorita... ~ ela tirou uma mecha do cabelo de cima do peito que cobrinha seu crachá ~ Senhorita Adams. Nunca tinha lhe visto aqui.

~ Também nunca havia visto o senhor.

Henry a observou, depois pediu apenas um café, servindo-o, Amy afastou-se e foi atender outra mesa. Depois de consumir o café, Henry deixou uma nota de 5 dólares sobre a mesa junto com um cartão, levantou-se e saiu, Amy ainda o observou com os olhos enquanto ele saia.
Pouco antes das 17:30, Amy saiu do The Conection, caminhando pela calçada ela checava se havia alguma mensagem ou ligação no celular, colocou a mão no bolso e lembrou-se que ainda estava com o cartão que Henry havia deixado sobre a mesa para ela. Ela soltou o ar e continuou caminhando até sua casa, estava curiosa para saber o que ele queria conversar com ela, mas também tinha medo de que ele fosse um cara perigoso e cheio de más intenções.

Henry estava no escritório em sua casa, concentrado em alguns papeis, mas sua mente trazia a imagem de Amy em sua memória. Tomando vários goles de uísque, Henry saiu caminhando pela casa, havia alguma coisa naquela mulher que o fez perder a cabeça. Ele não era de ficar interessado nas mulheres logo de cara, mas Amy havia mexido com ele. E muito.

Amy colocou uma roupa simples: uma calça jeans preta e uma blusinha creme que por sinal avantajava seus seios. Prendeu os cabelos em um rabo de cavalo e passou um pouco de batom, não era muito fã de maquiagem. Ela tinha que estar as 8:40 no escritório de Henry, e ela ainda estava se decidindo se iria ou não. Olhou mais uma vez no relógio, pegou sua bolsa e saiu. Caminhou pelas ruas até parar na mesma esquina que havia esbarrado em Henry, sorriu com a lembrança.

~ Você é muito desastrada Amy ~ disse para si mesma.

Entrando no prédio, Amy subiu até o ultimo andar onde ficava o escritório de Henry, seu coração estava acelerado e seu estomago embrulhado. Foi até a recepcionista e assim que anunciou seu nome a recepcionista se levantou e a levou até a sala de Henry.

Dando apenas duas batidas na porta, ela a abriu.

~ Senhor Cavill. A senhorita Adams está aqui.

~ Peça-a que entre.

A recepcionista abriu mais a porta e deu espaço para que Amy entrasse. Quando entrou, observou rapidamente o enorme escritório, com dois sofás e uma mesa de centro de um lado junto com um pequeno bar. Henry estava de pé, atrás de sua mesa, olhando para ela.

~ Bom dia, senhorita Adams. ~ ele disse e ela olhou para ele. ~ Sente-se, por favor.

Amy sentou-se numa das duas cadeiras à frente da mesa, depois Henry sentou-se.

~ Senhorita Adams, serei breve. Eu gostaria que a senhorita trabalhasse comigo.

Amy o fitou.

~ Eu, trabalhar com o senhor?

~ Sim, você seria minha assistente em tempo integral. ~ ele lhe estendeu os papeis.

~ Aqui está o contrato, nele está escrito seus benefícios.

Pegando os papeis, Amy leu pagina por página, depois olhou para Henry e riu

~ Só pode ser brincadeira isso, senhor Cavill.

~ Não gosto de brincar em serviço, senhorita. ~ a voz dele ficou grave e Amy gelou.

~ Não, é claro que não. ~ ela voltou o olhar para os papeis. ~ Tentadora sua proposta, eu poderia ter um tempo para pensar?

Henry concordou com a cabeça.

~ Espero sua resposta amanhã senhorita.

Amy se levantou e caminhou até a porta, antes que pudesse abri-la, sentiu uma mão agarrando seu pulso e a fazendo girar, ficando de frente para Henry.

~ Realmente espero que aceite trabalhar comigo. ~ ele estava tão próximo que Amy conseguia sentir a respiração dele.

Tocando no ombro dele, Amy se afastou, seu coração estava acelerado e suas pernas tremulas. Saindo do escritório, ela caminhou rapidamente para o elevador respirando fundo.