Sobre promessas quebradas e irmãs mortas
Percy Jackson. O causador de tudo isso. De todo o meu sofrimento. Da minha solidão. Da morte de minha irmã.
Lágrimas que não saíram no momento por causa do choque (mas, depois, sozinho, elas viriam a cair e demorariam bastante para parar).
E principalmente confusão. Eu não entendia porque minha irmã, minha única família, estava morta. Bianca me deixou - pela segunda vez - mas agora era para sempre. E o filho do Deus do Mar ainda estava vivo, não a protegera.
Eu queria apenas ser criança outra vez, voltar ao Hotel Cassino Lótus, na época que eu era um tolo e passava os dias e noites brincando e era tudo tão perfeito. Onde não existiam Deuses nem monstros e nem semideuses que quebravam promessas.
Mas, agora tudo o que posso (e consigo) fazer é continuar correndo - abandonar toda as memórias de uma felicidade que parece ter se extinguido a muito tempo. Fugir de tudo e de todos, onde ninguém mais possa me magoar e me quebrar dessa forma.
(eu não consigo mais juntar os pedaços da minha alma)
Correr, correr, correr pela floresta do acampamento meio-sangue. Tropeçar. Cair no chão. Levantar e correr, correr, correr. Para bem longe. Desaparecer do mundo.
(e tentar, tentar, mas tentar tanto falar com Bianca)
E falhar, e tentar de novo, e se desesperar. E chorar, chorar, chorar. As lágrimas não vão acabar? Nunca vão acabar?
(e correr, correr, correr de encontro a sua irmã, nunca conseguindo a alcançar).
